Opiniao 15142

Por mais políticas culturais para o Brasil

Éder Santos

Ricks Aguiar

Jefferson Dias (Biriba)

O dia 22 de dezembro de 2022 foi simbólico para a cultura. Por um lado, segmentos culturais do estado de Roraima comemoravam a aprovação da cultura Hip Hop e das festas juninas como patrimônios culturais imateriais no âmbito do poder legislativo local. Já em Brasília, o setor cultural vibrava com a aprovação dos R$ 3,8 bilhões da Lei emergencial Paulo Gustavo (PG) para 2023, aprovada no Congresso.

A previsão é que sejam destinados cerca de R$ 20 milhões para o estado de Roraima, dos quais 70% retornam em investimento para o audiovisual, uma vez que em sua origem, os valores da Lei PG são do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), operados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), decorrentes diretamente da Condecine, que é a contribuição paga pelas empresas ligadas ao audiovisual e às telecomunicações que financia a atividade cinematográfica no Brasil. Somou-se a isso, o superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Todos os segmentos serão atendidos.

No âmbito local, as conquistas são muitas para Roraima. Parte delas é resultado do amadurecimento e da consciência política da classe cultural e artística que tem promovido amplo debate por meio de fóruns e grupos organizados, como o Comitê Pró-Cultura Roraima, criado em 2020 por mais de 90 entidades. A mais recente conquista é a proposta de transformação em patrimônio cultural imaterial das manifestações artísticas do Hip Hop, como breakdance, beatmakers, graffiti art, rap, MC e DJ, por meio do projeto aprovado pela Assembleia Legislativa de Roraima. Viva a cultura urbana!

Proposto pelo deputado Jorge Everton (União), em diálogo com a sociedade civil, o texto aprovado na Casa Legislativa cria também o Dia Estadual do Hip Hop, a ser comemorado no dia 11 de dezembro. Com a proposta, vem também o ganho civilizacional para Roraima, pois enfrenta-se assim o preconceito contra grupos sociais e estilos musicais provenientes de bairros menos privilegiados. A cultura urbana mesmo com pouco investimento do poder público [e, lembremos: sem uma cadeira no Conselho Estadual de Cultura] tem feito muito pela juventude, na capital e interior, por meio de diversos festivais e encontros culturais.  

A cultura urbana, portanto, pode se orgulhar de sua arte e reconhecimento público na promoção da inclusão de centenas de jovens na música, das composições, das artes visuais espalhadas nos murais das praças e da cidade, de sua dança e esporte, elementos característicos do complexo estilo. Créditos para os incansáveis artistas do Coletivo Macu-X e seus grupos parceiros, assim como os parlamentares sensíveis a causa.

Outra conquista para a cultura local, ocorrida no mesmo dia, foi a aprovação do projeto que considera as festas juninas como patrimônio cultural imaterial, sob texto apresentado pela deputada Lenir Rodrigues (Cidadania). A presença nordestina adaptada e sempre bem-vinda às terras de Makunaima é reconhecida pela beleza dos arraiais, das quadrilhas, comidas típicas que marcam os festejos de São João. Entretanto, ao contrário do Hip Hop, as quadrilhas juninas sempre receberam apoio financeiro de qualidade, tanto do estado, quanto do município de Boa Vista, fato que, após a sanção governamental, deve exigir maior atenção e equilíbrio dos entes financiadores, já que ambas as manifestações culturais ganharão status de patrimônio imaterial. A decisão está nas mãos do Governo para sancionar a Lei.

E o cinema local? Segue confiante. No dia 25 de novembro desse ano foi instituído pela Lei nº 1.742/2022, o Dia do Cinema Roraimense e o Prêmio Audiovisual de Roraima para estimular ações destinadas ao fomento do Audiovisual. A proposta foi encaminhada pela Associação de Cinema e Produção Audiovisual de Roraima e prontamente acolhida pelo deputado estadual Evangelista Siqueira (PT) que defendeu o projeto, gesto sublime de representantes que sabem o valor da cultura para o futuro de um país. Pela Lei, o dia do Cinema em Roraima será comemorado, anualmente, em 05 de novembro.

A produção de cinema em Roraima, mesmo antes do incremento da Lei Emergencial Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), já estava em franco crescimento. A Lei federal foi um marco na política pública cultural para todo o Brasil e, em Roraima, permitiu a produção de 56 obras locais. De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura (Secult/RR), foram premiadas, em 2021, 33 obras audiovisuais de curta e média metragem de gênero ficção, documentário, experimental e animação e projetos destinados às plataformas digitais. No contexto da Lei Aldir Blanc, a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) lançou edital que selecionou 23 autores. Muitos cineastas têm conquistado prêmios em festivais importantes pelo Brasil e o mundo, fenômeno que chancela a qualidade do filme produzido em Roraima. O desafio agora é outro: mostras locais e festivais precisam ser incentivados pelo poder público, assim como o cumprimento da Lei 1.742/202. Essa é uma política de caráter urgente, pois a sociedade merece ver o resultado do investimento público.   

