Opinião

Opiniao 18 12 2015 1834

Dicas para não tropeçar nas palavras – Antonio de Souza Matos*A semântica é a parte da gramática que trata do sentido das palavras ou expressões de uma língua. Com base no livro O Português do Dia a Dia, do professor Sérgio Nogueira, pretendo esclarecer, neste artigo, o sentido de algumas palavras e expressões do nosso cotidiano.

Comumente, lemos em jornais e revistas: “O juiz acatou a denúncia do Ministério Público”. Todavia, o sentido de “acatar” é obedecer. Portanto, a palavra foi mal empregada, pois juiz não deve obedecer ao Ministério Público. Então, como a frase deveria ser escrita? “O juiz acolheu (concordou em receber) a denúncia do Ministério Público”. Se quisermos empregar o verbo “acatar”, podemos fazê-lo em frases como esta: “O bom aluno acata as recomendações do mestre”.

De vez em quando, dizemos: “Aconteceu uma reunião na escola”. No entanto, o verbo “acontecer” faz referência a algo X, surpreendente, inesperado, como um acidente, uma briga, uma catástrofe. Assim, convém reelaborarmos a frase: “Ocorreu (ou foi realizada) uma reunião na escola”. Se a nossa intenção, porém, é falar de algo inusitado, devemos dizer: “Aconteceu um acidente na BR-174”, “Aconteceu uma briga entre vizinhos”. É de praxe, depois de ouvirmos um bom sermão, nos expressarmos deste modo: “A mensagem veio de encontro às minhas necessidades!”. Porém, o sentido da locução “de encontro a” é “contra”. Por isso, temos de refazer a frase se a nossa intenção é externar que o sermão nos ajudou: “Essa mensagem veio ao encontro das minhas necessidades!”.

“Ao invés de ir ao cinema, foi à praça”. Temos o hábito de trocar “em vez de” por “ao invés de”, e vice-versa, como se essas expressões fossem sinônimas. Entretanto, a primeira locução se refere a alternativas opostas, por exemplo: “Ao invés de rir, chorou”. A segunda é usada para indicar uma simples troca: “Em vez de sair, preferiu ler um livro”. Logo, a frase inicial deveria ter a seguinte estrutura: “Em vez de ir ao cinema, foi à praça”.

Uma das locuções que mais usamos de forma imprópria é “através de”. Empregamo-la em frases como estas: “A notícia foi transmitida através da TV”, “A pesquisa foi realizada através dos alunos”. Entretanto, o sentido da locução é “por dentro de”. Por conseguinte, não cabe nessas frases. Elas teriam de ser reescritas assim: “A notícia foi transmitida pela TV” e “A pesquisa foi realizada pelos alunos”. Como empregar “através de”? Em frases semelhantes a estas: “A luz entrou no quarto através da janela”, “Dá para ver de perto as estrelas através do telescópio”.

Quando regressamos de uma viagem, costumamos afirmar: “Minha estadia foi ótima naquela cidade”. Contudo, “estadia” é a permanência de navios nos portos para carga e descarga. Por isso, não devemos usar essa palavra quando falamos da permanência de pessoas. Neste caso, devemos usar estada: “Minha estada foi ótima naquela cidade”.

Durante a recente greve dos professores, muitos de nós dissemos: “A continuidade da greve vai atrapalhar nossas férias”. Porém, “continuidade” é qualidade ou condição do que é contínuo, por exemplo, uma estrada. Se estamos falando de algo que não é ininterrupto, devemos usar a palavra “continuação”. Desse modo, teríamos nos expressado melhor se houvéssemos dito: “A continuação da greve vai atrapalhar as nossas férias”.

Outra palavra que nos faz tropeçar é “colocar”. A gente costuma dizer: “Vou colocar esta camisa”, “Coloque mais água no feijão”, “Sou contrário à ideia que você colocou”, “A galinha colocou um ovo”, “Mas o senador não respondeu à pergunta que eu coloquei”. E assim por diante. Qual é o problema em usarmos o verbo “colocar” nessas frases? O problema é que “colocar” expressa a ideia de lugar. Assim, devemos corrigir as frases, empregando verbos mais precisos, mais específicos: “Vou vestir esta camisa”, “Ponha mais água no feijão”, “Sou contrário à ideia que você expôs (defendeu, apresentou)”, “A galinha pôs um ovo”, “Mas o senador não respondeu à pergunta que formulei (fiz)”. Agora, podemos usar a palavra “colocar” em enunciados como os que seguem: “Vou colocar a roupa no varal”, “Vou colocar o livro na estante”, “Neymar colocou a bola na marca do pênalti”.

