Uma mala extraviada.
Eles nunca se viram antes. Ele a viu primeira vez no balcão do check-in do aeroporto.
Chamou sua atenção a elegância discreta dela. Ele prestou mais atenção quando ela ficou na sua frente, na fila do embarque.
Ele fixou o olhar nela, viu cada detalhe: o cabelo, a roupa, o contorno do corpo, o andar, os sapatos.
Quando entrou na aeronave, ela estava sentada na poltrona do corredor. Ela levantou-se ao vê-lo se aproximar; ele sentaria na mesma fileira, na janela.
Ao passar por ela, sentiu seu perfume, uma fragrância forte, marcante. Isso despertou nele algo inesperado. Se ela chamava sua atenção pela beleza e charme, o perfume aguçou o desejo de tê-la em seus braços.
O comandante anunciou o fim do abastecimento da aeronave; em seguida iriam levantar voo.
Acomodada na poltrona, ela fechou os olhos, ele pegou o notebook que retirou da mochila.
Ele sempre a olhava de soslaio, ela não notara seus olhares.
Com a aeronave nas alturas, ela dormiu. Ele começou a escrever o parágrafo final do projeto que teria de enviar para a matriz.
Com as luzes da aeronave apagadas, ele passou a observá-la melhor, sem se preocupar que alguém o visse.
Quem será essa bela mulher? É casada? Tem filhos? É feliz? Que mulher bonita, pensou.
Assim foi o voo todo, ele observando-a, ela dormindo.
Novamente o comandante fez uso do microfone para informar que dentro de instantes aterrizariam no aeroporto internacional Governador André Franco Montoro, Guarulhos, SP.
Ela se acomodou na poltrona, ele observou um pouco mais, sabia que após a descida, provavelmente não se veriam mais.
Após a aeronave taxiar pela pista, parou, e os passageiros começaram a se arrumar para desembarcar.
Ela que faria apenas escala em Guarulhos, tinha pouco tempo para retirar a mala de mão do bagageiro, além de pegar a outra na esteira. Agora, era correr e pegar o próximo voo para Barcelona.
A mala de mão engatou, mesmo com todo jeito, não conseguiu tirá-la.
Ele vendo o sufoco dela, perguntou se poderia ajudá-la. “Sim”, disse baixinho.
Ele se aproximou, retirou a mala que teimava em não seguir viagem. Entrego a ela.
-Obrigado, disse ela.
Ela seguiu em frente, apressada, para pegar a mala despachada.
A mala não apareceu, o tempo passou, a ansiedade dela aumentou.
Olhou mais uma vez para o relógio, fez algumas ligações do celular.
Ele vi a cena, de longe, sem entender o que acontecia.
-O que houve? Perguntou ele.
-Minha mala que não chegou, tenho que seguir viagem, acho que vou perder o voo.
-Se puder ser útil, pode contar comigo.
-Obrigado.
-Moro em SP, se você precisar de algo me diga, esse é o meu contato.
-Obrigado, disse ela.
Ele pegou a mala dele e foi para o estacionamento.
Ela foi até o guichê da companhia aérea para saber qual solução para o extravio da mala. Como faria, já que perdera o voo.
A companhia aérea lhe ofereceu hotel, táxi e refeições até o aparecimento da mala.
Ela pegou o táxi, foi para o hotel, pegou o cartão dele, e ficou na dúvida, se ligava ou não para aquele homem gentil e solicito que ela não conhecia.
Tomou um banho demorado, vestiu a mesma roupa, desceu para o lobby do hotel, olhou ao seu entorno, viu à sua direita uma cafeteria. Se encaminhou até lá, se acomodou, pediu um café, tirou o cartão de dentro da bolsa. Pensou mais um pouco de era ousadia ligar para um desconhecido. Tomou um gole de café, resolveu ligar:
-Oi, tudo bem? Sou a moça do avião. Tive um contratempo, vou permanecer em SP até resolverem o imbróglio da mala. Você tem tempo para um café.
-Claro, me passa teu endereço, te ligo quando estiver chegando.
Tem pessoas que se procuram. E, no momento certo, quando se encontram, as almas dizem baixinho:
Eu sabia que íamos nos encontrar.
Luiz Thadeu Nunes e Silva
Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”. O latino americano mais viajado do mundo com mobilidade, visitou 151 países em todos os continentes.
Construa seu mapa do tesouro com a técnica SMART
*Victor de Almeida Moreira
Nós, homo sapiens, chegamos longe, porque, mesmo sendo um dos mamíferos mais fracos do mundo, tomamos consciência que poderíamos tirar força da nossa fragilidade, desenhando alternativas mais funcionais, criando artefatos de suporte, descobrindo caminhos alternativos e construindo ambientes mais adequados.
Toda essa evolução só foi possível porque passamos a imaginar uma forma de nos aprimorar, a sonhar com a superação do que nos ameaçava e nos limitava. Criamos visões de futuro e, por meio de objetivos e metas, mesmo sendo frágeis, nos tornamos a espécie dominante do planeta.
Definir objetivos e metas é algo poderoso! Quando o fazemos iniciamos a materialização do nosso desejo de evoluir. Escrever metas para seus objetivos é dar vida ao mapa que te levará ao tesouro, o seu tesouro. É dar partida para sua jornada de sucesso.
