Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/DPOC
Marlene de Andrade
“O coração bem disposto é remédio eficiente, mas o espírito oprimido resseca os ossos.” (Provérbios 17:22)
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é um grupo de doenças respiratórias relacionadas, principalmente ao tabagismo e que pode causar bronquite crônica que é o estreitamento das vias aéreas. Pode causar também enfisema, a qual é uma das doenças respiratórias crônicas e que se caracteriza pelo acúmulo de ar ou gás em alguma parte do corpo, dificultando a passagem do sangue.
O sistema pulmonar possui células que revestem as vias aéreas e elas servem de mecanismos de defesa do sistema respiratório. Os cílios são estruturas musculares parecidas com cabelo e eles impulsionam uma camada fluida de muco que recobre as vias aéreas para proteger os pulmões. É bom que se saiba, no entanto, que o cigarro é responsável pela imensa maioria dos casos.
A constante exposição a elementos irritantes, como poeira, poluentes do ar e vapores químicos também pode contribuir para o aparecimento da DPOC.
Há que ser entendido que a DPOC é uma doença de instalação lenta e que se desencadeia com falta de ar (dispneia) associado a esforços como subir escadas. Essa falta de ar vai se tornando mais intensa provocada até mesmo por pequenos esforços.
Nas fases mais avançadas a falta de ar se manifesta no doente até quando ele está em repouso e ela se agrava muito diante das atividades mais corriqueiras.
É muito desgastante para o paciente porque ele pode ter tosse produtiva constantemente e encurtamento da respiração. Como se pode perceber a DPOC traz muito desconforto ao paciente. Sendo assim, diante desse quadro clínico é importante que o paciente seja atendido por um médico pneumologista, pois ele saberá solicitar os exames laboratoriais necessários para selar o diagnóstico e consequentemente tratá-lo.
É bom que se saiba que esses sintomas não desaparecem e que a pessoa com essa doença vai deixando de exercer suas atividades, tendo inclusive dificuldade para caminhar, chegando ao ponto de nem pode mais sequer tomar banho sem a ajuda de alguém. Por tudo isso toda pessoa dependente de cigarro deve deixar esse vício o quanto antes.
É importante entender que os danos nos alvéolos pulmonares são permanentes e que por isso quem tem essa doença deve se vacinar contra gripe anualmente, principalmente os tabagistas devem ficar atentos porque a fumaça do cigarro dá inÃcio uma reação inflamatória provocada pela temperatura elevada, a qual queima não só os pulmões, mas toda a via aérea. Sendo assim, a prevenção é a melhor escolha.
Médica formada pela UFF
Título em Medicina do Trabalho/ANANT
Perita em Tráfego/ABRAMET
Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED
Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP
Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL
CRM-RR 339 RQE 341
O avanço da Esquizofrenia entre crianças e jovens
Psicanalista lembra da importância de se acolher o paciente na família e sociedade
Com o fim do Janeiro Branco, campanha de conscientização da Saúde Mental, o programa jornalístico Fantástico da Rede Globo desta semana, destacou a importância dos cuidados e, principalmente, do combate à desinformação em relação a Esquizofrenia.
Uma doença mental que possui como forma mais comum, a demência. No Brasil, estima-se que há cerca de 1,8 milhão de esquizofrênicos. Mas, o número de casos aumenta assustadoramente, principalmente entre jovens e crianças, e segue afetando a vida adulta, comprometendo o equilíbrio emocional do indivíduo.
No entanto, como existem muitos estigmas em relação à doença, pouco se fala sobre as causas, os sintomas e tratamentos. Ou seja, a falta de informação e compreensão em relação aos episódios esquizofrênicos, entre pacientes e familiares, tende a demorar a busca pelo acompanhamento adequado.
É uma desordem cerebral que deteriora a capacidade das pessoas para pensar, dominar suas emoções, tomar decisões e relacionar-se com os demais. As causas desse transtorno mental não se resumem a um único fator.
