Opinião

Opiniao 15726

Como conversar com as crianças sobre os ataques às escolas?

Psicanalista explica que participação dos pais é fundamental

Os últimos acontecimentos relacionados aos atos violentos nas escolas, no mínimo, geraram pânico e muito medo na comunidade acadêmica, nas famílias, nos alunos e na população em geral. Não tem sido fácil lidar com as notícias e com a insegurança.

O pouco de comentários e informações que as crianças e os jovens estão consumindo sobre os fatos, já são suficientes para que se sintam perdidos e amedrontados em meio a toda a repercussão dessa tragédia. O que fazer para auxilia-los diante de sentimentos tão desconfortáveis?

 

É nítida a reação de estresse aguda e traumática, resposta da hiper vigilância e o estado de alerta que rompeu o nosso senso de segurança. Jovens e crianças sentem, sofrem, se enlutam e não são alienados ao mal estar do mundo.

Possuem a consciência real e o reconhecimento de outras crianças. Afinal, as crianças são vulneráveis, precisam de proteção, se apavoram com o desamparo e a ameaça.

 

Assim como os adultos, as crianças podem sofrer de ansiedade e desequilíbrios emocionais por se depararem com situações traumáticas como essa. Tanto que, muitos relatos já dão conta de que algumas crianças e jovens, assustados com os ataques, entram em crise de choro só de pensar em ir para a escola.

Muitos estão questionando os pais sobre o que devem fazer se entrar alguém na escola para matá-los. Outros, começaram a pensar planos para se defender. As crianças estão sofrendo, principalmente, por

perceberem o medo e a ansiedade os pais.

Portanto, precisamos ser responsáveis pela saúde mental de nossas crianças e protegê-los de qualquer dano emocional.

 

Algumas famílias entendem que conversar com as crianças pode traumatizar ainda mais. No entanto, elas estão em um mundo em que elas são expostas de maneira visceral a tudo o que acontece. Neste sentido, o diálogo é fundamental.

Os pais precisam superar a perspectiva ingênua de acreditar que a violência na escola é algo relativo ao ambiente escolar. Observar e estar atento aos sinais de apreensão e medo que a criança passa a emitir, também ajuda a dosar a conversa. O acolhimento se faz necessário para que possa escutar os medos e as impressões.

A partir dessa escuta, os adultos podem, de alguma maneira, contribuir para uma ampliação da compreensão da criança sobre aquilo que ocorreu, respeitando a idade e compreensão cognitiva de cada uma. Se colocar à disposição para responder as perguntas delas também é importante. É fundamental que os adultos não neguem às crianças a possibilidade de sentir e se emocionar. É preciso que as famílias estejam dispostas para essa conversa, sem gerar pânico nos filhos, evitando dar exemplos com riqueza de detalhes macabros para não alarmar e apavorar ainda mais.

 

Portanto, esses episódios desequilibram e chocam a todos. Porém, precisamos não elevar a fobia e alimentar o terror que as Fake News propagam. Ou seja, se a criança verbalizar o medo, acolha-a dando atenção ao que está comunicando a você e fazendo perguntas a respeito do que ela sabe.

Ofereça um colo. Mostre que ela não está sozinha em momento algum. Procure estabelecer um diálogo muito claro, transparente e seguro e transmita segurança nesse momento. O importante é que seu filho compreenda o que é real e o que é fantasia.

Além disso, estar alinhado com as políticas de segurança da escola e demonstrar isso ao seu filho, também facilita a construir a sensação de acolhimento e proteção que a criança e o jovem buscam neste momento triste e traumatizante para todos.

 

Dra. Andrea Ladislau / Psicanalista 

Foco certo

A existência nos traz oportunidades para dispor com ênfase em certos aspectos em detrimento de outros. Através de nossos valores, pressupostos e crenças avaliamos e ranqueamos às opções, escolhendo aquilo que queremos.

Não raro, damos valor àquilo que  é contrário ao necessário e imprescindível ao crescimento e progresso. Valorizar os prazeres da carne e do hedonismo em oposição aos deveres e tarefas faz com que tenhamos uma vida que busca a estagnação e o engano, tal como observado pelo evangelista Lucas (21:34): “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia”.

Preparar-se para a partida e deixar um legítimo rastro de obras prósperas e de luzes internas do amor e do conhecimento eram as preocupações dos antigos. As primeiras civilizações destacam a relevância de uma vida digna, honrada e com valores do alto para que o julgamento final do indivíduo pudesse ser afirmativo na travessia do Aqueronte. Pagar o barqueiro com as moedas da caridade e da justiça eram razões fortes o suficiente para levar a pessoa na busca de uma conduta justa e segura de vida.

Por meio de uma conduta reta e moral não haveria temores no final da existência, mas a recompensa e o reconhecimento derradeiro de ter vindo e vencido as armadilhas da Terra da Neblina. A preocupação maior era ser alguém que pudesse olhar para trás com orgulho íntimo e satisfação consigo mesmo. O bem havia valido a pena.

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

Sem alegria não há vida

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e mantém acesa a nossa inteligência”. (Helen Keller)

Não é tão difícil assim, manter-se alegre. A dificuldade está em não acreditarmos nisso e ficarmos presos ao negativo. Mesmo porque só quando somos negativistas nos aborrecemos facilmente. E na maioria das vezes, com coisas ou momentos que não justificam o aborrecimento. O Bob Marley com muita simplicidade nos alerta: “A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem para em qualquer topada”. E as topadas estão nos erros que cometemos, muitas vezes até aborrecendo-nos com os erros dos outros. O que já é um erro.

Procure sempre ser uma pessoa de bem com você mesmo ou mesma. Nunca se aborreça som os erros que você, por ventura, cometeu. Faça deles um ensinamento. E é simples pra dedéu. Já conhecemos de sobejo, o exemplo simples e valioso do Emerson. Quando um amigo o criticou por ele já ter errado tantas vezes na experiência, na criação da lâmpada elétrica, o Emerson respondeu: “Eu não estou errando. Estou aprendendo como não fazer da próxima vez”.

Quando erramos e não nos aborrecemos com o erro, estamos aprendendo como não fazer. O que é um ensinamento, e não castigo. Somos seres humanos e os erros podem nos levar ao acerto, se não nos deixarmos levar por eles. Aborrecer-se com o erro é fortificá-lo. Procure aprender com seus erros para não os praticar novamente. E isso já é um aprendizado. Seja o dono de sua mente. Use-a sempre com racionalidade. Porque é na sua mente que está o seu subconsciente. E este é o poder que Deus pôs em você para que você possa caminhar pelos caminhos da racionalidade. Porque não há racionalidade sem Deus, nem Deus com irracionalidade.

Faça do seu dia, hoje, mais um dia a ser vivido a caminho da vida. Porque não vivemos, apenas passamos pela vida, quando não caminhamos pelas veredas da racionalidade. E ser racional é estar consciente do valor que tem, como criação do mundo racional, que é de onde viemos e para onde iremos. O que ainda não somos capazes para analisar. Mas a caminhada é simples e está nas veredas que nos levam ao racional. Sorria abrindo caminho para o bem. Nunca tenha receio de parecer um tolo com seu sorriso. Na verdade, o tolo é que não entende o poder do sorriso que muitas vezes leva ao riso.  

O Harry Benjamin falou bonito: “Não acrescente dias à sua vida, mas vida aos seus dias”. Independentemente do seu sexo, sua idade, ou o que quer que seja, seja você no que você é. E você é um ser de origem racional, com todo o poder de que necessita para o regresso ao seu mundo de origem. Pense nisso.

afonso_rr@hotmail.com

99121-1460