Opinião

Opiniao 16 05 2015 993

Diamantes e madeiras eles são eternos – Rubens Marchioni* Naquela grande cidade, entrei em uma rua, escolhida sem critérios, diante de tantas que podia seguir. Por todos os lados, os trabalhadores braçais se mostravam muito ocupados.  Usavam grandes marretas e equipamentos hidráulicos. Usavam toda a força que podiam encontrar em seus braços e pernas. Nada poderia resistir às suas investidas violentas e cheias de determinação. Nada ficaria em pé. Com fúria e certo prazer velado, deitavam, uma a uma, as paredes no chão. Paredes centenárias. Todas construídas com pouco tijolo e grande quantidade de madeira. Madeira de lei. Exclusivas e com pedigree. Tudo muito bem conservado. Inclusive a pintura com a qual se revestiam para percorrer uma história feita de séculos. Indestrutíveis.  Deixei aquela rua para me livrar da sua monotonia composta pelo grande número de casas tombadas, abatidas por esse exército faminto de demolidores. Tempo perdido. Outros casarões ruíam à minha frente. Naquela cidade e em tantas outras. Um cenário inacreditável, desses que fariam com que Spielberg se sentisse um estagiário da sétima arte.  Foi então que um facho de luz inundou o meu entendimento. Finalmente, compreendi de onde sai tanta madeira de demolição com que marcenarias produzem todo o mobiliário suficiente para abastecer o mercado. Móveis exclusivos. Sempre exclusivos. Ao mesmo tempo, outra interrogação foi removida da minha cabeça preconceituosa e desinformada. Refiro-me ao fato de que a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, tem a extensão equivalente à de São Paulo, Capital. Exceto a igreja, uma pequena escola, um posto bancário e um pronto socorro, tudo tem seus dias, espaços e mão de obra ocupados pela produção de móveis. Todos feitos com madeira da melhor procedência. Que também pode ser de demolição, por que não?     Muito bem, deixemos que os operários, vorazes, derrubem os milhares de casarões que puderem encontrar, e que Gramado não repouse da sua tarefa de produzir móveis. Afinal, os vendedores precisam continuar acreditando nessa verdade que um dia compraram e, agora, desejam dividir comigo a qualquer preço.   ® *Publicitário, jornalista, escritor e sócio da Eureka! Assessoria em Comunicação Escrita. Colunista da revista espanhola Brazilcomz, da canadense BrasilNews e da americana BrasilUsa Orlando. Publicou Criatividade e redação. O que é, como se faz; A conquista. Um desafio para você treinar a criatividade enquanto amplia os conhecimentos e Câncer de mama. Vitória de mãos e mentes, este último sob encomenda. – [email protected] – http://rubensmarchioni.wordpress.com ———————————- Lugar de droga é na drogaria – Jaime Brasil Filho* Lugar de droga é na drogaria. À exceção da maconha (legalizada em vários países), cujo uso já deveria ter sido regulamentado há muito e cujo plantio seria impossível de controlar em um país tropical, todas as demais chamadas drogas ilícitas deveriam estar sob o controle do poder público, do Estado. Nesta semana comemoraremos a Semana do Defensor Público, que se encerrará com um mutirão de atendimento na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Dos presos temporários que lá estão, chamados preventivados, ou seja, que ainda não tiveram o julgamento definitivo, mais da metade está relacionada diretamente ao tráfico de drogas. O restante, em muitos casos, também estão lá por fatos indiretamente ligados ao uso e ao tráfico de drogas: roubos, furtos etc. A maioria desses presos são visivelmente descendentes de negros e índios, são todos pobres e de baixa escolaridade. É por isso que eu chamo a atual Lei de Tóxicos de Lei do Apartheid. Pois, não por acaso, é sempre uma determinada parcela da população que é encarcerada com base nessa lei. São, muitos deles, usuários pobres que sem dinheiro para manter o vício, acabam servindo de “aviões”, de soldados para traficantes mais poderosos. O fato é que a partir dessa Lei tivemos uma explosão de prisões, a ponto do Brasil ter se tornado o segundo pais com a maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América. Enganam-se os que dizem que o Brasil é o país da impunidade, o Brasil pune muito, mas não os