Opinião
Opiniao 19 03 2015 754
‘Violência doméstica contra mulher’ – Shéridan*
No mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, uma triste realidade ainda assombra muitos lares brasileiros: a violência doméstica. Esse comportamento machista atravessa séculos, travestido de dogmas religiosos, costumes violentos e legislações permissivas.
Na tentativa de endurecer ainda mais essas práticas abusivas, tive a oportunidade e a felicidade de fazer parte de uma grande conquista para todas nós, a aprovação do Projeto de Lei 8.305/14, do Senado, que considera homicídio qualificado o assassinato de mulheres em razão do gênero (feminicídio), com punição de 12 a 30 anos de prisão quando o crime envolver violência doméstica, familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de ser mulher.
Por mais esta vitória, está evidente que nós mulheres devemos perseverar diante das dificuldades, não desistir de lutar pelos nossos sonhos e acreditar sempre no poder da família. É no seio familiar que são transmitidos os valores morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização e formação das nossas crianças, bem como as tradições e os costumes perpetuados através de gerações. O ambiente familiar é um local onde deve existir harmonia, afeto, proteção e todo tipo de apoio necessário na resolução de conflitos ou problemas. As relações de amor, confiança, segurança, conforto e bem-estar proporcionam esta unidade.
A violência contra a mulher é uma das maiores preocupações do Estado brasileiro, pois não afeta só a vítima, mas a sociedade. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a cada hora e meia uma mulher morre vítima de violência, que geralmente ocorre nas relações domésticas, familiares e afetivas. Ocupamos o sétimo lugar no ranking mundial em maior índice de homicídios entre as mulheres.
Muito tem sido feito para coibir este tipo de crime, mas, infelizmente, ainda é alarmante sua ocorrência.
A mulher está ocupando cada vez mais espaços na sociedade, na política e dentro do lar. Já são muitas as provedoras, as que sustentam financeiramente suas casas. Elas têm descoberto o seu poder de ação, especialmente para a sua sobrevivência e para a auto realização pessoal, profissional e material. Este novo cenário não é visto de maneira positiva pelos homens que, culturalmente e tradicionalmente, foram “ensinados” que a mulher deve ser passiva, subserviente a eles.
Dados mostram que 83% dos casos de violência são cometidos por pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas. Mais de quatro mil e seiscentas mulheres morrem por ano assassinadas dentro de casa. A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, revolucionou significativamente o ordenamento jurídico do país. Foram criados serviços de apoio e defesa à mulher vítima da violência doméstica, os chamados juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Esta semana o IPEA, após levantamento inédito, divulgou que este tipo de homicídio diminuiu ou deixou de crescer em 10%. É certo que houve a redução dos assassinatos, porém, a maioria das cidades e municípios não tem estes juizados ou serviços, nem a estrutura adequada para receber as denúncias e proteger quem é ameaçada, agredida.
Comemoramos sim os efeitos da lei, mas há muito a ser feito. A violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e constitui um obstáculo para a conquista da igualdade de gênero, ensejando assim, a adoção de políticas públicas e sociais que efetivamente reprimam essa prática na sociedade.
Mulheres, estamos de parabéns pelo nosso dia! Por tudo que somos, por tudo que fizemos e pelo nosso presente de luta e coragem!
*Deputada federal pelo PSDB-RR
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A prioridade do cristão – Antonio de Souza Matos*
A maioria de nós, inclusive os que se dizem cristãos, quando busca a Deus é para pedir algum benefício material. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo nos ensina, por meio da oração conhecida como “Pai Nosso”, que não deve ser essa a prioridade de seus discípulos.
A frase “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome” revela que a nossa prioridade é a glória de Deus. Não devemos, pois, buscar os nossos próprios interesses, mas zelar pela santidade de Deus. Em outras palavras, temos de esforçar-nos para que nossos pensamentos, palavras e ações redundem em louvor e honra a Ele, ainda que percamos amigos, prestígio e bens materiais.
