Opinião

Opiniao 15408

MENOPAUSA/CLIMATÉRIO

Marlene de Andrade

 

“Mesmo na velhice darão frutos, permanecerão viçosos e verdejantes,

para proclamar que o Senhor é justo.” (Salmos 92:14

 

A última menstruação é denominada de menopausa e pode aparecer entre os 45 e 55 anos. Se ocorrer por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa precoce. Já o climatério é a fase que antecede a menopausa. 

Antes da menopausa surgir, as menstruações vão, muitas vezes, se tornado mais escassas até que haja a interrupção total desse sangramento mensal e  isso não é um problema de saúde. Portanto, nenhuma mulher pode encarar a menopausa como doença, pois se trata de um processo natural e não de uma moléstia. 

Quando a menopausa acontece de forma anormal, podem ocorrer hemorragias e menstruações mais frequentes e ondas de calor denominados de fogachos, sensações de calor na face, insônia, perda da libido e do humor, dificuldade para esvaziar a bexiga, sintomas psíquicos, alterações na pele, cabelos, unhas, gordura concentrada mais na região abdominal, osteoporose, osteopenia e risco aumentado de doenças cardiovasculares. No entanto, há que ficar bem esclarecido que todos esses sinais podem ser reparados com a orientação de um especialista em ginecologia. 

Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm sua origem nos ovários, os quais já estão presentes no momento em que nasce uma menina. Quando ocorre a primeira menstruação numa adolescente, essa reserva de óvulos começa ser usada até a última menstruação a qual é, como já foi dito acima: menopausa. 

Mulher nenhuma é capaz de formar novos óvulos para repor os que se foram. Quando morrem os últimos, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, caem irreversivelmente, todavia isso é normal. Porém, algumas mulheres podem sofrer certos sintomas que precisam ser acompanhados por médico ginecologista. Aliás, toda mulher precisa ser acompanhada, por esse profissional, anualmente.  

É importante entender que para atenuar qualquer problema na menopausa, a mulher deve evitar ganhar peso e para tanto precisa encontrar tempo para a prática diária de atividade física. Além disso, deve alimentar-se de forma saudável, controlar a pressão arterial caso seja hipertensa, prevenir a osteoporose e qualquer outra doença e, entre outros cuidados, atenuar as alterações do humor, pois tudo isso faz parte de um protocolo, o qual levará a mulher passar pela menopausa de forma saudável. 

 

Médica formada pela UFF 

Título em Medicina do Trabalho/ANANT 

Perita em Tráfego/ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP 

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL < /span>

CRM-RR 339 RQE 341 

 

 

 

 

Yanomamis, uma tragédia sem volta 

O Brasil é palco de uma das mais horrendas tragédias humanitárias, para tristeza de todos nós. A ganância, a irresponsabilidade, a fúria criminosa e a omissão do Estado, em vários níveis, transformaram o território dos índios yanomamis numa espécie de campo de concentração, transcorridos cerca de oitenta anos da barbárie da segunda guerra mundial.

Entre os bebês de menos de um ano, a mortalidade por desnutrição e doenças evitáveis ficou em 114,3 a cada mil nascidos em 2020, conforme dados da Missão Yanomami do Ministério da Saúde.

A vergonhosa marca supera à de Serra Leoa, África, país que detém o maior índice do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas. Por lá, a contabilidade é de 78,2 mortes a cada mil nascimentos ao ano.

Dias atrás, soubemos que quatorze crianças yanomamis diagnosticadas com desnutrição grave ganharam peso, sendo que seus quadros entraram no patamar de moderados. Os pequenos são da faixa etária entre 6 meses e 5 anos, que vem sendo monitorada pela Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista, Roraima.

Daqui pra frente, talvez vejamos mais uma ou outra notícia “alvissareira” sobre os indígenas vitimados pelo garimpo ilegal. É preciso pontuar, contudo, que os yanomamis jamais voltarão a ser o mesmo povo.

Os danos culturais, ambientais, sanitários e humanos são irrecuperáveis. Fato é que crianças que passaram por episódio de desnutrição tão severa podem até ganhar peso, mas terão sequelas cognitivas e tantas outras. As meninas violentadas por garimpeiros tendem a sofrer traumas emocionais importantes e continuados. Muitos dos adultos jamais recuperarão a força e a saúde.

O território yanomami foi devastado. Mataram os rios, os peixes, o solo. Ceifaram o futuro. Precisaremos de cem ou mais anos para um processo de recuperação parcial.

Claro, é uma tragédia anunciada de origem histórica. Porém, apurar responsabilidades, julgar e punir a todos que para ela contribuíram é uma obrigação das autoridades.

O mundo olha para o Brasil estarrecido. Nós, simples mortais da terra, também compartilhamos dor e indignação. No entanto, é necessário mais do que isso: temos de nos unir para que nada igual acontece nunca mais nem em nosso país nem em qualquer outro ponto do planeta.

Como diz o poeta: gente é pra ser feliz, não para morrer de fome. 

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Nada de ensaios

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. (Charles Chaplin)

Não espere que todos os dias de sua vida sejam de alegria. Há momentos na vida em que temos que encarar os trancos, mas com personalidade e respeito a si mesmo. Porque quando nos respeitamos somos respeitados. E é por aí que caminhamos para o horizonte da racionalidade. Há momentos que podem até nos parecerem insignificantes, mas que são valiosos na preparação do futuro. Quantas vezes você já não se sentiu feliz deparando-se com algo simples que lhe traz felicidades? Quando somos felizes, vez por outra nos encontramos com a felicidade em coisas ou lugares simples.

Ontem peguei um livro na minha pequena estante. O coração bateu forte. Era o livro “Várzea do Açu”, do meu primo Manuel Rodrigues de Melo. Ele foi um dos escritores, jornalistas e críticos no mundo da cultura, politicamente reconhecido no jornalismo em Natal. A terceira edição do livro foi publicada em 1972. Esse exemplar que tenho, me faz muito feliz. Depois conto o porquê da felicidade.

Entusiasmado com a presença do livro, peguei outro. O coração bateu forte. É o livro do Gilberto Freire de Melo, “Alto do Rodrigues”. O livro foi publicado em 2009 e o Gilberto mandou-me este exemplar, no qual ele fala dos nossos momentos de alegria naquela região. Ele fala muito das origens de minha família.

Continuei mexendo nos livros e abri o “Reportagens que ninguém escreveu”. Também do Gilberto Freire de Melo, com uma dedicatória que muita me orgulha. O Gilberto Freire de Melo faleceu em Natal, bem recentemente. Meu abração para o querido amigo, onde ele estiver. Senti e continuei abrindo livros. O seguinte foi “Geringonça do Nordeste – Fala proibida do povo”, do escritor e amigo, Geraldo Queiroz. A quem agradeço, tanto pelo exemplar do
livro que ele me mandou, quanto pela dedicatória carinhosa. Um grupo de amigos que nem a distância nos separa. Fizeram do meu dia, hoje, um dia digno de ser vivido, e que será, com certeza. Nada mais valioso do que os momentos felizes que vivemos com lembranças de amigos que guardamos dentro do coração. Guarde sempre algo que possa lhe trazer felicidade. Tenho comigo, uma matéria publicada pelo Manuel Rodrigues de Melo, no “Diário de Natal”, em 1952, sobre o jovem Afonso Rodrigues de Oliveira, que ele considerava um grande artista. Tenho uma cópia da mensagem que me foi enviada pelo Gilberto Freire de Melo. Procure sempre algo que faça você se sentir feliz, com lembranças felizes. Pense nisso.

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