Exportação como oportunidade para empresas de Roraima
O Estado de Roraima, pela sua condição fronteiriça, possui uma vocação natural para o comércio exterior, seja na importação ou na exportação de bens e serviços. Desde a década de 1990, quando foi realizado o asfaltamento da BR-174 até à Venezuela, o fluxo de pessoas e o intercâmbio comercial têm se intensificado. Mais recentemente observamos a expectativa do asfaltamento da estrada que liga Bonfim-RR até Georgetown, capital da Guiana, e uma maior integração com miras a aproveitar o “boom econômico” atravessado pelo país vizinho, produto da descoberta e exploração de petróleo na sua costa, bem como a exploração de uma rota logística mais eficiente que consiga conferir aos produtos brasileiros maior competitividade no mercado global.
Segundo dados do Ministério da Economia, entre os anos de 2017 e 2021, as exportações roraimenses cresceram mais de 700%, impulsionadas por fatores diversos como a crise na Venezuela, que viu sua indústria inviabilizada e passou a depender de importações para suprir sua demanda de produtos básicos, bem como o advento da produção em alta escala da soja roraimense, um dos comodities mais valorizados no mercado internacional. Neste contexto, são crescentes as oportunidades para as empresas roraimenses no setor de exportação, mas então os empresários locais podem estar se perguntando, por que exportar? E como pode a minha empresa que, até hoje, sempre trabalhou no mercado local promover sua internacionalização?
A exportação é uma atividade que traz inúmeros benefícios às empresas, os quais não seria possível explanar em sua totalidade neste artigo. No entanto, apresentaremos aqui alguns dos principais. Primeiramente, é preciso destacar que a consequência imediata da exportação é a expansão do mercado atendido pela empresa, que tem como consequência direta o aumento das vendas e do valor intangível de sua marca, uma vez que é um produto que tem presença global. Diante disso, a empresa pode até evitar a sazonalidade do mercado local, evitando a ociosidade de sua linha de produção e aumentando sua competitividade, ou seja, produzir mais e a um preço mais baixo. A diversificação de mercados também funciona como uma proteção contra crises econômicas, uma vez que, se um país sofre uma retração no consumo, o outro mercado pode compensar a demanda, evitando assim perdas para a empresa.
Outro atrativo da exportação é a potencialização de lucros por meio do câmbio. Eu explico, vendendo para mercados de poder aquisitivo maior e moeda forte é possível alcançar melhores preços de venda, melhorando consideravelmente o resultado da empresa quando comparado ao mercado local. É o famoso “vender em dólar”. Além disto, outra grande vantagem de se vender para o exterior é o fato de poder driblar a nossa pesada carga tributária. A atividade exportadora é imune a boa parte dos tributos como IPI, PIS, COFINS e ICMS, partindo do princípio da organização mundial do comércio que determina que não se pode exportar tributos e se deve evitar a dupla tributação.
As organizações que operam vendas para o exterior ainda contam com linhas de crédito subsidiadas e taxas de juros internacionais muito mais baixas que as taxas nacionais para amparar suas operações. As principais e mais populares linhas são o ACC, ACE e PROEX. O Adiantamento sobre contrato de Câmbio- ACC financia a produção do bem que ainda será exportado, antes mesmo do pagamento do importador, porém, uma vez que a empresa já tenha o contrato de venda firmado. Já o Adiantamento sobre cambiais entregues-ACE possibilita ao exportador receber o valor por adiantado correspondente a seu contrato de câmbio uma vez embarcada a mercadoria, enquanto este pode outorgar ao seu cliente no exterior um prazo maior de pagamento. O PROEX é utilizado por micro e pequenas empresas que desejam financiar suas operações de exportação e conta com um prazo de pagamento maior e mais flexível.
Diante do exposto, ficam evidenciados os benefícios da exportação, no entanto é fundamental destacar que a exportação é uma atividade nobre e tem uma fundamental importância para a estabilidade macroeconômica do país. É principalmente através dela que o país obtém divisas para honrar seus compromissos internacionais, bem como para pagar as importações de tudo aquilo que o país não produz, produz em quantidade insuficiente ou a um custo superior.
Como citado por Kleber Fontes em seu livro “Exportação Descomplicada”, no Brasil, devido às dificuldades de empreender, criou-se uma mentalidade entre os empresários de que exportar é muito complicado, por isso, cabe a nós profissionais da área desmitificar esse fato e provar que exportar é uma atividade viável e possível de ser realizada, desde que, assistida por profissionais competentes. Por ser uma atividade abrangente e transversal, que demanda conhecimento de várias profissões, o comércio exterior demanda capacitação por parte da empresa e a utilização de mão de obra qualificada. O perfil do graduado em comércio exterior ou em relações internacionais é o mais indicado por ter visão ampla sobre as diferentes fases da negociação internacional.
