Opinião

Opiniao 15592

Mãos limpas

Fazer as obras nobres com as mãos limpas representa muito mais do que se limpar na superficialidade do corpo, mas em estar em paz com a consciência e a moral. Ter os membros higienizados não significa adotar uma postura de Pôncio Pilatos, mas de se importar com o bem geral e a preocupação com as pessoas que edificam as obras de Deus. Mãos limpas tampouco não significa ter os membros estéreis, mas de fazer o bem sem olhar a quem. Todo momento é hora. De ajudar sem cansar ou de ser prestativo e servir com a pureza que se pede aos que buscam construir um futuro melhor. Isso não vem sem críticas ou incompreensão daqueles que ainda estão imersos nas bolhas do ego ou dos prazeres passageiros e hostis a ascensão séria.

As mãos apenas simbolizam o trabalhador que faz da labuta um legítimo apostolado de desenvolvimento pessoal e do mundo. Por meio do trabalho conquistamos as nossas luzes, bem como modificamos o nosso ambiente e entorno. Com a moral ativa e a força de vontade, conseguimos transformar sonhos e sementes em frutos e realizações que permitem vislumbrar a capacidade do ser humano. Uma força e potência que realiza milagres, mesmo apesar dos empecilhos. Por meio das transformações que realizamos progredimos e damos sinais de que manter-se limpo, alinhado aos desígnios do alto, permite intuir se corretamente nas ações e atitudes. Deste modo, tal como para o apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias” (Atos, 19:11).

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

Idoso é um velho que deu certo

Certamente você caro leitor, amiga leitora acompanhou pelo noticiário o imbróglio em que três jovens de Bauru, SP, do curso de Biomedicina, escreveram nas redes sociais, de forma pejorativa, sobre uma colega de turma de 44 anos. A forma como as estudantes trataram sua colega diz muito sobre como a sociedade enxerga o envelhecimento.

Patrícia Linares estudante da Unisagrado, em Bauru (SP), foi hostilizada por três colegas do curso por conta de sua idade, em um vídeo que viralizou.

— Com 44 anos, ela já era pra estar aposentada — debocha uma das estudantes no vídeo, enquanto outras sorriem e disparam outros comentários preconceituosos.

Antes de ingressar na faculdade, Patrícia Linares já temia receber críticas dos novos colegas.

— No intervalo da aula, algumas meninas que não conheço me abordaram porque queriam falar sobre um vídeo sobre mim — relembra Patrícia, que, ao saber do teor do story, preferiu não ver. — Eu disse que não queria ver o vídeo, mas acabei vendo. Estava entrando no laboratório. Fiquei muito abalada, me pegou de surpresa. Patrícia não deixou se abater. Ela diz que hoje vê a posição em que esteve, de alvo de preconceito, é uma oportunidade de evolução, não só para ela, mas para outras pessoas que vivem na mesma situa&cc edil;ão.

— Ainda não digeri as palavras que elas disseram, porque nem tive muito tempo para fazer isso desde que tudo explodiu. Tenho recebido relatos do Brasil inteiro, de pais e mães de família de 60 anos e que são metralhados em sala de aula e dentro da própria família para que desistam dos seus sonhos. A estudante ainda diz que sua família deu apoio para ela, até mesmo antes de iniciar o curso — Sou uma pessoa que tem uma base familiar muito grande.

Transcrevi os diálogos acima para mostrar o pensamento dessas três mentecaptas, que por serem “jovem”, se acham no direito de zombar dos mais velhos.

Quanta ignorância dessas moças, que estavam no ambiente universitário exatamente para aprenderem, e por pura ignorância, exalaram todo o seu preconceito e despreparo.

O idoso é antes de tudo um jovem que deu certo. Um ser humano que sobreviveu a uma série de intempéries para chegar onde chegou. Uma curiosidade: desde quando alguém com 44 é velho hoje em dia? Não é apenas preconceito; é ignorância pura e simples dessas moças.

Só para lembrar, nossos maiores artistas são octagenário: Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Gilberto Gil. Já Laura Cardoso, Lima Duarte, Silvio Santos, Fernanda Montenegro, Tony Tornado, estão com mais de 90 anos. E, o mais importante, todos produzindo. Lembrando ainda, que o presidente da República tem 77 anos.

