Opinião

Opiniao 19 12 2019 9500

O verdadeiro sentido do Natal!

Flamarion Portela*

Estamos na semana de véspera do Natal e o que observamos é que cada vez mais as pessoas estão esquecendo o verdadeiro sentido dessa data tão importante para todos os cristãos. 

Trago aqui um poema do poeta popular cearense Bráulio Bessa, que faz uma bela reflexão sobre como devemos considerar essa data tão sublime.

 “Que você, neste Natal, entenda o real sentido da data que veio ao mundo um homem bom, destemido, e que o dono da festa não pode ser esquecido.

Olhe, repare! Vindo lá do polo Norte, num trenó, cheio de luz, Papai Noel é lembrado muito mais do que Jesus. Oh, balança incoerente, onde um saco de presente pesa mais do que uma cruz.

Eu sei, eu sei que dar presente é bom, mas bom mesmo é ser presente, ser amigo, ser parceiro, ser o abraço mais quente e permitir que nossos olhos não enxerguem só a gente.

Que você nesse momento faça uma reflexão, independente de crença, de fé, religião, pratique o bem sem parar, pois não adianta orar se não existir ação.

Alimente um faminto, que vive no meio da rua, agasalhe um indigente coberto só pela lua. Sua parte é ajudar e o mundo pode mudar cada um fazendo a sua.

Abrace um desconhecido, perdoe quem lhe feriu, se esforce para reerguer um amigo que caiu e tente dar esperança para alguém que desistiu. 

Convença! Convença quem está triste que vale a pena sorrir. Aconselhe quem parou que ainda dá pra seguir e praquele que errou que dá tempo de corrigir. 

Faça o bem, meu povo! Faça o bem por qualquer um, sem perguntar o porquê. Parece fora de moda, soa meio que clichê, mas, quando se ajuda alguém o ajudado é você.

Que você possa ser bom começando de janeiro. E que esse sentimento seja firme e verdadeiro, que a gente viva o Natal, todo ano o ano inteiro.”

Cada verso desse poema nos leva a uma profunda reflexão sobre como temos nos comportado com relação ao verdadeiro sentido do Natal.

Você está planejando ir à igreja para celebrar o nascimento de Jesus Cristo ou está pensando apenas na ceia que vai fazer para reunir os amigos e familiares?

Está lembrando de agradecer a todas as conquistas que teve ao longo do ano ou vai ficar apenas reclamando daquilo que não alcançou?

Faça deste Natal um momento diferente e não apenas uma data que aquece o comércio devido à troca de presentes.

Lembre-se que um dia, Jesus deu sua vida como presente para salvar a humanidade do mal. Dê o melhor de si por você e por todos aqueles que estão ao seu redor. Você vai ver que o sentido do Natal é bem diferente do que espalham por aí, nos comerciais de televisão.

Um Feliz Natal de muita paz e bênçãos para todos!   *Ex-governador de Roraima

STF: OS RITOS DA SUPREMA IMORALIDADE

Luis Cláudio de Jesus Silva*

Já tive a oportunidade de assistir pessoalmente algumas sessões no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a última me chamou especial atenção. Na tarde de uma terça-feira qualquer, eu aguardava a julgamento de um processo, que se arrasta a mais de dez anos, sem ter das excelências de toga a atenção devida – pouco importa para estes as consequências de sua indiferença e a demora de sua ineficiência – salvo se o processo for do interesse do ilustre condenado ex-presidente da república. As sessões, quando ocorrem, são realizadas apenas três vezes por semana e, deveriam iniciar às 14h. Pronto, voltando à sessão, logo se percebe um alvoroço dos seguranças se posicionando em lugares estratégicos e formando um cordão de proteção ao lado do plenário… ouve-se o toque de uma sirene (daquelas que anuncia recreio nas escolas) e todos devem se levantar. Com um atraso de 25min, eis que surgem o presidente da Corte adentrando ao recinto puxando a fila dos demais ministros – um deles se arrastando com a ajuda de uma bengala, o mesmo que passará a sessão inteira dormindo, talvez cansado de contar o “vil metal”. É o momento do desfilhe das togas negras que os cobrem dos ombros aos calcanhares. O presidente toma seu assento no centro do plenário e autoriza que todos se sentem. Na pauta para julgamento constavam mais de 10 processos. Logo, tem início o julgamento da primeira ação com a leitura do relatório, sendo seguido da manifestação dos interessados. Aí se vão 1h e 15min, e logo o presidente anuncia a suspensão da sessão para um intervalo, eles cansam muito rápido… novamente, os seguranças se agitam e todos os presentes devem se levantar, o desfilhe das togas se repete. Para minha surpresa, o intervalo demorou quase uma hora. Ou seja, uma hora de julgamento e uma hora de intervalo. Ao retornarem, ‘descansados’, mais uma vez repete-se o ritual do início. Passada a palavra ao relator, o mesmo passa 40min falando e anuncia seu voto. Na sequência, o ministro que lhe sucede, apenas para apresentar seu voto, fala por 56min, e no final, depois de todo falatório, vota acompanhando integralmente o voto do relator. Isso mesmo. Perdeu-se quase uma hora, não apresentou uma nova tese, apenas para dizer que concordava com o relator. Mais eficiente seria se dissesse que acompanhava o voto do relator e pronto. Mas isso lhe tiraria a oportunidade de aparecer para os engravatados que lotavam o plenário e para as câmeras da ‘TV Justiça’. Pois bem, dois votos colhidos, o presidente anuncia a suspenção do julgamento pelo avançado da hora e informa que o processo será julgado na sessão seguinte. Notem que todos os outros nove processos que estavam na pauta foram esquecidos e não tem mais data para serem julgados. Talvez tenham que esperar mais dez ou quinze anos para serem novamente pautados.

