Lula e Alckmin: a recuperação da institucionalidade e da dimensão inclusiva
Celso Luiz Prudente
Éder Rodrigues dos Santos
Na perspectiva lulista, com seu histórico popular, os movimentos sociais e populares, povos tradicionais, isso é, as populações íbero-ásio-afro-ameríndias, juntamente com afrodescendentes, comunidade LGBT, homoafetivos e mulheres são os maiores lutadores contra o pensamento vampirizador e colonizador do euro-hétero-macho-autoritário. No jogo da política institucional, quem tem a cara, a coragem e a alegria telúrica do povo brasileiro leva vantagem em campo.
A beleza e a ginga desse jogo pressupõe colocar a competência da emergência epistemológica das minorias miscigênicas na administração pública do país, pois Lula é multirracial, uma miscigenação genuinamente brasileira, cujas marcas históricas estão na formação política construída no chão de fábrica, no respeito e cuidado com o trabalhador. A feição da gestão lulista permitirá brilhar a voz e a vez do afro-ameríndio, no qual pode projetar-se na necessidade de um Itamaraty menos embranquecido e mais democrático, com saúde, educação, segurança marcadas pela africanidade e a ameríndinidade brasileiras, elementos ontológicos que fazem pulsar o coração pluridiverso do Brasil.
O desafio do novo governo que assume em janeiro de 2023 é oportunizar o caminho de liberdade para as minorias e para a maioria minorizada, que são as mulheres e os afrodescendentes, ampliando o emprego e combatendo as desigualdades estruturais, resultado do paroxismo no desvairado e intransigente anacronismo excludente. A chapa favorita nas eleições, vitoriosa no primeiro turno, composta pelo ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vislumbra a esperança e recupera a institucionalidade em prol da construção de uma democracia substancial. A educação é uma das áreas mais promissoras, pois representa a libertação de um processo engessado em que mergulhou o ensino e a pesquisa, fazendo retroceder o trabalho de instituições importantes no Brasil.
Entretanto, esse encontro dialógico entre a gênese de um líder sindical nordestino, com a nuance miscigênica da ruralidade telúrica solidária do caipira presente no sacro exercício da medicina, que se fez presente na essência da gestão do maior estado do país, vai além de nossas expectativas: permite-nos esperançosamente pensarmos na promissora política a favor dos direitos conquistados que se aplicam à imagem do íbero-afro-ásio-ameríndio que não aceita mais sua história marcada pela exclusão em todas as escalas sociais.
O panorama geoeleitoral que se apresentou no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 nos oferece um breve diagnóstico da consciência de classe atingida pelo povo brasileiro miscigênico, notadamente, os mais afetados pela desigualdade social. Nas regiões Norte e Nordeste Lula venceu. Mas foi no Nordeste que a chapa Lula/Alckmin ganhou em todos os estados e conquistou a esmagadora vantagem de 12,9 milhões de votos em relação ao segundo candidato.
Na possibilidade de por fim ao embranquecimento patalógico da política institucional, impregnada na violência da necropolítica colonial, está a força da aliança Lula e Alckmin. Inaugura-se, desse modo, um momento histórico que servirá de exemplo para muitos países, que enfrentam graves crises com a ascensão de governos autoritários e falta de opções saudáveis nas urnas, convivendo com um clima de guerra e medo constantes. No Brasil, ao contrário, temos em Lula e Alckmin a oportunidade de construirmos um país pacificado, sem medo, com liberdade e com a garantia de avanço para a construção de uma verdadeira democracia, permitindo que o Brasil tenha a cara de todos os brasileiros, sem racismo ou qualquer tipo de preconceito.
Queremos deixar de ser um país que apenas planta e exporta bilhões em alimentos para o mundo, mas que, em contrapartida, tem 33 milhões de brasileiros que passam fome. Isso exige, não um “projeto de nação”, que é uma capitulação com a verticalização patricarcal do eurocaucasiano, mas urge “um projeto civilizatório”, no qual a presença da governança e da representação multirracial esteja presente, com a recuperação do sorriso da feição de todos os brasileiros.
Celso Prudente é Livre-Docente em Cultura, Cinema e Hermenêutica pela Faculdade de Educação da USP – FE/USP. Doutor em Cultura pela Universidade de São Paulo – FEUSP. Pós-Doutor em Lingüística pelo Instituto de Estudos da Linguagem – IEL/UNICAMP. Professor Associado da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT. Antropólogo, Cineasta. Curador da Mostra Internacional do Cinema Negro. Pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação – CELACC ECA USP. Apresentador e Diretor do Programa Radiofônico: QUILOMBO ACADEMIA, da Rádio USP, FM 93,7 de São Paulo.
Éder Santos é jornalista, cineasta, sociólogo, doutorando em Geografia pela UNIR, editor de publicações científicas da UFRR, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Cultura e Modos de Vidas Amazônicos (UNIR) e da Mostra Internacional do Cinema Negro.
Bom mesmo é saber viver
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante”. (Charlie Chaplin)
O significado da vida depende de como a vivemos. Ir à luta exige determinação. Lutar sem determinação é se entregar. E a vida é uma luta que exige coragem e preparo para a batalha. Não devemos ficar esperando que as coisas mudem e melhorem, a responsabilidade é de cada um de nós. Quando fazemos o melhor estamos contribuindo para as mudanças. Se estamos em um mundo em evolução somos responsáveis pelas mudanças, porque sem mudanças não há evolução.
Vamos caminhar nas veredas do progresso. E não há progresso sem luta, sem determinação, sem coragem para vencer. Nunca se sinta incompetente baseado no valor que você dá à sua tarefa do dia a dia. Porque nã
o importa o que você faz, o que interessa é como você faz. Seu valor está em como você faz o que faz. Viva sua vida dedicada ao próximo. É na nossa dedicação que mostramos o que realmente somos. Quantos erros já praticamos e não aprendemos com eles. Quantos acertos foram desperdiçados por não sabermos aproveitar os resultados. O que indica que ainda precisamos aprender a viver.
Nunca perca seu precioso tempo se preocupando com os erros. O importante é que não os menosprezemos, mas aprendamos a não os cometer na próxima jornada. O próximo acerto será resultado positivo do que aprendemos com o último erro. Simples pra dedéu. Afinal de contas, estamos todos na Universidade do Asfalto. É nas caminhadas do dia a dia que aprendemos a caminhar na direção da racionalidade. E a racionalidade exige aprimoramento mental. E não progredimos, mentalmente, mantendo nossas mentes ocupadas com o inferior. Respire e mantenha sua mente calma, independentemente do acontecimento que a está perturbando. Tudo pode mudar quando sabemos o valor das mudanças para o melhor.
Nunca se deixe levar pelo medo. Ele é o maior desastre para quem não é capaz de vencê-lo. Mantenha coragem no que você faz. Mas procure fazer sempre o que é melhor, não só para você, mas para os outros. Eles fazem parte do mundo que vivemos. Sorria sempre. Nada de medo tolo, de parecer tolo com seu sorriso. O importante é que ele seja sincero. A sinceridade faz parte da educação. Vamos nos concentrar mais no valor da educação. Vamos educar as crianças para que elas sejam o patamar da educação futura. Porque só assim o mundo em que vivemos mudará para melhor. Seja simples para com sua simplicidade colaborar para com as mudanças. Pense nisso.
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