Opinião

Opiniao 14796

Rota de fuga, Fugindo de Mim

Afastem-se de toda forma de mal. (1 Tessalonicenses 5:22)

Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, juntamente com os que, de coração puro, invocam o Senhor. (2 Timóteo 2:22)

Existem momentos na caminhada em que seguimos no automático, sem vigiar e acabamos por nos acomodar e as poças de lama que pisamos ao longo da trajetória já não nos incomoda a ponto de pararmos para nos lavarmos. Então, continuamos sujos mesmos. E quanto mais enlameado, mais ela impregna em nós, vai secando e mais dura vai ficando.

Mas ao contrário de nós, Deus não age no automático. Age por Graça, misericórdia e amor. Então nos para, intervindo e iluminando o caminho para nos fazer olhar para toda aquela lama impregnada em nós e sentir nojo por estar sujo. É quando nos rendemos e pedimos: “Senhor venha nos limpar, nos ajuda a caminhar longe da lama”. Ele vem em nosso auxílio, através do Espírito Santo e tira toda aquela crosta de sujeira que um dia grudou em nós.

“Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (1 Coríntios 10:13)

Entendemos que para prosseguir na caminhada limpos só há uma forma, fugir do caminho onde estão as poças de lama e trilhar O Caminho, estrada que leva a Deus e que nos faz andar na Luz. A caminhada só vale a pena quando ela é uma rota de fuga de nós mesmos e vai de encontro a Jesus.

Então, fugir de si é seguir O Caminho estreito, onde A verdade será encontrada ao longo da caminhada. No qual, cada passo dado trará o fôlego Da Vida, combustível para perseverar. Levando-nos a permanecer limpos.

Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”. (Mateus 7: 13 e 14)

Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. (João 14:6)

Fugir de si é ter a carne desnutrida, e o espírito alimentado é saciado pelo Pão da Vida. É ter um coração caído que está sendo levantado pelo Espírito Santo. É ser guiado em verdes pastos, vales, desertos, tempestades e dias ensolarados, pelo Bom Pastor.

E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. (João 6:35)

Fugir de si é perder para o Eu e encontrar domínio próprio no Espírito Santo, permanecendo na Videira, Jesus. É renunciar para fazer a vontade de Deus. É negar o nosso Eu, ego, mas não é negacionismo.

Fugir de si é se desmascarar, produzindo frutos de arrependimento. É ser quem Deus nos criou para ser e não quem a sociedade diz que devemos ser. É caminhar onde a Luz do Mundo é quem ilumina. É ser um novo homem e ter um alvo, ser imitador de Jesus.

Fugir de si é deixar de ser guiado por um coração enganoso e volúvel (sentimentos), tomar a cruz e seguir Jesus. É decreto de morte todo dia. É sepultar os requisios do velho homem que ainda nos habita. É não permitir ser zumbi e ter vida, por ter Cristo vivendo em si.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20)

Por fim, siga pela rota de fuga de si mesmo, corra o máximo, vá para o mais longe, onde não conseguirá mais ouvir a sua voz, nem ouvir os barulhos na estrada, só escutará  a voz de Deus cada vez mais audível. Pois está se mantendo longe dos caminhos enlameados e seguindo ao encontro de Jesus, trilhando O seu caminho.  Fuja e vá ao encontro de Jesus.

Debhora  Gondim

Agora é fechar o nariz e votar.

Neste domingo, chegamos ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Confesso que jamais vi uma campanha tão sórdida. Mentiras, ataques à honra dos candidatos, baixaria de ambos os lados, desobediência civil e outras coisas impublicáveis. Diante disso, podemos classificar de puro ódio o que está acontecendo. Com o país rachado, temos um antagonismo fora de controle, em que uma pessoa ao ostentar um simples adesivo do seu candidato provoca uma revolta de pôr em risco a liberdade individual de escolha. É preocupante o que pode ocorrer ao ser proclamado o resultado na noite de domingo, quando a parte derrotada poderá destilar a sua raiva contida na campanha. Seria bom se a posse do vencedor pudesse apagar todas as rugas e rixas dessa campanha. Mas, não será. O clima de beligerância deve continuar.

O país não está apenas dividido, mas dilacerado por suas contradições e seus erros históricos como a desigualdade. Uma campanha presidencial dominada por mentiras, meias-verdades, promessas descabidas e inexequíveis, além de uma agressividade acima de todos os limites civilizados, é o reflexo de um país que está à deriva, e assim permanecerá, seja qual for o resultado da eleição do próximo dom
ingo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar dos esforços, tem fracassado no controle da campanha. O TSE ficou a reboque da campanha eleitoral.

As promessas foram estapafúrdias e irresponsáveis. Um candidato promete picanha e cerveja para todos; outro garante que dará aumento acima da inflação para todos, quando não o fez nos quatro anos em que governou. A defesa da democracia, imprescindível diante das ameaças recentes, tem sido feita também através de desmandos e ilegalidades do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), paradoxo que revela uma situação limite que precisa ser superada pelas instituições democráticas que, definitivamente, que estão funcionando de forma capenga.

