Opinião

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A Eleição Decisiva

Elso Junior*

Nesta quarta-feira (01) será decidido o destino do Governo Lula. A Eleição de Senado ganhou ares de terceiro turno. Rogério Marinho (PL-RN) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disputam uma Presidência que será vital para frear ou acelerar os projetos mais radicais do petismo como a revogação das reformas de Temer, o pacote de censura nas redes e o avanço da cultura “Woke”.

Pacheco terá o apoio expresso do Governo. A intenção é ter na presidência da casa alguém que preserve os interesses do consórcio entre sistema e petismo que ganhou em 2022. Isto fica claro a partir de informações de bastidores que dão conta de que até mesmo o Ministro Alexandre de Moraes (Indicado pelo MDB) estaria recrutando votos. Criança nascida em berço de ouro, de pouca leitura, o Senador mineiro está envaidecido pela apoio da imprensa do sudeste e pela ideia de ser o queridinho das elites litorâneas do país. Portanto, está oferecendo ao petismo uma avenida para radicalizar os primeiros meses de governo.

Do outro lado temos em Marinho uma oposição possível, um freio aos projetos mais impopulares de Lula. Sim, ter sido bolsonarista pesa contra. Contudo, o senador do Rio Grande do Norte é ativamente contra censura nas redes e foi relator da reforma trabalhista. O que o liga diretamente às reformas econômicas que evitaram que o abismo econômico na pandemia fosse ainda maior. Além disso, não é a favor do avanço da cultura de permissividade com o aborto e outras pautas radicais da esquerda.

Dos Senadores de Roraima, Hiran Gonçalves (PP) e Mecias de Jesus (Republicanos) já declararam voto em Marinho. Chico Rodrigues (UNIÃO) ainda permanece como indeciso, apesar da forte pressão em redes sociais que vem recebendo. Ele que foi líder do governo Bolsonaro, já flerta com a mudança de partido para a esquerda, o que indica uma tendência de voto para Pacheco.

Enquanto isso, certos bolsonaristas tentam vender que esta eleição é sobre a preservação ou não do STF, que Marinho iria pra cima da Corte. Ora, se nem com o executivo na mão o bolsonarismo teve coragem de realizar CPI’s e ações reais contra ministros, não será agora que isto ocorrerá.

Por fim, esta eleição pode garantir ou não dois anos de estabilidade para a República. Pois a agenda que divide o país segue sendo tocado pelo governo petista. Como já falamos aqui na Folha, é impossível achar que a acelerada para a esquerda de Lula não gerará ainda mais caos no país. Na ansiedade de concretizar seus planos de transformação do Brasil em apenas um mandato, o petista está arriscando seu próprio mandato. Ele não pode se esquecer que venceu por apenas 2 milhões de votos contra alguém de rejeição recorde.  Se Pacheco vencer, a convulsão social é um risco real. Com Marinho, haverá ao menos chance de brecar aquilo que for impopular.

Elso Junior.

Coordenador do Movimento Brasil Livre em Roraima.

Normopatia – Desejo doentio de ser sempre como os outros

Andréa Ladislau

Ter opinião própria, defender suas ideias e pensamentos, desenvolver um senso crítico, promovendo a individuação é o melhor movimento que o ser humano pode fazer rumo ao desenvolvimento saudável de seu equilíbrio e saúde mental. Mas, infelizmente isso não acontece com todos.

O que mais temos visto, atualmente, são pessoas que preferem viver a vida do outro, seguir as definições e regras do outro, por medo se ser isolado, cancelado socialmente, ou mesmo julgado.

Essa prática, cada vez mais comum, tem nome e é considerada uma psicopatologia que vem tomando proporções gigantescas no âmbito comportamental e nas relações interpessoais. É a Normopatia, definida por um lema: “para ser normal, faça o que os outros fazem. Deseje o que os outros desejam. Persiga o que os outros perseguem e pense como os outros”.

A supervalorização da opinião do outro, mesmo que não concorde, mesmo que sofra, é a ação mais intensa do Normopata. A aprovação social é o seu objetivo principal, mesmo que para isso tenha que sucumbir sua própria identida
de e dignidade.

Olhando por um outro prisma, o Normopata, dependendo do grau desta patologia, pode sofrer e se sentir muito incomodado por pensar diferente das pessoas com quem convive. Mas, a fobia de imaginar que poderá ser excluído, rejeitado dos grupos ou da sociedade de uma maneira geral, é tão intensa que ele anula seus desejos, suas vontades e internaliza o infeliz desejo de ser como todo mundo.

