Opinião

Opiniao 16 10 2014 159

Eleições 2014: futuro do passado ou passado do futuro – Robert Dagon* O momento político vivido neste momento, no Brasil, merece algumas considerações. Há muitas coisas ditas no horário eleitoral (dito gratuito) e nos debates que denunciam uma ausência gritante: os interesses do Povo deste imenso País. As duas candidaturas ao cargo do Executivo Federal apunhalam-se, tentando provar quem tem o menor estrago no que tange ao ataque aos cofres públicos: será o mensalão (por estar no aumentativo) menos nocivo do que o mensalinho? PT e PSDB, com seus aliados históricos, serão “o futuro repetindo o passado” (como na canção?). Isto ocorre em um rincão do Planeta em que os escravizados foram “libertos” no mesmo instante em que lhes foi negado o direito à terra, em plena Monarquia, com a famosa Lei das Terras. Em um grande País em que a proclamação da República foi uma quartelada. Em um lugar do Planeta Terra em que os trabalhadores tiveram algumas conquistas confirmadas pela legislação há menos de cem anos, com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Local em que há cerca de cinquenta anos uma ditadura sangrenta, militar/civil, cujos próceres ainda estão vivos, fechou universidades (como a UNB – Universidade de Brasília), exilou muitos cientistas, professores, artistas, políticos, trabalhadores, jovens. Em uma Terra em que os assassinatos de jovens, em sua maioria negros e pobres, de trabalhadores rurais, de moradores de “favelas”, é uma prática cotidiana. Então, muito questionamento advém se seguirmos o raciocínio proposto acima: Merecemos, ou não, uma reflexão sobre o que faz com o nosso povo a, orgulhosamente dita, sexta economia mundial? Merecemos, ou não, pensarmos sobre o tão propalado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que nos remete para o lugar de número 70, atrás de muitos países vizinhos e mesmo da sempre explorada “mama África”?  Merecemos, ou não, receber um convite para que sejamos partícipes, atores atuantes dos grandes projetos, senão do maior deles: a construção da democracia, cantada em prosa e verso e negada de forma violenta na prática do dia a dia. Uns, de um lado, nunca prometeram e nem se comprometeram com o movimento da maioria do nosso Povo. Outros, que se afirmam de lado diferente, contribuíram para matar o movimento juvenil, sindical, popular, reivindicatório. Indiferentes, uns lavaram as mãos. Outros ousaram assassinar e criminalizar o movimento construído nas Universidades (UNE – União Nacional dos Estudantes), nos secundaristas (UBES), nos sindicatos urbanos e rurais e, aonde não obtiveram êxito, “compraram ou roubaram” as lideranças. Este o quadro no qual iremos às urnas no dia 26 de outubro. Um quadro que prenuncia, espere que evitemos com muita reflexão e luta, um grande retrocesso. *Bancário (55)95-91218268         [email protected] ————————————————————–   O Saneamento Ambiental e as eleições estaduais de 2014 – Fábio Almeida* Historicamente o saneamento é um tema que não integra a pauta política dos candidatos que disputam cargos eletivos. Os postulantes ao governo do Estado refletem esse desinteresse deixando ao largo das essencialidades públicas, o debate do tema. A década de 1990, no Brasil, foi marcada por um lapso normativo para o setor, pois a extinção do PLANASA, impôs uma completa desregulamentação que se baseava principalmente no interesse do Estado em privatizar os serviços públicos, independente do impacto na vida das pessoas. Porém em 2007, o Congresso Nacional, instituiu a Lei 11.445 que estabeleceu as diretrizes do saneamento básico para o país, surgiram novas atribuições e responsabilidades no setor. Os principais ganhos encontram-se em torno da obrigatoriedade do gestor público incluir a população no planejamento e na gestão dos sistemas de saneamento, compreenda-se Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Drenagem e Resíduos Sólidos. Mas, em Roraima, nenhuma esfera administrativa, Municípios e Estado cumprem com as obrigações determinadas em Lei, podendo levar a falta de financiamento do sistema de saneamento em virtude da inexistência de dois pontos essenciais: Plano de Saneamento Básico que deve ser elaborado com ampla participação popular; e estabelecimento do controle social do setor de saneamento. O saneamento básico deve ser observado pela sociedade como um serviço essencial à vida, e com caráter público. Sem se permitir os interesses fortuitos de transformar o setor de saneamento em um ambiente de lucros, a empresas privadas. Os governos devem olhar, o setor como responsável pela melhoria dos índices do IDH, de redução dos gastos de recursos da saúde pública e proteção ao meio ambiente, além de melhoria da qualidade de vida. Mas, vivemos uma grande apreensão em virtude de olharmos a falta de atenção para o setor impõe-se obrigações legais que restringirá, a partir de 01 de janeiro de 2015, o acesso à recursos federais aos titulares de serviços públicos que não formularem as devidas instâncias de controle social, para acompanhar, aprovar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, oriundos das taxas ou tarifas pagas, pela população. Espero que após a posse do governador (a), do Estado de Roraima, possamos efetivar um amplo debate público em torno da regulamentação