A lista de palavras e expressões que nos fazem tropeçar na semântica é interminável. Mas creio que as compartilhadas aqui são suficientes para nos despertar o interesse pelo assunto e nos deixar com a pulga atrás da orelha na hora de internalizarmos um signo linguístico.

*ProfessorE-mail: [email protected]————————————–Inicie a tarefa – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Seja lá o que você possa fazer, ou sonhe que pode, comece. A ousadia tem gênio, poder e magia dentro de si. Comece agora”. (Goethe)As coisas são simples, nós as complicamos. Não há problema sem solução, seja qual for o desfecho. O grande problema é que ficamos maior parte do tempo preocupados com o problema, sem tempo para pensar na solução. Ficamos tão atônitos que nem nos tocamos que enquanto nos prepocuparmos com os problemas não iremos encontrar a solução. Quanto mais nos preocupamos com o problema, mais ele cresce e acaba nos dominando. E aí, naufragamos. Procure sonhar mais. O Walt Disney também disse: “Se você pode sonhar, você pode fazer”. Simples pra dedéu. Não há sonho impossível. O importante é que saibamos sonhar dentro de nossas possibilidades, no nosso nível de evolução raconal. Mas também evoluimos através dos nossos sonhos.

Afinal de contas, o que é que você quer na vida? Porque se você não souber o que quer não tem como sonhar com o que quer. Aí você vai se encontrar com o sapo da Alice. E mesmo sem perceber, você vai sempre perguntar para o sapo, que encruzilhada você deve tomar. E a resposta vai ser sempre a mesma: se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve. O que indica que cada um de nós tem o poder de escolher o caminho que quer tomar, seja certo ou errado. Senão não seríamos responsáveis por nós mesmos. Deu pra sacar?

Veja o que você realmente quer. Sonhe firme e saia à procura do seu sonho. Você vai encontrá-lo lá no horizonte. Mas você sabe que o horizonte é inatingível. E daí? Seu sonho está lá. Então continue na caminhada. Seu sonho nunca será realmente atingido se você não for um grande sonhador. E se for, saberá que os resultados vêm na caminhada. E é nos resultados que está sua felicidade. E é por isso que você deve manter firme seus sonhos no que você quer de melhor. Mas só vai alcançar o que quer se souber o que quer.

“A vida é luta renhida”. Os vencedores sabem que só vencerão se lutarem. Quando se sentir cansado respire. Respire fundo e mantenha seus pensamentos em pontos positivos. Os trancos do dia não foram mais do que lições que devem ser aprendidas. E só aprendemos com a capacidade de aprender. Mantenha-se calmo, ou calma, nos momentos mais difíceis do dia a dia. Você pode ser feliz, se acreditar nisso. O Henry Ford também disse: “Se você acha que pode você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. Todos os seus resultados, bons ou maus, dependem dos seus pensamentos. Você tanto pode concordar com isso, como pode discordar. É uma questão de livre arbítrio. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460    —————————————ESPAÇO DO LEITORCONTORNO    Em relação ao fechamento dos contornos ao longo da Avenida Ville Roy, o leitor Carlos Eduardo Bezerra comentou: “A quantidade de retornos é excessiva na Avenida Ville Roy, mas é necessário que se mantenham alguns, em função da particularidade de acesso a alguns bairros, como o Canarinho. A sugestão do morador, relatada na reportagem de manter alguns retornos com sentido único, é muito adequada. Acho que a população deveria ser ouvida, afinal, são as pessoas mais interessadas nas consequências das mudanças”.OPERAÇÃOSobre a operação desencadeada pela Polícia Federal, o internauta Eliesio Silva opinou: “Percebo que realmente as coisas começam a tomar um rumo e sentido em relação à impunidade causada pela corrupção. Como brasileiro, tenho o sentimento de pertencer a um país digno, em vez de ser uma ilha de impunidade, comandada por um clã de abastados arrogantes, que agora deverão ser submetidos à rigidez do tratamento isonômico da Polícia Federal e da Justiça”.POLÍCIA“É muito interessante essa ideia de criar e implantar uma Polícia Comunitária, sonho acalentado em muitas cidades brasileiras, mas a experiência acumulada em muitos lugares prova que não é tão fácil. Não é num passe de mágica que se transforma uma polícia geralmente truculenta em uma polícia comunitária, não por culpa dos policiais, mas, sim, por falhas no processo de formação profissional, pois o policial de hoje é formado para a guerra, e não para a paz, infelizmente. Que tenhamos êxito neste processo”, comentou o leitor Abílio Monção.ERRATASobre a nota “Desperdício”, na edição de quarta-feira, em que o leitor Aníbal Santos comentou a respeito do espaço abandonado na Avenida Ene Garcez, na realidade o local pertence ao Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE/RR), e não ao Tribunal de Justiça (TJ), como foi divulgado.