Para empreender no mercado global é preciso planejamento e preparação por parte da organização. Sendo assim, para facilitar a vida dos empresários o Centro Internacional de Negócios da Federação das indústrias do estado de Roraima, com participação de organizações parceiras como Sebrae-RR, Governo de Roraima, Prefeitura de Boa vista, Receita Federal, Suframa, Apex-Brasil e Ministério da economia, operam o Plano Nacional da Cultura exportadora-PNCE que visa ajudar empreendedores roraimenses a se projetar no mercado internacional. O PNCE prevê o mapeamento de competências e requisitos para internacionalização das empresas atendidas, entrega de avaliação de maturidade internacional com detalhamento de pontos fortes e oportunidades de melhoria, e Plano de Ações para Internacionalização personalizado. Esta avaliação de maturidade é totalmente gratuita, e será obtida pela empresa após o preenchimento de formulário de perfil empresarial. A partir daí um profissional acompanhará a empresa e entregará um plano mostrando a trilha a ser seguida para a internacionalização, com sugestões variadas que podem ir desde adequação de embalagem até a melhoria de processos na empresa. Para se inscrever no programa de forma gratuita os interessados devem acessar o site https://sistema-pnce.economia.gov.br/ ou entrar em contato com os Centro Internacional de negócios da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIEr), por meio do 40095409 e/ou [email protected] .
Ivan Gonzalo
Analista de Comércio Exterior de FIER
40095409 e/ou [email protected]
Vamos ser nós mesmos
Afonso Rodrigues de Oliveira
“As relações humanas constituem a ciência de se proceder com as pessoas de tal maneira que nossa autoestima e a autoestima das pessoas permaneçam intactas”. (Les Giblin)
Vamos dar um tempo nessa correria em busca do que já temos. É só se reconhecer no que é, e procurar melhorar se não estiver satisfeito no que é. Simples pra dedéu. É só ser racional e parar de querer que os outros façam por você o que você mesmo deve fazer. Tudo que há de errado na sociedade humana depende do comportamento racional do ser humano. Todos os erros que enfrentamos no nosso dia a dia, é responsabilidade de cada um de nós. Tudo é resultado do que foi feito, ou produzido no passado. O que indica que devemos mudar. E nunca mudaremos se continuarmos com essa caretice de ficar botando a culpa nas outras pessoas.
Vamos assumir o papel importante que temos, como responsáveis por nós mesmos. Ninguém pode nos educar. Ainda nos educam com orientações dos outros. Então vamos ser responsáveis e assumir o nosso dever de nos educarmos. E nunca nos educaremos enquanto ficarmos perdendo tempo com briguinhas e discussões sem sentido. E isso não está só na chamada política. Está no nosso dia a dia, nos contatos pessoas. E não sairemos desse balaio, enquanto ficarmos nos preocupando com erros dos outros. Vamos estar mais atentos aos nossos próprios erros e corrigi-los na racionalidade.
Vejamos o que é melhor para nós. E certamente o que for melhor para nós será melhor para os outros, desde que sejamos racionais. Então vamos nos aprofundar no conhecimento da racionalidade, para que possamos ser o que queremos ser. Não vamos ficar esperando pelo resultado que queremos que os outros nos deem. Vamos nos educar de acordo com o andamento do andor, ainda que o santo seja de barro. Levemos o assunto a sério e cuidemos da nossa educação. Mas não nos esqueçamos de que a educação não depende só de salários nem construções. Já sabemos que a boa educação começa dentro do lar. O que exige que nos eduquemos para educar os nossos filhos, para que eles eduquem os filhos deles, e assim por diante.
Vamos prestar mais atenção ao positivo do que ao negativo. O negativo existe, mas deve ser jogado para o lixo do esquecimento. Temos um mundo para mudar, e não devemos esquecer de que cada um de nós tem o dever de fazer sua arte, educadamente. O Moysés Hause, (assim mesmo, com A), já falou, no nosso papo: “O bom exemplo sempre foi e sempre será a melhor didática”. Então vamos ser um bom exemplo para os nossos filhos, para que eles possam ser exemplo para os nossos netos no futuro dos seus filhos. Pense nisso.
99121-1460