Opinião

Opiniao 19 09 2018 6943

DEMOCRACIA É UMA PETA, QUEM PARIU? Daniel Severino Chaves*

Já está me dando nojo ver as reportagens, onde estão sempre desviando nossa atenção da principal realidade. Falam do combate às drogas nas favelas, mas nunca prendem os caciques togados e de caserna que a levaram. Passam horas esculachando aquele que para sustentar seu vício rouba um celular e acaba cometendo latrocínio. Tem mídia que propõe a morte desses meliantes, mas nada falam dos togados ou de casernas, traficantes.

Porque o sensacionalista não muda o discurso da própria peta que pariu, acusando as companhias de celulares que estimulam essa prática criminosa, a coisa, mais simples é rastrear celular, logo esse tipo de crime não demoraria mais de meia hora para ser solucionado. Esse tipo de crime deveria ser imputado às quadrilhas que manipulam as telefonias. Monitoram nossa vida para muitas coisas, e nunca para recuperarmos aquilo que querem vender. O escritório de reclamações da nossa comunidade sumiu e pergunto: essa peta quem pariu?

O noticiário é uma peta parida tamanha que fica exaltando a Lava Jato no combate ao crime sem se importar a que custo, ou querer saber ao que levou determinado ministro do Supremo liberar o criminoso. Recentemente foi apreendido “irregularmente”, uma soma vultuosa de dólares com imunidade diplomática, mas não se preocuparam em demonstrar que esse governo foi agraciado com o perdão de centenas de milhões de dólares no passado, e nem mesmo o discurso entrelinhas do presidente do Supremo dizendo horas depois. O argumento jurídico da Guiné fez falta, logo a prisão em segunda instância não entrará esse ano em pauta.

Ficam discutindo no tribunal eleitoral o crime desse e daquele impedindo alguns de concorrerem. O discurso da esquerda se apresenta como vítima, fazendo apologia ao crime, exaltando o criminoso, esses mesmos que sustentaram e defenderam os golpistas no Congresso e no Banco Central. O discurso político da peta parida que me dá mais nojo é, que mesmo sabendo que quem comanda o crime organizado é o Estado Democrático de Direito, apoiam o Demo da democracia. Tento dar uma desculpa a meus filhos sobre a importância de manter essa corja de marginais que se arvoram no centro do poder, mostrando que o crime organizado é o próprio Estado varonil, mas sou tachado de conspirador infantil.

Os estudantes universitários ligados às ciências humanas veem com orgulho os professores citando Maquiavel como um dos maiores estrategistas do pensamento do Estado moderno, mas não mostram que ele foi um reles presidiário, isso porque na sua inutilidade tentou derrubar a família que estava no poder e não conseguiu. Pelo jeito esse cidadão foi menos eficaz que nossos políticos, maquiavelismo é uma alcunha que deve ser substituída por Eduardo Cunha. Finalizo dizendo: o voto é seu, venda-o como melhor te apetece e o Demo socrático agradece.   *Mestre em Educação e Doutor em Juiz de Direito Eclesiástico

VÍTIMA DO MAU USO DA INTERNET!

Dolane Patrícia*

A maior criação tecnológica, depois da televisão na década de 1950, chama-se internet. De origem inglesa, seu significado tem total relação com sua finalidade, onde inter significa entre e net significa rede, ou seja, é uma rede de computadores interligada, que possibilita o acesso a informações em qualquer lugar do mundo.

A internet foi descoberta em plena Guerra Fria, aproximadamente na década de 60, nos Estados Unidos. Segundo o site brasilescola.com, “O Departamento de Defesa americano pretendia criar uma rede de comunicação de computadores em pontos estratégicos.

A intenção era descentralizar informações valiosas de forma que não fossem destruídas por bombardeios se estivessem localizadas em um único servidor. (…) O acesso era restrito a militares e pesquisadores, demorou chegar ao público em geral, pois temiam o mau uso da tecnologia por civis e países não-aliados.”

No ano de 2006, começou uma nova era na Internet, a era das redes sociais. Acredito que foi exatamente aí que o temor do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, começou a se transformar em realidade. Refiro-me ao mau uso da internet, quando o público em geral passou a ter acesso à mesma e algumas pessoas começaram a utilizar a rede de forma irresponsável, isso sem falar no fake news, expressão bem mais moderna do termo, que significa notícia falsa.

Foi o que aconteceu com Fabiana Maria de Jesus, 33 anos, que morreu dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo, alguns anos atrás.

Segundo o G1, “A agressão teria sido motivada por uma publicação em uma rede social. Em uma mensagem postada pelo Facebook, a página “Guarujá Alerta” mostrava o retrato falado de uma mulher parecida com a que foi agredida. A imagem já foi retirada do ar. Em sua página, os administradores do “Guarujá Alerta” afirmam que estão colaborando com as investigações da polícia e que não vão se manifestar sobre o assunto.

A dona de casa foi espancada até a morte, após um boato gerado por uma página em uma rede social, onde publicaram que Fabiana sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra. Foi uma informação falsa implantada em um perfil de notícias. A consequência foi a morte de uma pessoa inocente, que não tinha sequer ficha na polícia e ainda por cima possuía problemas mentais.

A dona de casa, que tomava remédios controlados, foi amarrada e agredida, espancada e humilhada em via pública, acusada de um ato que nunca havia praticado, vítima do uso irresponsável da internet.

