A chave para uma vida feliz
Por Jay Schneider
Quando perguntamos para qualquer pessoa: você gostaria de ser feliz? A resposta é quase sempre imediata: sim, é o que mais quero! Todos buscamos este sentimento, faz parte de nossa essência como espírito. Então, por que a maioria de nós trabalha contra a própria felicidade? Não é contraditório?
Atendendo inúmeras pessoas em consultório e em trabalhos voluntários percebi que eu sofria do mesmo mal. É verdade que queremos ser felizes, mas estamos muito acostumados com o sofrimento. Sim, doloroso, não é? Essa é uma das principais crenças limitantes de nossa humanidade. E, na minha experiência, está entre os maiores medos do ser humano.
Me vi na mesma situação enquanto trabalhava com alguns pacientes este tema: também tinha este medo. Ser feliz era o que eu mais queria. Podemos ser felizes e ter momentos de tristeza ou, habitualmente, deprimidos e ter momentos de alegria. A forma como vivenciamos as experiências vão determinar o nosso grau de felicidade. Com o tempo vamos conquistar o hábito de ser feliz.
Um estudo iniciado em 1938 na universidade de Harvard sobre o segredo da felicidade traz um resultado surpreendente. “Descobrimos que a felicidade que sentimos nos nossos relacionamentos tem um poder incrível sobre a nossa saúde”, afirma o professor de medicina, psiquiatra, psicanalista e professor zen Robert J. Waldinger, atual responsável pelo estudo.
Ou seja, as coisas mais simples, como a realização pessoal, bons relacionamentos, a satisfação com as pessoas que amamos e que passamos tempo juntos é o que nos dá real sentido. Mas, se é tão simples e aparentemente fácil ser feliz, por que parece ser algo tão difícil? Quando assumimos este lugar de uma pessoa feliz, precisamos renunciar a velhos conceitos. E abrir mão de sermos guiados pelo o inconsciente coletivo da humanidade que está repleto das mais variadas dores oriundas, por exemplo, das épocas de guerra e tentativas de sobrevivência.
É muito comum nos defrontarmos com uma pergunta nos recônditos de nosso inconsciente: como posso ser feliz se meus antepassados não foram? Sim, aqui temos um sentimento de culpa inconsciente. Vamos precisar abrir mão de um lugar de pertencimento deste instinto. A nossa mente tende a buscar meios para sentirmos que pertencemos a um grupo mesmo que seja em um lugar onde não estejamos realizados. Nos adaptamos ao ambiente para nos encaixarmos. Isso dá a sensação de que não estamos sozinhos.
Como podemos mudar isso? Primeiro assume que é seu direito ser feliz. Direito é diferente de merecimento. É algo que você nasce, enquanto o merecimento é algo que depende de uma ação sua. Os outros contribuem, mas você é responsável pela forma como vai escolher passar pelas situações. Escolha de forma consciente como deseja viver. No primeiro momento vai parecer egoísmo, mas como este é um novo lugar, você vai abrir caminhos e inspirar outras pessoas. Isso é libertador.
A felicidade traz benefícios para mente e corpo e se torna um círculo vicioso. Será um hábito formado a partir da decisão: vou me sentir bem independentemente das pessoas, situações e condições que a vida me oferecer. Isso não quer dizer que deve ficar sem fazer nada para mudar uma situação desagradável, mas sim passar por ela com mais leveza. Se você quer ser feliz, comece hoje. É só colocar em prática os passos acima. Agora você tem a chave!
*Jay Schneider é psicóloga, escritora, coach, mentora e autora do livro “Caroline e seus Mundos”.
O aprendizado é permanente
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo Da Vinci)
O importante mesmo é que não nos preocupemos com o aprendizado. Ainda há quem ria quando digo que a maior universidade do mundo é a Universidade do Asfalto. Mas é no dia a dia que aprendemos a viver. Desde que, claro, saibamos aproveitar os momentos, sejam eles quais forem. Senão não aprenderíamos com os erros. E o mais importante é aprender também com os erros dos outros. Porque aprendemos tanto com a beleza da flor como com o lamaçal da rua.
Eu moro aqui, na primeira quadra da Rua Gaúcho Dias, no Bairro São Francisco, há mais de trinta anos. Foi quando a rua ainda não era asfaltada. O lamaçal era terrível. Mas logo veio o asfalto e tudo ficou aparentemente bacana. Só que ali na esquina, no início da rua, ficou um buraco que inundava a rua, quando chovia. Trinta anos depois, dia desses chegou um grupo de carros, e até trator, para o concerto do buraco. Ficou tudo lindão. Sem sair à calçada, moradores bateram palmas.
Ontem eu vinha do supermercado, com o pão do café da tarde, e fiquei chateado. O início da minha rua está nas mesmas condições de trinta anos atrás, inundado, dificultando a passagem dos carros, e envergonhando os moradores. Sobretudo os moradores do começo da rua. Aí atravessei o lamaçal e saí pensando: quando será que iremos aprender a reclamar, civilizadamente, dos desmandos públicos. Afinal fomos nós, considerados cidadãos, que pagamos o trabalho daquele trator, do guindaste e os demais que “Concertaram” o estrago de trinta anos atrás. Só que o concerto não durou mais de alguns dias. Voltamos aos velhos tempos.
Tudo bem, pessoal. Vamos aprender a aprender conosco mesmo, já que não
nos ensinam. E para isso precisamos ser bons observadores. Porque não adianta ficar esperneando e gritando como um Zé-das-couves. Todo o nosso poder está em nós mesmos. No que aprendemos no dia a dia, mas com racionalidade. E vamos ser racionais, respeitando-nos como futuros cidadãos. E nosso futuro está na nossa educação. E só seremos cidadãos quando formos educados para saber onde está o que queremos. E o que queremos é civilidade. Quando comprei o pão que levava para o café da tarde, paguei uma boa porcentagem de imposto. E este dinheiro foi para o cofre público, para ele pagar o concerto da esquina da Gaúcho Dias.
Vamos ser mais o que somos para sermos o que realmente somos. E somos o que pensamos. Então comecemos a pensar nas próximas eleições, para que nos respeitemos e mereçamos ser cidadãos. Mas precisamos merecer. Pense nisso.
99121-1460