Opinião

Opiniao 18 05 2016 2442

Breves considerações sobre o governo interino – Telmário Mota*Falando em pobreza, dia desses li o “Ensaio sobre a Pobreza”, de Tocqueville, e não me surpreendeu sua conclusão, quando postulou o “paradoxo da miséria”. Observando estados liberais do século XIX, ele constatou que era justamente nas nações mais ricas, de uma Europa do salve-se quem puder, onde havia o maior número de indigentes e a mais intransponível estratificação social.

Ora, já sabemos que o produto mais abundante do liberalismo são desigualdade e injustiça social, numa roda que quando gira faz riqueza gerar riqueza concentrada e miséria gerar miséria distribuída.

Devo mandar um exemplar do livro ao Temer! Ele precisa ler isto!

Posta em giro essa roda que ele chama de “ponte para o futuro”, será o caminho certo para o retorno do Brasil à senzala.

Falando em senzala, é para lá que Temer pretende mandar os aposentados brasileiros, ao inserir a Previdência Social no Ministério da Fazenda.

O equilíbrio ministerial funciona assim: Fazenda e Planejamento formam o núcleo econômico, para o qual política pública é despesa e não investimento republicano. No núcleo temático estão os ministérios de mérito, como Saúde, Assistência, Educação, Cultura, Trabalho, que são os que levam o Brasil pra frente com os recursos que conseguem arrancar do econômico. É um jogo de puxa e empurra. Para dar centralidade política ao funcionamento disso, estão Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais, que dão prioridade política ao investimento público e fazem a conversa com o Legislativo.

Pois bem, o que resultará da medida será o esmagamento das aposentadorias em meio às engrenagens orçamentárias do engenho, melhor dizendo, da fazenda. Enquanto isso, o patrão seguirá do alpendre vendo sua plantação avançar no horizonte.

Falando em engenho, a engenharia ministerial de Temer esqueceu que há mulheres de muito mérito capazes de compor o primeiro escalão de seu governo, destaque-se: Interino. Pensando bem, inteligentes que são, será que não foram elas mesmas que se recusaram a participar da aventura? Sérias mulheres!

Falando em sérias mulheres, com todo respeito que me merece a primeira-dama interina, Temer agiu como o marido traído que pegou a mulher com outro no sofá da sala e queimou o sofá. Sentindo-se traído pelo meio artístico, queimou o Ministério da Cultura.

*Economista e senador da República do PDT pelo Estado de Roraima————————————–Amor aos 60 – Walber Aguiar*Por ser amor, invade e fim…                                                                                   DjavanEra uma penca de gente. Filhos, netos, bisnetos, trinetos e outros mais. Gente a não mais poder. Afinal de contas, tudo isso era fruto do amor. Amor de um homem e uma mulher, de dois baluartes do sentimento, da fidelidade, da paixão que duraria uma vida inteira, de uma relação loucamente linda e digna da renovação que ali se fazia.

Não só as pessoas, mas mangueiras, cajueiros e toda sorte de seres viventes ali foram testemunhas daquele relacionamento, daquele amor de tartaruga,  da celebração de toda uma vida, do existir humano recheado de graça, beleza e encantamento.

Dona Maria Valda e seu Expedito estavam ali naquela geografia do amor, da verdade, do afeto, da temporalidade eivada de significado. Ali foram plantadas palavras de renovo e de juras eternas. Afinal, eram 60 anos de conjugalidade, de amarramento e de cumplicidade. Eram bodas de diamante. De uma pedra dura, desejada e extremamente preciosa.

Seu Benedito chegou cheio de pompa em um rollsroyce, enquanto dona Maria Valda o acompanhava de perto. Não podiam estar separados nem naquele momento em que as pernas do marido eram mais fracas que a vontade de dizer “eu te amo” novamente. Mesmo assim, ele se comportava como um lorde inglês, saído de uma carruagem da era vitoriana.

Tudo estava impecavelmente arrumado; desde o ambiente ao traje dos pajens e daminhas de honra que eram seus netos e netas, até o glamour dos adultos, que posavam para os flashes de Luciano Alvarenga, o Lula, com sua lente mágica e oportuna.

O poeta Josimar Sousa estava lá, testemunhando com palavras escolhidas aquela união quase inacreditável, aqueles votos renovados depois de 60 anos de casados. Zé Maria, um dos filhos do casal estava radiante de alegria, afinal, Deus unira aquela família feliz, apesar dos dias de medo, dor e dificuldade.

Antes de sair daquele ambiente simples e de uma leveza indescritível, olhei nos olhos de cada um dos noivos. Portavam um brilho especial, como de dois namorados que se deram um ao outro, que viraram, enfim, uma só carne… Chorei e entendi o que Deus quis dizer…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras [email protected]—————————————Procure ser feliz – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Ria das coisas à sua volta, ria de seus problemas, de seus erros, ria da vida. A gente começa a ser feliz quando começa a rir da gente mesmo”. (Aristóteles Onassis)Na verdade, a vida só é ruim para quem não sabe viver. Então vamos aprender a viver para viver feliz. Está lhe parecendo filosofia de botequim? Caia fora dessa gangorra. Não importa onde você estiver o que importa é como você se sente com você mesmo. Procure ver o mundo como ele realmente é. E se ele estiver lhe parecendo um balaio de caranguejos, não é ele que é assim, mas nós o fazemos assim. Então vamos mudar para mudar o mundo. E só o mudaremos para melhor se melhorarmos a nós mesmos. Você já reparou que todas as pessoas bem educadas são pessoas simples? Elas não de mascaram com a arrogância, com a empáfia; não navegam na canoa furada do mando, e sim, dirigem a nave da liderança. Quando somos felizes não nos sentimos inferiores nem superiores. Sentimo-nos no que somos: todos iguais nas diferenças.

Caminhar pelas veredas da vida requer resistência. E esta a adquirimos nas caminhadas. O que nos alerta para os perigos que encontraremos pela frente. E quando estamos preparados, os perigos passam de perigos a mera advertência. E só os realmente preparados sabem fazer tal distinção. Então vamos nos preparar. E tudo deve começar pela Educação. É aí que está o fio da meada. As veredas não são várias, são infinitas. O que exige preparo de quem as atravessa. O que nos obriga a aprender a atravessar o campo minado, porque eles são inúmeros. E você, por exemplo, não é o primeiro a atravessar o campo minado. E o que tem que fazer é procurar pisar exatamente sobre as pegadas dos que já o atravessaram. Simples pra dedéu.

Não deixe de incluir nas suas reclamações por um País, um Estado ou um Município melhor, o seu direito ao voto facultativo. Porque você nunca será um cidadão enquanto não tiver a faculdade do voto. Mas é aí que a jiripoca pia. Você deve primeiro se preparar para a obtenção do voto facultativo. E nunca o alcançará enquanto não for um cidadão educado para tal. E ainda não o conseguiu porque está, despreparadamente, elegendo políticos despreparados para isso. Logo, a culpa é sua e não do político. E vá pensando nisso enquanto se prepara para as próximas eleições. Verifique se seu candidato está realmente preparado para o cargo que vai ocupar. Pergunte-lhe se ele pensa em trabalhar para lhe dar o dever de votar, o que você ainda faz não por dever, mas por obrigação. E enquanto você for obrigado não terá liberdade, e sem liberdade você nunca será um cidadão.  Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460