Opinião

Opiniao 19 02 2015 639

Pós-Carnaval – Vera Sábio*  Os brasileiros em geral reclamam de muitas coisas referentes ao trabalho que exercem. No entanto, nenhum empregado reclama do tanto de feriados que nosso país oferece. Quem é autônomo sofre com os feriados que dificultam as vendas, fazem diminuir a produção e fecham os comércios. E, mesmo assim, as empresas precisam pagar os subordinados para ficarem em casa, aumentando seu prejuízo. Todavia, são poucos os empregados que entendem o quanto o Brasil é folgado em relação aos outros países, onde os feriados são muito menos.      Aqui, no Estado, por exemplo, temos diversas denominações religiosas, porém os feriados católicos são respeitados em qualquer crença. Tudo é motivo para comemorar, tudo é razão para folgar e se divertir, vivendo na pura ilusão de que somos uma nação privilegiada, onde o trabalho fica em segundo ou terceiro plano, pois o que vale são as diversas bolsas doadas pelos governantes, enquanto tudo aumenta e a gente literalmente “dança”. A folia do Carnaval é mais um motivo para que, na ressaca do dia seguinte, você tente refletir. Será que o combustível subiu e com ele tudo irá novamente subir? Ou será que ainda estamos com o gosto amargo da bebedeira e não consiguimos entender o que acontece ao redor? Mas, enfim, afirma o velho ditado: “Cada um tem o governo que merece.” E eu digo: “Comemos o pão que o diabo amassou”. Aos poucos pensantes, vou tentar esclarecer. Para mim, errar uma vez é compreensível; todavia, persistir sempre no mesmo erro é burrice. Desta forma, vivo comendo o pão que os outros amassaram, afinal, estou no Brasil e talvez a minha responsabilidade esteja no tanto que não fui convincente, não conseguindo adversários suficientes. Porém, minha gotinha tento distribuir na fogueira da existência, onde cada um colhe o que planta. Mas não devemos esquecer que o quintal “mundo” é de todos, fazendo com que a praga dos outros esteja na minha plantação. Meio confuso, porém muito real. Afinal, são as dúvidas da vida, a interpretação de cada um e as conclusões que tiramos de cada fato o que permite com que pensamos e modificamos a realidade pela qual passamos. Infelizmente, o brasileiro não é acostumado a refletir, tem preguiça de pensar e medo de chegar à conclusão de que fez errado, permanecendo no erro e fugindo da realidade para viver uma ilusão menos triste.     Assim esquecemos todos os problemas e caímos na folia. Bom, mas agora já nos divertimos bastante, o Carnaval acabou e “é hora de trabalhar”. Então, que venha logo o próximo feriado… *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega  CRP: 20/04509 [email protected] Cel.: 991687731 —————————————– Marco Civil da Internet: até quando a neutralidade conseguirá se sustentar? – Dane Avanzi* A evolução das tecnologias de telecomunicações alterou profundamente as relações humanas, especialmente nas últimas décadas, com a disseminação da internet e a disponibilização de conteúdos em diversos formatos e volumes cada vez maiores e mais rápidos. Criada em pequenos laboratórios da universidade para uso acadêmico e, posteriormente, aprimorada por militares para troca eficiente de informações, a internet de 1960 jamais sonhava que se tornaria tão importante e abrangente para as pessoas em todo o mundo. A grande novidade dessa semana é que o governo iniciou uma consulta pública para que a sociedade colabore com o fechamento de algumas lacunas que ficaram no Marco Civil da Internet, que entrou em vigor em junho de 2014, mas deixou pontos polêmicos em aberto, como a neutralidade de rede e como ficam guardados os registros dos acessos a serviços na internet. Antes de entrarmos nesse ponto, é interessante analisarmos um breve histórico da rede mundial de computadores. O grande “boom” da internet ocorreu no início da década de 1990, com a padronização das indústrias de hardwares e softwares que passaram a utilizar o protocolo TCP/IP para troca de informações na WEB. Essa padronização permitiu a criação de milhares de endereços padrão como