Opinião

Opiniao 15536

O coração das mulheres como protagonista

* Por Rafaela Penalva

Março é um mês dedicado às mulheres, suas lutas e conquistas, e para lembrar à sociedade de que ainda há muitos espaços que elas devem ocupar antes que possamos falar em equidade. Porém, mais do que isso, trata-se de um mês que a área da saúde aproveita para conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde da mulher. Hoje, eu gostaria de chamar atenção sobre a saúde cardiovascular da mulher, a necessidade dos cuidados de prevenção e sobre a importância de uma avaliação correta em caso de qualquer suspeita de doença.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou mais de 23 mil por dia. No Brasil, mais de 30% das mortes estão relacionadas a esta condição. Um fato preocupante é que, ao contrário do que muitos imaginam, as doenças do coração matam mais mulheres (32%) do que homens (28%), e estudos mostram que elas sequer têm conhecimento disso – desse total mencionado antes, de uma a cada três, apenas uma em cada cinco mulheres acreditam que doenças cardiovasculares são uma ameaça para sua saúde. Os fatores de riscos são diversos, mas podemos destacar sedentarismo, obesidade, diabetes, colesterol alto, pressão arterial alta, estresse, tabagismo e problemas na rotina do sono. E, como falamos de mulheres, outros pontos devem ser levados em consideração, como complicações na gravidez, uso de anticoncepcionais e menopausa.

A pós-menopausa também merece toda a nossa atenção. Nesta fase, a mulher costuma ganhar peso e aumentar a gordura corporal e pode haver um aumento da pressão arterial e da taxa de colesterol. É quando o risco de desenvolver uma doença cardiovascular fica ainda maior.

Uma pergunta frequente que ouço no consultório é sobre como reduzir estes riscos cardiovasculares. A resposta inicial é que é possível o cuidado preventivo. O melhor caminho é, sem dúvida, manter hábitos saudáveis, preferencialmente desde a primeira infância, com dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, manter o equilíbrio emocional e ter boa qualidade de sono. Tudo isso sempre acompanhado de uma avaliação periódica das funções do coração.

Outro ponto bastante importante é manter a atenção sobre os possíveis sintomas como mal-estar, desconforto torácico e até mesmo dor na região do estômago e náuseas. Caso qualquer um destes sinais surjam ou persistam, é necessário buscar ajuda médica imediata.    

Sabemos que temos um longo desafio na conscientização da mulher sobre a saúde do seu coração. É nossa tarefa, comunidade médica, opinião pública e governo, trabalhar na prevenção e no incentivo pela busca de acompanhamento médico constante. Só assim teremos resultados mais eficazes e conseguiremos diminuir as estatísticas atuais.

Rafaela Penalva é cardiologista, membro do departamento de cardiologia da mulher (SBC) e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.

Atrás de uma grande mulher sempre há outra grande mulher

Por Viviane Pepe*

 

Muito mais do que uma celebração, o dia e o mês das mulheres representam a luta feminina contra a desigualdade de gênero. É uma data fruto de greves e protestos que deram início à reivindicação pela equidade de direitos e, portanto, um lembrete de que, apesar dos avanços e melhorias já alcançados pela população feminina nas últimas décadas, ainda existem muitas barreiras socioculturais que precisam ser quebradas para conseguirmos livremente ser quem quisermos e ocuparmos os espaços que desejarmos.

Mesmo realizando grandes feitos em carreiras artísticas estrondosas e bem-sucedidas, ainda é comum nos deparamos com mulheres sendo resumidas e limitadas a aspectos superficiais, como idade e padrões de beleza inalcançáveis. Mas são essas mulheres que usam suas forças para levantar bandeiras relevantes sobre o tema e estimular conversas e debates e evidenciar a urgência de evoluirmos como sociedade.

O início desde ano foi marcado por megaeventos internacionais e julgamentos assim acontecendo. No Grammy, Super Bowl e mais recentemente na cerimônia do Oscar, por exemplo, as mulheres estiveram entre os assuntos mais comentados e julgados na mídia e nas redes sociais. Não somente por suas performances e trabalhos, mas sim por suas posturas, corpos e idades.

Rihanna foi o estouro do Super Bowl, revelando ao showbiz sua segunda gestação e voltando aos palcos após sete anos no pico da maior audiência televisiva americana. A estrela pop deu um show de imprevisibilidade. Aos 34 anos, a cantora, compositora, atriz e empresária deu a letra ao conseguir o feito quase improvável de guardar segredo sobre sua gravidez e construir seu próprio “release-espetáculo”, provando que além de não ter nada a ver com doença, lugar de grávida é onde ela quiser e o anúncio pode ser feito como ela bem entender.

Madonna foi o assunto mais debatido do Grammy. Ela não ganhou um, mas arrebatou adjetivos pouco comedidos a respeito de sua aparição surpresa na cerimônia semanas após anunciar sua nova turnê global. Na premiação de 2023, a popstar surgiu no palco para anunciar o duo Sam Smith, pessoa não binária, e Kim Petras, a primeira mulher trans a se apresentar e a ganhar o prêmio em toda a história da celebração. Mas, apesar de seu discurso de homenagem para dupla, a história que reverberou foi
outra.  

