Opinião

Opiniao 19 12 2017 5360

Essa tal felicidade – Walber Aguiar*

“Vamos celebrar a nossa gente, que trabalhou honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada.” (Renato Russo)

Janeiro. Tempo de refletir sobre o mês sem festa, o sentido, o vazio existencial na alma dos que carregam alguma coisa que falta ser preenchida e não encontram no Eterno a fonte primeira… Espaço da vida e da morte, da dor e do alívio, do sofrimento e da alegria de viver. Momento de entender por que a felicidade precisa ser algo minúsculo e mirrado.

Ora, ironicamente, a felicidade converte-se numa mulher velha, sensível, capaz de perdoar a brutalidade de quem a maltrata, como se esmagasse colibris com bate estaca. Uma pessoa que conseguiu chegar aos 83 anos e ainda resistir à solidão e ao esquecimento, à violência e à omissão.

Para proteger essa tal Felicidade, foi criado o estatuto do idoso. Um manual de vida, um código de esperança, um diploma cheio de dignidade e sensatez. Isso porque, no Brasil, há necessidade de se elaborar um cipoal de leis que protejam a mulher, a criança, o idoso e outras minorias.

No Japão as Felicidades são protegidas naturalmente, servindo de oráculo, de portadoras de conselhos e experiência de vida. Aqui os idosos sofrem as mazelas da estrutura. Ganham uma aposentadoria vergonhosa, sofrem com a solidão de asilos e hospícios, são empurrados pela família para um canto qualquer da vida. Quando não são vítimas da violência de filhos e netos, gente que deveria amar e respeitar os mais velhos.

Há muitos que procuram a felicidade e não conseguem encontrar. Passam por ela dentro de casa, dormem no mesmo quarto, acordam de manhã cedo com o mesmo desejo. Pensam que felicidade é apenas curtir a vida adoidada, sem nenhum referencial finito ou infinito, sem nenhum alvo a perseguir.

Não entendem que honrar pai e mãe, as Felicidades do existir, converte-se num dos mais abençoados canais atravessados no percurso. A obediência ainda é sinônima de ventura e alegria.

Ora, nada melhor que janeiro, o mês dos enigmas e da sobriedade, para refletir sobre o fato de que envelhecemos a cada dia. E que a velhice nos acomete a todos. Disso nos lembra o livro de Eclesiastes, quando diz: “antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: não tenho neles prazer”.

Assim, a vida não nos rejuvenesce, e de setenta em diante, o que resta é canseira e enfado.

Janeiro, tempo de pensar. De entender que a Felicidade precisa ser bem tratada, curtida e amada. Se assim não for ela sairá pela janela e poderá nunca mais voltar. Aí seremos órfãos do amor, da vida e da tal felicidade…

*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

Folia de Reis e o Natal – Paulo Roberto Brancatti*

Ao comemorar o Natal que se aproxima novamente, faço um pequeno exercício de memória para recuperar alguns pontos que me tocavam e ainda me tocam quando assisto apresentação de algum grupo denominado “Folia de Reis”. Isso, porque, a participação popular enraizada na cultura popular favorece esse momento cultural numa comunidade ou numa igreja que possa experimentar a alegria de pessoas que representam com suas músicas, com seus trajes próprios, com suas danças e com suas ladainhas, os belos momentos que significaram e significam o nascimento do menino Jesus na caminhada do povo de Deus e a visita dos Reis Magos a família de Nazaré.

E, numa dessas lembranças, busquei em mim uns momentos que vivenciei da Folia de Reis quando meus pais e meus avôs participavam dum grupo que percorria as ruas do bairro da Cidade onde moravam e ao chegar às casas, os mesmos adentravam e no interior dela, o evento acontecia. As canções eram, e ainda hoje, sempre religiosas culminando com alguns intervalos para a casa servir a comida ou lanches aos participantes… Essa era a parte mais gostosa que eu curtia. À hora da comida era sempre mais agradável e as crianças faziam a festa após a cantoria dos foliões.

Eu e meus amigos seguíamos na caminhada junto aos foliões e cantávamos também algumas músicas que sabíamos e dentre elas, uma que aprendi e gosto e canto até hoje quando me lembro das histórias vindas da folia de Reis – Reisado: O galo cantou no Oriente ai, ai, ai, ai… Surgiu a estrela da guia ai, ai… Anunciando a humanidade ai, ai, ai, ai… Que o menino Deus nascia ai, ai, ai, ai… Em uma estrebaria ai, ai, ah… Vinte e cinco de Dezembro ai, ai, ai, ai… Não se dorme no colchão ai, ai… Deus menino teve a cama ai, ai, ai, ai… De folha seca do chão ai, ai, ai, ai… Pra nossa salvação ai, ai, ah… Senhora dona da casa ai, ai, ai, ai… Olha a chuva no telhado ai, ai… Venha ver o Deus Menino ai, ai, ai, ai. Como está todo molhado ai, ai, ai, ai… Os três reis a seu lado, ai, ai ah… Deus lhe pague a bela oferta ai, ai, ai, ai. Que vós deu com alegria, ai, ai.. O Divino Santo Reis ai, ai, ai, ai São José, Santa Maria ai, ai, ai, ai. Há de ser a vossa guia ai, ai, ah…

E, assim a folia e a cantoria iam acontecendo e como agradecimentos iam pedindo à família acolhedora às benções, as proteções do Divino Espírito Santo e as graças do Pai criador. E com essa lembrança eu cresci e hoje quando vou há uma festa popular como os da Folia de Reis ou a Festa do Divino, penso o quanto ainda podemos fazer para que a religiosidade popular enraizada nas figuras populares do presépio que concedem graças a quem acredita, possam nos agraciar no Natal de Jesus com essa bela expressão da cultura popular de envolvimento das pessoas na dinâmica da vida religiosa sem receio de expressar com seu corpo a dança folclórica que envolve a magia do nascimento e vida.