IPV4, IPV6, etc, e possibilitou o crescimento exponencial da rede mundial de computadores que conhecemos hoje. Em razão de sua ascensão acidental e casual, a internet de hoje tem contas a acertar com seu passado. É aqui que o conceito da neutralidade é questionado pelos respectivos segmentos das indústrias que hoje compõem o ecossistema da internet. Se antes as empresas com interesse na internet se resumiam a fabricantes de hardwares, softwares e operadoras de telefonia, hoje, além destes, existem várias outras empresas que nasceram durante a evolução da internet, como é o caso da Google, Netflix, Facebook, Yahoo, entre outras, e, ainda toda a cadeia de provedores de conteúdos multimídia, jornais, revistas, TV’s e gravadoras. Mas, afinal de contas, o que é essa tal de neutralidade? A neutralidade é o princípio basilar da internet que confere igualdade de prioridade no transporte de pacotes (informações) na rede. Essa igualdade que antes existia porque o ecossistema estava organizado para transportar pequenas quantidades de informações, hoje evoluiu. As operadoras perdem cada vez mais receita para aplicativos que são capazes de transmitir voz e dados a baixíssimo custo, querem rever as regras de cobrança para adequar a nova realidade a seus custos. Não é por acaso que recentemente as operadoras brasileiras anunciaram que os clientes teriam a velocidade diminuída de seus pacotes de dados ou deveriam migrar para planos mais caros. O Brasil, ao publicar a Lei 12.965/14, definiu a neutralidade como princípio basilar, definindo normas de proteção à privacidade, responsabilidade por publicação de conteúdos e deveres das operadoras de telefonia no sentido de guardar registro de acessos dos usuários por seis meses e, proibindo expressamente que a transmissão de conteúdos fosse feita por tipo de mídia que fizesse distinção entre pacotes de vídeo, músicas, e-mails, etc. O assunto tem sido motivo de lutas judiciais nos EUA, que ano passado decidiu pela quebra da neutralidade entre empresas dos bastidores, podendo as Telco’s (operadoras) celebrarem contratos com outras corporações que disponibilizam conteúdo, proibindo que essas últimas cobrem por tipo de conteúdo. A discussão está muito longe de acabar devido à crescente utilização da internet em todo mundo, que pode dobrar de tamanho em poucos anos em decorrência da internet das coisas. Se por um lado o acesso à informação é um bem fundamental ao ser humano, posto que vivemos na Sociedade da Informação, por outro, as operadoras necessitam de investimentos para manter o sistema com o mínimo de qualidade. A neutralidade, nesse sentido, tem produzido uma situação paradoxal na qual um bilhete de primeira classe está custando o mesmo preço de um bilhete da classe econômica. Essa disparidade ocorre porque tecnicamente o transporte de um pacote de vídeo é muito mais oneroso que o transporte de um pacote de texto. Assim como temos que repensar nossa relação com a água, eletricidade e outros recursos, também temos que pensar a nossa relação com a internet, que em grande parte necessita de um recurso escasso, finito e não renovável: o espectro radioelétrico. *Empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil. ———————————— Brinquei, sim. Eu juro – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Chiquita bacana lá da Martinica Se veste com uma casca De banana nanica”. (João de Barro) Sempre brinquei muito carnaval. Só agora é que desconfio por que o pessoal olhava muito pra mim quando eu dançava. Fosse carnaval ou não, não fazia diferença. Sempre fui um autêntico pé-de-chumbo. Nunca aprendei a dançar, nem mesmo carnaval de rua que basta você saber pular; até mesmo nas poças d’água nas ruas. Mas isso não quer dizer que eu não goste de carnaval. Adoro-o. A Chiquita Bacana foi uma das marchinhas de carnaval que mais adorei. Eu era garotão, pequenininho, e ficava imaginando como seria a Chiquita vestida com uma casca de banana nanica. Hoje não seria nada de anormal, mas em mil novecentos e quarenta e nove, nem imaginar. Mas eu imaginava. Pulei o