Opinião

Opiniao 16 01 2018 5489

A CORDA BAMBA DA BIPOLARIDADE – Vera Sábio*

É muito difícil identificar o nível de normalidade e anormalidade de uma pessoa, sem a análise profunda e detalhada, pela qual perpassa algumas técnicas, estudos e terapias em conjunto com vários profissionais.

Como já dizia Sócrates e outros antigos pensadores. “De perto ninguém é normal”.

Vivemos todos os dias um processo lento de aprendizagem, onde refazemos algumas tarefas e avançamos em outras. Todavia, por várias vezes, ficamos repetindo os mesmos erros, com muita dificuldade de ultrapassá-los.

Erros estes que demoramos até para identificá-los, nos achando corretos e não admitindo que precisassem transformar alguns hábitos, que se tornaram costume, virando vícios, o que é cada vez mais difícil de ser modificados.

No entanto este transtorno mental, denominado “bipolaridade”, embora seja mais complexo e necessário de profunda análise psicológica, já é considerado por diversos pesquisadores como uma doença física e mental.

Em geral somos completamente interligados, não tendo como separar o corpo da mente e do espírito.

Esta ligação é como uma corda bamba que em desequilíbrio causado por falta de substâncias essenciais ao bom funcionamento do cérebro, pode provocar várias doenças sérias como a ansiedade, depressão, pânico e bipolaridade.

No entanto, seu verdadeiro diagnóstico, diferente do clínico que após consultas, exames e aparelhos específicos para detectar alguma anomalia, logo isso ocorre sem qualquer dúvida a respeito do resultado.

O cérebro, ainda muito misterioso para a ciência, requer vários testes, múltiplos profissionais e demoradas terapias até que consiga chegar a um resultado aceitável, porém, por não ser palpável, continua bem questionado.

A investigação psicológica acaba sendo muito lenta e demorada, mas extremamente necessária, para que através de um conjunto de hipóteses, informações e exames, se chegue a conclusão que se trata de bipolaridade.

Todo ser humano tem dias altos e baixos, bom e mau humor, calmarias e tempestades. O que é em geral normal. Jamais sendo considerado um transtorno se constatam os motivos, se através da própria vontade e determinação, é possível reverter o quadro.

Porém, a bipolaridade não é nada simples, de diagnóstico fácil, ela requer muita investigação, múltiplos profissionais e diversas terapias, não devendo ser banalizada e nem julgada precocemente, na compreensão de que a vida é única e o cuidado dela precisa ser total.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe, e [email protected]

O guerreiro do Uraricoera – Walber Aguiar*

Uns sentavam em canhões, outros em estrelas…Odir Lucas

Eram os idos de 80. Cheguei timidamente ao Canarinho. Entrei numa sala ali embaixo, ouvindo o ruído de morcegos e a voz grave de um dos maiores professores de educação física e incentivadores do desporto roraimense.

O homem que chamou pra si a responsabilidade de transformar meninos em homens, através do desporto e das colônias de férias, do Copão da Amazônia, como grande incentivador de toda e qualquer modalidade esportiva.

Ele, sempre circunspecto, abria de vez em quando um sorriso tímido, pronto a atender a qualquer um que ali chegasse. Conversou comigo e disse que queria pessoas pra trabalhar e não para ficar de cara pra cima. Nas dependências do Canarinho, em meio aos morcegos que voavam, nascia uma grande e profunda amizade.

Depois nos encontraríamos debaixo de um pé de cajueiro, em sua casa, onde traçamos planos e fizemos planilhas para as eleições do Sinter, juntamente com o professor Williams Rodrigues da Silva, outro grande nome da educação e da transformação de alunos em cidadãos. Passado aquele tempo, Odir Lucas lançou um livro que falava de todos, inclusive daquele que nasceu às margens do Rio Uraricoera, lugar cheio de peixes, lendas e mistérios. Daí o fato de haver um grande enigma na alma do professor e poeta que falava de pescaria, arabu, João Mineiro, brilho da lua, cachaça com limão e tira gosto de bife acebolado.

Viveu intensamente o guerreiro Odir. Quase um Odin, uma espécie de Deus nórdico das margens do velho e profundo Uraricoera. Também mencionou uma enorme nostalgia, ao lembrar de todas as coisas que vivenciara e que agora só restava saudade e a esperança de dias melhores para filhos e netos. Lembrou de músicos, poetas, escritores, de Dorval de Magalhães, de gente boa como seu Chico Romão, dos bailes de carnaval da sede do Rio Branco, União Operária e das inesquecíveis batalhas de confete.

Deixou filhos campeões do desporto, filhas formadas, netos e a guerreira dona Mariza, a quem tive um dia o prazer de conhecer.

Descanse em paz, meu irmão e amigo Odir Lucas. Depois de chorarmos um Uraricoera de saudades, um dia nos encontraremos debaixo de frondosas mangueiras celestiais e beberemos a gostosa água do Rio da Vida…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura, advogado e membro da Academia Roraimense de [email protected]

A mídia nem sempre constrói – Marlene de Andrade 

A mídia, apesar de ter seu lado bom, todavia investe profundamente nas transgressões sexuais, pois ela sabe que a apologia à imoralidade sexual atrai pessoas. Sendo assim, vende tudo que tem a ver com prostituição, traição conjugal e muitas outras aberrações sexuais na maior naturalidade possível. As novelas que o digam!

