Opinião

Opiniao 15 12 2016 3391

Reforma previdenciária penaliza severamente o trabalhador da agricultura familiar  – Brito Bezerra*A medida anunciada na PEC 287, que trata da Reforma Previdenciária, vai acabar com direitos adquiridos dos agricultores familiares, sendo um dos mais penalizados. Além da política pública social e econômica conquistada na história da Agricultura Familiar, os cortes atingem direitos, em grande parte, do Regime Geral da Previdência Social. Essa mudança, caso aprovada, será severamente desumana e cruel. Consigo enxergar à fome, a sede já existente, a miséria, a falta do mínimo existencial, enfim, a dignidade para aquele homem do campo, que sem apoio, sem solo fértil, sem assistência técnica, sem escola nas suas comunidades e sem infraestrutura alguma, sofrerá ainda mais. Justifico essa preocupação, pois o agricultor, na sua maioria, ANALFABETO, desconhece o que é uma guia de recolhimento da Previdência Social. Muitos deles, como no Estado de Roraima e na região Amazônica, não conhecem a burocracia da contribuição, muito menos de uma agência bancária. Esse agricultor labuta sol a sol, por toda uma vida, onde muitos iniciam o trabalho ainda criança com 7 a 10 anos, ajudando os pais, para garantir sua subsistência mínima. Agora ter que contribuir com o famigerado SISTEMA TRIBUTÁRIO do nosso país? Essa medida que querem aprovar carece de grande reflexão, pois sem sombra de dúvidas, trabalhadores nortistas e nordestinos serão novamente jogados no fosso da miséria, fome e do anonimato social, engrossando cada vez mais as diferenças sociais.Temos que refletir na seguinte pergunta:- De onde o produtor da agricultura familiar vai tirar recursos para contribuir à previdência, sendo ele um sertanejo ou roceiro, que enfrenta de 2 a 6 anos subsequente à seca, sem nada a colher?

