O crédito fácil e o sonho da casa própria – Erasmo Sabino*
Muitas pessoas com quem converso sobre negócios querem entender o que está acontecendo no mercado imobiliário. No brasileiro em geral e no roraimense em particular. Elas me perguntam como ele está reagindo diante de alguns fatores, como os reflexos do ajuste fiscal, as várias mudanças feitas pela Caixa e a atual política econômica do governo. Se este é um bom momento para vender imóveis ou se é um bom momento para comprar imóveis.
A vasta experiência que adquiri nestes 35 anos de atividade empresarial no mercado roraimense me traz algumas certezas que gostaria de compartilhar com aqueles que estejam pensando em fazer alguma transação imobiliária. Seja de compra ou de venda, a fim de que possam entender a realidade e então tomar as suas decisões por conta própria.
O mercado imobiliário se comporta de forma cíclica e existem ciclos de altas e de baixas. São diversos fatores que, quando estão presentes, favorecem a alta e na sua ausência favorecem a baixa. São eles:Alta disponibilidade de crédito;Baixa taxa de juros;Baixa taxa de desemprego;Aumento da renda;Baixo endividamento das famílias;Crescimento populacional e demanda por imóveisNa ausência dos itens acima, o mercado mergulha num ciclo de baixa. É claro que existem outras variáveis, muitas que derivam destas que listei.
O último ciclo de crescimento começou no final de 2005 e pode ser dividido em dois momentos importantes. O primeiro momento, entre 2005 e 2009, foi impulsionado pelo crescimento da economia, estabilização da inflação, aumento real da renda, redução na taxa de desemprego, etc.
Através do que os economistas chamam de “Política Monetária Expansiva”, o governo começou a aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e a baratear os empréstimos forçando a baixa da taxa de juros. O maior efeito colateral da política expansionista imposta pelo governo foi o retorno da inflação, um problema que teve como causa o rápido descontrole dos preços.
No mercado imobiliário os preços dispararam, já que não existiam imóveis prontos para atender a demanda criada pela farta oferta de crédito. Naqueles anos, o mercado estava com todas as condições favoráveis para a expansão. Os bancos estavam oferecendo crédito rápido e fácil, juros baixos, a renda crescia com baixo nível de desemprego e muitas famílias sonhavam com a compra do primeiro imóvel.
Aí veio a crise, ela se aprofundou e todo mundo foi apanhado de calças curtas. Mas este é um assunto muito extenso e que merece outras considerações.
*Empresário——————————————-
Egressos e seus desafios no mercado de trabalho – Fábio Gama da Silva*
Quando falamos dentre outros assuntos no tocante ao desenvolvimento de um país sendo este o nosso, queríamos poder falar de peito aberto sobre seus avanços e perspectivas para uma geração que vem sendo exaurida de suas possibilidades de um futuro com uma qualidade de vida e bem-estar para se viver. Se estamos ou não caminhando para um Brasil promissor que dá aos jovens motivos para procurar uma formação superior e a partir daí uma continuidade até ingressar no mercado de trabalho, eu não teria uma resposta decisiva, pois no cenário atual a competitividade, além de outros fatores, está tornando os sonhos e os objetivos desses estudantes e acadêmicos uma lamúria constante até conquistarem seu espaço.As oportunidades de se ingressar nas Instituições de Ensino Superior (IES) são as mais diversas, podemos aqui citar os vestibulares tradicionais em IES públicas e privadas, e por meio da iniciativa de programas do governo Federal, o Sistema de Seleção Unificada (SISU), Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) – todas elas nas modalidades presenciais, à distância e semipresenciais. As políticas voltadas para que em números absolutos viéssemos obter uma parte da população brasileira formada no Ensino Superior tornou-se realidade, nisto temos que concordar. Agora, qual exatamente será o destino pós-academia destes jovens que conseguem adentrar e conquistam um diploma na academia? A mesma vertente ideológica de formar esses cidadãos se conclui em sua solidificação profissional, ou seja, eles também terão garantidos a oportunidade de atuar em suas áreas específicas?
Bem, as respostas a essas perguntas talvez sejam óbvias, ou ainda enigmáticas, já que a instabilidade na economia do nosso país faça com que as oportunidades de empregos na carreira pública e/ou privada deixem de virar uma realidade e passe a se tornar apenas uma frustração e desânimo a essa turma de recém-formados. Se levarmos em consideração que a procura e oferta de empregos a esta massa depende de sua qualificação, experiências registradas na carteira profissional, currículos e ainda na análise do curso concluído, se está entre as grandes áreas de prestígio profissional ou não, logo, teremos um diagnóstico da situação que os egressos enfrentam na lida diária da busca pelo reconhecimento de sua qualificação unindo seu conhecimento da teoria com a prática almejada.
É preciso observar que os grupos geradores da nossa economia estão selecionando para seu quadro de pessoal colaboradores que tenham um perfil dinâmico, empreendedor, com espírito de equipe, às vezes de liderança, dependendo da função desejada, qualificado na teoria e proativo na prática. Não se pode acreditar que apenas com o diploma em mãos assegura ao egresso a conquista de uma vaga de emprego. Outro item a verificar quando se vai decidir em qual carreira profissional seguir, quando olhamos dados divulgados em algumas fontes confiáveis de informações de que a procura e consequentemente a conclusão em curso bacharelados tiveram uma maior queda seguido das licenciaturas, apenas os tecnólogos apresentaram um leve crescimento, isso nos mostra que as modalidades de ensino que necessitam de menor tempo para a sua conclusão estão sendo mais procuradas, pois se mostram mais práticas, talvez, para que tenha o título esperado e uma vaga de emprego o quanto antes se buscava.
