O Uber não afetará apenas o taxista – Ronaldo Hofmeister*Professor, você sabia que a economia disruptiva, que hoje é representada pelo Uber, mas que tem outros ícones como Netflix, Spotify e Airbnb, logo chegará à sala de aula? E o que você vai fazer? Reclamar, brigar e xingar? Proteger seu mercado de aulas tradicionais, exigindo que seus alunos continuem sentados em carteiras, um atrás do outro, ouvido sua aula expositiva, cujo conteúdo está todo na internet? O mercado de educação sofrerá uma grande transformação nos próximos anos e você tem que estar preparado para ela. O mais importante é compreender que a tecnologia disruptiva não é um inimigo, mas um aliado.
Vamos analisar o caso do Uber: quando foi lançado, em San Francisco, o mercado de taxis era de U$ 200 milhões. Com a entrada do Uber, o mercado de taxis caiu para U$ 100 milhões. Mas, se somarmos Uber e taxis, esse mercado atingiu U$ 1 bilhão. O mercado de transporte de passageiros cresceu cinco vezes, o trânsito melhorou, pois a população deixou o carro em casa, a poluição diminuiu e a cidade arrecadou mais impostos. Em vez de lutar contra novas tecnologias, enxergue como você pode se adaptar e tirar vantagens desta evolução. O mais incrível é que o Uber não tem nenhum carro, o Netflix não tem nenhum canal de televisão e o Airbnb não tem nenhum hotel e todos já faturam mais que seus maiores concorrentes tradicionais.
Professor, você ainda acha que a economia disruptiva não vai afetar o seu trabalho? Nós estamos na era da informação, mas o homem já passou por duas fases, anteriormente: a fase da agricultura, em que o poder e o dinheiro estavam com quem tinha terra, e a revolução industrial, na qual o poder e dinheiro estavam com quem tinha máquinas e produção em escala. Na fase da Informação, o poder e dinheiro passaram de quem detinha informação (Portais na internet), para quem distribuía a informação (Google, Facebook) – e agora está com quem usa a informação para transformar pessoas.
O que um professor faz? Ele transforma as pessoas com o conhecimento. Portanto, você está no lugar certo, na hora certa. Nesta nova fase, o indivíduo tem mais poder que as empresas. As pessoas podem assistir ao filme que desejam, na hora que quiserem e sem propaganda. Se você tem um quarto sobrando na sua casa, pode alugá-lo e concorrer com grandes redes hoteleiras. Hoje, o professor pode dar aula sem ter vínculo com uma escola ou universidade. Diferente da revolução agrícola e da revolução industrial, em que as pessoas eram praticamente escravas, na economia disruptiva a força está no indivíduo.
Só que, se você ficar preso a modelos tradicionais, dando as mesmas aulas presenciais, com as mesmas metodologias, logo estará como os taxistas defendendo seu negócio sem perceber as oportunidades muito maiores que estão do outro lado. De que lado você quer ficar? Manter seu status e continuar fazendo o que sempre fez por ser mais cômodo, ou encarar esta revolução e participar dela? Pense nisso.
*Diretor do Núcleo de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Positivo——————————————-Repimbela da parafuzeta – Valdir Fachini*100, 120 por hora, lá vou eu na estrada, sonzão ligado, pé atolado, César e Paulinho, Roberto Carlos, Rolling Stones, não quero nem saber quem está cantando, eu vou cantando junto. Na subida o motorzão geme, na descida é só banguela, vez em quando um treminhão na frente, aí eu piso fundo, ele fica pra trás. Outra hora, uma BMW dá sinal de farol eu piso mais fundo ainda, mas não adianta, desta vez eu fico pra trás, e muito.
