Opinião

Opiniao 15799

Quem está educando os filhos das novas gerações?

Marlene de Andrade

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Quem deve educar os filhos é a família e não a escola, pois dentro das salas de aula os alunos devem aprender as matérias que tenham a ver com o curso que estão fazendo e não serem doutrinados por nenhum professor.

Política é a ciência da organização, mas para que isso ocorra dentro das salas de aula os professores devem ensinar suas matérias e não doutrinar os alunos com falácias bestiais, pois como a política é a ciência da organização e nada tem a ver com politicagem, ela deve ser discutida sim, dentro das salas de aula sem as retóricas abomináveis.

Os professores, do quanto pior melhor, doutrinam dentro das salas de aula na maior “cara de pau” tanto adolescentes e até mesmo jovens para uma distorção total dos valores éticos e, por isso eles saem até mesmo das universidades, sem saber explicar o que é STF e o que significa as palavras Poder Legislativo, Judiciário do qual o STF faz parte e também não sabem o que significa Poder Executivo.

A grande parte desses adolescentes e jovens e, até mesmo adultos, também não sabem explicar quais são as funções dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. E aí, esperar o que de uma população despolitizada? E o pior de tudo isso, é que os pais transferem a responsabilidade de educar os filhos a terceiros como, por exemplo, professores que são pessoas que os pais nem conhecem.

Infelizmente, muitas escolas estão cheias de armadilhas sedutoras que matam nossos filhos e netos dos seus bons costumes, da moral e da ética, tanto isso é verdade, que dentro de muitas universidades já ocorreram inúmeros shows de nudez como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

E não é somente a escola que possui armadilhas não, e sim também a internet, os meios de comunicação em geral e as festinhas que os filhos, porventura estejam frequentando. Assim sendo, devemos nos perguntar a quem estamos consagrando nossos filhos?

A doutrinação ensina que ninguém pode ser frustrado, pois o mundo perdido deseja matar a alma da nossa prole e isso tem graves consequências porque a criação dos filhos é um ato de consagração que deve ser direcionada dentro da ética e dos bons costumes e não a esta realidade mundana, terrivelmente desviada do bom senso.

Sendo assim, devemos sempre nos perguntar o que nossos filhos, netos e bisnetos estão aprendendo fora de casa e o que podemos fazer para não os deixar cair no atoleiro da promiscuidade institucionalizada e generalizada neste nosso país.

   

Médica formada pela UFF

Título em Medicina do Trabalho/ANANT

Perita em Tráfego/ABRAMET

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL

CRM-RR 339 RQE 341

O devido respeito: reflexão sobre assédio sexual e preconceito contra a mulher

Por Luiza Nagib Eluf*

A moça era alta, magra, morena de cabelos longos, lisos e negros, olhos escuros amendoados dentes perfeitos e lábios de fazer inveja.

Advogada recém-formada, procurava emprego. Encontrou a empresa, mandou o currículo e foi chamada.

Na entrevista, pediu salário alto, achando que teria de negociá-lo depois, mas não foi assim. Ela foi aceita na hora. Voltou para casa feliz e ficou aguardando.

Dois dias depois, o presidente da empresa ligou e fez um convite: “Venha amanhã à noite tomar um vinho comigo e assinaremos o contrato”. Ela se surpreendeu, disse que não poderia encontrá-lo no horário sugerido, mas na segunda-feira, às 10 horas da manhã, estaria na empresa.

Constrangida, preocupada e decepcionada, ligou para uma amiga profissional de negócios bem sucedida e experiente e perguntou: “O que faço?”

“Acostume-se”, respondeu a amiga, “é assim com todas as mulheres, gordas ou magras, altas ou baixas, bonitas ou feias — mas com as bonitas é pior.”

Mulheres são assediadas no trabalho, na escola, nas ruas e, algumas sem sorte, em casa! A lei considera crime as investidas praticadas contra as subordinadas no local de trabalho (assédio sexual — artigo 216-A do Código Penal). Na vida real, poucas vão à delegacia prestar queixa, devido às dificuldades de fazer a prova, devido ao medo ou à insegurança, mas a Justiça do Trabalho vem sendo receptiva aos reclamos das empregadas, concedendo-lhes indenizações que asseguram um pouco mais de dignidade à mulher no ambiente de trabalho.

Com a idade, em geral após os 40 anos, o assédio à mulher diminui, mas não acaba. Temendo a desvalorização e o desprezo, elas recorrem à ciência, à medicina e à tecnologia para driblar os
sinais do tempo. Aos 50 anos, recorrem à plástica. Não há conforto nesse universo. Não existe justiça, não há reconhecimento das capacidades, tendo em vista o viés machista que ainda prevalece no brutal patriarcado que infelizmente permanece.