causadores dos grandes males sociais. Pune as vítimas. As drogas fazem parte da história do ser-humano neste planeta. Nas primeiras manifestações religiosas de que se tem notícia eram usadas substâncias que geravam a sensação de religação (religião) com o divino, com o transcendente. Ainda hoje há religiões e grupos humanos que se valem de substâncias psicoativas para a prática religiosa. Desde sempre o ser-humano procurou drogas na natureza para aplacar dores, sofrimentos, para curá-lo de enfermidades, e, também, para o prazer. Mesmo as sociedades mais conservadoras, como aquelas que seguem textos religiosos de forma fundamentalista, possuem ou produzem drogas estupefacientes. Afeganistão com seu ópio, Marrocos com o haxixe etc. O fato é que somos todos contra os vícios e a favor das virtudes, somos contra o uso de drogas que possam nos fazer mal, e qualquer droga pode fazer mal e algumas podem matar. Mas, infelizmente, a relação do ser humano com a natureza, e com as sociedades em que está inserido, mostra-nos que nunca existiu sociedade sem drogas psicoativas, e não existirá. Assim, a chamada guerra contra as drogas está perdida. Até personalidades conservadoras, como, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso, sabem disso. As drogas ilícitas fazem circular no mundo mais de 1 trilhão e meio de reais. Dinheiro sujo lavado nos grandes bancos. Esse dinheiro financia mais crimes, a produção de mais drogas, corrompe a sociedade e elege políticos. Em 100 anos de combate às drogas estupefacientes, as drogas se diversificaram, baratearam o preço e aumentaram a sua distribuição. A guerra às drogas mata mais do que o uso de drogas. Quem realmente se beneficia com a proibição às drogas e com a guerra às drogas? Fabricantes de armas que as vendem tanto para os traficantes como para a forças do Estado, e os próprios grandes distribuidores de drogas, porque assim não pagam impostos, e podem rechear suas contas bancárias com muito, muito dinheiro. Existem muitas drogas lícitas, psicoativas, fortíssimas, e que são controladas pelo Estado. Ansiolíticos, soníferos, antidepressivos, antipsicóticos, derivados do ópio etc. E o que aconteceria se essas drogas psicoativas lícitas fossem proibidas? Logo apareceria um mercado paralelo, clandestino, que enriqueceria alguns grandes traficantes. O que aconteceria se o álcool ou o tabaco fossem proibidos? A mesma coisa: a produção e venda clandestinas. Não adianta ser contra as drogas, elas estão em todas as grandes cidades do mundo, a qualquer hora do dia ou da noite. O Estado tem é que chamar para si a responsabilidade sobre elas. A única maneira de evitar que nossos filhos se envolvam com drogas nocivas é dando-lhes educação, atenção e amor. Essa é a verdadeira arma contra as drogas maléficas. Todos os maiores especialistas concordam que em vez de guerra às drogas, o melhor é que os países busquem uma política de redução de danos, ou seja, em vez de sonhar com a eliminação dessas drogas proibidas, é melhor buscar maneiras menos nocivas de conviver com elas. E a primeira medida seria tratá-las como uma questão de política de saúde pública e não de segurança. Se tirarmos as drogas das mãos dos traficantes, eles não terão mais dinheiro, não corromperão agentes públicos, não comprarão armas… Não existirão. E, com isso, os realmente viciados poderão ser tratados pelo Estado com parte do próprio dinheiro arrecadado na venda regulamentada das drogas. Já chega de tantas famílias desfeitas, tantas mortes, tanto sofrimento nas prisões por causa das drogas, ou melhor, por causa do tratamento equivocado que o Estado dá às drogas psicoativas. Lugar de droga é na drogaria, e lugar de drogado é no hospital. *Defensor Público ——————————- Defina sua meta – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Não se deixe persuadir a fazer outra coisa ou a ir a outro lugar só por que todos os outros irão. Defina seu próprio curso”. (Catherine E. Rollins) Uma das maiores dificuldades que os seres humanos enfrentam é a indefinição. E a maioria de nós leva a vida sem se definir. Estamos o tempo todo fazendo o que os outros dizem que façamos, mesmo quando eles não dizem. ficamos o tempo todo tentando imitar