O STF custou aos cofres públicos, em 2019, quase 800 milhões de reais. Esses recursos foram consumidos para manter a suntuosa estrutura da Corte, a soberba dos seus 11 membros, as centenas de assessores jurídicos, seguranças, veículos e motoristas, garçons, o cafezinho, champanhe, vinhos, caviar, escargot, lagostas e outras iguarias caras que são servidas nos intervalos dos julgamentos. Note-se que nem coloco nesses gastos o julgamento dos processos, pois esses se tornam irrelevantes e nem devem contar. Tornou-se rotina passarem semanas sem julgarem nenhum processo. Se você encontrar semelhança com as cortes da realeza, não é coincidência, estamos diante da suprema monarquia com seus reis e príncipes. 

Na sessão seguinte, voltando aos cansativos trabalhos da realeza, todos os ritos se repetem. O processo da sessão anterior volta a ser julgado. Mais falação, afinal todos devem aproveitar seus minutos de ‘TV Justiça’, colhem-se 10 votos e, com o placar de sete a três, falta apenas o voto do presidente-rei. Observem que a tese já está definida, o processo já tem vencedor e vencido, falta apenas um voto que em nada vai alterar o resultado. Eu penso, agora vai… negativo. Quando creio que já viu tudo, vem a ‘cereja do bolo’, o presidente-rei pede vistas e suspende a sessão e o julgamento só será concluído em outra data ainda não definida. Dos 10 processos pautados inicialmente, nenhum foi julgado. A nós, os bobos da corte, só resta contemplar a suprema imoralidade e ineficiência de uma corte que privilegia o teatro dos seus
rituais sustentados com recursos públicos. A corrupção não ocorre somente com desvio de dinheiro em malas e cuecas, não está vinculada apenas com as ações. Precisamos ficar atentos com as omissões e ineficiências que tanto corroem os cofres públicos.

*Professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

Como ajudar

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“As palestras de autoajuda pouco ajudam quando as pessoas não compreendem o funcionamento da mente.” (Augusto Cury)

Quando não entendemos o poder que temos em nossas mentes não podemos crescer. E é por isso que a população dos que vivem sob orientações dos outros, está crescendo assustadoramente. O que nos preocupa. Na verdade vemos mais a beleza superficial de uma pessoa no que ela veste, no carrão que usa, e por aí afora. Como é que você pode dizer para alguém que ele pode se tornar rico se você não apresenta recursos físicos? Ainda não aprendemos a ver a riqueza no que ela realmente é. A riqueza de espírito não significa você ficar orando, rezando, e se benzendo. A tranquilidade, mental e espiritual, é a maior riqueza de que você pode dispor. Só somos ricos quando somos felizes. E não é a riqueza física, o dinheiro ou coisa assim, que faz você ser feliz. 

Machado de Assis já disse: “Dinheiro não traz felicidade para quem não sabe fazer bom uso dele.” O que indica que para ser feliz você não precisa ser pobre. Cuidado com os orientadores que incentivam à pobreza, como recurso para se chegar ao Senhor. Não caia nessa esparrela. Enriqueça. Mas mais importante do que o dinheiro ou os recursos, é a tranquilidade espiritual. E só a teremos quando aprendermos a controlar nossos pensamentos positivos; quando sabemos dirigir nossas vidas como elas devem ser dirigidas. Sempre para o bem. E o bem está na racionalidade. Nada de ficar seguindo orientações que mantêm você preso à obrigação. A liberdade racional nos leva à racionalidade. O que é mais claro do que a luz. Então seja dono ou dona de você mesmo, ou mesma. 

Não perca tempo com o que não lhe interessa. Você tem todo o poder de que necessita para ir e chegar onde quer chegar. O importante é que você saiba para onde quer ir. Inicie sua caminhada não confundindo isso com religião ou filosofia. É apenas um direcionamento racional. O início de uma caminha de retorno ao nosso mundo de origem. Somos todos de origem racional. O importante é que saibamos disso e procuremos viver sobre esta Terra com amor e muita felicidade. Porque é assim que crescemos com racionalidade. Viver com felicidade é natural. Faz parte do desenvolvimento humano. Que é quando devemos sair da condição de humano para racional. 

Procure a felicidade, porque ela é uma riqueza, dentro de você mesmo. É só você se valorizar no que você é, e ser o que você não é, sem deixar de ser o que é. Simples pra dedéu. Pare com essa de ficar tentando mostrar o que você é. Apenas seja. E o que você é está em você, na sua mente. Use-a com racionalidade. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460