Ao contrário do que os candidatos fazem supor, no entanto, o apocalipse não está próximo, e há um país com muitos problemas a ser governado. Comparar o Brasil de 2002 ao Brasil de 2022 é reconhecer que o País mudou muito e, ao mesmo tempo, continua essencialmente o mesmo. Os desafios econômicos e sociais são quase idênticos há 20 anos, e incluem a necessidade de reformas estruturantes, políticas sociais consistentes e o equilíbrio fiscal como condições para o crescimento. Nenhum desses temas, no entanto, foi discutido com profundidade durante a campanha neste ano. Pelo contrário: o baixíssimo nível prevaleceu, para deleite dos fanáticos que vibram com a falta de decoro e decência de cada candidato.

Problemas muito palpáveis e visíveis, como o avanço da miséria, o retorno da fome, o aumento da inflação e o pífio crescimento econômico – legados do governo Bolsonaro –, cederam lugar a discussões falso moralistas baseadas em desatinos, como o fim da família, a ameaça de fechamento de igrejas, a legalização das drogas, a liberação do aborto e a imposição de banheiros unissex para crianças em escolas, assuntos que nem sequer fazem parte das atribuições da Presidência da República. Incapaz de sensibilizar os pobres que votam em seu adversário, mesmo depois de ter movido mundos e fundos para tentar comprar seus votos, restou a Bolsonaro apelar para o “terreno das crenças e das paixões”.

Muitos dos cidadãos deste país abandonado por Deus vêem-se na dilacerante tarefa de votar em Lula, muitos pela primeira vez, para evitar o descalabro de termos mais quatro anos de Bolsonaro. Outros votarão a favor do presidente para impedir a volta ao poder do PT, da esquerda e sua rapinagem, que consideram outro descalabro, um desastre. Uma eleição em que os dois finalistas são os candidatos mais rejeitados não representa uma solução. Passaremos apenas de um estágio da crise para outro.

Em quem confiar? Temo que estejamos numa encruzilhada em que um dos caminhos nos leva ao pântano e o outro, ao abismo.

Como a terceira via não se viabilizou, agora é chegada a hora de ir para a cabine eleitoral, fechar o nariz e apertar a tecla.

Até o Papa Francisco apelou N. S. Aparecida para livrar o Brasil do ódio, da intolerância e da violência. Seja o Deus quiser.

Pobre Brasil, não merecia tal desfecho.

Luiz Thadeu Nunes e Silva

Engenheiro Agrônomo, Palestrante, cronista, escritor e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”. O sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra.

“Mente sã em corpo são”

Afonso Rodrigues de Oliveira

“De todos os animais, o homem é o único que não pode subsistir sem um governo”. (IBN-Khaldun)

Na verdade, ainda somos assim mesmo. Ainda não aprendemos a viver sem a orientação dos que não se orientam. Ainda não aprendemos a viver no que somos, mas no que dizem que somos. E, infelizmente, é a política que ainda não é polida, que nos desorienta, iludindo-nos em vez de nos apoiar. Mas ainda não pode ser diferente. A diferença está na maneira como deveríamos subsistir sem governos. E como nunca conseguiremos isso, vamos aprender a viver sem isso. A azáfama provocada pelo nosso despreparo na política, está tornando-nos animais sem direção. E não pense que isso é grosseria, é uma maneira de eu ver as coisas como elas realmente são, e estão.

Luiz XVI, na França, disse: “Se tivessem os legisladores promulgado tantas leis para recompensar as boas ações quantas promulgaram para instigar os crimes, o número de virtuosos teria aumentado mais pela atração da recompensa do que o número dos perversos tem diminuído pelo medo do castigo”. Certamente não teríamos tantas leis inúteis que só prejudicam, em vez de ajudar. Rui Barbosa também disse: “Quanto mais corrompida a república, mais leis”. O que precisamos é fazer o melhor na nossa educação para que possamos, pelo menos, melhorar o cenário político.

Saint-Just também nos disse: “Todas as artes produziram obras primas. A arte de governar só produziu monstros”. Mas não vamos ficar enfrentando monstros que podemos domesticar com nosso conhecimento racional. Vamos parar de ficar esperneando, tentando mudar o mundo com o despreparo na racionalidade. Vamos nos preparar para melhorar o mundo. E cada um de nós tem o poder de fazer isso. É só se civilizar. E nunca seremos civilizados enquanto não formos educados devidamente. Chega de mediocridades, na intenção ingênua de mudar o mundo sem mudarmos a nós mesmos.

Nunca seremos uma democracia enquanto não estivermos preparados para ela. Política é coisa séria e não deve ser levada com briguinhas medíocres e xingamentos fúteis. Vamos nos educar politicamente para que não precisemos ser obrigados a fazer o que devemos fazer por dever de cidadãos. Só quando entendermos isso seremos dignos e responsáveis pela nossa cidadania. Que é quando teremos a faculdade no voto, o que fará com que os partidos políticos sejam mais responsáveis pelos candidatos que nos apresentarão. Afonso Arinos disse que “Os partidos nacionais são arapucas eleitorais e balcões de vendas”. E eu assino embaixo. Vamos esfriar a cabeça e aguardar os resultados, nas urnas, no próximo domingo. Pense nisso.

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