Existe muito preconceito e desprezo pela mulher idosa no Brasil, o que demonstra atraso no reconhecimento dos direitos humanos de todos os seres. Homens parecem mais felizes, mais poderosos, não sofrem assédio nem se preocupam com a velhice porque pensam ser amados de qualquer jeito, mas isso é ledo engano.

Mulheres jovens não se apaixonam por homens idosos; na maioria dos casos em que ocorrem casamentos com grande diferença de idade, estão mais interessadas na sua própria subsistência do que no amor conjugal. Ao que tudo indica, caminhamos para o equilíbrio financeiro entre homens e mulheres e logo ambos os sexos passarão pelas mesmas agruras e mesmas alegrias. Envelhecer não é fácil, mas tudo depende de como a idade é percebida e trabalhada.

Alguns homens ainda se sentem em posição de superioridade, mesmo sendo idosos, e atacam mulheres como nos tempos de juventude… No entanto, na maioria das vezes, precisam pagar. Na verdade, o desconforto é de todes, e a supervalorização do sexo na meia-idade ou na idade provecta pode trazer frustrações tragicômicas.

O crime de assédio sexual, infelizmente, foi mal redigido, sofreu cortes antes da aprovação (sanção presidencial) e se transformou em uma figura penal praticamente inútil.

Atualmente, pouquíssimas vezes é possível tipificar a conduta penal prevista no artigo 216-A do Código Penal. Infelizmente, sua redação sofreu tantos cortes antes da sanção que o tipo penal ficou mutilado e quase inutilizado. A Justiça do Trabalho vem atuando muito melhor do que a Justiça Penal com relação à proteção da mulher vítima de abuso sexual, mas o ideal seria a reforma do texto previsto no artigo 216-A do Código Penal a fim de que se reconheça a dignidade da mulher no local de trabalho e fora dele, para que haja paz social, trabalhista e familiar.

*Luiza Nagib Eluf é advogada. Foi membro do Ministério Público do Estado de São Paulo e tem sete livros publicados

Caia fora do tédio

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A sociedade atualmente é uma horda refinada, formada por duas tribos poderosas, o Tediosos e os Entediados”. (Lorde Byron)

É difícil entender como nos entendiamos com o arrufo da sociedade atual. Mas vai ficar fácil de entender, quando prestarmos mais atenção à vida. Dá para perceber, sobretudo em grupos reunidos em festinhas familiares. Estamos nos deixando levar pelo modernismo que mais tarde será chamado de cafonice. Estamos deixando de lado tudo que os idosos aprenderam, e não aprendemos, em épocas consideradas remotas. O tempo passa correndo e nós ficamos parados esperando o tempo passar. Estamos mais inclinados a escutar sem ouvir. Ainda não prestamos atenção à verdade de que o pior surdo é aquele que não sabe escutar.

A liberdade quando não é entendida pode virar libertinagem. Que é o que estamos observando no comportamento das pessoas, no relacionamento, nas relações humanas. O que acaba nos levando ao tédio, por não podermos corrigir atos que estão se tornando banais no sentido dos admissíveis. E não temos como negar que tudo vem através do descaso na educação. Estão nos ensinando pouco e educando menos ainda. O que vai tornando difícil educar nossos filhos. E educar para o momento, não é suficiente. O importante é que eduquemos como uma preparação para o futuro do educando.

Nos meus passeios pelas ruas, em observação, tenho notado coisas absolutamente inaceitáveis, mesmo nos ambientes de trabalho bem treinados. Nas lojas, por exemplo, o comportamento dos funcionários é digno de respeito. Mas não levamos em consideração que aquele comportamento deve ir e estar, mesmo fora do ambiente de trabalho. O que não está acontecendo e correndo o risco de, aí sim, vulgaridade. Não vamos permitir que no futuro as pessoas riam da nossa aparência atual. Que é o que acontece hoje, quando rimos da aparência dos habitantes da Terra, no século quinze.

Talvez eu esteja exagerando sob o ponto de vista dos mais modernos. Mas isso não me preocupa quanto a mim. Minha preocupação está no futuro das crianças de hoje. Não sabemos como vai ser a vida delas, no futuro. E o mais preocupante é que a responsabilidade está nos pais, e não nos professores. Embora estes também estejam incluídos no grupo dos que educam. Mas só damos o que temos. E os professores do futuro estão nas crianças de hoje. Então vamos educá-las para que os filhos delas sejam educados pelos que educamos.

Vamos dar mais atenção à Relação Humana, porque é ela que nos leva educados, do lar para o trabalho, e não do trabalho para o lar. Vamos refletir sobre nossa responsabilidade para educar. Pense nisso.

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