Opinião

Opiniao 20 01 2015 522

Bodas de Prata – Walber Aguiar* O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente…                                                                                                          Camões Era domingo de manhã. Dia de celebrar a vida e a ressurreição. Olhei pra trás e vi um menino. Um menino com cara de homem. Estava sujo de graxa. Vestia um macacão azul e parecia um tanto inquieto e desconfiado. Depois soube tratar-se de Mauro Castro, o Maurinho. Bom de bola e de conversa, bom de discurso e carregado de um carisma à flor da pele. Ora, tendo chegado do Rio de Janeiro em 1983, com a nobre e numerosa família Castro, com Dona Maria e o patriarca Albertino, aquele rapaz logo perceberia que a vida faz mais sentido quando vivida e compartilhada com quem se ama. Daí foi um pulo para Recife. Um salto na direção do amor e da realização de um sonho, de um projeto a ser construído na calmaria dos anos e na inquietude da procura. No meio das letras teológicas e do conhecimento da Graça e da bondade divinas, logrou encontrar um tesouro: a bela, frágil e discreta Eliane. A pianista cheia de sonhos e de uma devocionalidade intensa a Deus. Àquele que, entendendo a vida como a arte do encontro, perceberia muitos desencontros pela vida. Assim, o sonho da conjugalidade passou a ser um projeto de beleza e de deslumbramento. De dois seres que se encontraram no meio das turbulências e passaram a ver e a perceber que nunca mais vagariam sozinhos pelo mundo, pelo deserto da solidão e das angústias da individualidade. De duas almas gêmeas que, de mãos dadas, teceram um casulo de amor e de esperança. Mauro e Eliane passaram a ser uma só carne, um só desejo, uma vontade imensa de percorrer o caminho do mistério que se estabelece entre um homem e uma mulher. À semelhança do caminho da ave no céu e da cobra na penha, entenderam que o amor é, antes de objeto da compreensão, uma espécie de expansão metafórica que escorre deliciosamente do peito de Deus para o peito dos amantes. Dessa forma, o menino de macacão azul, o homem portador de unhas sujas e de graça no olhar, descobriu que aquela frágil pianista o completaria enquanto mulher e mãe de seus filhos. Não construiu apenas uma casa, arquitetou uma vida e uma história de fibra, doçura e coragem. O tempo passou pelo amor, mas o amor não passou pelo tempo. Ele apenas se fortaleceu em meio a tempestades e angústias,  choros e perdões,  flores e espinhos. São vinte e cinco anos de cumplicidade, vínculo e entrega. São vinte e cinco anos de vida e história pra contar. Era domingo. O menino estava lá fora. Depois de conhecer aquele estranho e inquieto menino homem, entendi que Maurinho era apenas mais um irmão que buscava o amor, a justiça e a felicidade. Pelo visto, ele acabou encontrando… *Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected] ——————————————— Pombo-correio não falha, porém os Correios sim! – Marlene de Andrade* Infelizmente, tenho tido algumas dores de cabeça com os serviços dos Correios. Algumas pessoas já compartilharam comigo que também têm tido problemas com essa instituição, por isso penso que o meu caso não é isolado. Tempos atrás, fiz algumas assinaturas de revistas, as quais algumas chegavam, porém bem atrasadas, outras nem chegavam. Causa-me espanto também chegar correspondência à minha residência de pessoas que eu não conheço e com o endereço diferente do meu. Fora tudo isso, algumas encomendas minhas já foram extraviadas mais de uma vez. Devido ao fato, tive que fazer várias ligações, enviar e-mails, cujas respostas eram sempre cheias de evasivas. Algumas vezes, informavam-me que meu consultório estava fechado e que por isso não podiam fazer as referidas entregas. Também pudera, eles iam aos sábados e nesse dia eu não trabalho. Que absurdo, a desculpa era que a encomenda retornou ao remetente por não haver no local ninguém para recebê-la. O que mais causa indignação é que algumas delas foram devolvidas ao remetente na primeira tentativa, sem que deixassem ao menos um aviso do que estava acontecendo. Não sei o porquê dessa falta de responsabilidade com os usuários que pagam caro para enviar suas correspondências e encomendas. Afinal de contas, a nossa relação firmada com os Correios é uma relação de consumo e de confiança, a qual deve ser sempre respeitada. Eu sei que existem situações que prejudicam ou impedem que a entrega da encomenda ou da correspondência cheguem ao local a tempo e à hora, porém, nem sempre existe algo impedindo que os Correios trabalhem de forma adequada e correta. Uma carta ou encomenda registrada demora bastante para chegar ao destinatário e, se a postagem for simples, a demora ainda é bem maior. Tal fato é um verdadeiro absurdo. Parece que os Correios estão caminhando para o caos, pois, ao que tudo indica, há nessa instituição um descaso total em relação ao usuário. E o interessante é que se a nossa encomenda não chega, a gente tem que ficar indo nos Correios para ver se ela está lá ou se voltou ao destinatário. Os funcionários, na sua grande maioria, ficam atordoados com nossas reclamações sem saber o que vão nos dizer e que