Como podemos identificar um Normopata? Ele não internaliza e não prática a introspecção, isso porque não existe a intenção de se desenvolver através do autoconhecimento. Esse esforço anormal pela validação social faz com que ignore seu verdadeiro “eu”.

Ele está sempre considerando os outros “normais” e ele não, por isso a loucura por ser “igual”. Porém, a consequência é o padecimento, uma vez ele sente-se perdido, vazio e, sem forças para lidar com a frustração, o fracasso e suas decepções.

Esse tipo de comportamento é muito comum entre os jovens. O grande risco é que se não houver uma intervenção terapêutica e o desejo de mudanças, a tendência é que esse indivíduo siga com uma vida vazia, sem personalidade, já que sua identidade está sempre focado no que é externo.

Está sempre em busca da aprovação alheia, sentindo-se um inútil, incapaz de realizar feitos a partir de seus próprios desejos ou ideias. Ou seja, com o tempo, vai se sentindo como um “fake”, vazio e comandado.

A Normopatia é uma doença que promove um pensamento operacional gerador de sofrimento. Mas nem tudo está perdido. Existe cura para esse problema e isso pode ser facilmente resolvido através da terapia. O processo terapêutico tem como um de seus objetivos, fornecer ao indivíduo a chave da felicidade plena que é aprender a ser nós mesmos, desenvolver o senso crítico através do exercício da individualidade, elevar a autoestima e o amor próprio.

Enfim, infelizmente, nossa sociedade está cheia de casos da doença e as pessoas não se dão conta de que sofrem deste mal. Porém, é preciso estar conscientes de que não somos obrigados a ser como os demais e não há nada mais anormal do que ser obcecado por ser normal ou igual. Nossa individualidade nos faz seres únicos, evolutivos e valiosos. Quando não reconhecemos isso, passamos para o campo da dor interna, por tentar se encaixar no que é normativo e esperado.   

Dra. Andréa Ladislau /  Psicanalista

Apenas viva a vida

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial, e acabei perdendo! Mas vivi! (Charlie Chaplin)

Só quem foi feliz sente saudade. E só é feliz quem sabe viver a vida. Os maus momentos fazem parte do amadurecimento humano. E se é assim, por que ficarmos nos lamentando dos maus momentos? A missão do ser humano na vida é viver com felicidade. E o mais importante é saber encarar os obstáculos, pular “pu riba”. E o Raimundinho já nos disse isso, na sua ingenuidade de criança. Quando lhe perguntei o que ele faria se encontrasse uma árvore caída e cruzando a estrada, ele me respondeu: “Eu pulo pu riba”. Nada mais simples do que pular por cima de uma árvore caída. E durante nossas vidas encontramos inúmeras árvores caídas no nosso caminho.

O importante é que saibamos amar. Nenhum escudo é mais poderoso do que o amor. E é por isso que ele não deve ser confundido nem levado pela brincadeira. Amar é coisa séria que só nos faz bem. E o bem só vem quando somos capazes para não confundir amor com prazer, nem ambição de posse. A felicidade está conosco e nem sempre sabemos vivê-la. Estamos sempre esperando que alguém nos faça feliz, quando o poder na escolha está em nós mesmos. “Ninguém, além de você mesmo tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim”.

Ainda há pouco fiquei um tempinho ali à janela, pensando em dar uma caminhada por aí para falar pra você, sobre a cidade. Mas não tive condições de sair, por conta de obrigações dentro de casa. Deixei para sair à tarde, mas acabei percebendo que não seria possível. Então resolvi bater esse papo com você para não me aborrecer. E você não imagina o quanto me sinto feliz em conversar ainda que à distância. Mas analisei e pensei que não deveria ficar triste por não estar com você. A distância não é obstáculo para a comunicação, até mesmo quando não conseguimos conversar. Você pode ser feliz num encontro à distância, apenas pelo pensamento positivo e amoroso.

O importante é que estejamos de bem conosco mesmo para transmitir aos outros a felicidade que temos e sentimos no momento em que pensamos em todos. Porque somos todos iguais, e por tanto, irmãos na fraternidade do amor dentro do racional. Portanto tenha um bom dia e procure ser feliz, sendo feliz estando de bem com você mesmo ou mesma. Já sabemos que tudo que recebemos de volta é resultado do que demos. E só quando amamos somos amados. E quando somos amados somos felizes. E você pode. Pense nisso.

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