Após o linchamento, Fabiana sofreu traumatismo craniano e foi internada em estado crítico no Hospital Santo Amaro. Fabiana era casada com um porteiro de 40 anos. O marido afirmou que sempre soube que sua mulher era inocente. 

Ainda de acordo com o site O Globo: “O advogado e amigo da família de Fabiana, Airton Sinto, disse que o “Guarujá Alerta” é culpado diretamente pela morte dela. Ele informou ao O GLOBO que entregou às autoridades vídeos de populares feitos instantes após o espancamento e o nome de pessoas que teriam participado da agressão – Uma irresponsabilidade de quem divulgou esse boato”. 

Duas imagens circulavam pelas redes sociais: um retrato falado, e uma foto de uma mulher. O primeiro, na verdade, pertence a um caso de 2012, ocorrido no Rio de Janeiro, de uma mãe que teve seu bebê sequestrado. As câmaras filmaram e foi feito um retrato falado. Já a fotografia remete a uma página de humor no Facebook, chamada “Jaciara Macumbeira”. Informações do site notícias R7.

Quem estiver sendo vítima, pode registrar Boletim de Ocorrência e ingressar com Ação de Danos Morais. É importante imprimir as páginas e procurar o Cartório de Registro de Pessoas para adquirir uma Ata Notarial, que confirma a existência da postagem, além de salvar o link da página quando se tratar de página “fake’.

Por se propagar de forma rápida, xingamentos e postagens na internet pode ocasionar consequências indesejáveis, tanto no bolso, por causa dos danos morais, quanto na imagem, pois pode ser condenado numa Ação Criminal e passar a ter maus antecedentes criminais.

De acordo o site notícias R7, “A página no Facebook Guarujá Alerta na época chegou a receber diversas mensagens de internautas sobre a existência da suposta sequestradora. A página mais uma vez publicou que o caso era um boato, e colocou os links que esclareciam o retrato falado e a imagem de uma mulher, que circulavam na internet. Essa publicação teve 175 compartilhamentos. Moradores chegaram a afirmar para a reportagem da Rede Record que ela “estava pegando crianças” e “tentou comprar uma criança com uma banana”.

Era tudo mentira! A internet havia caído em mãos erradas… mais uma vítima de “fake News”, també
m conhecida como imprensa marrom, uma expressão de cunho pejorativo, utilizada para se referir a sites sensacionalistas que buscam likes (curtidas) através da divulgação exagerada de fatos e acontecimentos, sem compromisso com a autenticidade.

Fabiana morreu dia 5 de maio sem sequer se despedir das filhas. Deixou um bebê de um ano e uma filha de 13… todas vítimas do mau uso das redes sociais.

*Advogada, Juíza Arbitral, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós-graduada em Direito Processual Civil. Personalidade Brasileira e Personalidade da Amazônia – WhatsApp: 99111-3740. Acesse dolanepatricia.com.br

Tirando a venda

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Se desejais a simpatia das massas, deveis dizer-lhes as coisas mais absurdas, mais cruéis.” (Adolf Hitler)

A manchete do jornal, ontem, chamou-me a atenção sobre a criminalidade em Roraima. Fiquei imaginando o quanto já tenho perguntado, por que não tiramos a venda, dos olhos da justiça? Com os olhos vendados ela nunca irá conseguir ver a verdade verdadeira. E as coisas vão se acumulando, com o crescimento assombroso da população despreparada. As coisas mais absurdas estão acontecendo sem que a justiça tenha alguma condição de agir dentro da lógica. E como tudo está no carrossel do poder público, e estamos nos aproximando de renovações que não se renovarão, resolvi lhe falar do que me passou pela cabeça.

Os presidiários estão comandando o crime nas ruas, através dos celulares, de dentro das prisões. E ficamos boquiabertos imaginando, por que a justiça não faz nada pra corrigir a tragédia. Simples pra dedéu. A justiça está com os olhos vendados. E na azáfama da criminalidade, ela, a justiça, fica tropeçando, sem condições de enxergar tudo à sua volta. E aí os criminosos poderosos deitam e rolam no picadeiro. E como a justiça não pode, nem deve participar do espetáculo, fica de fora, sem aplaudir nem intervir. 

No mundo do crime, os criminosos dançam a dança do prazer. No mundo da política a dança é mais divertida e abrangente. O treinamento consiste em aprender a dizer o que o povão quer e gosta de ouvir. E nem sempre ouve o que gosta, mas o que o impressiona. E normalmente é o negativismo sempre influencia mais as mentes despreparadas; o que mais interessa aos políticos despreparados. E como os temos! Que afinal de contas nem são políticos. Apenas estão tentando entrar no mundo do enriquecimento fácil. Felizmente, nem todos são assim.

A justiça anda tropeçando porque não consegue convencer os cidadãos da importância de tirarem a venda dos olhos dela. Como é que você quer que a justiça faça alguma coisa para impedir que o crime saia dos presídios para as ruas? E é aí que ela, a justiça, não consegue impedir que um presidiário, por exemplo, de dentro da prisão, faça, livre e legalmente, propaganda eleitoral do seu partido, pela televisão? Que é o que nós vemos todos os dias; e a justiça não consegue ver, nem ouvir. Mas de quem é a culpa? O número de culpados é tamanho que não podemos mencionar. Então vamos ficar na nossa. Mas não deixe de refletir sobre isso e fazer sua parte nas próximas eleições. Mesmo sabendo que vai ser difícil escolher o melhor. Mas você pode, e deve fazer sua parte como ela deve ser feita, com o seu voto. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460