Opinião

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A quem interessa as riquezas naturais e quem fica com os prejuízos

Sebastião Pereira do Nascimento*

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam que a área acumulada de derrubadas de florestas na Amazônia é a maior já registrada no período desde o início da série histórica, em 2016. O mês de junho também teve a pior marca da série histórica. Foram desmatados cerca de 1.120 km² de floresta amazônica, 5,5% mais do que se derrubou no mesmo mês do ano passado. Agora a região entra no alerta máximo de desmatamento.

Indo além desse cataclismo ambiental, podemos estender o caos para outras tragédias causadas pelo mal desempenho da política econômica do atual governo, onde dentro de uma visão conceitual de desenvolvimento, percebemos que essa política econômica passa longe de ser um programa assertivo, visto que não considera os impactos socioambientais, na medida em que o governo incorre em projetos desestruturantes e em soluções imediatistas para problemas complexos.

A ardilosa expressão do ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro de “passar a boiada”, é algo que vem fazendo efeito lesivo diante da impotência da sociedade brasileira que se ver sem meios legais para reagir contra o descalabro ambiental, visto o desmonte e o aparelhamento ideológico dos setores de controle e fiscalização. Sendo isso, um retrato fiel de um governo sórdido, indiscutivelmente o mais deletério e violento que o Brasil já teve em tempos recentes.

Nada lembra o entusiasmo que reinava na primeira década dos anos 2000, após o aperfeiçoamento das políticas fiscal e monetária, política ambiental ajustada aos protocolos sobre a mudança do clima, ampliação de políticas públicas e o desdobramento de diversos programas de inclusão social, etc. No entanto, como em tempos idos, hoje vivemos os velhos pesadelos da insegurança institucional, estagnação econômica, descontrole ambiental e o aumento exponencial da miséria e da violência.

O Brasil jamais esteve tão duramente castigado por ações governamentais que desqualifica e flexibiliza as leis, normas e marcos regulatórios, relativos às questões ambientais, sanitárias, culturais, educacionais, agrárias, trabalhistas e outras áreas da administração pública. Jamais o país ficou tão à mercê de grupos políticos de mãos sujas que se organizam em quadrilhas, as quais chamam de bancadas: ruralista, armamentista, evangélica, mineração, etc, capitaneadas por crápulas como Arthur Lira (presidente da Câmara e agropecuarista), dentre outros políticos que sustentam a base destrutiva deste governo. Contudo, há sinais de que parte desses aviltantes deverão ser aniquilados na próxima eleição, pois trata-se de inescrupulosos lacaios que vêm reiterando no congresso manobras conflitantes de Bolsonaro, manobras essas que saem da civilidade para a barbárie.

Pautando sobre as questões ambientais na Amazônia, com exceção de alguns programas pilotos com apoio internacional, os quais contribuem efetivamente com o desenvolvimento sustentável e com manejo dos recursos naturais, todos os programas orquestrados pela atual política deste governo beligerante, levaram a uma crescente destruição das florestas e provocaram (e vêm provocando) enormes prejuízos socioambientais, o que representa grande desafio para o futuro do desenvolvimento da Amazônia.

No caso dos prejuízos provocados pela expansão do agronegócio, madeireiras, garimpos ilegais e exploração desordenada da caça e pesca, convergem de forma brutal para diversos pontos comuns, onde além dos estragos ambientais, vem o aumento dos bolsões de misérias, concentração de renda, conflitos agrários com alto índice de violência, inclusive com abate de defensores das causas sociais e ambientais e ataques aos povos indígenas.

Assim, é difícil dizer algum benefício que esse governo desastroso traz para a sociedade. Uma política que faz com que congressistas e legisladores (deputados e vereadores), patrocinados por empresários do garimpo ilegal, agronegócio, madeireiras, etc, legislem em benefício próprios e agentes públicos (governadores, prefeitos e servidores) se omitem do dever constitucional de controlar, fiscalizar, preservar e cuidar do meio ambiente e da própria sociedade.

