A violência e a ilicitude: o legado do bolsonarismo
Sebastião Pereira do Nascimento*
Atualmente, é inegável que vivemos uma crise de violência em toda sua plenitude, a qual tem envolvido grande parte da sociedade no mundo. No Brasil, a violência desponta na mesma intensidade, gerando desconforto a sociedade brasileira que vivencia de forma irresoluta uma situação assustadora que em muitas partes do país chega próximo a um cenário de guerra.
Como violência, entendemos tudo aquilo que a partir de ameaças ou fatos reais possa levar prejuízo físico, emocional ou moral à pessoa. Contudo, embora pareça que não, a violência não é um fenômeno novo aqui no Brasil. Ela sempre esteve presente no nosso cotidiano principalmente em função da oferta insuficiente de valores humanos ou mesmo da negação das garantias dos direitos igualitários que levam a desigualdades sociais e geram tantos conflitos. Fatores intrínsecos de um país que concentra a riqueza nas mãos de uma minoria em detrimento do empobrecimento da população.
Portanto, é notável que após a eleição de Bolsonaro à presidência do Brasil, o índice de violência vem aumentando a partir das diversas formas de hostilidades, que podem ser por questões: ideológica, étnico-racial, religião, gênero, nacionalidade, orientação sexual, condição econômica, entre outras. Mas, seja qual for o modo de violência, ela vem cada dia mais deliberada, onde Bolsonaro — doutrinado por um processo de violência — se ocupa de atiçar seus nocivos ministros e assessores, assim como seus (cada vez menos) apoiadores que ajudam estimular a prática da violência e da ilicitude, posto que preferem ameaçar ou matar a ler um livro.
No momento, um ponto de ebulição dessas violências vem pelas proximidades das eleições de outubro, onde as autoridades eleitorais já montaram um forte (e inédito) aparato para reforçar a segurança no decorrer das campanhas — e não por acaso. Conforme mostra a imprensa, em meio ao radicalismo e à escalada da violência política no país, o assassinato de um sindicalista ligado ao PT por um bolsonarista mostra como a intolerância contaminou o debate político que deveria ser pautado pela razão. O crime mexe com a sociedade e coloca instituições em alerta máximo.
Outra forma de violência é o ataques às urnas, as quais Bolsonaro tenta de toda maneira desqualificar mas não tem ressonância, encontrando repetição apenas entre seus desprezíveis apoiadores. O próprio Bolsonaro sabe que é mentira o que ele defende, pois suas acusações já foram desmentidas, mas ele mantém a estratégia de tentar desqualificar o sistema eleitoral.
Por outro lado, militares da ativa já vêm apregoando que Bolsonaro está ultrapassando todos os limites com seus ataques levianos contra ministros do STF e contra o processo de eleições do país. Na avaliação desses militares, o encontro com os embaixadores estrangeiros serviu para desgastar ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Bolsonaro pode acabar ficando isolado em sua bizarra estratégia política, restando a ele apenas o restrito grupo de apoiadores e um punhado de militares da reserva que ele levou para dentro do governo. Estes, movidos por um falso poder, agora passam a colocar o que têm de pior para fora, cuja lógica não é nada demais denegrir a imagem do país, agredir o semelhante ou matar o outro, como fizeram com Mariele Franco, Bruno Pereira, Dom Filipe, entre outros, culminando com a escalada de feminicídios e os violentos ataques racistas, algo que pode ser decorrente dessa política avassaladora do governo Bolsonaro.
Portanto, toda essa gama de violência promovida por Bolsonaro e seus apoiadores, reforça o que o Instituto Igarapé diz no seu relatório de que a criminalidade na Amazônia vem sendo agravada pelo aumento de armas em circulação na região. O estudo aponta que as facilidades criadas pelo governo federal no aspectos de acesso à armas ampliou em 130% as licenças para pessoas físicas no país. O relatório cita ainda que no lugar onde há baixa presença do estado, onde tem um ambiente conflitivo muito grande, a arma de fogo é a resolução dos problemas. Em outras palavras, Bolsonaro excita os conflitos ao passo que facilita o acesso às armas no intuito de matar as pessoas engajadas na resolução dos conflitos.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também aponta o aumento da violência e falhas no sistema de controle de armas no Brasil que permitem a compra de pistolas e fuzis não só por criminosos, mas por potenciais criminosos. Assim, responsável pelas diversas desgraças no país, Bolsonaro — que se mostra incompetente como chefe de Estado — vem se mantendo fiel à sua trajetória de violência e de um ideário macabro e golpista. Agora, no sentido de arregimentar pessoas para seu intento criminoso, Bolsonaro aposta no discurso do bem contra o mal, sendo ele próprio o mal.
