Práticas de ESG, uma prioridade no mundo corporativo
Marcellus Campêlo
A preocupação com o futuro e o que ele nos reserva deixou de ser uma questão de foro íntimo e individual para dominar o mundo corporativo, em especial nos últimos anos. As empresas estão percebendo que não basta ter lucro e que as estratégias visando unicamente esse fim não são suficientes para mantê-las no mercado.
Lições ficaram com os impactos causados pela pandemia de Covid-19 e continuam a assustar com os efeitos das alterações climáticas no mundo. O futuro não parece ser tão promissor, nem mesmo para as organizações mais sólidas. Conforme o Fórum Econômico Mundial, até 2050, as alterações climáticas deverão causar a redução do PIB mundial em até 18%. É preciso agir, portanto, se quiserem mudar a rota.
Embalado nesse cenário de incertezas, ganha força dentro das empresas as práticas de ESG – sigla para abreviação, em inglês, de Ambiental, Social e Governança. Trata-se de um passo adiante do que já vinha sendo praticado em algumas organizações, sob a denominação de Responsabilidade Social. Agora, percebe-se um compromisso maior em não somente investir em ações socioambientais, mas adotá-las institucionalmente, porque o futuro dependerá das ações executadas hoje.
Além disso, não basta “alardear”, é preciso criar mecanismos de transparência que possam medir o grau de impacto do que está sendo realizado, um item extremamente necessário, em uma sociedade cada vez mais exigente.
Com isso, o conceito de sustentabilidade, representado pelas práticas de ESG, ganhou assim novo patamar nas empresas. Tratado como prioridade, passou a ser uma sinalização para o mercado, consumidores, investidores, dos propósitos da organização e o quanto está disposta a contribuir para a construção de um futuro melhor.
A sustentabilidade é um dos principais desafios enfrentados no mundo corporativo, hoje. É uma questão de vida ou morte das organizações. Ou repensam seus métodos produtivos e de negócios, ou terão vida curta, porque dependem, assim como todos, do meio ambiente e o que ele proporciona.
Passou a fazer parte da cartilha empresarial a adoção de políticas e de tecnologias que permitam a descarbonização e a redução dos impactos ambientais. Assim como, mecanismos de gestão que promovam a qualidade de vida e igualdade de gêneros, de condições e oportunidades a todos indistintamente, preocupações que também fazem parte das práticas de ESG.
Quem pensa em driblar o público com medidas rasas sob o invólucro de ESG, deve lembrar que o maior prejudicado pode ser ele próprio e o negócio que administra.
A adoção de práticas de ESG deve vir acompanhada de um processo genuíno e responsável, que envolve não somente a vontade de executá-las, mas o treinamento dos colaboradores para esse fim. E, muitas vezes, uma mudança geral na cultura organizacional, para que possa “virar a chave”, trilhar um novo caminho.
A diferença, o exemplo, tem que vir de dentro, com pequenas ações responsáveis, que envolvem a coleta seletiva de resíduos, o uso consciente de energia e água, a reutilização, o respeito ao meio ambiente.
Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico.
Aceite-a como ela é
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Bendita crise que vai me revelar minha própria sabedoria”. (Mirna Grzich)
A crise sempre revelou as sabedorias, nós é que raramente somos capazes para entender e aprender com elas. Ainda não aprendemos a aprender com os erros, sejam nossos ou dos outros. Sempre preferimos rir ou chorar, com os erros dos outros, e menosprezar os nossos próprios. Sejamos mais espertos para sermos mais expertos no assunto. As crises são necessárias para a evolução da humanidade. E como não aprendemos, ainda perdemos tempo, ouvindo críticas e comentários vazios, sobre o descontrole político, do nosso querido e desentendido Brasil.
E já que ainda não entendemos, deixamos os problemas para os entendidos. E como eles são poucos, vamos nos preparar para melhor a situação. E só conseguiremos isso com educação. Então vamos nos educar, para educar. E como já sabemos que a educação começa no lar, vamos estar preparados para educar nossos filhos. E pelo que estamos vendo, a canoa continua furada e afundando. Você se lembra da piadinha que já contei, por aqui, sobre o barqueiro da canoa furada? Um cidadão teve que atravessar um rio e contratou um barqueiro. Na travessia, ele iniciou um papo com o barqueiro, perguntando-lhe sobre se ele sabia ler, se sabia escrever, ou fazer isso ou aquilo, tudo que o barqueiro não sabia. Já na metade do rio e no meio mais fundo, o barqueiro arregalou os olhos. Ele viu que o barco estava furado, e sendo invadido pela água. Aí o barqueiro perguntou para o cidadão:
– O senhor sabe nadar?
O cidadão, com um sorriso, respondeu:
– Não. Isso eu ainda não aprendi.
O barqueiro sorriu e falou:
– Pois eu sei!
Nunca se julgue superior por acumular saberes. Os saberes são um escudo, na defesa contra a ignorância. E quando acumulamos saberes, sabemos que é nossa missão passá-los para as outras pessoas. E nunca conseguiremos isso menosprezando o desconhecimento do próximo. Às vezes somos fracos por nos considerarmos os
donos do saber. Na verdade, quando sabemos não discutimos, apenas repassamos o saber para os que ainda não sabem. Mas só conseguiremos isso com educação e respeito. Eduque seu filho, para que o professor dele o ensine a viver a educação que ele aprendeu no lar. Porque a escola ensina, enquanto os pais educam. Só quando entendermos isso educaremos de verdade. Vamos parar de mandar nossos filhos mal-educados para as escolas, esperando pela educação do professor. Valorizemos os professores para que eles ensinem nossos filhos a viverem a vida deles. Porque a educação é nossa parte. Então a executemos com personalidade, respeito, amor e carinho. Pense nisso.
99121-1460