Educar não combina com maus tratos
Marlene de Andrade
O amor é paciente, o amor é bondoso…, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor… (1 Coríntios 13)
As pessoas com baixa autoestima, geralmente foram maltratadas quando eram crianças ou até mesmo na escola. Os maus tratos podem ser através de espancamentos ou de palavras ofensivas fazendo com que a pessoa pense que não é amada porque já incutiram nela, desde a mais tenra idade, palavras de menos-valia como, por exemplo, que ela não vale nada e que nem deveria ter nascido.
E tem até pessoas de terceiro grau com título de doutor que agem dessa forma com crianças e tanto isso é verdade que várias pessoas já mataram crianças inocentes a troco de nada e, um exemplo, muito triste foi o médico e vereador (Dr. Jairinho), ter assassinado brutalmente seu enteado de quatro anos, filho de Monique, sua companheira.
Muitas crianças ouvem, várias vezes ao dia, que ninguém gosta dela e que ela nem deveria ter nascido. Neste contexto, ela vai crescendo com baixa autoestima e quando se torna adolescente pode até chegar ao suicídio.
Muitas vezes não são os pais que maltratam, mas seja lá quem for essas atitudes interferem na autoestima da vítima e pode prejudicá-la sem que os pais saibam e isso pode está ocorrendo até na escola. O pior de tudo isso, é que a vítima, por vergonha, não conta que está sendo constrangida e por isso os pais devem questionar esse assunto com muita parcimônia para detectar uma possível ocorrência desses fatos.
Alguns sintomas de baixa autoestima devem procurar ser percebidos como, por exemplo, fragilidade emocional, perda da autoconfiança, insegurança nos relacionamentos, perda do próprio valor, desânimo, dificuldade para estudar, ficar ligado ao celular horas e horas seguidas, considerar-se incapaz, dificuldade de auto aceitação, medo da rejeição, dificuldade de lidar com as críticas e, entre outros, medo de enfrentar desafios.
De fato esses sintomas podem passar despercebidos pelos pais, mas eles podem ser detectados através de muita sutiliza e com tratamento psicológico. Devido todos esses fatos, há de ficar esclarecido que investir na saúde mental é a melhor solução para resolver qualquer problema à nível psicológico e esse investimento inclui amor, o qual excede todo entendimento.
Médica formada pela UFF
Título em Medicina do Trabalho/ANANT
Perita em Tráfego/ABRAMET
Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED
Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP
Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL
CRM-RR 339 RQE 341
Advocacia e a construção de uma sociedade mais justa
Helano Márcio Vieira Rangel
Advogado, docente da Estácio
No antigo estado francês da Bretanha, na Alta Idade Média, viveu um aluno de São Tomás de Aquino que foi alçado à santidade pela pureza e destemor de seus atos em defesa dos desfavorecidos. É dele a célebre frase – “Jura-me que tua causa é justa e eu a defenderei gratuitamente”. Ele, no mais puro exemplo de amor cristão, inaugurou um serviço de assistência judiciária gratuita que anos mais tarde viria a inspirar a atual instituição da Defensoria Pública. Seu nome é conhecido como Santo Ivo, padroeiro dos advogados.
Ao longo de centenas de anos até o presente século, não se mensura a importância do exercício da advocacia para a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária. Não por menos o advogado é essencial à administração da Justiça, exercendo múnus público de impreterível função social. Tal se deve ao fato de que o seu acesso à justiça é condição básica para a dignidade da pessoa humana.
Nossa missão é não apenas a de defender a boa causa, mas atuar com altivez e sensibilidade para pacificar o conflito social e garantir a plena consecução da Justiça. Como diria argutamente Ruy Barbosa, é mais que uma profissão, é de uma dignidade quase sacerdotal. E, assim sendo, deve mostrar a sua dignidade em cada ato, desde a empatia pelo sofrimento do cliente até o zelo, ética e transparência na condução da causa, passando pelo não aviltamento de honorários.
A verdadeira advocacia não é o comportamento arrogante e distante típico dos inseguros, antes é o engajamento ético e zeloso com a causa e a pureza de propósitos em relação ao cliente. É conectar-se com a sua angústia em paradigma de horizontalidade e sensibilidade. Feliz é o verso solto do poeta e advogado Quintino Cunha quando registrou: “Na história da teimosia, entre a rudeza e a arrogância, é tão forte a ignorância, tão cruenta, tão mendaz, que a própria Sabedoria; de tudo, sabendo tanto, não pôde saber de quanto, o ignorante é capaz.”
Neste dia 11 de agosto, Dia do Advogado, que toda a classe reflita sobre a nobreza da mais bela das profissões e que sejamos dignos de nosso status pela promoção irrestrita do Estado democrático de Direito e dos direitos fundamentais.
Vamos colher os frutos
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. (Rui Barbosa)
Vamos caminhando por veredas escolhidas por nós mesmo. E é na caminhada pelas veredas que plantamos as sementes que serão produtoras dos frutos que colheremos no futuro. É importante que não fiquemos esperando resultados relâmpagos. Cada um de nós é responsável pelo futuro. O que nos orienta para que plantemos sempre adubando a semente com bons pensamentos e planos de melhorias para o mundo.
Assistindo aos telejornais, notícias sobre o falecimento do Jô Soares, lembrei-me disso. E n
esses momentos recorro, na lembrança, a palavras edificantes, ditas pelos que plantam o carvalho. Aí lembrei-me do Bob Marley: “Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. Que é o que engrandece a pessoa, no que ela faz. Porque ela, com certeza, sabe que tem que fazer o melhor no que faz, seja o que for. Desde que o feito sirva de exemplo para os que estão fazendo. Alguém também já disse que: “Se Colombo tivesse desistido da sua missão ninguém o criticaria. Mas, com certeza, ninguém se lembraria dele, hoje”.
Refletindo sobre isso, sorri lembrando-me de um episódio singelo. Foi no final da década dos setentas. Meu sobrinho, Adelmo, trabalhava na Biblioteca, ali em frente ao Teatro, no Rio de Janeiro. Eu morava em São Paulo, e frequentemente ia ao Rio. Em todas as idas, eu almoçava sempre com o Adelmo. E por isso eu ia à Biblioteca, com frequência. Naquela tarde eu ia saindo da Biblioteca e quando ia atravessando a calçada, um carro parou e um cidadão desceu do carro, quase correndo e quase me atropelou. Parei, fiquei olhando para ele, que já entrava na Biblioteca. Acredite, era o Jô Soares. Balancei a cabeça e atravessei a rua sorrindo.
Voltemos à conversa de início. Ninguém se lembraria tanto do Jô, hoje, se ele não tivesse plantado o carvalho para a sombra de hoje. Onde ele está agora, não sei nem imagino, mas sei que ele permanecerá nos corações dos seus admiradores, por muito tempo. E com certeza, ele sabia disso. Mas, o mais importante é que se refletirmos sobre seu trabalho, veremos que ele nunca buscou essa vereda, com anseio nem vaidade, mas com profissionalismo e conhecimento sobre relações humanas.
Nunca procure imitar o Jô. Mas não deixe de seguir seu caminho profissional, pisando sempre sobre suas pegadas. Tantos outros homens e mulheres já iluminaram nossos caminhos, e nem sempre observamos a importância, observando os faróis que nos guiam em alto mar. Afinal somos os timoneiros do nosso destino. Pense nisso.
99121-1460