Pela primeira vez em toda sua trajetória, foi seu rosto que chamou mais atenção do que seu corpo ou a roupa que estava usando. Sob as luzes de um palco do qual ela é íntima, Madonna foi, do alto dos seus quase 65 anos, massacrada. Independentemente de qualquer opinião sobre se teria feito preenchimento em excesso ou “vergonha que faltou” de se mostrar inchada em público, “invisilibilidade” é o lugar reservado às mulheres maduras pelo etarismo enraizado na sociedade, que julga como elas são esperadas que envelheçam “bem” e desapareçam.

Saindo do mundo pop e voltando há quase 140 anos, em um tempo extremamente machista, quando a mulher sequer tinha direito ao voto, uma americana mudou seu roteiro e de milhares de mulheres da sua e de futuras gerações. Florence Persis Albee, do alto de seus 50 anos, viúva e com dois filhos para criar, foi protagonista de sua própria história ao se tornar a primeira vendedora por relacionamento de produtos de beleza. Na época, ela não somente acreditou no seu tino comercial e empreendedor, como fez uma revolução no marketing, construindo o modelo da venda através da consultoria e recomendação, ainda central dentro da indústria da beleza. Hoje, mais de 1 milhão de mulheres no Brasil geram renda graças a ela. Na Avon, acreditamos que um mundo melhor para as mulheres é um mundo melhor para todos.

Se olharmos para a evolução social e cultural e para pautas que permeiam o universo feminino e suas conquistas, podemos enxergar movimentos importantes, mas ainda estamos longe do ideal. A cada #8M esperamos avançar mais e abrir caminhos para outras Albees, Rihannas e Madonnas. Angela Davis nos representa quando afirma “não estou mais aceitando as coisas que eu não posso mudar. Eu estou mudando as coisas que não posso aceitar”. Que todos nós sejamos inspirados com a determinação das mulheres que vieram antes, de seus desejos de equidade e representatividade. A luta de uma é a conquista de toda a humanidade.

*Viviane Pepe é diretora de comunicação da Avon Brasil.

O fracasso é apenas um erro

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Nossa maior glória não reside na ausência de fracasso, mas no fato de nos erguermos sempre que fracassamos”. (Confúcio)

O acerto constante ou permanente, pode muito bem nos manter no ostracismo. É para vencer que precisamos lutar. E a vida é uma luta constante. Eu diria até que permanente. Porque somos todos componentes do eterno ir e vir. Por mais que vençamos nesta vida, teremos que lutar para vencer na próxima nova vida. E é por aí que devemos estar sempre mirando no horizonte. Afinal, nascemos e vivemos numa Terra redonda. E é por isso que o horizonte é inatingível. O que nos leva a caminhar sempre, independentemente da nossa situação, na vitória ou na derrota.

Não fique triste por não ter atingido o sucesso esperado. Não fique maldizendo o erro. Você já conhece a do Thomas Edson, quando ele foi criticado por um amigo, durante os erros que ocorreram durante a experiência para a criação da lâmpada elétrica. O amigo comentou que ele estava errando muito na experiência. E o Edson respondeu: “Eu não estou errando. Estou aprendendo como não fazer da próxima vez”. Porque é assim que devemos proceder sempre que não acertamos na tentativa.

Os erros fazem parte do aprendizado. É como você ficar preocupado quando seu filhinho cai, na caminhada. Já sabemos que a criança que nunca cair não vai saber como se levantar da queda quando adulto. A vida é um cadinho de erros e acertos. Cabe a cada um de nós saber com fundir erros e acertos produzindo racionalidade. Simples pra dedéu. O erro está em não entender isso. Se fez errado aprendeu como não fazer, e fazer certo, da próxima vez. Se não houvesse erros não teríamos como comemorar acertos.

Estamos em um planeta em desenvolvimento. E se não aprendermos a viver as mudanças no desenvolvimento do planeta, continuaremos caindo a vida toda, sem saber o porquê. E este está em não conhecermos as trilhas que nos levam ao desenvolvimento humano. Somos todos de origem racional, mas ainda não aprendemos a caminhar para a racionalidade. Então vamos aprender. Busquemos o conhecimento sobre nossa origem para que possamos evoluir. E sem conhecimento não há evolução. O que nos leva à questão da educação. E pelo que vemos ainda temos que encarar pelo menos mais um dilúvio.

Não vamos ficar alardeando os acontecimentos naturais sobre chuvas, inundações e coisas tais, porque elas sempre fizeram parte da evolução do nosso Planeta Terra. Vamos parar de espernear e cuidar mais do nosso Planeta. Ainda não observamos que o ser humano é o único animal sobre a Terra, que primeiro precisa destruir para poder construir. Pense nisso.

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