Opinião

Opiniao 17 10 2014 167

Renasça a criança que existe dentro de você – Vera Sábio* O ser humano que chorar como adulto e sorrir como criança, nunca envelhece. Cada ano que passa ficamos mais velhos. Não somente o físico envelhece, o que é comum a todo ser humano. Porém, o preocupante é que o espírito envelhece. O trabalho constante pela sobrevivência impede o convívio com os filhos de uma forma descontraída; com riso solto e brincadeiras inocentes. Isto por vezes abre a porta virtual bem cedo às crianças, fazendo com que encontre as malícias, pornografias e tanta indecência localizadas facilmente através da televisão, do computador ou de um simples celular. A modernidade embute novos conceitos sobre o que é certo ou errado e o distanciamento que os pais têm em relação aos filhos impede que eles descubram rápido os caminhos obscuros pelos quais, os filhos estão percorrendo. Saindo da inocência infantil, direto para o mundo da marginalidade. Precisa renascer a criança que existe em cada adulto a fim de ter maior a proximidade entre eles e seus descendentes, possibilitando um elo de confiança, cumplicidade, acolhimento, descontração e amor, capaz de um diálogo aberto e sincero, onde o mais moderno e gostoso é estar com a família, participar das suas atividades, colaborar no seu bem-estar e desfrutar das companhias uns dos outros. É importante os limites, onde os filhos entendam que precisam obedecer seus pais, pois está neles o alicerce sólido para tornarem-se adultos responsáveis e dignos. Da mesma forma é necessária a consciência dos pais e responsáveis a respeito do quanto uma criança precisa brincar, estudar e viver como crianças. Vestindo-se como crianças, tendo horários e limites, recebendo alimentação e cuidados necessários para seu crescimento; amando e sendo amadas com toda a proteção e direitos adequados… Por isto, quaisquer que sejam as violências sofridas pelas crianças devem receber punições rigorosas aqueles que praticá-las. No entendimento que são as crianças as sementinhas mais preciosas para um futuro melhor. *Psicóloga, servidora pública, esposa, mãe e cega (CRP: 20/04509) [email protected] Cel.: 9168-7731 ———————————————————————- Avaliação e Jazz – Ronaldo Mota* Avaliar é sempre complexo e, muitas vezes, necessário. Portanto, há que se ser muito comedido quanto a definir, ou mesmo a sugerir, modelos e regras de avaliação. No entanto, quando se começa a abordar o tema, é inevitável a boa cobrança do tipo: “concordo, mas como eu faço, na prática, para promover uma avaliação que seja justa, eficiente, contemporânea e criativa?”. Não há, felizmente, uma resposta única e simples. Há várias e é provável que nenhuma delas se aplique sempre. Eu optaria, preliminarmente, por uma comparação em dois atos. Observe uma banda de jazz e perceba: (i) que o público sabe identificar diferenças entre uma que tem qualidade de outra, sem valor; e (ii) se todos os componentes tocarem solo, também saberão, razoavelmente, identificar quem toca bem. Com esse exemplo, pretendo destacar que avaliar implica em estimular, sempre que possível, o trabalho em grupo, ressaltando o quão essencial é criar em equipe, mas que tal processo também demanda, em geral, individualizar, permitindo perceber no grupo o que cada um efetivamente fez ou deixou de fazer. Nas boas “performances” de jazz, ao longo da apresentação coletiva, cada instrumentista é convocado a tocar separadamente. Neste caso, é esperado que o solo contenha todos os compassos da música, evitando os chamados “riffs”, frases curtas e repetidas de poucas notas. Mesmo assim, talentosos músicos saberão tocar “riffs” com habilidade e competência, alterando suas notas e seus tempos. Bandas de jazz podem ser grandes ou pequenas. Trios, quartetos, quintetos…tocando piano, baixo, bateria, sax, guitarra, trombone, clarineta etc. Alguns são exímios em um só instrumento, outros líderes naturais de bandas e alguns medianos, embora, extremamente úteis na produção final do som de qualidade, melódico, harmônico e prazeroso. Da diversidade e da pluralidade, nascem equipes fantásticas, em que, talvez, nenhum deles, individualmente, seja tão diferenciado. Às vezes, o mais discreto e não necessariamente o mais habilidoso instrumentista pode ser, por outras razões, a mola propulsora do grupo. Há, por outro lado, casos de junção de bons músicos sem que os resultados esperados tenham emergido. Há casos desastrosos em que a banda não funciona coletivamente e nem individualmente, e o som final sugere mudanças ou reprovações. Sempre teremos situações nebulosas, tais como um ótimo aluno no individual e sofrível no coletivo. Sugestão: que ele seja aprovado, ainda que talvez a vida profissional futura lhe reserve dificuldades. Resta o caso do mediano individual, mas um líder no grupo. Que ele seja aprovado também e deixe que a vida lhe teste. Saberemos depois até onde foi. Em suma, avaliar, mais do que separar uns de outros, deve ser um instrumento de estímulo ao aprendizado, sempre tornando claras as métricas adotadas e que elas sejam criticáveis e geradoras de resultados, sob os quais os critérios de avaliação possam ser permanentemente