A frase “Venha a nós o Teu reino” indica que a nossa prioridade é a instauração do reino de Deus na terra. Devemos, por conseguinte, anelar pela vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, divulgando os valores do seu reino, principalmente por meio de nossas atitudes, “pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo”.
A frase “… seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” evidencia que a nossa prioridade é a vontade de Deus. Não devemos, portanto, buscar os nossos próprios interesses, mas sujeitar-nos à vontade “daquele que nos transportou do império das trevas para o reino do Filho do seu amor”. Se, de fato, pertencemos ao reino de Cristo, não possuímos vontade própria, a exemplo de um soldado, cuja resposta ao seu comandante é sempre: “Sim, Senhor!”.
A frase “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” demonstra que a nossa prioridade é a dependência econômica de Deus. Por que não pedir logo um estoque de alimento em vez do pão diário? Porque precisamos aprender a depender, a cada instante, de Deus para suprir as nossas necessidades físicas. A abundância de bens pode suscitar orgulho, autossuficiência e independência. Temos de nos lembrar sempre de que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que procede da boca de Deus”.
A frase “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” indica que a nossa prioridade é a comunhão com Deus. Precisamos, com o auxílio do Espírito Santo, da oração e das Escrituras, manter puro o nosso coração, a fonte de todo o pecado. Mas, se por um lado, cairmos em alguma transgressão, devemos imediatamente pedir perdão a Deus, a fim de restaurar a comunhão, pois Ele é santo e exige que seus filhos vivam em santidade. Se alguém, por outro lado, nos ofendeu, devemos ter prontidão para perdoar, pois o nosso relacionamento no nível vertical depende do nosso relacionamento no nível horizontal.
A frase “E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal” revela que a nossa prioridade é a dependência espiritual de Deus. Precisamos reconhecer que, por mais fortes que pareçamos, não temos poder nenhum, em nós mesmos, para lutar contra a nossa natureza pecaminosa nem contra as forças espirituais do mal. A autoconfiança pode nos levar à bancarrota espiritual, por isso temos a necessidade de nos revestir de toda a armadura de Deus.
Por fim, a frase “porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre” apresenta a justificativa para priorizarmos Deus e Sua vontade. Ele é quem governa o curso da história. Como disse Jó, não podemos frustrar os Seusdesígnios. Assim, resta-nos prostrar-nos aos Seus pés, com toda a reverência, reconhecendo a nossa impotência, insuficiência e pequenez.
Chegar-nos a Deus para pedir ou determinar que Ele nos encha de saúde e de bens materiais, como alguns pregadores televisivos ensinam, a fim de sairmos por aí nos gloriando, é pura insensatez e sandice. Devemos, pelo contrário, nos achegar a Elecom toda humildade e submissão, conforme nos mostra a “Oração do Pai Nosso”.
*Professor
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Eu e a modernidade – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Para que levar a vida tão a sério se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”? (Bob Marley)
Comecei pelo celular. O meu, por exemplo, é o mais moderno que há no mercado. Dia desses, uma nora, que adoro, ligou-me me dizendo que tinha enviado mensagens para os familiares; não enviara pra mim porque meu celular era tão moderno que não recebia mensagens modernas. Rimos e lhe prometi que iria comprar um celular mais antigo. Só não consigo entender é por que a dona Salete usa tanto meu celular. Mesmo quando ela está com o dela à mão, sempre usa o meu, dizendo que ele é mais eficiente. E o dela é supermoderno. E nesse redemoinho, fico confuso. Não sei se devo comprar um celular novo ou se continuo com meu moderno que ainda não se tornou antiquado.
