Opinião

Opiniao 19 04 2018 6041

Somos todos iguais! Flamarion Portela* Recebi esta semana, de um amigo, um texto atribuído ao Papa Francisco, o qual destaco aqui, para uma pequena reflexão. “Paredes de hospitais já ouviram preces mais honestas do que igrejas…

Já viram despedidas e beijos mais sinceros que em aeroportos…

É no hospital que você vê um homofóbico ser salvo por um médico gay…

A médica “patricinha” salvando a vida de um mendigo…

Na UTI você vê um judeu cuidando de um racista…

Um paciente policial e outro, presidiário, na mesma enfermaria recebendo ambos os mesmos cuidados…

Um paciente rico na fila de transplante hepático pronto para receber o órgão de um doador pobre…

São nessas horas em que o hospital toca nas feridas das pessoas que universos se cruzam em um propósito divino e nessa comunhão de destinos nos damos conta de que sozinhos não somos ninguém!

A verdade absoluta das pessoas, na maioria das vezes, só aparece no momento da dor ou da ameaça real da perda definitiva”

O que esse texto quer dizer em sua essência é que somos todos iguais e que, mesmo aqueles que pensam o contrário, na hora da dor, acabam sucumbindo a essa verdade.

Não importa a nossa raça, cor, ideologia, religião, corrente política, o que o seja, quando estamos num momento crucial de desespero, como num leito de hospital, podemos perceber mais nitidamente que não somos nem mais nem menos que qualquer outra pessoa.

Por isso, é importante refletirmos sobre esse tema, de forma a entendermos que precisamos reconhecer essa igualdade em todos os momentos da nossa vida.

Precisamos reconhecer que sozinhos não somos nada, não chegamos a lugar nenhum e, por mais que alcancemos algum objetivo sozinhos, ele só terá sentido se pudermos compartilhar essa alegria com alguém.

Como bem disse a escritora e ativista social norte-americana Helen Keller, “sozinhos, pouco podemos fazer; juntos, podemos fazer muito”.

Então, que saibamos cada vez mais viver em comunhão com o nosso próximo, dividindo nossas alegrias e também nossas angústias, considerando que em algum momento precisaremos de um ombro amigo, de uma palavra de conforto e não somente de companhias nos momentos agradáveis da vida.

Todos precisamos e devemos ter nossos momentos de valorização interior, de amor próprio. Mas, jamais podemos esquecer que somos todos irmãos e que nascemos para viver em comunhão uns com os outros.Se ame, se respeite, faça suas escolhas, mas também seja recíproco com todos os demais.

O mundo precisa de mais amor e união. Que sejamos cada vez mais irmãos e busquemos estar juntos e solidários em todos os momentos. *Ex-governador de Roraima

 

Quem tem fé, não tem fim

Vera Sábio*

A vida é a verdade da ida, aonde só vamos para frente e nunca dá para fazer um novo começo; mas sempre podemos fazer um final diferente, basta querer.

Quando ouvimos a frase “querer é poder”, subentendemos que não é tão simples concretizar as palavras, pelo contrário, é extremamente difícil. No entanto, não é impossível, se o querer estiver regado de fé, força e foco.Afinal quem tem fé, não tem fim.

A fé ultrapassa os limites da própria vida. Com fé, sabemos que esta existência não é o fim, é sim o recomeço de uma nova vida, na compreensão de que vivemos eternamente.

O que precisa ficar claro na mente desequilibrada dos gananciosos doentes, dos que juntam riquezas onde a traça corrói é que nesta vida só temos o que juntamos no espírito, o que deixa no outro, saudades, ou seja, o amor, a bondade, a ética e o exemplo bom que fica nos outros.

A fé em dias melhores deve andar de braços dados com a força de nos transformarmos para melhores e a partir de nós, termos coragem e foco para melhorar a humanidade.

Aquele que pensa que é pouco, que não pode fazer nada; é na verdade covarde diante o tanto que seu pouco fará a diferença. Já que cada um recebeu do criador, os talentos suficientes para fazer a sua história. Não permaneçamos mornos, para que sejamos vomitados.

Você pode ser mais do que é, quando der um passo a mais, fazer algo por menor que seja, a mais e continuar mudando sempre. A única constância é a mudança.

O medo está constituído totalmente em nossa falta de fé. Pois quem tem fé, não tem fim.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão internaCRP: 20/04509www.enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

 

Machado de Assis

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nada mais complicado do que uma alma simples”. (Godofredo de Alencar)

Já reparou em como as pessoas simples são “discriminadas”? Uma discriminação bem sutil que pode ser disfarçada com as aspas. Gandhi e outros grandes da história já viveram tais momentos. Tal comportamento numa população mundial que cresce desordenadamente se torna cada vez mais frequente. E não devemos nos preocupar com isso, porque é um procedimento normal do crescimento populacional. O que devemos é nos valorizar para que nos valorizem. E quando nos valorizamos realmente, não nos preocupamos com o que não nos interessa. Campanha contra a discriminação só gera discriminação. É quando embarcamos na piroga furada das proibições. E estou apostando um real meu contra seu salário, como você já está perguntando sobre o que Machado de Assis tem a ver com isso. Claro que nada. É que me lembrei de tudo isso olhando para um livrinho que guardo em meu arquivo enferrujado. É o IV volume de uma coleção de contos do Machado. E é o único volume que me resta. O resto desapareceu de minha estante, acompanhando tantos outros que voaram.

Em mil novecentos e sessenta e três, a editora “Edições Miniatura”, em São Paulo, publicou a coleção “Contos Escolhidos”, de contos do Machado de Assis. O interessante na coleção é o tamanho dos livros. Eles medem exata
mente 8x5x2 cm. Desse tamanhinho. Gostoso para dedéu, para a gente levar na bolsa pra ler enquanto espera o ônibus ou durante o descanso no “banho”, no final de semana. Antes de me sentar aqui fiquei olhando para o livrinho e me lembrando do quanto os adolescentes de hoje desperdiçam do seu tempo. E o pior é que eles são seguidos dos adultos que estão cada vez mais preguiçosos para a leitura. E nada mais prazeroso do que você pegar um livrinho como este e ler um conto gostoso do Machado.

Você está incentivando seu filho para a leitura? Ou ele já faz parte do grupo não tão grande dos que leem? Se faz, ótimo. Se não faz, incentive-o. Ele e você vão ganhar. E você ganhará mais se se aliar a ele na leitura e nas discussões sobre o que leem. Tire seu filho da frente da televisão em horários em que ele deve se exercitar para enfrentar a vida, vida afora. E não embarque nessa furada de que a literatura deve ser modernizada; e que os autores do passado são passados. Foi com eles que aprendemos a ver a vida como ela é, independentemente da época em que ela corre. Quando conhecemos o passado não vivemos presos a ele; apenas usamo-lo para viver o presente com maturidade escudada no conhecimento. Pense nisso.

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