desculpas “esfarrapadas” nos darão. Se minhas experiências com essa empresa pública não é caso isolado, tenho que admitir que pombo-correio é mesmo mais confiável do que essa instituição. “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem” – (1ª CO 14:40) *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ———————————— Espelho da política – II – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O pão que as alimenta, a religião que as consola: tais são as duas únicas ideias acessíveis às massas”. (Catarina II – Rússia) Sempre fui apaixonado pela política. Desde minha adolescência que tenho muitos contatos com políticos em todos os patamares. Tenho grandes amigos na política de Roraima. Grandes amizades pelas quais, alimento grande respeito. E todos eles sabem disso. Logo não tenho por que me preocupar com a possibilidade de eles estarem magoados com meus comentários. Todos eles sabem que não critico a política, mas os políticos que não têm capacidade para a política. Mas até mesmo os fora do padrão ético, não têm por que se aborrecer. Porque mesmo que eu os criticasse, eles, com certeza, já que são políticos, saberiam que: “Quem se aborrece com uma critica é porque a mereceu”. E se não a mereceu não tem por que se aborrecer. Durante a década de cinquenta, convivi com grandes políticos. Já lhe falei que foi num encontro com o Jânio Quadros que, durante um falatório costumeiro do Jânio, sobre Adhemar de Barros, o Deputado paulista, Emílio Carlos, falou ao meu ouvido: “São briguinhas comadrescas, Afonso”. Aprendi muito com aquele pessoal. Mas eu já sabia que o que me interessava era a amizade, e nada mais. O respeito mútuo entre nós, independentemente de nossas posições. Mesmo sem intensão de demonstrar, todos nós sabíamos que: “Somos todos iguais nas diferenças”. E essa política sempre foi respeitada e continuo respeitando-a, com o respeito que ela merece. Criticar o ato e não quem o praticou é o maior suporte para a seriedade na crítica. Quando nos entrosamos socialmente, sabemos respeitar os pensamentos e atitudes, uns dos outros. Vem daí minha preocupação em criticar na política. Porque, na verdade não a critico, critico os atos cometidos em nome dela. A carapuça, com certeza, vai cair na cabeça dos implicados. Mas para fazer a seleção tem que ter vivência e experiência. Sem as duas não pode haver segurança. E quando se critica sem segurança se está cometendo leviandade. E a leviandade não faz parte da política, senão para os que não sabem distinguir a banda de fuzileiros, da bunda do fuzileiro. Que é o que acontece, com frequência, dentro da política que não é feita com critério, pelos que deveriam respeitá-la. As últimas eleições nos trouxeram preocupações maiores. Tudo aponta para um desmantelo político. O retorno à política trazparente, e a irresponsabilidade na arenga com a Indonésia, contra as leis daquele país, nos deixam de olhos arregalados. Vamos ficar atentos e de olhos e mente bertos.  Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 —————————————— ESPAÇO DO LEITOR SANEAMENTO Internautas contestaram a informação prestada pelo ex-governador Anchieta Junior (PSDB) na qual ele afirmou que 90% da Capital está sendo beneficiada com sistema de esgoto sanitário. Um deles, que pediu para não ser identificado, disse que a firma contratada para fazer as obras de esgotamento sanitário no bairro Centenário, na zona Oeste, até hoje não concluiu a obra. “Só existem placas do convênio e marcações de topografia, mas nada foi feito! Onde está o dinheiro? O que aconteceu?”, questionou. ENERGIA O leitor Elias Pinto relatou que as ruas do Município de São João da Baliza, Sul do Estado, estão totalmente às escuras, facilitando a ação dos bandidos nos roubos a residências. Ele afirmou que a população não sabe a quem apelar, já que o Executivo municipal e a empresa responsável se eximem da responsabilidade de fornecer o serviço, apesar do pagamento da taxa de iluminação pública ser feita pelos consumidores mensalmente. “As pessoas se encontram totalmente desassistidas e cobram providências para a resolução deste impasse”, frisou. MEDICAMENTO A falta de medicamentos à população portadora de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, voltou novamente a ser denunciada, uma vez que a rede estadual não dispõe dos medicamentos distribuídos gratuitamente no Hospital Coronel Mota. Um dos leitores afirmou que, com o orçamento familiar apertado, está encontrando dificuldades para comprar insulina. “Acredito que tenhamos que entrar com uma medida jurídica ao Ministério Público do Estado de Roraima para ter acesso à medicação de forma gratuita. Se não houver alternativa, não iremos esperar a morosidade do governo estadual”, relatou. PARQUE ANAUÁ Leitores enviaram correspondência eletrônica criticando o rompimento da parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Boa Vista para a manutenção e limpeza do Parque Anauá. Eles afirmam que, graças à parceria, nos últimos meses o local recebeu um cuidado especial na revitalização da iluminação pública, oportunizando a prática de atividades esportivas e o encontro de famílias aos finais de semana.