Cada pessoa pode vivenciar situações diversas ao longo da vida que poderão servir de gatilho, como por exemplo: desnutrição materna e depressão pós-parto; gravidez indesejada; crescimento anormal do feto; perdas emocionais fortes e precoces; histórico de abusos físicos e mentais; repetitivas experiências psicológicas negativas; abuso de substâncias; histórico genético, entre outros.
Por ser uma doença psiquiátrica, ela tende a provocar mudanças na forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta socialmente, havendo dentre diversos sintomas, a desconexão frequente com a realidade. É um tipo de transtorno delicado, porém frequente e universal.
Se manifesta alterando a percepção do indivíduo e seu comportamento, através de dificuldades motoras, desconfiança excessiva e diminuição da produtividade, além de mudanças da própria perspectiva e elevação dos pensamentos abstratos. Tudo isso acontece porque existe uma ruptura com a vida de forma geral.
Porém, cabe destacar que, a esquizofrenia não é uma doença incontrolável ou um atestado de insanidade para o resto da vida. Como o estigma que o nome do transtorno carrega é grande, pacientes que são diagnosticados podem sentir medo, tristeza e até culpa.
E, infelizmente, na maioria dos casos, é o seu círculo social que se recusa a acolhê-los e que geram gatilhos com atitudes agressivas, intensificando os episódios de surtos e alucinações.
Existem diferentes tipos de esquizofrenia, mas mesmo que a doença comprometa o contato do paciente com a realidade, ela é tratável.
O tratamento requer acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico constante, com administração medicamentosa, além claro da necessidade de inserção e acolhimento deste paciente em um ciclo de relações familiares, de amigos, trabalho e intimidade pessoal.
Visto que, o isolamento dificulta a interação e uma rede de apoio dedicada faz toda diferença no sucesso do tratamento.
Portanto, a esquizofrenia se cura não só através do auxílio da medicina, mas principalmente, através da informação, do fim do preconceito, do acolhimento e do estímulo de contato do paciente com o mundo externo, sem preconceitos ou julgamentos.
Desta forma, sentindo-se integrado, o esquizofrênico terá ainda mais chances de aprender a lidar com a confusão mental e corresponder às interações a seu redor.
Dra Andréa Ladislau / Psicanalista
Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Portugal do meu amor
– Walber Aguiar*
Quem morre não sofre mais , mas quem parte é dor demais, é bem pior que morrer…
Antônio dos Santos Mascarenhas Barreto
O porto é sempre o lugar dos encontros e despedidas, dos começos e recomeços, dos encontros, desencontros e reencontros. Dizem que o porto é um lugar alimentado de sorrisos e lágrimas, de céu e chão, de dor e alívio. Que começamos a morrer exatamente ao nascermos, que os acenos de despedida nunca são eternos, que a figura da morte aparece a cada despedida.
Entretanto, na vida de retinas tão fatigadas, entendemos que os portos ficam pra trás e ressurgem. Que o Porto foi o lugar onde se deu o mais fascinante encontro de minha vida. Um avião, um pouso, uma espera.
Um dia pra se pensar todos os dias, todos os dias pra se sentir, todos os sentimentos pra se perceber, todas as percepções pra se tocar, todos os toques pra se sentir vivo, toda a vida pra esperar um recomeço. Aí temos o ciclo de tudo que é, do cachorro tentando morder o próprio rabo. Temos o desejo cumprido, o favor recebido, o coração entregue.
Assim acontece com quem conhece Portugal. Com quem se encanta com a geografia lusitana, com a casa de Fernando Pessoa, no velho poema em linha reta, cheio de curvas e tortuosidades da palavra poética. Assim ocorre com o romantismo de Garret, com a dramaticidade de Florbela Espanca, com a sonoridade eterna de Luís de Camões.