do setor de saneamento. Permitindo ao povo custos adequados de acesso aos serviços, universalização do acesso a água potável, tratamento das águas servidas de todas as aglomerações urbanas, destino ambientalmente adequado dos rejeitos de resíduos sólidos com fortalecimento da reciclagem e uma política de drenagem urbana que respeite o nosso meio ambiente. Bom dia. *Historiador ———————————————————- Vá com elegância – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O importante é não forçar a porta alheia. Bata devagarinho e vá entrando de mansinho”. (Ibrahim Sued) Você se lembra do Ibrahim Sued? Foi um dos maiores e mais respeitados cronistas sociais do Brasil, no Rio de Janeiro. Tinha umas tiradas elegantes que chamavam muito atenção. Uma vez ele disse que o homem, depois dos cinquenta, não deveria usar camisas de mangas curtas. E ele se referia à deformação muscular dos braços, depois dos cinquenta.  Parece tolice, mas não é. Cuidar da aparência é uma questão de elegância. E elegância é indispensável na convivência social. Cometer falhas é um problema ligado a todos os seres humanos, independentemente de sua condição social. O importante é que reconheçamos as falhas, mesmo sem necessitar alardeá-las. Que é aí que está a elegância. Quando quem sofreu o dano da falha reconhece que você sabe que a cometeu, o assunto se encerra. E isso ocorre nas conversas amigáveis. Não forçar a porta e entrar devagarinho indica não entrar na discussão. Vá entrando de mansinho na conversa, mas sem questionamentos. Nunca alimente uma discussão. Mesmo porque você nunca vai ganhá-la. Ninguém ganha uma discussão, sobretudo quando discute com pessoas deselegantes. Uma pessoa educada e preparada não tenta ganhar uma discussão. Ela deixa sempre que o opositor pense que ganhou. Ela sempre ganha, naquela do Jaime Costa: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo”. E se trazemos este conhecimento do nosso berço, assentamo-nos na filosofia do Victor Hugo: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Você nunca vai deixar de ser o que é, pelo fato de deixar que seu opositor pense que ganhou de você, a discussão. No meu livro da escola, quando eu era criança, havia uma historiazinha de uma garotinha que estava se balançando, de pé, numa rede. O pai dela, temeroso, advertiu-a: – Você vai cair!! – Não caio. – Vai cair!! – Não caio. De repente ela caiu. O pai correu para socorrê-la. Ela levantou-se rapidamente, sacudiu a poeira e falou alegre, para o pai: – Viu?… Viu? Eu aposto como o senhor não é capaz de fazer isso que eu fiz. É? O pai sorriu e respondeu alegre: – É… Não sou não. Ela era a mesma garotinha que o pai mandou que ela colocasse o ossinho no cantinho do prato, e ela retrucou: – Como botar no cantinho do prato, se meu prato é redondo? Quando levamos o sério na brincadeira estamos entrando devagarinho, sem forçar a porta do vizinho. É quando amadurecemos aprendendo que é no berço que aprendemos para sermos hoje, sem deixar de ser o que fomos ontem. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460 ————————————————————– ESPAÇO DO LEITOR LIMPEZA “No dia 3 de outubro, antes do primeiro turno das eleições, uma empresa que presta serviços para a Prefeitura de Boa Vista fez um serviço de limpeza no bairro Cinturão Verde. Ontem (15), antes do segundo turno, a empresa estava novamente aqui no bairro para fazer outra limpeza. Fazia muito tempo que eles não apareciam por aqui. Eu mesmo mandei limpar a frente e a lateral da minha casa. como estamos às vésperas do segundo turno, eles estão desesperados e estão fazendo essa ‘média’”, relatou o leitor José Augusto Ramos. DEMISSÕES 1 “Não tem essa de mais antigo não. Quem não for concursado que arrume as malas e dê vaga para quem é. Quando Flamarion Portela demitiu servidores do Estado, tinha gente que trabalhava no governo há décadas. Por acaso os servidores da Assembleia Legislativa são melhores que os demais?”, questionou o internauta Sérgio Pereira. DEMISSÕES 2 Ainda sobre as demissões dos comissionados da ALE, o internauta Marcus comentou: “O certo seria que os funcionários fossem concursados. Cadê o concurso da Assembleia Legislativa?”. UIRAMUTÃ A leitora Juliana, moradora de Uiramutã, afirmou que também está sem água há dias. “Como se não bastasse a falta de água, agora também falta energia. Estamos sofrendo com esses problemas há cerca de um mês. Tanto falta água como energia. Esse gerador de energia daqui passa dez dias funcionando e 21 com problema. A mesma coisa é a água. Ninguém merece viver com esses problemas constantes”, comentou. ESTRANGEIROS 1 Mônica da Silva Peixoto comentou o aumento de atendimentos de estrangeiros nos hospitais de Roraima: “Interessante que, apesar desses números de acolhimento ao povo fronteiriço, nossas idas a esses países vizinhos são mal vistas e somos maltratados mesmo pagando. O que não é o caso dos que vêm buscar serviços aqui”. ESTRANGEIROS 2 “Há muito tempo a saúde pública deixou de ser tabu. Em se tratando dos procedimentos de atendimentos médicos executados pelo HGR, nos remete a um questionamento: haverá cobranças – e cobranças severas – no que diz respeito ao aumento de demandas estrangeiras no principal hospital do Estado, que já não suporta mais nem os atendimentos regionais”, afirmou o internauta Marley.