– De onde vai tirar, o amazônida caboclo roraimense que trabalha no solo infértil, sem recurso, sem conhecimento técnico de lavoura, uma vez que mal consegue sustentar a sua família? Quem trabalha no campo, convive somente com o resultado da safra, e não tem entrada de dinheiro todo mês.Outra agravante é que muitos deles estão às centenas e centenas de quilômetros da sede de seus municípios e da capital do Estado. As aposentadorias e benefícios movimentam a economia e funcionam como instrumento de redistribuição de renda, onde 68% dos benefícios da Previdência Social são destinados a municípios com até 50 mil habitantes. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que mais de 60% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro são produzidos pela agricultura familiar.O parlamento brasileiro deve aflorar a sua sensibilidade e reconhecer que é IMPOSSÍVEL tributar uma fonte que se quer tem como custeio e nunca tem reserva, portanto, trago à luz da reflexão esta Reforma Previdenciária, em especial aqui quero deixar minha luta, a minha compreensão, e a minha solidariedade que é a causa de todos aqueles que conhecem o sofrimento do produtor da agricultura familiar e suas dificuldades.*Administrador, Bacharel em Direito, deputado estadual pelo Estado de Roraima—————————————Um lenço não cobre uma cama  – Vera Sábio*Em momentos de crises, a cada dia novas receitas aparecem, porém nada é efetivamente feito, já que um lenço é incapaz de cobrir uma cama. E falando em receitas, lembrei de quando era pequena e não sabia cobrir uma cama direito, puxava o lençol de um lado e deixava o outro descoberto, e isto porque era lençol, imagine se fosse um lenço.Naquela época, quando tudo era novidade, resolvi experimentar fazer um bolo sozinha e fui misturando os ingredientes sem prestar atenção na condição que eles estavam. No entanto, o ovo que desapareceu no meio da massa, embora fosse um entre os quatro ovos, estava estragado e não observei.A conclusão qualquer um de vocês já sabem: o bolo não prestou. Estraguei toda a massa e tudo acabou no lixo, levando grande bronca da minha mãe.Agora, quando se fala de política, por causa de alguns estragados e misturados  no meio de tantos, acabam por estragar toda a massa, destruindo vidas, e vidas inocentes que poderiam ter um melhor futuro, mas que devido à ambição doentia e o descaso total estão na miséria. Enquanto os políticos poderosos e impunes acreditam contornar a corrupção, como uma cama coberta com um lenço.Tudo que somente é retirado chega o momento que acaba, fazendo falta em necessidades urgentes; onde corruptos propõe mágicas soluções, mas ninguém é capaz de abrir mão das fortunas injustamente acumuladas para diminuir um pouco o grande prejuízo que causaram.Sabemos que o Estado está em crise, porém esta situação não é de agora, visto que desde vários mandatos cada governante que entra tira sua grande parcela e deixa para os pequenos pagarem a conta. Cortando dos pequenos, como se o problema não tivesse na imensidade da cama e sim no tamanho do lenço. Afinal, é impossível um lenço cobrir uma cama, se retalharam o lençol. O certo é deixar para aquele que arrumou a cama, que durma nela.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: (95) 991687731—————————————–Buscando a liberdade – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Milhões de pessoas ainda compõem a massa humana impensante: escravas das opiniões dos outros, não pensam por si mesmas”. (Waldo Vieira)Acho que eu vou um pouco além do pensamento do Waldo. Não são só milhões, mas bilhões. Ainda continuamos caminhando pelas veredas pré-históricas. Estamos, e vivemos, sobre esta Terra há vinte e uma eternidades. E ainda somos os mesmos, produtos de uma deformação que levou tanto tempo para chegar até aqui. Ainda pensamos como pensavam os da idade da pedra. Ou seja, ainda não somos capazes de pensar com nosso próprio pensamento. Preferimos que os outros nos digam como devemos ser, pensar e viver. Ainda achamos, pensamos e esperamos que alguém nos salve, porque não acreditamos em nós mesmos; na nossa capacidade de buscar nosso próprio caminho.     Na verdade ainda não nos amamos, a nós mesmos. E se não nos amamos não somos capazes de amar alguém. Mesmo quando pensamos que amamos de verdade, não estamos mais do que alardeando nossa incapacidade de amar a nós mesmos. Parece confuso, mas não é. A dificuldade está em ainda não estarmos preparados para a vida. E é por isso que ainda vivemos o eterno ir e vir. Cada um de nós é dono do seu próprio destino. Não necessitamos que nada, nem ninguém, interfira na nossa caminhada para a racionalidade. Porque enquanto não formos racionais não conseguiremos voltar ao nosso mundo de origem; de onde saímos, há vinte e uma eternidades, para atracar nesse cais de absurdos, onde vivemos uma vida primária e irracional.        Ame-se para amar. No amor não há negativo. Quando a desordem paira é porque o amor não está presente. Ainda não estamos preparados para amar de verdade. Mesmo porque não há amor onde não há verdade. Só quando amamos sabemos distinguir. E quando distinguimos não nos confundimos. Amor, paixão e ciúme são três coisas distintas. Diferentes e que não devem ser confundidas nem misturadas. Se misturadas fogem da racionalidade. Quando amamos respeitamos as diferenças. O que significa que estas não existem. É difícil de entender, mas é simples pra dedéu. Navegue na simplicidade, mas sem remar na vulgaridade. Ame-se para descobrir o poder que há dentro de você. Só o amor é capaz de nos fazer feliz. E sem amor não há liberdade; sem liberdade não há felicidade; sem felicidade não há como alcançar a racionalidade. Não permita que ninguém dirija sua vida. Seu contato com Deus vai depender do contado de você com você mesmo. E tudo se resume no amor. Busque a vereda da racionalidade para seu retorno ao seu mundo de origem, de onde você veio, há vinte e uma eternidades. Pense nisso. *[email protected]