E, à luz dessa corrente ideológica, há pessoas que tentam tornar absoluta a vontade de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que se tornam brutais, discriminatórias e intolerantes por não respeitarem a vontade do outro. Assim, as diversas formas de violência provocada por essa pequena parcela da sociedade brasileira, têm por base a falta de habilidade humana, que é o mesmo entendimento ideológico radicalizado pelo seu mandatário, onde de forma geral, a ideia não é apenas tentar idiotizar as pessoas, mas também tentar convencê-las que são capazes de matar a outra.
Como especulam alguns pensadores, pode-se dizer que essas anomalias bolsonaristas, se derivam do arquétipo da “casa grande”, introjetadas em todas as estratificações sociais, sendo os grupos humanos estigmatizados como minoria social (pobres, negros, indígenas, homoafetivos, refugiados, etc), os mais violentados por indivíduos que se inflam de bolsonarismo e cometem diversas formas de violência de modo intolerável. Em suma, isso aquece uma doutrina ultraconservadora que tenta se irradiar no melhor estilo neofascista.
Com tudo isso, é surpreendente quando se percebe o quanto parece ser difícil acabar com essa onda de violência, a qual intenta ser uma estratégia — ainda que mal sucedida de Bolsonaro — de controle social e de tentativa de persuasão de ampla adesão popular, onde a sociedade e a violência, embora sejam fenômenos distintos, são colocadas em posição justaposta, o que causa a esterilidade de todas as fontes de reação das instituições de controle. Portanto, diante deste governo macabro, não se distraia, não baixe a guarda, desconfie: você está estatisticamente marcado, mais cedo ou mais tarde poderá sofrer algum tipo de violência.
*Escritor, filósofo e consultor ambiental.
Suportemos uns aos outros Debhora Gondim
Estava fazendo uma reflexão sobre a vida e me veio um questionamento: “Qual palavra tem marcado a humanidade?” E a resposta que me veio não foi nenhuma qualidade e sim, um defeito, presente até no meio cristão, a intolerância. Esta característica se opõe a palavra tolerância, que vem do latim ‘tolerare’ que significa ‘suportar’.
Não temos sido suporte na vida uns dos outros. Estamos mais preocupados em julgar e condenar do que compreender a história do outro e ajudar a Levantar o caído. Não temos proporcionado o caminho para o arrependimento baseado na Palavra de Deus e na ação do Espírito Santo. A Bíblia em 1 Tessalonicenses 5:14 nos exorta para sermos tolerantes com o próximo, pois nós também temos nossos pecados.
Lembrei que a personificação do amor caminhou entre a humanidade, Jesus, e que nos deixou dois mandamentos principais e, um deles diz que devo amar o próximo como a mim mesmo. O que me levou a Coríntios 13, no final do versículo 7 que diz que o amor tudo suporta, Ou seja, devemos ser tolerante, ser suporte na vida das pessoas, mesmo em meio aos seus pecados. Isto não significa que temos que concordar com suas atitudes, que devemos apoiar e deixar de se posicionar quanto à verdade da Bíblia, mas significa que nosso dever é amar. Sermos humildes e nos colocar no nosso lugar de humanos imperfeitos que são coparticipantes do evangelho, que não são a fonte que criou e a disponibiliza, mas sim a ponte para a humanidade conhecer este evangelho e a graça derramada por Jesus na cruz.
É a falta de tolerância que tem feito à igreja ser um prato que retine e um sino que ressoa. Tem feito muito barulho, mas não tem saído melodia disso. Não tem Cristo habitando em si e como consequência não tem absorvido suas características. Não tem levado ninguém a uma conversão genuína. Pois não tem amado e tolerado. Nem de perto tem imitado a Cristo.
