Opinião

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Existem limites para a sexualização sem cair na vulgaridade?

 

A sexologia, ciência que estuda o comportamento sexual humano, nos mostra que o sexo não pode ser visto apenas como um ato sexual em si, mas sim como toda a sexualidade contida nos padrões de comportamentos de uma sociedade.

Além disso, os avanços tecnológicos, a vida acelerada, a carência de afeto, os julgamentos, os medos, as angústias, entre outros aspectos psicológicos e sociais, são fatores decisórios para que o ser humano classifique a sexualidade, como sendo um dos indicadores de qualidade de vida que influencia a saúde física e mental, pensamentos, sentimentos, ações e integrações. Pois, o sexo acaba sendo uma válvula de escape das tensões.

Apesar da incidência forte de tabus e preconceitos relacionados ao tema, a sexualidade é uma fonte de prazer de extrema importância para a humanidade. O alívio das tensões se dá, pois, o orgasmo é uma espécie de descarga que libera substâncias como a endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina.

Cada uma delas provoca estímulos diferentes em nosso corpo proporcionando diversos benefícios. Estimulado, o cérebro reage com sensações de bem-estar, de conforto, melhoria do estado de humor, através de uma elevada produção hormonal e, consequentemente, alcançando o tão desejado relaxamento e trazendo o alívio da tensão.

Além disso, podemos perceber uma melhora no poder de movimento, na atenção e na memória. Ganhos psíquicos adquiridos através do sexo que também contribuem para a ampliação da visão, da audição e do aumento das células de defesa, auxiliando assim, o aumento da imunidade.

Porém, a sexualização ou o ato de sexualizar possui limites? Até onde se pode sexualizar, se entregando ao prazer sem invadir os limites do outro e sem vulgaridade?

Bem, existe aqui uma linha tênue que mostra que a exploração do prazer, considerando a energia sexual como canalizadora do alívio das tensões cotidianas e da satisfação pessoal, sem culpa e sem tabus, vai depender de como esse indivíduo encara o seu processo de intimidade.

A materialização dos desejos e fantasias precisa ser acordada e consentida entre ambos os parceiros, tendo estes a plena consciência do poder e do domínio de seu corpo e de suas sensações.

O vulgar está na mente do ser humano. O que um considera vulgar o outro pode não considerar. É muito subjetivo. No entanto, cada um deve cuidar de seus excessos e descortinar o desconhecimento do próprio corpo que, muitas vezes, originado pela culpa e pelo medo resultantes da falta de intimidade com ele, abre portas para a instalação de disfunções sexuais e transtornos psíquicos relacionados ao sexo.

Portanto, a sexualização e a prática do sexo consciente e seguro, não apresentam qualquer contra indicação. Pelo contrário, ajudam a descarregar as tensões e não surtar com as pressões diárias, aumentando a autoestima e estimulando o autoconhecimento do corpo e das emoções.

Ou seja, a busca pelo relaxamento e a descarga mental são essenciais para aliviar o estresse, a angústia, as frustrações e as incertezas cotidianas. Liberte-se dos tabus e permita-se sentir desejo.

Desejar e se sentir desejado, sem culpa. Explore fantasias e entenda o sexo, a sexualização racional e o orgasmo como mecanismos de auxílio de seu bem estar e de sua satisfação, sem preconceitos.

Porém, sempre com muita cautela, responsabilidade, respeito aos desejos e limites do (a) parceiro (a). Assim a vulgaridade, ou os julgamentos e rótulos, não terão vez, já que abrirão espaço para uma vivência do prazer íntimo e pessoal ,saudável e necessário a todo e qualquer ser humano.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista 

Estamos todos na encruzilhada

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A humanidade acha-se numa encruzilhada. Tem de escolher entre a lei da selva e a lei da humanidade”. (Gandhi)

E pelo que vemos ainda não distinguimos uma lei da outra. Ainda estamos presos ao rosário e ao revolver. Ainda não nos preparamos para a racionalidade. Ainda não descobrimos o caminho que é longo e está aberto para todos os seres humanos. Mas deixemos pra lá, senão alguém pode pensar que estou querendo criar uma nova religião. Comecemos nossa jornada prestando mais a
tenção apenas ao que deve ser visto. Vamos deixar de perder tempo com os noticiários que estão nos levando ao fundo do abismo. A criminalidade vem desde os primórdios da humanidade. E não mudou o suficiente. E pelo que vemos, não vai mudar. A menos que nos respeitemos no que somos, e sejamos racionais.

De acordo com a Cultura Racional, nós estamos sobre esta Terra há mais de vinte e uma eternidades. E ainda não aprendemos a medir uma eternidade. A única coisa que li sobre como medir a eternidade, não vou falar porque você não acreditaria. Mas tudo bem, não precisaria você me dar essa cotovelada nas costas para eu falar. O cientista disse que para você medir uma eternidade deve fazer o seguinte: ponha ali, uma pedra com um metro de altura, um metro de largura e um metro de profundidade. Deixe-a ali, e todos os dias, um pássaro passa e dá um arrastão com o bico sobre a pedra. E repetir isso todos os dias. Quando ele tiver destruído a pedra, com o roçar do bico, terá se passado uma eternidade. Simples pra dedéu. Se você quiser fazer essa experiência, faça-a. Eu não.

Mas vamos falar sério. Vamos buscar o caminho da racionalidade para que possamos iniciar a caminhada para uma humanidade realmente humana. Porque o que estamos presenciando no comportamento do ser humano está degringolando. É bem verdade que o crescimento do noticiário está nos deixando informados. Mas gostaríamos que a informação fosse menos espalhafatosa. O alarde no noticiário negativo afeta, e muito, a mente humana. E, infelizmente, isso só nos leva ao desenvolvimento da irracionalidade. O que indica que estamos caminhando em marcha a ré.

Mas não vamos ver o atual, com desespero. Estou apenas focando na caminhada da humanidade, quem sabe, para um próximo dilúvio. E quem seremos na volta depois dele? E como não sabemos quando seremos levados, vamos nos preparar para a volta. Vamos sair desse balaio-de-gatos em que vivemos, e sermos realmente racionais para que possamos voltar em um nível racional mais elevado que o atual. Reflita sobre seu futuro depois da volta senão voltará no mesmo nível. Pense nisso.

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