Opinião

Opiniao 15587

Blue Moon “Lua Azul”

     Ei! Loredana, minha amada mulher, somente você conseguiu fazer-me conhecer o amor sobre todas as coisas. O amor sem fronteiras. O amor pelas crianças. O amor que abraça todos os seres como eles são, incondicionalmente. O amor pela fauna e a flora. E o amor pelo Cosmo esse universo tão belo que encanta a humanidade ao longo da nossa história. “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com Annie”: Carl Sagan (1934-1996), astrofísico e escritor norte-americano. A célebre frase de Sagan retrata o amor que carregam todos os povos, na construção de suas proles como a maior de todas as conquistas. Assim quero te amar, Loredana, em viagens inesquecíveis ao redor da Terra e do Cosmo.

     Começaremos a nossa incrível viagem sobrevoando, pelas asas de um Condor, as encostas da Cordilheira dos Andes, no continente sul-americano, com seus incríveis 8000 km de extensão, rumo a Cuzco, no Peru, para conhecermos a espetacular história do Império Inca (1438-1533). Em seguida aportaremos na ilha de Galápagos, no oceano Pacífico, santuários de quelônios gigantes e onde parem as mais belas flores!

     Cruzaremos o Canal do Panamá, na América Central rumo ao oceano Atlântico, com direção à África. Agora na pele de um Gnu, que aos milhares perambulam pelas savanas do continente africano, sempre acompanhados pelas hienas, numa incansável corrida para perpetuar a sua espécie. Sem perder o rumo, como um grande réptil rasgaremos rios, lagos, florestas, savanas e pântanos numa frenética busca pela nossa sobrevivência!

     Em nossa incrível viagem, agora, a bordo de uma nave que acelera a velocidade da luz você, Loredana, com o útero iluminado de um pequenino ser avistaremos a estrela Vega carregada de intenso brilho no seu espaço estrelar – de muita luz e encanto. Embalados na cauda de um fulgente Cometa deslizaremos pelos campos gravitacionais, com os nossos olhos marejados de intensa alegria, por navegarmos nessa viagem interplanetária, num mundo de cores, mistérios e muita fascinação – enquanto o tempo passa mais lento sobre nós!

    Depois de descermos as maiores profundidades oceânicas, nos embrenhamos nas mais densas florestas, de atravessamos desertos escaldantes, de resistirmos ao rigoroso inverno siberiano, de escalarmos todas as grandes cordilheiras e navegamos por todos os oceanos e pelos maiores e mais caudalosos rios do mundo, o Amazonas, no Brasil, e o Nilo, na África. Podemos agora dizer: a contemplação do Cosmo e da Terra nos dá a certeza do mais belo de todos os milagres – a vida pulsa em todos os lugares do Planeta Azul – santuários de todas as espécies, animais, vegetais e humanos, na mais sublime de todas as conquistas. Viver!

    Luz!

  * O termo Blue Moon ou Lua Azul é um fenômeno que ocorre a cada dois anos, que é quando acontecem duas luas cheias dentro do mesmo mês.

    Brasilmar do Nascimento Araújo * Jornalista e Poeta

[email protected]

É difícil acreditar

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Se a pessoa não tiver fé em si, nunca terá fé em mais ninguém nem coisa alguma. A fé em si é um imperativo absoluto para que se possa ter uma vida feliz, harmoniosa e digna”. (Samuel Dodson)

O ser humano é ímpar. Não se iguala a nada. As vezes sorrio quando a Tatá olha pra mim, com o rabo do olho. E mesmo quando ela vê que estou prestando atenção ao seu olhar, ela continua olhando como se estivesse me chamando de tonto. Não sei o que ela está pensando ou vendo, naquele olhar de soslaio. Não pense nisso não. Tatá é uma cadelinha que temos aqui, no quintal. É pequenininha e chatinha pra dedéu. E o pior é que ela só olha assim, pra mim. É como se eu lhe devesse alguma coisa. Será que nos conhecemos em eras anteriores? Tudo é possível nesse mundo em evolução, onde vivemos sem saber se vivemos.

Vamos mudar o papo. Vamos cuidar mais da nossa tarefa sobre esta Terra, e cuidar dela com mais carinho e respeito. Carinho, não sei, mas respeito não temos nenhum. Ainda não prestamos atenção à importância que tem a educação para o nosso progresso. Ainda não aprendemos a ter fé em nós mesmos. Preferimos dedicar o melhor de nossas vidas a quem e ao quê, que não estão nem aí para o nosso despreparo. Ainda não somos, capaz de ser. E isso porque ainda não sabemos quem nem o que somos. Ainda não acreditamos que toda força está no amor. Mas preferimos continuar confundindo amor com desejos. E nada é mais fútil do que essa confusão anacrônica.

Vamos nos amar, a nós mesmos, e viver a vida que deveríamos estar vivendo para o progresso do nosso futuro. Não nos esqueçamos de que tudo que colhemos no futuro é fruto da semente que plantamos hoje. Recentemente falamos do pensamento do Rui Barbosa: “Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. E a semente mais produtiva é a educação. E ainda não conseguimos fazer com que o ser humano acredite nisso. Continuamos indo para as ruas espernear pelo que deveríamos conseguir com educação. Sem educação não há respeito. Sem respeito não há progresso na evolução humana. E estamos falando em evolução, não em revolução. A revolução fazemos dentro de nós mesmos com a evolução da nossa cultura, que não há sem educação.

Sei que fica chato, mas é necessário que repitamos para entendermos: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. (Miguel Couto). No dia em que nossos administradores públicos entenderem isso, daremos um passo para a caminhada da cidadania. E pelo que vemos, ainda temos muito para caminhar rumo à democracia que tanto elogiamos e desrespeitamos. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460  

        

** Os textos publicados nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião da FolhaBV