Em romanos 2:1-6, deixa claro que Jesus é tolerante, suporte para os que O buscam. Ao longo de toda a Bíblia vemos um Deus tolerante. Ele chamou Abraão mesmo ele adorando outros deuses; Ele considerou Davi segundo O seu coração mesmo ele tendo sido um homicida e adúltero em algum momento de sua vida; chamou Mateus para segui-lo mesmo ele sendo corrupto; demonstrou perdão a mulher adúltera que seria apedrejada; amou a mulher que encontrou no poço mesmo ela sendo samaritana (os judeus eram xenofóbicos com este povo). São tantos episódios de Jesus sendo tolerante que não dá para ser relatado em poucas palavras.
A Graça salvadora de Jesus agiu através do amor e da tolerância na vida de todas as pessoas relatadas na Bíblia, as levando ao arrependimento e salvação. Não vai ser gritando para o mundo: “vou excluir fulano por ter um posicionamento político diferente do meu”; “Quando alguém faz algo que eu não gosto ela vira invisível para mim”; “quando encontro fulano atravesso a rua”; “não quero conviver com homossexuais”; “não quero nem ouvir fulano, pois não crê como eu”; E nem se portando diante de um drogado ou uma prostituta ou de um irmão que caiu em pecado como se fossemos superiores. Desta forma nós não levaremos as pessoas a conhecerem Jesus e seus ensinamentos. Afinal, vamos demonstrar que nem nós O conhecemos.
Enfim, amemos e suportemos uns os outros. Mas não tente fazer o trabalho do Espírito Santo. Afinal, é Ele quem convence o homem do pecado e do juízo e Ele é quem efetua tanto o querer como o fazer na vida do homem. (Filipenses 2:13) Nosso dever é levar a Palavra da Verdade que guia a viver de forma correta, apresentando o único caminho e vida que Jesus Cristo.
Teóloga e Professora
Ninguém ajuda se você não se ajuda
Afonso Rodrigues de Oliveira
“As palestras de autoajuda pouco ajudam quando as pessoas não compreendem o fundamento da mente”. (Augusto Cury)
De nada adianta você ficar tentando fazer a pessoa entender, se ela não estiver a fim. E isso faz parte da evolução humana. Pessoas negativas encontram dificuldades em entender o positivo. Simples pra dedéu. No profissionalismo as relações humanas não têm, não tiveram, nem terão, fundamento, se a pessoa não estiver concatenada com a mente. É na nossa mente que está o nosso poder. Então vamos aprimorar a mente para que possamos ser o que queremos ser.
Procure sempre algum conhecimento sobre o poder de sua mente. Tudo que conseguimos na vida depende do que mantemos no contato com os nossos pensamentos. E estes vêm da mente. Quando sabemos manter contato com o nosso subconsciente, não há por que não conseguirmos o que realmente queremos. O fato é que ainda não nos aprimoramos na observação. Ainda não percebemos que a mente tanto pode levar-nos para o bem, quanto para o mal. E é por isso que temos que treinar para a escolha do que queremos.
Nunca desperdice seu tempo com coisas ou assuntos negativos. Mantenha seus pensamentos, hoje, sempre no positivismo. E o importante é que não confundamos positivismo com sonhos desvairados, em busca do que queremos. É necessário que saibamos analisar a força que temos em nossos pensamentos. É com nossos pensamentos que mantemos contato com o subconsciente, que é a força mais poderosa que há dentro de cada um de nós.
Sempre que estiver fazendo alguma coisa, lembre-se do Swami Vivecananda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la”. Sempre que estiver na sua tarefa, seja ela qual for, mantenha em mente que a importância no resultado vai depender da maneira como você a executou. E se isso lhe parecer esquisito, cuidado, porque a esquisitice pode estar com você. Porque o valor de sua obra não vai ser analisado por você, mas pelos outros.
E o resultado de tudo isso está na simplicidade. Quando entramos num museu, encantamo-nos com a beleza, na simplicidade com aparência de extraordinário. Deixe-me pular o muro por um momento: Já que estamos falando em mudanças que vêm pelas mudanças nos pensamentos, aqui vai uma sugestão que pode até lhe parecer tola. Mas quando for ao Rio de Janeiro, não deixe de visitar o “Museu do Manhã”. Ele vai levar você a um futuro que até pode estar lhe parecendo ilusório. Mas, antes da visita faça sua parte como ela deve ser feita, em tudo que você fizer. O valor do que você faz está em como você faz. Pense nisso.
99121-1460