os outros. Caia fora dessa piroga. Reconheça-se a si mesmo, busque o poder que você tem dentro de você e defina seu curso. Henry Ford nos disse: “Se você acha que pode você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. É você que deve lhe dizer quem você é e até onde você pode ir. E quando sabemos até onde podemos ir, nosso rumo não tem limites. O que quer dizer que você nunca alcançará seu horizonte. Mas se você for o que realmente é, estará sempre na busca do seu horizonte. A vida requer muita sabedoria e muita definição, além de propósitos. E quando sabemos o que queremos é o que buscamos. Porque é aí que está a felicidade. Felicidade é rqueza. Aproveite este fim de semana para uma reflexão sobre você mesmo; sobre o que você é e o que você pensa que é. Porque já dissemos isso inúmeras vezes: você é o que você pensa, mas nem sempre é o que pensa que é. Quando você fica toda a sua vida preocupado, ou preocupada, em mostrar o que você é, você está tentando mostrar o que não é. A Dama de Ferro também disse: “Estar no poder é como ser uma dama, se precisar dizer que é, não é”. Você não precisa se exibir para mostrar que é o que é. Deu pra scar? Não interessa se você é um homem ou uma mulher. O que importa é que você se sinta no que você é como um ser humano, numa sociedade. A aparência física necessita de trato, mas não de mudanças na aparência. Quando sentimos essa necessidade estamos preocupados com os outros e não conosco. O que está preocupando você é como as outras pessoas veem você e não com o que você realmente é. Temos um incomensurável número de exemplos de grandes personalidades da história, que são lembradas pelo que foram e não pelo que tentaram mostrar que eram. Fazer uma reflexão não quer dizer que você deva ficar meditando como se fosse um monge. Basta dar uma paradinha e se olhar no seu espelho interior. Porque é aí que você encontra sua imagem verdeideira. Mas tem que estar consciente do que você realmente quer ver. Se está preocupado com você mesmo ou com o que os outros devem ver em você. Se se preocupar com sua aparência ditada pelo modernismo, estará se preocupando com os outros, e não com você. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460   ————————————— ESPAÇO DO LEITOR      MOBILIZAÇÃO Assistentes sociais que foram aprovados no concurso público de 2013 também estão articulando, junto à Secretaria Estadual de Saúde, a convocação. “Estamos viabilizando o entendimento com a Sesau para que seja inserido nesta convocação, que beneficia os enfermeiros, bioquímicos, técnicos em radiologia e outras categorias, a nossa categoria, já que também temos legitimidade no concurso, que prevê vagas para as unidades de saúde”, comentou um dos candidatos. BURACOS A leitora Irleide Vasconcelos enviou a seguinte reclamação: “Mal começou o inverno e as ruas já apresentam necessidade de serem recapeadas devido à quantidade de buracos. Um destes exemplos é a Avenida Mário Homem de Melo, logo após a Avenida dos Bandeirantes, onde existem inúmeros buracos dificultando o tráfego dos veículos. Além da operação inverno, é necessária uma atenção também nas principais avenidas que interligam os bairros da zona Oeste”. FAIXAS O internauta Adevaldo Ramos fez o seguinte alerta: “Quero deixar uma recomendação e alerta para as unidades de trânsito da Capital para que verifiquem a situação das faixas de divisão de pistas, as quais já estão apagadas. No horário de maior fluxo de trânsito, torna-se complicado trafegar nas avenidas, a exemplo da Capitão Júlio Bezerra, bem próximo à Igreja de São Francisco. Na terça-feira, presenciei um acidente por conta deste embaralhado de carros logo na saída do semáforo, onde não tem nenhuma faixa delimitando as ultrapassagens”. REVISTA O professor Raimundo Peixoto enviou comentário sobre a VEJA desta semana, edição 2425, de 13.05.2015, que traz no índice a chamada “Roraima: O deputado de 450 assessores”, porém o conteúdo da matéria não aparece em nenhuma página da revista. “Será se a reportagem foi comprada antes de a revista ter sido lançada?”, questionou o leitor ao frisar que um veículo deste porte, de circulação nacional, não pode ter errado de uma forma tão grosseira como essa.