Uma política que faz com que indivíduos levados por uma ideologia conservadora, e que dizem ser cristãos, se tornem monstros de uma hora para outra, onde o cidadão de bem é atacado e ameaçado apenas por ser diferente. Onde o mandatário da república dá sinal a seus apoiadores (que têm a violência grudado na alma) para fuzilar, destruir o meio ambiente e ameaçar a democracia. Onde os barões do ouro disfarçados de políticos, empresários, pastores, etc, costumam ficar com a riqueza e socializar os prejuízos que são pagos pela sociedade. Prejuízos que vêm na forma de infortúnios e enfermidades provocadas pela miséria, na forma de morte de pessoas decorrente da campanha armamentista alimentada por Bolsonaro, na forma de violência urbana e conflitos agrários, degradação dos rios e contaminação dos mananciais, destruição das florestas tropicais, dentre outros prejuízos.

Portanto, interessa aos políticos (integrantes das agendas ruralista, evangélica, mineração, armamentista, etc), aos empresários corruptos e aos pastores inescrupulosos, mas não interessa à sociedade o desmonte da política ambiental, assim como não interessa à sociedade de bem uma arma na mão de um sujeito cheio de ódio — como se fosse uma
escopeta na mão do diabo — pois, logo ele faz da arma a solução para satisfazer a sua mente insana.

Dos males causados pela ideia bolsonarista de que devemos viver numa sociedade em conflito, sabemos que nada será feito neste governo para mitigar as agruras causadas por ele. Sabemos também que as evocações antidemocrática e de violência virão ainda mais acirradas como já se nota em vários cantos do Brasil. Portanto, o próximo governo — que muito provável não será Bolsonaro — deve primar por uma pauta política de reunificação da unidade nacional e de reestruturação do país. No caso das questões ambientais, a modificação da estratégia política econômica e o desenvolvimento regional descentralizado deverão satisfazer as condições de vida das populações regionais, tendo como base o manejo sustentável dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade brasileira.

*Escritor, filósofo e consultor ambiental.

A alma do brasileiro entre feriados e datas históricas

José Victor Dornelles Mattioni1

Como diria o polêmico Nelson Rodrigues: “O brasileiro tem alma de feriado”. A frase desse célebre romancista é o título de uma das crônicas publicadas em 1975, no jornal O Globo, destacando como o brasileiro é apaixonado por um feriado, para “irritação dos idiotas da objetividade”.  

Sejamos sinceros, nós reverenciamos essas datas a ponto de clamarmos para que elas ocorram numa terça-feira, ou numa quinta-feira, a fim de sonharmos que a segunda, ou a sexta-feira, seja “enforcada”, numa referência a uma data importante do mês de abril, que nós a adoramos, porque é feriado.

Somos tão maravilhados pelas datas históricas a ponto de pesquisar, não a sua importância para a sociedade, mas os pacotes de viagem, quando planejamos ir ao interior, organizar festas, dentre outras motivações. Vivemos nessas expectativas, com exceção dos professores, pois eles necessitam do feriado para colocar trabalhos e terapias em ordem.

Com relação a nossa sede por feriados e à memorização de datas históricas, que alimentam a alma, você já se fez a seguinte pergunta: Por que almejamos a chegada dos dias 21/04 (olha a forca!), 07/09 e 15/11, mas não nos preocupamos com o que se comemora nos dias 22/04, 06/09 e 19/11? As 6 datas marcam comemorações nacionais, mas apenas as 3 primeiras são lembradas. O motivo da lembrança é simples: porque são feriados. 

Além disso, tão melancólico quanto à volta ao batente, como diria o eterno jornalista, é a frustração com os feriados em que as datas cairão nos finais de semana.

Aproveitando o momento de reflexão sobre os feriados, em que dia da semana será 07/09/2023, o dia em que nós iremos ao desfile? 

Bons feriados a todos!

A pandemia e a relação do brasileiro com as finanças

2022 começou como o ano do recomeço, tendo em vista o enfraquecimento da pandemia do Covid-19 no final do ano. Mas depois de seis meses, tudo ainda está incerto. A guerra na Europa entre Rússia e Ucrânia e o vírus resistindo têm gerado forte impacto na economia mundial e na vida financeira dos brasileiros. Há anos não registrávamos tamanha inflação em produtos que fazem parte do dia a dia da população (ex.: alimentação, combustível, energia), consumindo parte significativa da renda, que também diminuiu.

Este cenário causou mudanças nos hábitos de consumo, lazer e comportamento. O brasileiro aumentou sua disposição para empreender, buscando gerar renda, reduziu o uso do dinheiro vivo, substituindo-o pelo PIX, passou a priorizar os gastos em casa, como TVs por assinatura, e reduziu a conta com lazer externo. Ao comparar as despesas realizadas em 2021 às de 2020, constata-se que o aumento dos gastos se concentra em supermercados e farmácias.