Certa vez perguntaram a Nelson Rodrigues que conselho daria aos jovens: “Envelheçam”.

Essa três ignóbeis têm muito a aprender antes de envelhecer, que é privilégio reservado a poucos. A grande maioria fica pelo caminho.

“Esses moços, pobres moços, ah! se soubessem o que eu sei…..”, cantou Lupicínio Rodrigues. A maioria dos jovens de hoje têm algum conhecimento, quase nenhuma sabedoria.

Diferentemente do que ocorreu com Patrícia Linares, que tem idade de ser minha filha, aos 64 anos, estou cursando Jornalismo, e tenho ótima relação com os colegas mais jovens. Alguns com idade de serem netos. Todos sabem que ali há trocas.

A velhofobia está se disseminando cada vez mais pelas redes sociais com um discurso de ódio, intolerância e preconceito por meio de piadas e brincadeiras de mau gosto. “Velho é ridículo, velho é teimoso, velho é um fardo, velho é inútil, descartável e incapaz”.

Lutar contra a velhofobia é lutar por nossa velhice e, principalmente, lutar por uma sociedade com mais saúde, dignidade e autonomia para os nossos filhos e netos. E, também para velhos do amanhã.

Estou feliz como estou envelhecendo. Grato à Deus pela caminhada; ainda com sede e fome de novas experiências e conhecimentos, procurando fazer da passagem do tempo um aliado.

Luiz Thadeu Nunes e Silva.

Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e
viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”, o latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra.

A maioria dos impensantes

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Milhões de pessoas ainda compõem a massa humana impensante: escravas das opiniões dos outros, não pensam por si mesmas”. (Waldo Vieira)

Na verdade, o Waldo maneirou muito nos números. Pelo que vemos, no que ouvimos sobre o comportamento do ser humano, mundo a fora, continuamos sem condições de pensar. Em vez de milhões, acredito que o número dos impensantes vai além de bilhões. Não fosse assim e o mundo estaria bem melhor e bem mais avançado racionalmente. Ainda não somos capazes de criar dirigidos pelos nossos pensamentos. Preferimos procurar orientações de quem nem sempre se orienta, a si próprio. E pelo que vemos vamos avançando no desmantelo da caminhada para o progresso. Continuamos em marcha à ré.

Ontem iniciamos a caminhada no último mês de mais um ano que avança século a dentro. A euforia do futebol aliada à angústia da pandemia, mantém o ser humano no desespero, quando deveria mantê-lo na batalha do enfrentamento. Mas nos dizem que devemos nos esconder por trás de uma pequena máscara, que diz o que realmente ainda somos. E se você se acha messe mundo de desespero, dê uma paradinha e reflita sobre você mesmo ou mesma, e pense no que você pode e deve fazer para sair desse mundo, sem sair dele.

Vamos respirar fundo e pensar com harmonia sobre o que somos, para ser o que realmente somos. Porque, o tempo todo, estamos esperando que os outros nos digam quem e o que somos. Cada um é cada um. Não podemos nem devemos ser iguais a mais alguém. O que devemos é nos respeitarmos como e no que somos. Faça isso e viva feliz seu dia, hoje. O primeiro dia do mês já se foi e o que realmente importa são os próximos dias que temos pela frente. E comecemos a vivê-los, iniciando no bom-viver de hoje, desfrutando da semente que plantamos ontem. Porque é assim que melhoramos continuamente. E é simples pra dedéu. É só acreditarmos no poder que temos dentro de nós mesmo, em nossas mentes.

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. (Charlie Chaplin). Todos nós somos atores da vida. Cabe a cada um fazer o melhor na apresentação da peça. E somos todos, capaz de fazer o melhor. Então vamos nos valorizar agindo de acordo com nossa capacidade de pensar. É através dos pensamentos que chegamos aonde queremos chegar. Então, pense com racionalidade. Afinal, somos todos de origem racional. Não nascemos aqui, sobre esta Terra. Chegamos e ficamos porque quisemos ficar. Mas teremos que voltar. E depende de cada um de nós, independentemente. Pense nisso.

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