Opinião

Opiniao 15217

A República dos Ansiosos

É senso comum entre os estudiosos da Política que um governo reflete o povo de um país. Segundo a OMS, somos o país mais ansioso do mundo, com cerca de 18 milhões de pessoas nessa condição. Precisa-se então avaliar o momento político pelo prisma da ansiedade que vem fazendo todos os principais atores políticos do país errarem no começo de 2023.

  O ano começa com a posse de Lula. Na ânsia de dar resposta aos militantes que gritavam “Sem Anistia”, o presidente encabeçou movimentos perigosos para “reunificação” do país após Bolsonaro. A insistência da utilização de “todes” nas aparições públicas de ministros, a nomeação de intelectuais que pregam cisão como Silvio Almeida e a péssima indicação de Daniela do Waguinho, denunciada por suposta ligação à milícias, ações que começavam a gerar forte resistência na oposição, que já começava a pautar a imprensa e o debate público.

No entanto, a ansiedade não é um traço exclusivo de petistas. No dia 8 de janeiro a militância radical de direita protagonizou uma das maiores vergonhas internacionais que o Brasil já teve. A invasão e destruição dos prédios públicos de Brasília foi um ato desesperado e de quem ansiava dar um golpe simplesmente para não reconhecer o óbvio: Bolsonaro nunca foi bom para a direita. Com um líder fraco, covarde e que nunca valorizou princípios, a direita não suportou sua ansiedade e cometeu suicídio na Praça dos Três Poderes.

Tal ação aberrante gerou comoção nunca antes vistas por nossas elites. A caneta de Alexandre de Moraes se tornou uma espada vingativa. Na ânsia de punir os golpistas, geraram-se imagens ruins para nossa democracia. Quem quer vencer no debate público não pode permitir imagens como as do ginásio onde golpistas viraram vítimas aos olhos da população.

Contudo, o STF finalmente acordou para a importância de buscar os autores intelectuais e os financiadores do ataque as instituições. Só que a ansiedade fez a caneta falhar. Nitidamente há diferença entre arquitetos do golpe e influenciadores desprovidos de inteligência. Tirar redes sociais de mentores do ataque como Paulo Figueiredo, Constantino, Te Atualizei, dentre outros que criaram o clima para a “Festa da Selma” é preservar a democracia. Censurar um influenciador bobo, que é visto como bobo pelo público, tal qual Monark é criar um mártir.

Por fim, é necessária a calma para todos os agentes políticos nos momentos de tensão. Na República dos Ansiosos, vencerá a “Guerra Civil Fria” quem respirar mais do que agir, quem entender que o País está rachado e que inimigos precisam voltar a ser apenas adversários políticos. Ansiedade pode não ter cura definitiva, mas tem tratamento. O problema é que o Brasil a tempos não toma seus remédios.

Elso Junior

Coordenador do Movimento Brasil Livre em Roraima.

Seja sempre experto

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Há duas maneiras de perder a liberdade: quando os bobos são ludibriados pelos patifes, e quando os fracos são subjugados pelos fortes”. (Voltaire)

E só é experto quem entende do assunto. E para entender precisa viver. O mundo está girando de cabeça para baixo. Os espertalhões estão tomando conta do mundo, ou pensando que são expertos, mas apenas nadando na sua medíocre esperteza. Vamos desenrolar o rolo. Não podemos crescer dentro da racionalidade envolvendo-nos com os espertos que pensam que são expertos. E lá vamos nós, sendo ludibriados por uns e subjugados por outros. Mas todos no mesmo cadinho.

Vamos sair desse balaio de gato. Vamos nos preparar para sermos respeitados. Só quando formos verdadeiramente cidadãos seremos vistos como tal. Porque até agora continuamos sendo vistos como simples marionetes de espertalhões que riem da nossa ignorância. Vamos acordar e viver a vida na caminhada do desenvolvimento humano. Chega de gritaria e bagunças, usadas como instrumentos para degradar nossa condição de democratas. Porque na verdade ainda não conseguimos chegar ao patamar da democracia. Nossa democracia ainda caminha perneta, tentando se equilibrar nas mentes de espertalhões que sabem que não são mais do que isso. Enquanto isso, continuamos como os mais fracos dominados pelos mais fortes que, na verdade não são fortes, apenas espertos.

Vamos nos valorizar no que somos e não no que apenas pensamos que somos. Vamos nos educar para sermos realmente cidadãos. Já fomos considerados pelos outros países, como o país dos macacos. E talvez ainda estejam vendo-nos como o país dos macacos subdesenvolvidos. E não estou exagerando. O carnaval a que estamos assistindo como um protesto político, não é mais do que uma demonstração da nossa ignorância política. Os espertalhões continuando vendo a política como a maior fonte de riqueza, e os tolos seguindo-os sem saberem para onde estão indo. O idiota que depreda objetos públicos não tem a menor ideia que é ele que vai pagar pelos prejuízos que causou. Até mesmo quando ele não foi identificado como criminoso.

Sei que estou sendo repetitivo, mas não posso fugir do dever de procurar orientar os desorientados que pensam que são os tais. Vamos nos educar para sermos o que merecemos ser, e jogamos para o lixo a importância do nosso dever de cidadãos. O que indica que ainda não somos cidadãos. Somos tolos, nas mãos de espertalhões que fingem não saberem disso. O que é uma maneira de subjugar o tolo que continuará mostrando sua ignorância política. E a política faz parte da educação, mesmo quando camuflada. Pense nisso.

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