analisados, defendidos e aprimorados. *Reitor da Universidade Estácio de Sá, diretor de Pesquisa do Grupo Estácio e professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria ————————————————————————- Chega de filosofar – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Os filósofos não fizeram senão interpretar o mundo. Devemos agora é transformá-lo”. (Karl Marx) Mas antes de iniciar nosso papo, vou corrigir algo no meu papo de ontem. Eu disse que o Ibrahim Sued foi um respeitado cronista social. O Ibrahim nunca foi cronista, mas COLUNISTA SOCIAL. Desculpem-me pelo cochilo. Não sei se você está, mas eu estou me irritando com o arrastão na nossa campanha política para o segundo turno. Não é fácil aturar as ranzinzices sem maturidade política. Estamos percebendo, de mansinho, algumas mudanças nos candidatos. Pelo menos eles já se apresentam sem gravatas. O que não era permitido até bem recentemente, na política. Era ou não era cafonice? Mas não era, quando era. As mudanças são uma questão, vindo, e muito lentamente, com o desenvolvimento social. Mas não é só isso que vai mudar as mentes dos políticos. O problema da sociedade vai muito além de indumentárias. Ainda não vimos nem ouvimos, nos debates atuais, as mudanças que esperávamos na visão política dos políticos. Eles ainda querem e prometem melhorar a Educação com meras reformas em velhos e degradados prédios escolares. Ainda não ouvimos nenhum candidato focar os problemas que realmente mantêm nossa Educação na incompetência administrativa. Mas tudo bem, porque a sociedade continua sem perceber em que angu estamos nos metendo. Ainda não percebemos que está na hora de nos comportarmos civilizadamente nas campanhas políticas. Chega de xingamentos e acusações inócuas e desnecessárias. Afinal de contas estamos escolhendo candidatos para atuarem dentro dos padrões atuais da civilização. E não vamos nos orientar enquanto os candidatos continuarem presos ao passado. Tudo que um político faz durante seu mandato não é mais do que parte do que deveria ser feito. E isso independentemente do quanto ele já fez. Logo, quem aspira a um cargo, deve se prender ao que deverá fazer e não ao que fez em cargos anteriores. Uns poucos, ou quase ninguém, percebem que o alicerce de todo o desenvolvimento futuro está na qualidade da Educação. E quem está preocupado, maduramente, com isso? Quem mesmo tem coragem de falar, se souber, onde está o alicerce da qualidade na Educação? E está aí um problema que não pode, nem vai, ser resolvido em poucas décadas. E é por isso que devemos começar o trabalho já atrasado. E muito atrasado. Faça sua parte. Você está com uma responsabilidade incomensurável em suas mãos. Não se deixe levar por briguinhas comadrescas de candidatos despreparados. A responsabilidade pelo resultado é todinha sua e de mais ninguém. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460      ——————————————————————– ESPAÇO DO LEITOR PERSEGUIÇÃO Sobre a suposta perseguição que servidores estaduais estariam sofrendo, o internauta Marcus comentou: “Como sempre, o governador diz que não sabe e que trata o servidor com prioridade. A polícia está trabalhando mais que o dobrado para parecer uma cidade segura, sendo que precisa de mais efetivo e mais investimento em viaturas, comprar mais viaturas, contratar mecânicos do governo em vez de alugar umas viaturas com valor absurdo, que daria para comprar muito mais. (…) Nessa campanha, principalmente no horário político, vemos mais ataques que propostas”. CELULARES “É vergonhosa a situação da telefonia em Roraima. Não há um político sequer para ajudar a população. Eu mesmo tenho um chip de cada operadora: “Tim-ganei”, “Claro-escuro”, “Oi-oi” fala mais alto e “Vivo-morta”, da qual tenho uma linha pós-paga que não serve para nada, nem para ligação, nem para internet”, relatou Daniel Ximenes sobre os telefones celulares. FIAÇÃO Sobre o roubo dos fios do antigo prédio da Secretaria de Estado da Educação e Desporto (Seed), o internauta Léo Cruz comentou: “O governo abandona o prédio, torra milhões com aluguel e sequer isola o prédio para evitar que vândalos entrem para usar drogas, usá-los como prostíbulo, enfim, evitar que ladrões roubem qualquer coisa para vendê-la por mixaria”. VIGILÂNCIA “Quero deixar pública a minha indignação com uma peixaria na Feira do Produtor, em Boa Vista. A peixaria não realiza boas práticas de manipulação de alimentos, os funcionários não usam equipamentos de proteção individual e as bancadas de manipulação são inapropriadas. Reclamei o fato para o proprietário, que me tratou com grosseria e desrespeito. Eu, como consumidor, não admito pessoas lucrarem usando a má-fé, oferecendo produtos de baixa qualidade. Peço que esse relato chegue à Vigilância Sanitária”, comentou Alexandre Vaz ([email protected]). PROFESSOR Ainda sobre o Dia do Professor, comemorado na quarta-feira, Gissela Regina Sehn comentou na página da Folha no Facebook: “Ser professor é dedicar-se com amor, carinho e persistência ao trabalho, transformando o cotidiano numa vocação sublime, que com o tempo trará bons frutos. É uma alegria imensa ver nossos alunos progredindo na vida. Não há dinheiro que pague”.