Mas, como todo mapa, apenas será útil se as informações contidas nele possuírem as medidas, informações e especificações corretas. Por esta razão, metas devem ser criadas com zelo, ordem e dedicação.
Felizmente, ao longo dos tempos, criaram-se vários métodos que podem nos ajudar nessa tarefa. Um dos mais eficientes, e o que mais adoto para atingir meus objetivos, é a técnica SMART.
SMART é um acrônimo formado por palavras em inglês, sendo S (specific) de específica, M (mesurable) de mensurável, A (achievable) de atingível, R (realistic) de relevante/realista e T (time-bound) de prazo determinado.
O intuito de criar metas que atendam a esses requisitos é desenhar um mapa correto e percorrível até o sucesso que você almeja. Portanto, para criar seu mapa do tesouro basta seguir este método.
Primeiro trace seu objetivo em uma sentença que descreva o resultado que você quer alcançar. Por exemplo: “eu vou aprender a tocar um instrumento musical”. Agora que você tem o destino onde quer chegar, vamos traçar o caminho, detalhando nossa meta SMART.
S (específica): seja específico no que precisa e quer! Uma boa forma é detalhar “o que” e “o por q
ue” você quer chegar ao resultado almejado.
No exemplo, seria algo como: “eu quero tocar violão, pois meu terapeuta disse que desenvolver uma atividade artística pode ajudar a tratar minha ansiedade”.
M (mensurável): defina quantidades e valores que te permitam avaliar o avanço de sua meta.
No exemplo, poderíamos definir: “vou considerar a meta atingida quando conseguir tocar minhas cinco músicas favoritas”.
A (atingível): precisa ser possível de ser realizada com os recursos que você tem disponível.
No exemplo, consideraríamos atingível da seguinte forma: “posso fazer aulas em meus horários vagos (disponíveis) de segunda e quarta-feira, logo após o trabalho”.
R (realista/relevante): precisa ser importante para a sua realidade.
No exemplo, teríamos: “aprender a tocar violão me ajudará a melhorar minha saúde mental e emocional”.
T (prazo determinado): precisa ter um prazo definido para atingir a meta.
No exemplo, poderíamos estabelecer: “vou evoluir e aprender a tocar uma música por mês, logo, em 5 meses alcançarei o objetivo”.
Agora que suas metas estão devidamente detalhadas, você pode alinhar pessoas, recursos e prazos necessários para atingi-las.
*Victor de Almeida Moreira é engenheiro de produção, com MBA em Engenharia de Custos, gestor de projetos da Mineração Rio do Norte (MRN) e autor do livro (Auto)liderança Antifrágil, publicado pela Editora Gente.
Nós e o tempo
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O tempo se incumbe de trazer e depositar em nossas mãos o fruto da semente que plantamos em nossa vida”. (Nabor Fernandes)
Não há como mudar o rumo da evolução humana. O que não sabemos é como não parar na caminhada da evolução. Que é o que mais fazemos, parar no tempo. Ainda não concluímos que o tempo não para, nós é que paramos no tempo. E por isso não evoluímos. Ainda não aprendemos a respeitar a nós mesmos e continuamos marchando em marcha lenta, na evolução humana. Comece por não esquentar a cabeça, se preocupando com isso. O importante é que você viva cada minuto, como ele deve ser vivido. E a escolha no viver é sua e de mais ninguém. Então vá em frente.
“Viver com otimismo os flashes de nossa vida: eis um segredo de grandeza humana”. E é só isso. É saber viver. E quem sabe viver não desperdiça tempo com o negativo. O universo é rico e está à nossa disposição. E não precisamos ser astronautas para encarar o universo. É só ter mente ab
erta e o voo será realizado. Leve isso como uma maneira de viver feliz. Viver cada momento como se fosse o último, mas sem pensar no último. O futuro é amanhã, o passado é ontem e hoje é agora, neste momento.
Os erros fazem parte do aprendizado. O que devemos é aprender a viver com eles. E na convivência levemos em conta que eles, os erros, fazem parte da lição. Ou aprendemos com eles ou eles nos machucam. Quando o Emerson foi criticado por estar errando tanto nos testes para a criação da lâmpada elétrica, ele respondeu: “Eu não estou errando. Estou aprendendo como não fazer da próxima vez”. Não perca tempo se aborrecendo com seu erro. Aprenda com ele, e não erre na próxima vez. Alguém também já disse que: “Errar é humano, mas insistir no erro é uma estupidez”.
Metade do primeiro mês do novo ano já se foi. O que nos alerta que o tempo passa e nos leva. Verdade verdadeira que não devemos ignorar nem menosprezar. E o mais importante é que só levaremos conosco o que aprendemos na evolução. E tudo é simples pra dedéu. É só você se valorizar e não se sentir inferior a nada nem a ninguém. Viva seu dia, hoje, como uma preparação para o dia de amanhã. Porque manhã já será futuro, e hoje já será ontem. E só leve de hoje o que você aprendeu hoje. E é por isso que você deve aprender sempre o melhor. Porque este será o fruto que você colherá no futuro. Seja feliz neste fim de semana e você será feliz no início da próxima semana. E você tem todo o poder de necessita para ser uma pessoa feliz. É só acreditar em você mesmo e ir em frente. “Se você acha que pode, você está certo; se achar que não pode está igualmente certo”. Pense nisso.
99121-1460