“Se não fosse a arte urbana, Boa Vista seria igual de ano a ano”
Hip Hop é Patrimônio Cultural Imaterial de Roraima!
Éder Santos
Ricks Aguiar
O Hip Hop contribui historicamente para a cultura da contestação política juvenil e para propostas de melhoria dos serviços públicos nos contextos urbanos, promovendo as conexões de linguagens artísticas que favorecem ações coletivas de resistência aos modelos impostos de exclusão social e enfrentamento à ideia de apagamento social e econômico de bairros menos privilegiados. A antropóloga Lilian Schwarcz (USP) e a historiadora Heloísa Starling (UFMG) na densa obra intitulada “Brasil: um Biografia”, descrevem o movimento assim: “A cultura de rua – o hip hop – começou a tomar força em meados dos anos 1980, na região central de São Paulo. Grupos de jovens, a grande maioria vinda de bairros periféricos, reuniam-se na estação de metrô São Bento. Depois, chegaram os rappers, com seu canto falado. A essas expressões se uniu o [graffiti], e, no final da década, a linguagem cultural das ruas, originária de um lugar social tradicionalmente ignorado, alcançou visibilidade na cena pública brasileira”.
Ao instituir o Hip Hop como Patrimônio Cultural Imaterial, o estado de Roraima valoriza a juventude, eleva o respeito às manifestações artísticas que estruturam o movimento, dentre essas o breakdance, beatmakers, graffiti art, rap, MC e DJ. A música, as rimas, as letras, as artes visuais, a dança, skate e o esporte são importantes para dinamizar o fazer cultural na cidade, melhorar a autoestima de centenas de jovens que precisam de oportunidades para desenvolver seus talentos e serem reconhecidos como artistas urbanos. Uma legião de intelectuais orgânicos, jovens que ao seu modo desenvolvem seus talentos, contribuindo para a cultura diversa e miscigenada do Brasil.
A criação do Dia Estadual do Hip Hop, no dia 11 de dezembro de 2022 pela Assembleia Legislativa (ALE-RR) é um avanço. Valoriza a trajetória de luta que o movimento estadual trilhou para conquistar o respeito da sociedade para com seu trabalho artístico que beneficia diretamente crianças, adolescentes e jovens da capital e interior, integrando-os em suas comunidades de forma positiva e descobrindo novos talentos. O respeito à cultura urbana, enquanto patrimônio cultural, contribui para reduzir o preconceito contra grupos sociais minorizados e de estilos alternativos, que muitas vezes sofrem discriminação ou, até mesmo, repressão. Por isso se faz necessário e pedagógico o investimento do poder público em eventos culturais e na produção artística regional.
“Tudo está mudando. Queremos seguir rimando”. A Moção de Aplausos concedida ao segmento por meio do Conselho Estadual de Cultura de Roraima no dia 11 de dezembro de 2019 representou parte dessa conquista pelo respeito e retratação que a sociedade roraimense precisava fazer para considerar a trajetória de diversos grupos de Hip Hop, que raramente contaram com apoio institucional ou não tinham um olhar mais profissional dos governos locais. O dia do Hip Hop comemora a trajetória de luta de grupos como o Movimento Urbanus, Coletivo Maku-X e associação jovem Plugadão. Celebra o esforço para realizar durante anos eventos culturais como: Viva Sabotagem, Rap Baile, Conexão de Rua, Ritmizando, Festival Hypado, Projeto S.O.S., Duelo de Mc’s, Graffita Roraima, R3 Rap RoRaima, Break RR, Batalha Delas e Conect Extremo. Valorização que deve inserir estas atividades na agenda do poder público municipal e estadual, com investimento para aquisição de equipamentos, logística, recursos humanos e criação de espaços urbanos de qualidade.
O Hip-Hop é arte de rua coletiva; já o graffiti art deixa a cidade viva e em movimento com suas curvas transurbanas e cheias de sentido artístico e político; o rap e as rimas com potentes críticas sociais autorais, revelam os intelectuais orgânicos que compreendem a dinâmica urbana para além do senso comum; a cultura de Skateboard e o breaking, dão o tom da liberdade pelo esporte e a dança. Estímulos à criatividade, profusão de cores, alegria da música de tons afros, com alegria e auto estima juvenil. Sons e imagens urbanas, um soundscape envolvente, batidas em erupção criativa amazônica percebida no movimento de grafiteiros, MCs, DJs, B-Boys e B-girls e Rappers. Seguimos com o sonho coletivo, refletindo sobre questões sociais do nosso tempo. Viva o Hip Hop, viva a cultura de rua, viva a cultura urbana de Roraima e do Brasil!
Éder Santos é presidente da Associação de Cinema de Roraima, jornalista, sociólogo, doutorando em Geografia pela UNIR, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Modos de Vidas e Culturas Amazônicas (UNIR), da Mostra Internacional do Cinema Negro (SP) e do Comitê Pró-Cultura Roraima.
Ricks Aguiar é artista visual, grafiteiro, produtor cultural, presidente do Coletivo Macu-X e membro do Comitê Pró-Cultura Roraima.
A ressurreição de Jesus não é uma utopia
Marlene de Andrade*
“Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus ergueu as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu.” (Lucas 24: 50 e 51).
