Dia Internacional da Pessoa com deficiência
Eu sou uma pessoa cega que busco enxergar além do que meus olhos poderiam ver, da mesma forma andar além do que meus passos alcançariam, ouvir além do som da agitação dos corações inquietos e quero pensar além do convencional, dos meus próprios interesses conseguindo entender que mesmo aquele com deficiência intelectual pensa, do que o cadeirante anda, do que o surdo ouve e do que eu mesmo posso ver.
Afinal não sou além de eu mesma, das minhas vontades, das minhas capacidades e do que represento para quem amo e tenho visível minhas limitações da mesma forma que sei das minhas capacidades que me tornam mais eficiente do que muitos acomodados na rede do preconceito e cobertos com o próprio egoísmo.
Muitas vezes nesta data e em diversas outras clamei por justiça e empatia diante da grande parcela da população que tem algum tipo de deficiência, mas amadureci e percebo que ninguém é igual a ninguém e todos somos limitados e sofremos nossas percas, nossas deficiências e nossas mortes de cada dia, se quisermos ultrapassar o dia e continuar a ida da vida.
A pandemia mundial entre tantas lições trouxe a grande valorização da vida, por vezes deixada em segundo plano diante tanta tecnologia e avanços em todas as áreas do mundo atual. Ou seja, viver ainda continua em primeiro lugar, para quem antes pensava que o bom era ganhar dinheiro e se divertir, deixando a saúde para segundo plano.
A igualdade fazia tempo que não era tão presente, como passou a ser diante da morte repentina que não escolheu classes sociais, nem idade e nem mesmo os mais ditos perfeitos…
Por isso acredito que a visão de ser deficiente ganhou outra dimensão, a de simplesmente ser diferente e precisar algo que adeque a sua realidade.
Pensamos não neste dia de luta, mas nos anos de luta, na luta pela liberdade, na deficiência de aceitação, na falta de amor, na carência de perdão e no pedido pela paz.
Logo será natal mostrando que o tempo corre em uma grande velocidade, onde não devemos carregar fardos que nos faça cansar antes da chegada e que cada chegada nada mais é do que a porta de saída para um novo ano, novos sonhos e novas possibilidades.
Acredite em você, creia em Deus e de as mãos, pois caminhar juntos é bem melhor e nos leva a bem mais longe.
Que estejamos cada vez mais longe do preconceito e mais perto da união com respeito a todas as diversidades, na construção de um mundo melhor.
Felizes o que reconhecem suas limitações e querem ser deficientes de pré julgamentos e superioridade, na certeza que juntos somos mais e mais forte seremos livres para o futuro abençoado que todos desejamos.
Vera Sábio enxergando com amor e fé.
As crianças e a política
Por Gabi Vasconcelos*
Em tempos de tanta violência, intolerância e desrespeito é preciso, com urgência, voltar os olhares para a pureza, a doçura e o amor genuíno das crianças que são, não apenas o futuro distante, mas sim o mais real presente. Falar de política com as crianças não se resume ao que acontece no ano eleitoral, faz parte da educação familiar que se inicia quando a vida é gerada com amor, respeito e todos os cuidados necessários.
A política começa dentro de casa quando a criança aprende a dividir o alimento, a doar os brinquedos e as roupas para os necessitados. A família é o principal meio de formação, de convicções e de valores para a vida da criança e a escola é a continuidade dessa formação. O aluno se apresenta como um reflexo do exemplo familiar.
A política é (ou deveria ser) um conjunto de ações e atitudes realizadas pelas pessoas com o objetivo de ter uma convivência respeitosa e harmônica com total pluralidade social. É incrível presenciar, em grupos de crianças, a naturalidade em ajudar o colega com qualquer tipo de dificuldade, no sentido real da verdadeira inclusão; perceber que criança não utiliza somente o lápis de cor rosado para retratar todos os tons de pele; o ensinamento com afinco em casa de como economizar água e tantas outras ações de amor e verdade. Como professora, tive esse privilégio!
Acredito plenamente que o poder transformador para melhorar tudo no nosso país está na educação básica, feita pela família e pela escola, com resultados imediatos. Precisamos aprender com as crianças a forma mais pura, verdadeira e genuína de amar a natureza, os animais e acima de tudo o próximo, independentemente de qualquer diferença.
Por isso, é essencial que elas conheçam o papel de cada cargo político e saibam diferenciar aqueles que governam para o povo e quem governa apenas para os seus. Brasília hoje é considerada por muitos como símbolo de corrupção, mas a partir da educação podemos formar cidadãos que, num futuro próximo, transformarão esta realidade. A política que queremos deve começar agora, pelos pequenos. Do contrário, não conseguiremos eliminar as desigualdades e não veremos nosso país crescendo forte. As crianças são sim o futuro, mas o que elas aprendem depende unicamente da educação que proporcionamos hoje.
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Gabi Vasconcelos é alfabetizadora e autora do livro Minha Brasília
Mudemos primeiro
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. (Victor Hugo)
O que somos hoje é o resultado que lev
amos para o futuro. E como o futuro é amanhã, já devemos fazer o melhor para o depois de amanhã. O que nos diz que o futuro é agora, se quisermos levar o melhor para amanhã. Simples pra dedéu. Não desperdice seu precioso tempo. É um engano pensar que podemos mudar o tempo, quando na verdade nós é que estamos mudando. Vamos caminhar devagarinho, mas com o propósito de chegar aonde devemos chegar. E todos nós temos esse poder.
Somos todos responsáveis pelo nosso futuro. E o resultado depende do comportamento de cada um de nós. Estamos terminando mais um ano de batalha, dentro do campo da racionalidade. O problema é que nem todos nós sabemos que vereda devemos tomar para caminhar com segurança. Ainda não sabemos que o destino de cada um de nós é o mesmo. Que somos todos da mesma origem. Que viemos todos do mesmo Universo Racional. Chegamos aqui porque quisemos chegar, e ficamos porque quisemos ficar. O que não sabíamos era que haveria o retorno. E seria um só. E depois de vinte e uma eternidades, ainda não aprendemos a nos prepararmos para o retorno ao nosso mundo de origem. Continuamos rezando para ir para o céu, quando ele nos existe. E por isso continuamos no eterno ir e vir.
É isso aí. Respire profundo e nada de preocupação nem dúvidas. Viva seu dia, hoje, com amor, tranquilidade e alegria. Cuide de sua saúde, sem se preocupar com a doença. Se ela chegar vá ao médico, mas para cuidar da saúde, e não da doença. O médico não cuida da sua saúde, ele identifica a doença, indica o remédio e diz como você pode e deve acabar com a doença. A reponsabilidade é sua. Se você não conseguir, vai decepcionar o médico. O que indica que o poder está com você. Pense nisso e vá em frente, levando sua vida como ela deve ser levada. Alphonse Daudet disse: “Os homens sempre envelhecem, mas raramente amadurecem”.
Para cada um de nós as coisas não são como são, mas como as vemos. E é aí que a jiripoca pia. Ainda não aprendemos a ver as coisas como elas realmente são. E o que nos falta é racionalidade. Na medida em que a tecnologia avançou, ficamos mais informados sobre o desenvolvimento humano. Só que o que nos informam não merece ser acolhido no nosso raciocínio. Estamos mais informados sobre o negativismo do que sobre o positivismo. E como seres humanos, somos mais inclinados ao negativo do que ao positivo. O que nos leva ao lamaçal da derrota. Valorize-se no que você é. E só você deve saber o que realmente é. Seja o melhor que você deve e pode ser. Pense nisso.
99121-1460