Educação ambiental começa na infância
Marcellus Campêlo
Engana-se quem pensa que as crianças estão alheias aos problemas relacionados ao meio ambiente. Cada vez mais cedo, palavras e expressões que demonstram a preocupação com o planeta e o futuro passam a fazer parte do vocabulário infantil. Efeito estufa, desmatamento, mudanças climáticas são assuntos que não estão mais restritos às rodas de conversas dos adultos. Fazem parte do conteúdo escolar das crianças e adolescentes, das conversas em família e estão na mídia e nas redes sociais.
A sueca e ativista ambiental Greta Thunberg, com apenas 16 anos, em 2019, chamou a atenção de líderes mundiais na Cúpula das Nações Unidas sobre Ação Climática. É inegável a posição de respeito que conquistou e não somente com o público da sua faixa etária. Ela é a prova viva de que, cada vez mais cedo, as pessoas estão se dispondo a refletir sobre a preservação do meio ambiente e a se engajar em projetos que tenham como foco a proteção à natureza.
No mês dedicado às crianças, faço essa menção, destacando aqui a importância da educação ambiental aplicada desde cedo, ainda na infância, para que a semente se espalhe e renda bons frutos. É muito bom ver os pequenos envolvidos em discussões que têm tudo a ver com os desafios que irão enfrentar no futuro, ou seja, a preservação dos recursos naturais, a busca por alternativas sustentáveis para o consumo e a proteção à fauna e à flora, por exemplo.
No Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), em execução pelo Governo do Amazonas, as crianças são peças fundamentais. A Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão responsável pelo Prosamin+, procura envolver as que moram nas áreas de intervenção do programa em ações voltadas à educação ambiental. Elas participam de visitas guiadas a parques e atividades lúdicas durante as quais podem ter contato mais direto com a natureza e ao que ela proporciona.
A educação ambiental ajuda a abrir os olhos das crianças para esses temas e a valorizar e respeitar a natureza e todo o planeta. E não deve ser incentivada apenas na escola. Em casa, os pais também cumprem importante papel nesse processo de educar para que se construa um mundo melhor.
Isso pode ser feito em volta da mesa de refeições, nos momentos de lazer e diversão e nas conversas mais sérias e pontuais. Todos os momentos são oportunos e adequados para que se possa falar sobre o lixo que é gerado por nós, o descarte correto, o consumo responsável de água e energia, a importância dos alimentos e como eles chegam até o nosso prato.
A leitura sobre o tema também deve ser incentivada, assim como o plantio de árvores, hortas, o cuidado com as plantas, a seleção dos resíduos, separando em casa o que pode ser reciclado. Tem também filmes e séries infantis que podem ajudar nesse processo de promover o despertar da consciência crítica e a busca pelo consumo consciente, reduzindo, com escolhas responsáveis, o impacto ao meio ambiente.
É preciso levar as crianças a raciocinarem, desde já, sobre os efeitos que suas escolhas terão a médio e longo prazo para o planeta. A observarem que a qualidade de vida depende muito de como a natureza é tratada por todos nós. E mostrar que é possível, sim, construir dias melhores a partir de ações imediatas e que esses ensinamentos devem ser cultivados pra vida toda.
Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico.
Nicotina e suas consequências
Marlene de Andrade
“Eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, porque eu estou contigo.” (Isaías 41:13)
O tabagismo é uma dependência a nicotina podendo desencadear inúmeras doenças como, por exemplo, impotência sexual no homem, menopausa precoce, angina, in
farto agudo do miocárdio, enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, hipertensão arterial, catarata, acidente vascular cerebral, trombose, câncer de estômago e de pâncreas, aneurisma, câncer colo de útero e vários outros tipos de câncer como o de pulmão, laringe, faringe, esôfago e fígado.
Os tabagistas desencadeiam doenças com muito mais frequência do que as pessoas não tabagistas, pois eles têm a saúde muito comprometida e acabam se tornado pessoas mais fragilizadas em relação aos que não fumam.
Nesse viés, cabe uma pergunta: como é possível entender que existam pessoas que gostam de fumar tabaco, mesmo sabendo que estão acabando, pouco a pouco, com as suas próprias vidas? Não dá para entender tal ofensa a si mesmo e quem deve estar sempre dando pulos de alegria são os fabricantes de cigarro e enquanto eles se enriquecem à custa da desgraça alheia, o povo dependente da nicotina vai abreviando suas vidas em tempo recorde.