Certos de que não podemos generalizar os possíveis motivos para estas determinadas baixas nas escolhas dos cursos nas modalidades bacharelado e licenciatura, contudo, devemos lembrar que, por exemplo, algumas áreas profissionais só existem vagas no setor de iniciativa pública e não nas privadas, e vice-versa, o que desfavorece a competitividade e faz com que estes egressos sejam “obrigados” a disputarem vagas de empregos numa escolaridade inferior a eles ofertados, dentre outros aspectos. O que nos resta é não perder as esperanças de que essa realidade seja tão logo modificada que novas frentes de trabalhos sejam ofertadas transformando esse cenário depressivo vivenciado por parte de nossos jovens que buscam sua independência financeira e a transformação de uma sociedade mais justa e parcial na igualdade da democracia aos seus cidadãos.
*Mestrando em Ensino de Ciências – PPGEC/UERR – [email protected]——————————————–
O poder da liderança – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Liderança não é um assunto tão simples como se pensa, tendo sido objeto de grandes discussões, pesquisas e debates por longos anos”.
Ainda revolta-me ver os grandes e despreparados governantes e administradores confundirem liderança com mando. Ainda pensam que estão liderando quando, na verdade, estão mandando, e muitas vezes com arrogância e empáfia. Isso é mais comum do que parece. Mesmo porque ainda não estamos, como cidadãos, preparados para distinguir quem é líder ou mandatário mandão. O líder é aquele que sabe respeitar seus subordinados, sabendo que o que o subordina não é o líder, mas o poder ilusório do mandatário. Não se lidera sem motivação. Eisenhower já nos disse que: “Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você quer que elas façam por vontade delas”. E o líder que não seguir tais princípios nunca será um líder. Não importa sua arrogância.
A arrogância no comando é um sistema arcaico adequado aos das cavernas. Não podemos liderar sem motivar. E não motivamos com desrespeito. Respeito não se impõe, conquista-se. Se você não é capaz de conquistar o respeito nos seus subordinados, não tem capacidade para liderar, nem para comandar. Enquanto você não entender o Eisenhower não será capaz de liderar. Em 1968, a indústria, em São Paulo, dava o grande salto para o desenvolvimento industrial. Época em que o SESI iniciou uma campanha para o desenvolvimento no ensino das Relações Humanas no Trabalho e na Família. Foi ali que fiz meu primeiro curso nessa área; e venho, desde então, batalhando para o entendimento da importância da liderança, no progresso da humanidade.
Só quando formos um povo realmente educado seremos capazes de entender a importância da liderança para o respeito na nossa administração, pública e privada. E na administração pública conseguiremos varrer toda essa sujeira que os maus administradores jogam para debaixo do tapete da ignorância. Estamos vivendo um período político realmente nauseabundo. Mas só aliviaremos a dor quando nos respeitarmos como cidadãos. E vamos começar pelo começo. Só seremos um povo realmente livre quando formos capazes de liderar dentro da liberdade cidadã. E nunca a teremos enquanto formos obrigados a votar. Enquanto no círculo da obrigatoriedade não seremos cidadãos. Converse isso com o político que você elegeu na última eleição. Enquanto formos obrigados a votar estaremos votando por obrigação, e não por dever. E enquanto você for obrigado a fazer o que deveria fazer por dever, nunca será nem entenderá o que é ser um líder. E será sempre um gritador de rua. Pense nisso.
*Articulista – [email protected] – 99121-1460——————————————–
ESPAÇO DO LEITOR
SEM ASFALTO O morador do bairro União, que optou pelo anonimato, encaminhou o seguinte e-mail: “Gostaria de pedir ajuda para a situação em que se encontra a rua Raimundo Alves Soares, no bairro União, próximo a escola municipal Francisco Cássio. Faz mais de um ano que estamos tentando sensibilizar o poder público para melhorias na questão do asfalto, já que a poeira e os buracos estão prejudicando a população e os alunos. No local, já aconteceu diversos acidentes por conta dos buracos, uma vez que os motoristas ao desviarem acabam colidindo em outros veículos, sem contar as crianças que acabam adoecendo por conta do excesso de poeira”, relatou.
MOTOSSobre a matéria “Rorainópolis registra cinco roubos de motocicletas a cada mês”, o leitor Emerson Gonçalves Araújo disse: “Na mesma sequência, ou talvez pior, o município de Bonfim apresenta os mesmos problemas relacionados a roubos de motocicletas. Aqui ainda temos um diferencial, já que as motos passam livremente pela barreira e são trocadas por drogas do outro lado da fronteira. O ideal seria manter uma fiscalização rígida na barreira localizada na Ponte dos Macuxi, minimizando este problema”.
FUGASEm relação à matéria sobre as fugas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), o internauta Paulo Pereira de Carvalho comentou: “Desde que cheguei a Roraima, há 20 anos, vejo notícias de fugas em massa e o curioso é que toda vez que isso acontece, vem um secretário dizendo que foram tomadas medidas para evitar fugas. No entanto, é só promessa, e depois de 20 anos as fugas continuam, aumentando inclusive o número de fugitivos, e na prática nada acontece”.
RESPOSTA Em relação à nota publicada no Espaço do Leitor na edição de quinta-feira, 17, o Governo do Estado informou que a Companhia Energética de Roraima (Cerr) tem efetuado o pagamento tanto de diárias quanto das horas extras legais dos servidores normalmente. A Cerr esclareceu ainda que, em caso de dúvidas, os servidores podem procurar o setor de Recursos Humanos da empresa.