*Professor da Unesp de Presidente Prudente

A vida de casado não é fácil – Marlene de Andrade*

“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo e a mulher reverencie o marido.” (Efésios 5:33).

O homem exerce a função de líder dentro do casamento, ou seja, dentro do seu lar ele é o cabeça, mas as feministas não entendem tal fato e deturpam a Palavra de Deus compreendendo erradamente que isso é machismo. Elas não conseguem perceber que em todo lugar há de haver uma liderança e que até os animais elegem seus líderes.

Claro que o marido deve amar sua esposa usando o modelo de Cristo, ou seja, amá-la com amor ágape, que é sinônimo de amor altruísta, benevolente e que entende que sua função dentro da família é antes de qualquer coisa, servir. Esse amor tem que ser incondicional e obriga o homem amar sua esposa como Cristo nos ama. Evidentemente, que a mulher deve amar o marido com esse mesmo amor, mas isso para ela é muito fácil, pois a dificuldade da mulher é outra, ou seja, é ver o marido como líder, o que se diria no popular, chefe da família.

Já o homem, por seu turno pode até amar sua esposa, porém ele tem dificuldade de fazer a mulher captar esse amor por ela, ou melhor, na maioria das vezes, o homem tem dificuldade de expressar amor. É aí que a relação fica comprometida, pois a mulher precisa que o esposo manifeste de forma verbal o amor que ele sente por ela. Outra coisa que a mulher valoriza muito é a quantidade de tempo que o esposo gasta com ela e por isso ele deve reservar um tempo para a esposa de forma a deixá-la bastante segura que de fato ele a ama.

A mulher se contenta com um simples presente do marido, pois isso já traz para ela uma felicidade incomensurável. Outra coisa que ela gosta muito é de se sentir segura ao lado do esposo. No entanto, não podemos nos esquecer de que o homem é o líder da casa, porém como a mulher tem dificuldade de entender que o esposo é quem exerce a liderança, acaba se instalando uma confusão sem fim.

Nós cristãos reformados sabemos que o homem é o líder sacerdotal da sua casa, mas precisa admitir seus erros e escutar as opiniões da esposa e até mesmo dos filhos. No entanto a decisão final deve ser sempre dele. Nesse caso, o esposo terá que assumir diante de Deus pelas consequências erradas que tomar em suas decisões, sendo assim, terá que arcar com toda responsabilidade perante Deus pelas suas decisões equivocadas. Marido ditador não é e nunca será líder e sim um déspota.

Já a mulher, como eu disse acima, tem outro tipo de dificuldade, ela não consegue acatar a liderança do marido e Deus vê isso como um ato de rebeldia e o lamentável é que muitos casamentos se acabam justamente devido esses equívocos. *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

Você é o que você pensa – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O modo de classificar algo é apenas um modo de lidar com ele para algum propósito particular”. (William James)

Era um domingo lindão em Sampa. Eu vinha pela calçada e um membro da Igreja Universal aproximou-se e me deu um jornal da Congregação. Um belíssimo jornal, com fotos de altíssima qualidade. Matérias, nem todas de cunho religioso. Na página de opinião, uma crônica bem elaborada, do Bispo Rodrigues. Ainda na mesma página, um quadro de frases. Ali, sim, quase todas de cunho bíblico. Mas, entre elas, essa joia, do Nelson Mandela: “Uma coisa da qual sempre senti falta foi a de me sentar com meus filhos e netos e poder ouvir seus sonhos”. Mais adiante, outra, do Karl Weiss, que reflete com preciosidade, um pensamento aparentemente machista: “Feliz é o lar em que o homem é a cabeça e a mulher o coração”.

Mais adiante, outra que merece reflexão. Era do ex-milionário e ex-playboy, Jorge Guinle, referindo-se ao livro da Carmem Mayrink Veiga, recém-falecida: “Numa época em que se fala em desemprego e miséria é até deselegante falar em riqueza”. Pensamento que explica por que Jorge Guinle já não ostentava a sua riqueza imensa material.

As pessoas realmente ricas sabem que é exatamente nas horas de crise, que não devemos falar em crise. Não se combate a pobreza dando comida ao pobre, nem tampouco falando de pobreza. A única maneira de se combater a pobreza é com riqueza. Quem pensa pobre, mesmo tendo muito dinheiro, mais cedo ou mais tarde acaba na pobreza. Afinal, nós somos o que pensamos. O caminho mais curto para a erradicação da pobreza é cada um procurar eliminá-la de dentro de si. Enquanto mantivermos pensamentos medíocres, seremos sempre medíocres, independentemente do dinheiro que possamos ostentar. Você Nunca será rico, pensando como pobre, nem pobre, pensando como rico. Se pensar como pobre, empobrecerá; se pensar como rico enriquecerá.

Repudie todos os pensamentos pequenos. Pense rico. Não é fácil, mas é simples. Exercite-se como numa verdadeira aeróbica mental. Há uma série incalculável de saídas para as mudanças. Escolha a sua. O importante é que você faça dela seu lema, e vá em frente. Você é uma pessoa dinâmica. Saia imediatamente do imediatismo. Ele é inimigo figadal do sucesso e alimento nutritivo da pobreza mental. Ninguém enriquece de um dia para outro. A riqueza exige uma preparação mental e espiritual muito forte, formada lenta e paulatinamente, com constância e pensamentos positivos. Seja e sinta-se forte, provando a você mesmo, que você pode e vai conseguir. Prove isso pra você mesmo, e todos, com certeza, o seguirão. Pense nisso.

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