100, 110, 120, 110, 100, 90, 80, 70 e acostamento, dali o carro só sai no guincho. Me deixaram numa oficina boca de porco na beira da estrada, o lugar era imundo, o macacão do mecânico mais ainda, mas o cara foi muito educado e atencioso. Só não gostei quando ele me disse: quebrou a repimbela da parafuzeta. Aqui na região não vai ter, vou ter que pedir na capital e vai demorar uns quatro dias pra chegar. Mas é o seguinte:
eu tenho um carro igual ao seu, eu posso tirar a peça do meu e coloco no seu. A peça custa tanto minha mão de obra, mais tanto, o incômodo por eu ficar a pé não vou cobrar. Esse tanto mais, o outro tanto ficava uma fortuna, que eu acabei pagando em dinheiro porque ele não aceitou cartão, então eu desisti de ir para Lambari do Norte e voltei pra casa.
Passaram-se uns três anos e lá vou eu com o mesmo carro, outra estrada e outro destino, o sonzão já não é o mesmo, agora é pen drive, mas ainda canto junto com o César, o Roberto e o Mike. 120 por hora não mais, a caranga treme toda, até 100 ainda vai. 100, 90, 80 e depois acostamento.
Desta vez, o guincho me deixou numa oficina melhorzinha, o mecânico bem mais limpo, também muito educado igual ao outro do passado.
Ele abriu o capô e já foi perguntando ….esse carro já te deu esse mesmo problema algum tempo atrás não foi? Eu respondi que sim. Ele falou que o defeito era com a mesma peça, mas que ia dar um jeito rapidinho.
Cinco minutos depois ele falou ….Tá pronto, a peça está quebrada, mas nem precisou trocar. Eu fiz uma gambiarra com arame igual ao cara fez da outra vez, dá pra você ir até Lambari do Norte e voltar sem problema …E eu não vou te cobrar nada.
*[email protected]—————————————-Orientar sem dirigir – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Uma coisa da qual sempre senti falta foi a de me sentar com meus filhos e netos e poder ouvir seus sonhos”. (Nelson Mandela)Por melhor que criemos nossos filhos sempre sentimos falta de algum momento que não vivemos com eles. E isso é muito comum com os pais que nem sempre tiveram tempo suficiente para os filhos. E é por isso que você deve aproveitar todos os minutos que estiver com seu filho. Sua e dele são presenças que perduram mesmo nas ausências. Mas tenha cuidado com suas atitudes na sua presença. Não se esqueça de que você está preparando um cidadão para um mundo que provavelmente você não viverá. E não se esqueça de que os exemplos são a melhor didática. E o respeito é um dos maiores e melhores exemplos na formação do filho. Mas não exagere. Seu filho deve crescer orientado a não confundir libertinagem com liberdade; com respeito ao indispensável na luta do dia a dia. E só damos o exemplo necessário quando respeitamos nossos filhos durante sua formação. E só os respeitamos respeitando sua personalidade. Porque é aí que orientamos sem dirigir.
“A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. Analise este pensamento porque ele é fundamental para que possamos orientar sem dirigir. E todos os pais que não têm tal orientação sofrem tropeços aqui e acolá, às vezes se culpando por falhas que os filhos educados possam cometer no âmbito moral, depois de adultos. Os desvios de comportamentos, na criança, que se chocam com os nossos princípios podem ser naturais. E é aí que devemos, como pais, ser orientados para orientar. E não orientamos quando tentamos corrigir, dirigindo para o que consideramos correto. Isso é mais sério do que se pensa. Quando orientamos nossos filhos devemos ter em mente o mundo em que ele irá viver. E é sempre bom levar em consideração o pensamento do Gibran Khalil Gibran: “Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vêm através de vós e não de vós. E mesmo vivendo convosco não vos pertencem”.
Nossos filhos não nos pertencem. Nossa obrigação é prepará-los no presente para eles viverem no futuro. E o futuro não nos pertence, mas espera por eles. Abrace seu filho. Ame-o e o trate com carinho, mas com personalidade. É sua maneira de tratá-lo na formação dele, que vai fazer dele um cidadão do bem ou do mal. A responsabilidade é sua. E não é com gritos e tapas que você vai educá-lo. Abrace seu filho com carinho e afeto, mas sem exageros emocionais. Respeite a personalidade dele porque é com ela que ele vai viver e não com você. Pense nisso.
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