Nossa capoeira é outro segmento que brilhou no cenário cultural e político. No dia 12 de dezembro, na audiência pública da Câmara Municipal de Boa Vista, a arte e seus mestres foram homenageados. O tema foi ‘Capoeira em Boa Vista, Roraima: Patrimônio Cultural, direitos e cidadania’, com destaque para a condição de patrimônio imaterial do estado, pois já têm em seu currículo o reconhecimento da Roda de Capoeira e do Ofício dos Mestres de Capoeira em Roraima concedido < /span>pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A iniciativa faz parte do destemido trabalho da Federação Roraimense de Capoeira, que reúne mais de 20 associações, na valorização da cultura afro-brasileira no estado.

Ressalta-se que Boa Vista tem leis que reconhecem o dia municipal da Capoeira, assim como patrimônio histórico imaterial e a Federação como Bem de Utilidade Pública municipal. No Âmbito estadual, foi aprovado a PL que instituiu o Dia Estadual do Capoeirista e do Ofício de Mestre de Capoeira (18 de outubro). Atualmente tramita na ALE-RR um projeto de lei de autoria da deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) por iniciativa da FERRCAP que declara a Capoeira como Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial. Nossos votos pela aprovação imediata desse importante PL, na ampliação da luta, da dança e da expressão corporal da ancestralidade afro-brasileira em Roraima.

Por fim, não menos importante, é preciso falar dos dois decretos assinados pelo Governo do Estado no dia 23 de novembro de 2022. Um deles, regulamenta a Lei nº 1.545, de 9 de novembro de 2021, que trata da concessão de incentivos fiscais de estímulo, por meio de renúncia fiscal (ICMS) para a realização de projetos culturais. De arrecadação de impostos em 2022, estão previstos quatro milhões de reais, valores que devem servir aos projetos culturais submetidos à Secult/RR, cumprindo a ‘Lei de Incentivo à Cultura de Roraima’.

O outro decreto, atualiza o regimento interno do Conselho Estadual de Cultura de Roraima, que poderá convocar novas eleições para as vagas de conselheiros, considerando que os prazos estão expirados há três anos. O CEC-RR é o órgão colegiado de deliberação coletiva, de caráter consultivo, normativo, fiscalizador e deliberativo, que orienta e coordena propostas de políticas culturais. Seguimos acreditando em um novo tempo, na força da cultura, na sua diversidade e na concretização de melhores políticas públicas. Que venha um Ministério da Cultura potente, alegre, afro-indígena e pluridiverso como é o nosso Brasil!

Éder Santos é presidente da Associação de Cinema de Roraima, jornalista, sociólogo, doutorando em Geografia pela UNIR, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Modos de Vidas e Culturas Amazônicas (UNIR), da Mostra Internacional do Cinema Negro (SP) e do Comitê Pró-Cultura Roraima.

Ricks Aguiar é artista visual, presidente do Coletivo Macu-X e membro do Comitê Pró-Cultura Roraima.

Jeferson Dias – (Biriba), é mestre em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN; Especialista em Filosofia da Religião (UERR), Pós-graduado em docência do nível Superior e Bacharel em Direito. Membro do grupo de Estudo e Pesquisas em Africanidades e Minorias Sociais (UFRR). Contramestre de Capoeira pelo Grupo Senzala e Fundador do projeto social Instituto Biriba. Membro do Comitê Gestor da salvaguarda da Capoeira de Roraima e Membro do Comitê Pró-Cultura Roraima. Foi Presidente da Federação Roraimense de Capoeira (2019 à 2022). Foi professor de Direito Penal, Ética, Bioética e Legislação Trabalhista na instituição Ser Educacional.

HITLER, ASSASSINO CRUEL

Marlene de Andrade

“Quando os justos florescem, o povo se alegra; quando os ímpios governam, o povo geme.” (Provérbios 29:2)

 

A Reforma Protestante nasceu na Alemanha e, portanto esse país é o berço desse movimento, o qual foi dirigido por Martinho Lutero, em consequência dele ter começado a perceber uma série de erros graves dentro da Igreja Católica Apostólica Romana como, por exemplo, a venda de indulgências, algo inclusive muito comum, hoje em dia, em algumas igrejas que se intitulam igrejas evangélicas.  