Por conta disso, o nível de endividamento vem batendo recordes e isto gera enorme preocupação tanto em relação à economia do país, como para cada pessoa que está com seu “nome sujo”. Como consequência, a saúde mental foi impactada por conta dos reflexos com preocupações financeiras, com a família e com o futuro. Muitos relatam problemas de concentração, pensamentos negativos e crises de ansiedade.

Para tentar reduzir os impactos gerados na economia, o governo, por meio da Caixa Econômica Federal, liberou o Saque Emergencial do FGTS. Para muitos brasileiros, o saque representa o recomeço já que quase metade da população que possui dívida pretende usá-lo para limpar o nome. E, embora já houvesse a possibilidade de utilizar o FGTS como garantia de empréstimos com taxas menores para quitar dívidas de maneira mais tranquila, poucas pessoas usam.

O fato de o Saque Emergencial despertar o público para a possibilidade de adquirir empréstimos atrelados ao FGTS nos mostra que, apesar da fama, o Fundo não é realmente conhecido pelo brasileiro. Embora todos afirmem conhecê-lo, nem metade sabe em que condições podem utilizar o dinheiro.

Não adianta reclamar ou esperar que este tipo de conhecimento chegue à população. Esta é uma ótima oportunidade para que nós, empresas da área financeira, possamos contribuir com informação, dicas e educação financeira, compartilhando os melhores recursos disponíveis para que as famílias possam garantir uma boa saúde financeira e, assim, uma vida mais tranquila e feliz.

Silvio Frison, vice-presidente da Serasa, que continua acreditando na mudança e na construção de um mundo para todos, com crédito para todos.

A revolução interna

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A maior revolução da nossa geração é a descoberta que as pessoas, mudando a atitude interior do espírito, mudam os aspectos exteriores da vida”. (Willian James)

Já sabemos que não podemos mudar nossas atitudes exteriores sem a mudança racional. E esta está na mudança interior do espírito. Não podemos mudar continuando com velhos e arcaicos pensamentos. Para mudarmos temos que estar ativos nas mudanças espirituais. Mas o mais racional é fazer as mudanças em você e por você. Não nos esqueçamos que ontem é passado. E se é, o importante é que só vivamos de ontem o que nos trouxe benefícios. E estes estão nos que compõem a felicidade. Porque só mudamos quando somos felizes.

Liberte-se do ser que está perturbando você, em você. Mude seu modo de pensar, pulando a cerca, do negativismo. Nunca desperdice seu precioso tempo com coisas ou pensamentos negativos. Eles só lhe trazem atrasos. Não se deixe influenciar por notícias negativas, que são o terro
r mental. Não deixe de tomar conhecimentos dos acontecimentos que abalam nossas vidas, mas não se deixe levar pelo negativismo. Valorize-se no que você é. E você é o melhor você que você pode e deve ser. Depende da sua maneira de pensar.

Sorria sempre para você mesmo. Esteja sempre feliz com você. Seus erros podem estar lhe trazendo, e mostrando o caminho certo. Você é que pode não estar entendendo. E enquanto não entender vai continuar tropeçando, e sem condições de aprender com as topadas. O Bob Marley disse: “A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada”. Simples pra dedéu. Quando alguém criticou o Thomas Edson, porque ele estava errando muito nas experiências com a lâmpada elétrica, ele respondeu: “Eu não estou errando. Estou aprendendo como não fazer”. Aprenda com seus erros para aprender a acertar.

Alguém também já disse que se Colombo tivesse desistido na sua viagem, ninguém o criticaria. Mas ninguém se lembraria dele hoje. Faça tudo que puder fazer para poder fazer melhorar sempre. O que você não deve fazer é ficar parado, esperando que os outros façam por você, o que você mesmo deve fazer. “Aquele que fica parado esperando que as coisas mudem descobrirá depois, que aquele que não parou está tão adiantado que já não pode ser alcançado”. Li essa pérola quando eu ainda era adolescente, em um quadro na parede da sala do Vereador Tarcílio Bernardo, em São Paulo. E como adolescente não me interessei pelo autor da frase. E por isso não o menciono agora. Mas isso não importa. O que importa é que você seja um sucesso em você mesmo, transmitindo o sucesso aos outros. Pense nisso.

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