Assim acontece com quem se despede da paixão ibérica, das catedrais gigantescas e seus sinos que se dobram à poesia e ao sentimento, à celebração do existir e à transcendência do crer e do mirar a face de um Deus piedoso e santo, que, mesmo não habitando em templos feitos por mãos humanas, parece flutuar nas naves suntuosas que carregam obras de arte sacra, que portam mistérios feitos de concreto e concreção histórica.
Ora, não há despedida quando a alma carrega as mais profundas e significativas lembranças, não há despedidas entre o olhar e o objeto do desejo da retina, não acontece o adeus entre aqueles e aquilo que se ama. Entre arcos construídos e flechas retesadas, entre festas e brincantes, entre o que se come e o objeto da paixão gastronômica. Não se despede, pois da fé, da esperança e do amor. Não se desvencilha completamente daquilo que foi contemplado, vislumbrado, longamente visto, profundamente admirado.
Agora estou pronto pra ir, mas sem deixar, pronto pra deixar pra trás, mas sem desvincular do coração que deseja, da alma que se encanta.
Depois de Portugal a vida nunca m
ais será a mesma. Principalmente, porque, nesse Porto e nesses portos da dor e da distância, encontrei o amor e a proximidade…..
*Advogado, historiador, poeta, professor de filosofia, conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras
wd.aguiar @gmail.com
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Sem mente aberta não há mudanças
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Em todas as ocasiões, mantenha a mente aberta para a mudança. Receba-a de braços abertos. Corteja-a. Somente através do exame e reexame de suas ações e deias você poderá evoluir”. (Dale Carnegie)
Já no finalzinho de 1967 eu ia atravessando o Viaduto do Chá, quando me encontrei com o Osmar. Cumprimentamo-nos e ele me falou eufórico:
– Afonso… eu e o Antônio estamos criando um curso de pré-vestibular. E podemos contar com sua presença?
Conversamos um pouco, e ele me explicou o porquê da criação do curso. É uma história longa e fica pra depois. O importante é que estudei no curso durante três anos, onde o Alpheu Tersariol foi meu professor de gramática por dois anos. As aulas do Alfeu foram naquele prédio em frente à entrada do Viaduto, na Praça do Patriarca. Foi um período muito rico pra mim, em São Paulo. Foram três anos muito importante para meu desenvolvimento na profissão que eu exercia. Acho até que já falei disso por aqui. O “Curso Barão” iniciou-se na Rua Barão de Itapetininga, depois de mudar-se da Praça do Patriarca. O acordo de Osmar e Antônio, firmado com a USP, onde eles estudavam, grande parte dos professores ensinariam, no Curso Barão, durante um ano.
O acordo era que durante um ano o trabalho seria na gratuidade. Só que depois do primeiro ano muitos dos professores continuaram, mas sem a gratuidade. E foi aí que fiquei por mais dois anos. A história do curso fica para os historiadores. O que me importa é que a coincidência no meu encontro com o Osmar foi um dos momentos mais importante no meu aprimoramento profissional. Porque, por estranho que pareça, nunca tive o sonho de ser um intelectual ou coisa assim, nem mesmo no campo profissional. Mas, sem relaxamento profissional. Onde busquei sempre o aprimoramento. Já lhe falei da grande amiga que tive como companheira no curso: a Munira. Uma judia de vinte e dois anos de idade. Na época ainda não havia o vestibular nas faculdades. Vem daí a criação do curso para a preparação, para se criarem os vestibulares. É uma história bonita que não devemos ignorar. Mas a verdade é que saí do curso três anos depois e a Munira continuou. Hoje senti saudade da nossa amizade sadia e respeitosa.
No meu último ano no curso, Munira tentou me convencer a fazer a faculdade na “Faculdade Alvares Penteado”. Não tentei, mas a Munira tentou. Ela não passou no concurso porque não soube responder uma das perguntas, que foi: “Quais os nomes dos três sobrinhos do Pato Donald”? Acredite se quiser, mas é verdade. E foi muito bom que eu me lembrasse desse episódio. Tenha um bom dia viva feliz. Pense nisso.
99121-1460