Opinião

Opiniao 15965

As marcas e novo comportamento dos consumidores

Muito se fala sobre as mudanças no comportamento dos consumidores, sobretudo após um evento disruptivo como a Pandemia de 2020. Discutir a vulnerabilidade desse momento em que se percebeu que as barreiras geográficas não são intransponíveis e que existe uma cadeia global de consumo e dependência, é fundamental para entender a universalidade de comportamentos de consumo em um novo cenário e dentro de um novo contexto exigido pela pós-pandemia. Este é, portanto, um ponto fundamental para a estratégia de marcas e negócios em 2023. Tanto que a ciência comportamental tem ganhado cada vez mais força, buscando compreender a mente do consumidor, que agora procura experiências mais ricas, que combinem a fluidez digital da pandemia com a retomada da intimidade dos relacionamentos de tempos anteriores.

As tendências de consumo mundiais mostram que as novas formas de viver experimentadas pelos consumidores durante a pandemia – tanto de compra quanto de interação – podem fazer com que haja uma regressão a alguns velhos hábitos, otimizando a experiência. O impulso de gastar pode ser contido e as exigências podem ser maiores. Ou seja, os consumidores querem tirar o máximo de valor dos produtos ou serviços – seja em um bem de consumo ou um serviço de streaming. Essa tendência global se reflete também aqui no Brasil. Uma pesquisa divulgada pela Opinion Box/Dito revela que os consumidores brasileiros querem experiências personalizadas. A grande maioria dos entrevistados (72%) esperam que as empresas saibam reconhecê-los como indivíduos únicos e identificar seus interesses e um índice bem semelhante prefere comprar das marcas com as quais já teve experiências personalizadas e indica marcas que oferecem esse tipo de experiência.

Uma pesquisa do Sebrae, denominada “Principais Tendências de Consumo 2023”, corrobora com esses dados, enaltecendo um comportamento mais social e também mais cauteloso do consumidor. Algumas tendências listadas pelo levantamento são: Consumo intencional (menos compras por impulso); Consumo com consciência ambiental (upcycling, second hand); e Consumo de infoprodutos (materiais criados e distribuídos digitalmente, sobre assuntos que vão de educação a gastronomia). Levando em conta as pesquisas recentes relacionados ao comportamento do consumidor, ainda podemos citar como impulsionadores do consumo fatores como bem-estar físico e mental, respeito aos direitos dos indivíduos, alinhamento com valores e identidade, oportunidade de experiências estimulantes e conexões físicas e digitais. No entanto, somado à ampliação da consciência para consumo, é necessário levar em conta também o aumento do custo de vida, que continua crescendo em nível global em 2023. Dados da  Global Consumer Insights Pulse Survey 2023 da PwC mostram que a maioria (53%) dos consumidores globais reduziram gastos com compras não essenciais e 15% interromperam completamente os gastos não essenciais.

Consequentemente, é indispensável para as marcas nos dias atuais estabelecerem estratégias focadas em atender a essas novas premissas básicas. Elas devem oferecer ao consumidor a oportunidade de autoexpressão, entender e incentivar essas mudanças de hábitos, ajudá-los a explorar interesses que os tornem únicos e ao mesmo tempo mais conectados com a própria essência. A inteligência artificial é uma grande aliada – por entregar personalização requer um entendimento profundo de cada indivíduo. Também é preciso pensar em como ajudar os consumidores a se tornarem mais resilientes às mudanças, uma vez que as incertezas quanto ao futuro foram exacerbadas. A abordagem omnichannel, tendo em vista que os consumidores têm interagido com as marcas no ambiente físico e digital, também continua a ser uma estratégia relevante. A familiarização cada vez maior com a tecnologia também vai fazer com que as pessoas controlem melhor os espaços digitais, usando, por exemplo, o metaverso para desenvolver identidades únicas. Veremos, nesse sentido, um forte movimento relacionado à privacidade de dados. E, por fim, é preciso lembrar que o poder está cada vez mais nas mãos de quem consome. As marcas precisam permitir esse protagonismo, dando lugar ao consumidor dentro desse processo criativo.

Por Cristiane Soethe, jornalista, sócia da Presse Comunicação, especialista em Comunicação Empresarial, mestranda em Administração de Empresas

Não esqueça o seu passado

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Natal,

Cidade do sol tu és, abraças a todos

Imigrantes ou não, sem distinção.

Cidade especial do Brasil, que acolheu em seus braços,

Bravos soldados, na segunda guerra mundial”.

(Neide Maria Rodrigues)

Estou começando a desconfiar que a idade está chegando. E quando ela chega a gente fica meio saudosista. E acho que é o que estou ficando. E é aí que as lembranças vão chegando e a gente vai maneirando nos pensamentos. E a festa se inicia. Tudo que acontece parece coincidência. Tenho aqui, na minha pequena estante, uns livros maravilhosos de grandes poetisas: Rosilene Santos, de quem ainda sinto saudade, com o livro “Entre Rosas… Espinhos”; Roberta Cruz, a quem eu gostaria de cumprimentar pessoalmente, neste momento, com o livro “Um Tom Para a Poesia”. E entre elas, a Natalense e minha prima, Neide Maria Rodrigues, com o livro “Reflexo de Um Amor Contido”.

Encontrei-me com a Neide, em Natal, em novembro de 2019. Foi quando ela me premiou com seu livro, com uma dedicatória maravilhosa. Não sei bem quantos minutos se passaram enquanto eu fiquei parado, agora, com o livro na mão, e o pensamento rodando. Aí abri o livro na página 26. Olha só que coincidência: na página 26 li esse trecho que está posto aí encima, sobre soldados da segunda guerra mundial. Faz poucos dias que falei aqui sobre este assunto. Porque foi um momento muito positivo para meu crescimento mental, naquela época. E tenho muita história para contar, da convivência com o pessoal da época, e o que aprendei com ele.

Já falei pra você, do que aprendi com aquela mulher norte-americana, no ano de 1947, quando os soldados americanos estavam voltando para os Estados Unidos, depois do fim da guerra, que foi em 1945. Aquela mulher norte-americana nunca soube, nem imaginou que lição ela me deu para que eu esteja até hoje, com ela na minha memória. E como já falei disso por aqui, fico aqui. Mas aconselho a todos que prestemos mais atenção a coisas simples a que assistimos no dia a dia para aprendermos coisas importantes e que podem nos tornar diferentes e melhores. O sucesso está na felicidade. E esta pode estar em nós mesmos, se soubermos viver a vida como ela deve ser vivida.

Guarde sempre em sua memória os momentos simples que podem mudar e melhorar seu estilo de vida. Mas seja sempre positivo para poder distinguir o positivo do negativo. O comportamento daquela norte-americana poderia ter sido considerado fútil por uma mente fútil. Seu sucesso vai depender do seu modo de ver as coisas como elas realmente são. Viva o dia hoje, com amor, sinceridade, e muito respeito ao próximo. Pense nisso.

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