É verdade que parar de fumar é extremamente difícil, muito difícil mesmo, mas o governo, desde 2002, através do SUS, vem oferecendo tratamento gratuito para as pessoas se livrarem dessa dependência, a fim de que elas possam ter uma vida mais saudável, contudo a maioria delas não querem saber disso e vão tentando deixar esse terrível mal por conta própria, tentativa essa quase impossível, e que pode não dar certo, a não ser que haja muita força de vontade dessas pessoas para abandonar esse terrível vício.
Algo que atrapalha muito a tentativa delas se livrarem dessa dependência é a sensação de ansiedade com inúmeros sinais e sintomas, pois o corpo pode ser afetado pela liberação de substâncias como a noradrenalina e o cortisol, as quais aumentam a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos gerando apreensão, insônia, dificuldade de concentração, boca seca, angústia, tonturas, tremores e entre outros, dificuldades para relaxar.
Sendo assim, os adultos devem trabalhar com a prevenção dessa dependência com crianças pequenas e as escolas deveriam dar essas informações tanto as crianças quanto aos adolescentes e até mesmo aos jovens. E o pior de tudo isso, é que quanto mais cedo o adolescente começa a fumar, mais complicações surgirão no seu organismo e mais difícil será sair dessa dependência. É por isso que prevenir é a melhor escolha.
Marlene de Andrade
Médica do Trabalho/ANAMT- AMB
Técnica de Segurança do Trabalho- SENAI/IEL
Democracia política…
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Não se pode separar a democracia política da democracia social. Nenhum cidadão pode ser considerado apto para votar se não lhe forem dadas as três garantias seguintes: 1) ser livre de qualquer forma de exploração; 2) gozar de oportunidades iguais às dos outros cidadãos para desfrutar um justo quinhão da riqueza nacional; 3) ter o espírito libertado de qualquer preocupação capaz de lhe enfraquecer a segurança futura”. (Gamal Abdel- Nasser)
Quando será que iremos acordar para sair desse círculo de elefantes de circo. Porque enquanto ficarmos nos levando pelos bla-bla-blas políticos, continuaremos marionetes de uma democracia que ainda não existe entre nós. Continuamos e continuaremos caminhando por veredas que nos indicam, quando deveríamos escolher a vereda que nos levaria à democracia. Temos tudo para ser um país calcado na democracia. Mas ainda vivemos como tolos, brigando pelo que não nos interessa. Nossas discussões política não vão além de briguinhas comadrescas sem sentido.
Nossos políticos ainda não entenderam que tudo que um administrador público faz é apenas parte do que ele deveria fazer. O que não leva ninguém à discussão. O Gamal também disse: “Construir fabricas é fácil, construir hospitais e escolas é possível; mas construir uma nação de homens é tarefa longa e árdua”. Não vamos resolver o problema da nossa educação apenas construindo escolas. Nunca iremos resolver o problema da saúde apenas construindo hospitais. Chega de discussões tolas e vazias que, infelizmente, ainda levam a população à loucura. Porque o que vemos é realmente uma loucura. Vamos acordar e pôr os pés no chão. Vamos parar de ficar pairando sobre nuvens negras.
Nossa educação está realmente no nível mais baixo. E não estamos exagerando. O que vemos e ouvimos de tolices e de descontrole social, não está no gibi. E continuaremos assim se não fizermos a nossa parte, na tarefa árdua de construir cidadãos de fato e de direito. Porque nunca o seremos enquanto não nos conscientizarmos do nosso atraso na cidadania. E devemos começar pelo mais simples que é o direito do cidadão, no voto. Até quando iremos continuar seguindo nosso caminho pela indicação dos que não se interessam pela nossa cidadania.
Pare de gritar e comece a analisar a nossa situação como cidadãos que não somos de verdade. Domingo iremos às urnas para votar naquele que tenha falado mais e mais agressivo. Como se a democracia fosse uma obrigação e não
um dever. E é por isso que continuamos votando por obrigação, quando o cidadão vota por dever, e não por obrigação. Reflita e vote conscientemente. Pense nisso.
99121-1460