Opinião

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Violência nas escolas: Por que estamos emocionalmente doentes?

José Roberto Marques

Antes de passarmos pelo doloroso período de isolamento social imposto pela pandemia, a saúde emocional era um tema secundário, relegado aos terapeutas e alguns profissionais da área comportamental. Durante o lockdown e, principalmente, nesse período pós-pandemia, temos pagado o preço por termos negligenciado a gestão das emoções.

Temos vivido um período de fortes evidências de um processo coletivo de desajuste das nossas emoções. Cada dia mais comuns os casos de esgotamento mental causado pelo trabalho, as relações sociais e conjugais, mais violentas e instáveis, e uma quase normalização da depressão, estresse e das crises de ansiedade.

Chegamos ao ponto do declínio da saúde emocional dos adultos impactar as crianças e adolescentes. O bullying é apenas um aspecto do problema. O racismo, o abuso psicológico, a exposição de fotos e vídeos íntimos gravados pelos adolescentes, suicídio e abuso sexual.

Como viemos parar aqui? O que fazer daqui para frente?

O Ministério da Educação, percebendo a iminência do problema e sua gravidade, decidiu que até o ano de 2020 todas as escolas deveriam tratar ao longo do seu currículo as competências socioemocionais. Essas competências devem levar o aluno a desenvolver sua capacidade de compreensão das emoções, a melhora das relações interpessoais e o refinamento da sua inteligência emocional.

Sobre inteligência emocional, o especialista em comportamento humano e mentor de negócios, José Roberto Marques, afirma que “as emoções também devem ser observadas no campo da inteligência, de modo que inteligência cognitiva sem inteligência emocional, gera pessoas despreparadas para a sociedade, mesmo que com alguma competência técnica bem desenvolvida”.

Por isso, as escolas são convocadas a ver em seus alunos futuros cidadãos e não apenas futuros profissionais, preparando-os para a vida em sociedade. A vida agitada e sem qualidade dos adultos têm interferido também na vida das crianças e adolescentes. A violência que adentra as escolas é a mesma violência que assola a sociedade como um todo.

A falta de significado na vida, na carreira, nas relações amorosas, gera um acúmulo de frustrações, raiva, ansiedade que é difícil para qualquer adulto gerir, imagine uma criança ou adolescente, “eles sentem toda a pressão da vida adulta por meio de seus pais, irmãos, tios e avós, e absorvem esses sentimentos que acabam causando impacto na sua vida”, argumenta José Roberto Marques.

Nos últimos anos, livros, palestras e formações sobre inteligência emocional têm se popularizado. A procura por esses eventos, em que as pessoas aprendem mais sobre suas emoções, sentimentos e como lidar com eles no dia a dia em busca de qualidade de vida, têm aumentado e os especialistas, se tornado cada vez mais frequentes nas redes sociais.

José Roberto Marques, que escreveu o livro Inteligência Emocional: novas formas de compreender e gerenciar as emoções (Editora IBC, 69,90) tem observado um aumento do público que busca cursos e palestras de autoconhecimento para diminuir o impacto da rotina cada vez mais pesada.

“Quanto maior for a inteligência emocional, maiores serão as habilidades sociais. Isso faz com que você seja capaz de se adaptar a praticamente qualquer situação social e consiga se comunicar com pessoas de todos os tipos. Quando você compreende suas emoções, sendo então capaz de entender que outras pessoas têm também suas próprias emoções, você consegue se relacionar, conversar ou até mesmo discutir com alguém sem se sentir ofendido quando essa pessoa não concorda com você.”

Quanto às escolas, é preciso tornas as habilidades socioemocionais um conteúdo cada vez mais presente, como forma de ajudar a toda a comunidade escolar, como professores, coordenadores, secretários, alunos e também famílias de alunos, a pacificarem os espaços de aprendizagem. Ninguém acredita que a Escola será blindada da violência, mas o trabalho com as emoções pode fazer com que a violência não se dissemine pelas práticas escolares e tenha nos estudantes cidadãos capazes de compreender e evitar o aumento dessa mesma violência.

Sobre José Roberto Marques

Especialista em comportamento humano, presidente e fundador do Instituto Brasileiro de Coaching – IBC, a maior e mais conceituada escola de Coaching do país, Master Coach Senior,  Trainer e escritor. Com um estilo visionário e uma experiência de mais de 30 anos em treinamentos comportamentais, José Roberto Marques inovou ao desenvolver a exclusiva metodologia Self Coaching, que dá base ao Professional & Self Coaching – PSC, o curso de Coaching mais completo e diferenciado do Brasil e do mundo.

Estabeleça a ligação

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Quando sua vida é uma expressão de sua felicidade interna, você se sente ligado ao poder criativo do universo. Tendo estabelecido essa ligação, você sente que é capaz de conquistar tudo que deseja”. (Deepak Chopra)

O elo de ligação entre nós e o universo racional está dentro de nós. A dificuldade está em acreditarmos nisso e nos sentirmos felizes. A procura pela felicidade está sempre na ilusão do céu que nos parece azul e que na verdade, não é céu nem é azul. O padre Antônio Vieira já disse isso. E mesmo assim continuamos esperando que nos ensinem como irmos para o céu que não existe. Vamos ser mais capazes na caminhada que não é mais do que uma caminhada, e cuidarmos de nós mesm
os, para sermos o que realmente somos e não estamos nem aí para isso.

Prometa não confundir isso com religião, filosofia ou coisa assim. Mas está na hora de procurarmos o conhecimento sobre nossa origem neste planeta Terra. A verdade é que não nascemos aqui, nem fomos feitos de barro. Somos iguais porque somos todos da mesma origem. Viemos todos do mesmo Universo e chegamos aqui há mais de vinte e uma eternidades. Chegamos a um planeta ainda em formação e iniciamos nossa formação aqui, no acompanhamento do planeta. A verdade é que o planeta e nós, ainda não conseguimos chegar ao ponto da racionalidade.

Ainda vivemos sob fantasias que nos mantêm presos a ideias que não nos levam a lugar nenhum. Estamos começando a acreditar que vivemos um eterno ir e vir. Porque até algum tempo atrás, não acreditávamos. Ficávamos o tempo todo tentando aprender a como ir para o céu. Quando na verdade o céu está dentro de cada um de nós. Quando somos felizes vivemos no nosso céu. E ser feliz é estar de bem com conosco mesmo. Somos todos timoneiros do nosso destino. O problema é que não acreditamos nisso e queremos dirigir nossas vidas pelo que os outros dizem que devemos fazer. O que nos tira do grupo do, somos todos iguais. E para sermos iguais temos que respeitar as diferenças.

Cada um de nós está no seu grau de evolução racional. O que nos indica que devemos respeitar a evolução racional do próximo. Não tente fazer o outro ser igual a você. As diferenças sempre existirão até que atinjamos a racionalidade que nos levará de retorno ao nosso mundo de origem. E só conseguiremos isso com muito amor. Mas não confundamos amor com derramamento de sentimentos. E este derramamento é que nos leva às barbáries que continuamos vivendo, quando já deveriam ser eliminadas. Mas vamos nos preparar, porque a Terra está caminhando para o próximo dilúvio. E não estamos preparados, nem nos preparando. Pense nisso.

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** Os textos publicados nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião da FolhaBV