Não há dúvidas de que Jesus morreu na cruz, mas ao terceiro dia ressuscitou. No dia da Ascenção de Jesus mais de 500 pessoas O viram ascendendo aos céus e isso não é lenda. Nesse viés, podemos analisar os seguintes fatos? Que líder deste mundo é lembrado a não ser Jesus? Maomé? Mahatma Gandhi? Quem dividiu o tempo em antes e depois de Cristo? Evidentemente, que só Jesus. E por quê? Obviamente porque Jesus é o próprio Deus encarnado. Que líder tem a data de seu nascimento, morte e ressurreição lembradas, a não ser Jesus?
E tem mais: A Guarda Romana, a qual tomava conta do sepulcro de Jesus era muito severa. A ordem dos líderes de Jerusalém era para que o Corpo de Jesus não fosse roubado, entretanto essa guarda não foi capaz de impedir que Jesus ressuscitasse e saísse do sepulcro com a maior tranquilidade e olha que se isso acontecesse, ou seja, se o Corpo de Jesus sumisse do sepulcro, o castigo para Guarda Romana era muito severo. Vejam o que a revista Vida Natural publicou: “… Nem… judeus nem… romanos, que guardavam o túmulo (de Jesus) poderiam ter levado o seu corpo. Ao contrário, ambos tinham motivos de sobra para exibir o corpo em público humilhando assim os discípulos e destruindo seu incipiente movimento… Se os judeus tivessem escondido o corpo, certamente eles o teriam exibido no Dia de Pentecostes quando toda a Jerusalém estava em polvorosa por causa do sermão de Pedro sobre a ressurreição de Cristo… O explosivo crescimento da Igreja é uma forte evidência da ressurreição de Cristo…”.
O delírio e as alucinações entre a população mundial não são comuns e se a pessoa estiver intoxicada por drogas pode ter alucinações, percebendo algo que não existe objetivamente, contudo, naquela região a droga usada era o álcool, o qual traz alucinações sim, todavia as pessoas veem coisas pequenas se movimentando como, por exemplo, insetos e Jesus não era e nem é um inseto. Além do mais, o etilista crônico apresenta icterícia, edema, tremores constantes, delírios, ou seja, ideias erradas acerca da realidade, alucinações que é a percepção através dos cinco sentidos de algo que não existe, cirrose, psicoses, hemorragia gástrica, câncer, inflamação do pâncreas e esse quadro clínico não era o caso daquelas mais de 500 pessoas que estavam presentes no dia que Jesus subiu aos céus, pois em meio a tanta gente não seria possível todos serem alcoólicos com quadro de alucinações visuais.
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT; CRM/RR-339 RQE339
Vamos celebrar, Neuber
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai para a cama à noite e entre as duas coisas ele faz o que gosta de fazer”. (Bob Dylan)
A vida do artista já é, em si, uma celebração. O artista cria a todo instante. Sua função maior é criar para enriquecer a humanidade. Que é quando o enriquecimento está na felicidade. E felicidade é o que o artista cria e transmite. Embora eu não seja um artista sinto-me feliz em estar sempre em contato com os Reis da Criação, que são os artistas.
Sinto-me alienado e jogado no baú do esquecimento, por estar tão afastado do ambiente divino do meio artístico. Sinto saudade de todos os que já me deram o prazer de conviver e estar com eles. Como eu gostaria de agora, neste momento, dar um abraço do tipo “quebra-costela”, em todos os artistas roraimenses que fazem a vida bailar na gangorra da felicidade.
A vida do artista é eterna. Quando vemos isso com simplicidade eternizamos o amor. Até mesmo sem prestar atenção, o artista vive o pensamento do Bob Marley: “Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. Que é o que acontece com o artista. Eles nunca são esquecidos. O que significa um resultado positivo de suas atividades nas artes. Em todo o universo em desenvolvimento em que vivemos, as artes sempre produziram obras primas para o desenvolvimento humano. Celebre sempre os momentos felizes que lhes foram trazidos pelo seu desempenho na arte.
O número de artista em quem eu gostaria de dar um abraço, é incomensurável. Por isso não vou citá-los. Mesmo porque não tenho espaço suficiente. Mas estou lhe pedindo uma ajuda: não deixe se afastar de sua memória, o abraço que eu gostaria de dar em dois caras que para mim formam uma dupla inesquecível, que são o Neuber Uchôa e o Zeca Preto. Um abração que deve ser distribuído entre todos os artistas roraimenses, que enriquecem o nosso universo. Como eu gostaria de ser um artista para estar ao lado de todos vocês. É um desejo que não deve ser confundido com inveja, mas com admiração e respeito pelos que merecem nosso carinho e afeto.
Vamos sempre em frente. O caminho é longo, mas nunca cansativo. Tudo que fazemos com amor nos alimenta com a grandeza de espírito. Não há artista que não alimente a saudade de cada momento vivido no mundo das artes. E como disse o Bob Marley: “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. E eu estou com saudade dos tempos em que vivemos a felicidade da convivência artística que nunca se apaga da memória, mesmo dos que, como eu, não são artistas, mas amam o mundo das artes. Pense nisso.
99121-1460