carnaval de quarenta e nove cantando a Chiquita Bacana, no Clube do time América de Natal. Já falei pra você de como eu e meus colegas cortávamos aquela grama, em troco do direito de jogar nossas peladas, no campo. Era legal pra dedéu. Vivi uma adolescência muito legal naquela época. Foi na mesma época em que decidi nunca mais vestir qualquer traje que se referisse a carnaval. Já falei disso por aqui. Logo, vamos deixar pra lá. Mas a verdade é que desde então só assisto ao carnaval, ou pelas ruas ou pela televisão. Confesso, sinceramente, que fiquei encantado com o carnaval deste ano. As Escolas de Samba do Rio e de São Paulo extrapolaram na riqueza e na qualidade. Acho até que estamos caminhando para um final, se não houver uma análise sincera do que são carnaval e disputa de campeonato. Carnaval é divertimento. E os brasileiros sempre souberam como fazer isso; não vamos exagerar no exibicionismo. Poderemos pagar caro por isso. Mas o que mais me preocupa são as consequências que poderemos pagar, e já estamos pagando, pela irresponsabilidade administrativa, com foco no carnaval. Você já imaginou o prejuízo incalculável que o Brasil tem com um carnaval? Não pelo carnaval em si, mas pela leviandade administrativa com os feriadões que nem sempre têm a ver com o carnaval. Observou que o País literalmente parou durante toda a semana por causa do carnaval, que não tem nada com isso? Não há nada, dentro da racionalidade, que justifique esse desmando administrativo num país da dimensão do Brasil. Vamos acordar Manés? Já imaginou o quanto custa as pequenas empresas que lutam com dificuldades incríveis para sobreviver, parar durante quase toda a semana, para que os foliões se exibam? Vamos ter muito cuidado porque o Brasil está vivendo um carnaval administrativo incomensurável. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ———————————- ESPAÇO DO LEITOR BALNEÁRIO Vários leitores enviaram e-mails e fotos relatando a falta de conscientização de frequentadores de balneários públicos. “Falta coerência e zelo das pessoas que utilizam os balneários públicos e deixam lixo espalhado por toda a parte. Um dos casos foi de uma família que estava acampada na Praia da Polar que, quando foi embora, jogou todo o lixo na beira da praia, sem nenhum constrangimento, bem próximo às pessoas que estavam tomando banho. Mesmo alertando para recolherem o lixo, todos foram embora sem dar atenção. Uma falta de respeito”, relatou um leitor. AUMENTO A internauta Mônica Dias enviou o seguinte comentário: “Depois da folia, o roraimense é pego de surpresa com mais um aumento dos combustíveis e, consequentemente, outros por tabela, já que o frete deve ficar mais caro. Agora dizem que é referente ao ICMS, o que, na realidade, é uma forma de maquiar a verdadeira intenção do Governo Federal em promover uma retenção no poder de compra dos brasileiros. Os políticos não se manifestam nem contra nem a favor e quem paga a conta deles somos nós, que contribuímos com nossos impostos, então reclamar para quê?”. BANHEIROS Pessoas que residem próximas à Ene Garcez sugeriram que a Prefeitura de Boa Vista disponibilize, no próximo Carnaval, mais banheiros químicos ao longo da avenida para impedir que as pessoas tenham como alternativa a frente de nossas residenciais. “Pelo que verifiquei, havia apenas três próximos ao prédio do Tribunal de Contas, não suprindo a demanda da população, que não tinha outra alternativa. Ficou para os moradores a limpeza da frente de nossas residências”, relatou uma leitora.   BANCOS A leitora Raimunda Oliveira frisou que já virou rotina, em período de feriados longos, os bancos deixarem de abastecer, com a mesma frequência dos dias normais, os caixas eletrônicos. “Ou, então, deixam os caixas apenas com notas de R$10,00 e R$20,00. Foi assim novamente neste feriado em três agências onde precisei sacar um valor e só consegui quando me desloquei a uma agência localizada no bairro Asa Branca. Lá, todos relatavam o mesmo problema. Fica o apelo para que no próximo feriado não tenhamos este mesmo problema”.