A transgressão sexual não é algo novo, haja vista, que Corinto foi considerada uma cidade escravizada, profundamente, pela imoralidade sexual. Grande parte das mulheres do antigo Egito também era lasciva, tanto isso é verdade que José do Egito foi profundamente constrangido sexualmente, pela mulher de Potifar. Jezabel foi outro exemplo de sensualidade obsessiva. O que se dirá então dos homens nos tempos antigos? Claro que muitos deles eram promíscuos sexualmente.

Como se vê, essas aberrações não são novas, porém, hoje a perversão sexual vem inundando as sociedades de forma muito profunda. Hoje adolescentes de 12 anos estão, rotineiramente, se engravidando, às vezes, até mesmo de homens desconhecidos e que ‘ficaram’ com elas apenas uma noite.

Na sociedade moderna é natural, para muitos, a prática do sexo virtual o que se poderia chamar de ‘cibersexo’, muito comuns em salas de bate-papo onde, infelizmente, não ocorre nenhum sentimento sócio-afetivo entre as pessoas a não ser fantasias de cunho sexual.

É verdade que antigamente adolescente até mesmo aos 13 anos se casava e constituía família. Evidentemente, que essa cultura também não era correta, pois adolescentes não estão preparados para o casamento e tal prática não passava de pedofilia. Contudo e infelizmente, as perversões sexuais hoje em dia, se aprofundaram muito mais do que há alguns anos atrás, o que não deixa de ser muito lamentável.

Hoje, as sociedades em geral, vivem mergulhadas na mais profunda desolação moral, cuja mídia, na maioria das vezes, tem sido grande instrumento de destruição dos valores éticos e morais. E o pior de tudo, é que o pecado vem se alastrando, inclusive na Igreja, não poupando sequer, muitas vezes, seus líderes. Vivemos no meio de uma depravação e decadência espiritual como nunca vista antes e onde os lucros com a pornografia têm sido uma constante prioridade. Nesse sentido, mesmo vivendo em um país democrático, penso que a mídia poderia ser mais cautelosa e pensar mais nas crianças que ainda estão em formação educacional.

“Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” Efésios 4:29.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho

Ajude motivando – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Motivação é a arte de levar pessoas a fazerem o que você quer que elas façam por vontade delas.” (Eisenhower)

Porque será tão difícil motivar? Talvez por ser muito simples. E ainda não estamos, enquanto seres humanos, acostumados à simplicidade. Gostamos e adoramos o complicado. Enganamo-nos pensando que é na dificuldade que nos valorizamos. Um grande entrave para o nosso desenvolvimento. Mas vamos mudar o rumo do destino. E comecemos levando em consideração que somos todos donos do nosso destino. Que nossas vidas somos nós que as construímos. São as dificuldades que nos amadurecem. O importante é que não nos entreguemos. E é por aí que valorizamos a motivação que tanto pode vir de fora, quanto de dentro de nós mesmos.

É no mundo profissional que lapidamos nosso engrandecimento como pessoa. Seja qual for seu nível intelectual, o importante é que você valorize o que faz, ame o que faz, e faça o melhor no que deve fazer. Nunca despreze a motivação. Seja em que nível for ela é sempre essencial ao nosso desenvolvimento. Motive seu funcionário, seu filho, seus amigos. Não perca um só momento da oportunidade que tiver, para motivar alguém. E não se esqueça de que o exemplo é, e sempre será, a melhor didática. Motive alguém a fazer o melhor, dando-lhe o exemplo, no que você faz.

Motive seu filho mostrando-lhe o quanto você é digno de respeito e admiração. Ele sentirá sempre orgulho de você e procurará seguir seu caminho. Conquiste o respeito do seu auxiliar, dando-lhe o exemplo de como ele deve fazer. Porque só quando ele se sentir orgulhoso do exemplo que recebe, fará o que você quer que ele faça, por vontade dele. É assim que progredimos, social, moral, profissional e racionalmente. Não perca seu tempo com coisas ou acontecimentos que não lhe tragam crescimento. Mantenha seus pensamentos sempre no nível mais elevado da racionalidade. Motivar é uma arte.

Sinta-se sempre feliz, no seu ambiente de trabalho, fazendo com que as outras pessoas se sintam felizes com sua presença. É simples pra dedéu. É só você não dar importância ao que não tem importância. Não dê importância a fofocas, mexericos ou coisas assim. Seja um motivador. Dê sempre o melhor exemplo de sociabilidade. Respeite e oriente os que necessitam de ajuda. Incentive sempre. Ajude sempre. Não se esqueça de que tudo que damos, recebemos de volta. Não há pagamento, mas troca.

Pensamentos positivos sempre trazem resultados positivos. E se é assim, por que perder tempo com negativismo? Incentive sempre para o bem. Isso é motivação. Ajude sempre, mas sem almejar retorno. Ele virá sempre. Pense nisso.

*[email protected]