Fazendo uma correlação entre o movimento da Reforma Protestante e o nazismo, nota-se que ambos nasceram na Alemanha, porém o nazismo de Hitler foi totalmente contrário às ideias de Lutero, pois nele ocorreu algo que muito chocou a humanidade, visto que Adolfo Hitler expurgou toda e qualquer doutrina contrária as suas ideias do currículo educacional, sendo que a justiça nunca fez parte de seus perversos planos.  

Hitler, ao contrário de Martinho Lutero, perseguiu o cristianismo de forma bastante perversa usando a polícia secreta da Alemanha Nazista, a Gestapo, para matar 6 milhões de judeus e matou também, entre outros, deficientes físicos e ciganos.   

Hitler entendia que o cristianismo era para ele um dos maiores obstáculos para o estabelecimen
to de um estado totalitário conforme era seu ideal implantar na Alemanha. Para concretizar sua ideia satânica, colocou espiões espalhados por toda a Alemanha nazista e começou a matar judeus com muita tirania. 

Como se pode perceber, nesse país ocorreram dois movimentos diametralmente opostos, visto que um tentava destruir e o outro construir. Hitler foi uma das pessoas mais cruéis e impiedosas que já viveu neste nosso planeta, ao contrário de Lutero, o qual entregou sua vida totalmente ao serviço de Deus.   

Como foi o fim de Hitler? Ninguém sabe ao certo, porém muitos estudiosos creem que ele se suicidou. Neste contexto, a Bíblia assevera o seguinte: “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá”. (Provérbios 11: 25). Baseado neste provérbio bíblico fica uma pergunta para todos nós: o que Hitler ganhou praticando tanta maldade?     

 

Médica formada pela UFF 

Título em Medicina do Trabalho/ANANT 

Perita em Tráfego/ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP 

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL 

CRM-RR 339 RQE 341 

 

Nossa popularidade e nós

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A nossa popularidade com outras pessoas depende, verdadeiramente, da nossa estima de nós mesmos, dos sentimentos de valor próprio. A pessoa que aprecia a sua própria companhia naturalmente projeta essa estima de si mesmo onde quer que vá”. (Vernon Howard)

Na verdade, não podemos ser felizes sem fazer as outras pessoas se sentirem felizes. E é muito simples fazer as outras pessoas se sentirem felizes. A humanidade sempre viveu um mundo em evolução, sem saber evoluir com a evolução do mundo. E por isso estamos sempre tentando ser o que realmente não somos. Quando na realidade, ser o que é, é só não tentar ser o que não é. Melhore sempre no seu interior, e tudo mudará no seu exterior. Simples pra dedéu.

Vamos debulhar a espiga. Para ser popular basta ser simples. Não tente ser superior a quem quer que seja, simplesmente seja. E quando somos superiores não precisamos mostrar que somos. Apenas seja você mesmo ou mesma, e tudo irá dar certo. Nossos resultados dependem do que somos. E somos o que pensamos. Todo resultado que alcançamos, são resultados do que pensamos. Então, cuidado com o que você pensa. Nada de ficar desperdiçando tempo pensando em coisas que não lhe valham a pena. Mude seus modos de penar e tudo mudará para você.

Seu futuro está ali à frente. É um horizonte inatingível, e que por isso você não deve parar nunca na sua caminhada para o que você quer. Ainda temos trezentos e sessenta e três dias para viver, na caminhada de mais um ano para vencer. Sinta-se superior para alcançar o final da caminhada com sucesso. E não duvide de sua capacidade para alcançar o sucesso de que depende para ser feliz. Se o campo estiver minado, procure as pegadas dos que já o atravessaram, pise nas pegadas, e vá em frente.

Sua felicidade depende da sua capacidade de fazer os outros se sentirem felizes. E você pode fazer isso apenas com sua presença. É só ser o que você é, sem a preocupação de querer ser o que os outros querem que você seja. Sua beleza, tanto quanto sua superioridade, está na sua simplicidade. E esta não deve ser confundida com vulgaridade. Que é o que muita gente anda fazendo pelo mundo a fora. E enquanto continuarmos aplaudindo o vulgar, não conseguiremos o simples.

Vamos viver mais um ano de nossas vidas como elas devem ser vividas. Com amor, respeito, dedicação e muita amizade. O mundo continua em evolução e cada um de nós tem o dever de colaborar para o desenvolvimento da humanidade. Faça sua parte no melhor que você puder fazer. E você sempre pode, desde que acredite que pode. Ame-se para poder amar os outros com sinceridade. Pense nisso.

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