Ontem, por exemplo, vivi um momento curtíssimo de alegria com o recebimento de uma mensagem no meu celular. Estávamos saindo de um consultório médico, que é o endereço mais visitado pela dona Salete. De repente um sinal de mensagem no celular. Atendi e comecei a ler a mensagem. Era de uma admiradora que não conheço. E isso me faz muito feliz. Mas não tive tempo de ler o nome de quem enviou a mensagem. Estava lendo-a quando o celular moderno alarmou uma chamada. Fiquei rodando sem saber o que fazer; se atendia a chamada ou se continuava lendo a mensagem da admiradora. E foi aí que aconteceu o que sempre acontece. A dona Salete aproximou-se e falou como sempre fala:
– Daí o celular… o celular… o celular. Preciso ligar pro Magno pra ele vir nos pegar. Agora!!!
Fiquei como fico nessas horas. Parado com o celular na palma da mão estendida. E ela não vacilou como nunca vacila. Pegou o celular e fez a ligação. Com cara de boboca, fiquei sem saber o que fazer. Só sabia que tinha perdido uma mensagem que estava me fazendo muito feliz, sem saber nem mesmo quem a enviara. Tomara que a pessoa fique a par do meu vexame e me mande nova mensagem. Sei que é esperar muito, mas espero. Quando não acreditamos no impossível ele vira possível. E é nisso que creio. E só uma nova mensagem vai evitar que eu substitua meu moderno celular ao que adoro. Ele, seja considerado antiquado ou não, me faz muito feliz com ligações e mensagens de carinho e admiração.
Você nem imagina o quanto me fez feliz este papo. Foi tão legal que nem me aborreci com o televisor ligado enquanto em falava através do teclado. Só espero que você tenha, hoje, um dia tão alegre quanto o que tive ontem com a mensagem que recebi e os acontecimentos que vieram por ela. “A vida é uma peça de teatro que não requer ensaio”. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460
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ESPAÇO DO LEITOR
ÔNIBUS
A leitora Maria Lindalva fez o seguinte comentário: “Sobre as paradas de ônibus, os moradores do bairro Centenário e Jóquei Clube são penalizados com os locais que não possuem sequer placas de identificação de parada. Aqui, pela boa vontade dos motoristas em nos atender, eles sempre param nos locais que são indicados pelos usuários do transportes coletivos. Quanto a um local coberto, a situação ainda é pior, pois não somos privilegiados com a quantidade de paradas semelhantes a outros bairros. Esperamos que, conforme anunciado pelo Executivo municipal, sejamos contemplados com estas obras que serão realizadas”.
PRAÇA
O internauta Miranda enviou o seguinte e-mail: “A Praça Barreto Leite, em frente à Orla, está totalmente danificada, se tornando um perigo para crianças que vão até ali brincar e também para a população em geral que por ali passa, já que a nova sede da Semges está funcionando bem em frente. Tem pontas de ferro e pregos à mostra nos bancos, os brinquedos estão quebrados e enferrujados. Como a prefeitura tem coragem de deixar uma praça nessas condições em frente a um prédio deles? É uma vergonha”.
DENGUE
A moradora do Centro, Bernadethe Correia, fez a seguinte observação: “É um absurdo o descaso dos moradores dos terrenos baldios que servem unicamente para o acúmulo de lixo e entulho. No Centro e no bairro São Francisco é comum encontrar terrenos abandonados como se não tivessem donos. O pior é que a situação da dengue deve piorar no período do inverno, já que no verão nenhuma limpeza foi feita pelos proprietários destes locais, os deixando propícios para a proliferação de mosquitos”.
PACARAIMA
Moradores enviaram e-mail relatando a situação no Município de Pacaraima, Norte do Estado, que piorou há dois dias em consequência da falta d’água que afeta toda a localidade. “Apesar da unidade da Caer disponibilizar dois caminhões pipas para minimizar o problema, não está sendo suficiente para abastecer a população. O problema é causado pela forte estiagem que atinge a região, e o local de captação da água secou completamente. Agora, resta torcer para que chova nos próximos dias e minimize a nossa situação”, relatou a moradora Clemeide Morais.