Por que as ONGs surgem em momentos de crise e como criá-las com sucesso? – José Alberto Tozzi*Sabemos que a sociedade precisa de muitos cuidados: em saúde, educação, assistência social, moradia, cidadania, meio ambiente, etc. Historicamente, os governos não têm conseguido atender estas demandas de forma integral, surgindo assim diversas organizações do Terceiro Setor, cada vez mais relevantes para os países em desenvolvimento e buscando respostas para os anseios da população. Estas organizações têm cumprido seu papel e apresentado resultados para aquilo que foram fundadas? Quais são seus principais desafios? Antes de criar uma entidade sem fins lucrativos é preciso ter estas perguntas em mente. Dessa forma, menos surpresas aparecem no caminho.
Responder a relação entre o esforço das entidades e o resultado apresentado para seu público é tarefa árdua, mas podemos ter alguns direcionamentos. As primeiras iniciativas quanto às Organizações Não Governamentais na América Latina, apareceram entre as décadas 1940 e 1960. Na ocasião, o cenário das diversas formas de exclusão social fez com que a população, de certa maneira revoltada com a política local, se organizasse em grupos para defender seus direitos em busca de justiça e liberdade. A partir daí, uma quantidade enorme de organizações foi estabelecida, chegando ao número aproximado de 290 mil organizações em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa FASFIL (As Fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil).
Um dos resultados apresentados pela pesquisa é “a dificuldade de manutenção das entidades menores ao longo dos anos”. Ou seja, mais do que responder as demandas da sociedade, a sobrevivência das entidades sem fins lucrativos é fator crucial.
Muitas vezes, com a aspiração de “mudar o mundo” e pensando que cada cidadão precisa colaborar para a mudança no meio em que vive, alguns empreendedores criam projetos e abraçam causas por meio da criação de uma ONG. Porém, aquilo que começa mal, termina mal. Ainda segundo o IBGE, “as pequenas entidades, que não possuem sequer um empregado formalizado, somam 72,2% das Fasfil”. “A forte presença do trabalho voluntário e da prestação de serviços autônomos pode explicar, parcialmente, tal fenômeno”.
Em outras palavras, a falta de planejamento ao iniciar seu trabalho, é realidade entre as organizações. Para criar uma ONG de sucesso, é necessário estabelecer uma linha lógica de ações, inclusive previstas em lei. É válido um conhecimento básico sobre leis, como o novo Marco Regulatório da Sociedade Civil (Lei 13.019/14).
Parte fundamental para a criação de uma ONG é seu “plano de negócio”. Não que a entidade vise lucro, mas seus gestores precisam ter claramente: o que ela fará, como e de onde virá o recurso. Não faz sentido ter uma causa sem saber quanto ela custa.
Outro ponto fundamental é: com quem a organização irá repartir suas atividades, quem serão os envolvidos? Um dos principais erros de uma organização é achar que contará com centenas de parceiros, pessoas engajadas que, ao passar do tempo, se tornam 50 e, no fim, são apenas cinco atuando na organização. Precisamos ser conscientes que, após o calor inicial, muitos podem desistir. A falta de mão-de-obra especializada é outro desafio também para o Terceiro Setor.
Com este plano em mãos, é hora de criar o estatuto, ele é a carta magna da entidade. Daí em diante uma série de ações burocráticas são feitas, tornando aconselhável a contratação de um contador. Entre estas ações estão a obtenção do CNPJ, o entendimento sobre as obrigações na Receita Federal, o registro fiscal na prefeitura do município, até chegar a criação de uma conta bancária.
Na prática, as coisas acontecem às avessas. Mistura-se a conta bancária da pessoa física com a pessoa jurídica, mas chega uma hora em que isso se confunde e o andamento do projeto corre sério risco. Não se pode pensar apenas em captação de recursos. ONG não é só captação de recursos, mais do que isso, a falta de profissionalização na gestão é o principal inimigo responsável pela falta de sucesso das ações. *Formado em Administração de Empresas pela FGV, graduado em Ciências Contábeis e MBA Executivo Internacional na FIA, é mestre em Administração com ênfase no Terceiro Setor pela PUC – SP. Consultor, professor, palestrante, pesquisador e articulista de temos voltados ao Terceiro Setor também é autor de vários artigos e do curso à distância – Gestão Profissional no Terceiro Setor.——————————————–CONTRADIÇÕES HUMANAS – Vera Sábio*É ainda praticamente impossível responder à simples frase tão bem conhecida por todos, “quem sou eu”. Então vamos a uma pergunta mais óbvia. “Quem é o outro”. Esta é fácil de responder, afinal a resposta instantânea; é que o outro não sou eu. Todavia o estranho é que se fosse eu, bom se fosse eu, provavelmente agiria da mesma maneira, embora negue firmemente este fato.
Assim, pensando em proporcionar a cada um o choque de realidade a nossa frente. Resolvi comentar como são contraditórias e inexplicáveis as atitudes humanas, chegando a dar vontade de pedir ao mundo que pare, pois eu quero descer.
Será que só eu acho estranha a população fazer uma grande mobilização, quando a passagem de ônibus sobe 10 centavos e não ficar incomodada com os aumentos exorbitantes dos salários dos políticos, determinado por eles mesmos e pago com o dinheiro do povo?
E agora, com a enorme crise existente, quantas situações na saúde, educação, segurança e emprego, conseguiriam ser modificados com toda grana colocada nas Olimpíadas, a qual o povo não questiona, estando encantados com as medalhas que o Brasil recebe.
O que as Olimpíadas, a corrupção, os salários dos políticos, o reajuste dos impostos e das taxas, os desvios de verbas para futilidades, etc. influenciam na vida dos doentes em filas de hospitais, na falta de educação, no aumento da marginalidade que nos deixa inseguros e na necessidade do pai de família desempregado ou daquele que nuca ganha um salário suficiente para uma vida um pouco melhor?
Por que será que muitos criticam quando eu falo da política e suportam calados os preços altos em supermercados e farmácias, no aumento dos impostos, da energia elétrica e todo caos que enfrentamos.
Realmente não consigo entender estas contradições humanas. Deixando aqui meu desabafo e minha indignação.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/04509 [email protected]. (95) 991687731———————————————-Blá-blá-blá – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O Estado não investe na educação porque a educação derruba o Estado”.Li essa frase em um dos livros de minha estante, mas sem indicação do autor. Mas seja ele quem for, é genial. Porque a coisa é tão simples que só os intelectuais não entendem. E como nossa justiça, nossa política e nosso poder público estão formados por intelectuais, é natural que não entendam isso. Essa luta que está se formando para se descobrir por que está havendo tantas fugas no nosso presídio, chega a ser… Não vou dizer para não ofender os senhores que defendem a investigação. Mas até o Mazzaropi já sabia disso. E não entendo por que só agora se está descobrindo a precariedade nos presídios; a forma desumana como os presidiários são tratados.
Ainda não nos educaram para que sejamos cidadãos. Porque só quando formos cidadãos entenderemos que o marginal depois de preso pela polícia está sob a tutela do Estado. E como tal deve ser tratado com responsabilidade, independentemente do seu caráter ou do crime cometido. E não seremos cidadãos sem civilidade. E não seremos civilizados enquanto não formos educados. E quem está a fim de nos educar? Quem estiver levante o braço. E tenho certeza de que os grandes “políticos” não estão nem aí. Porque quando formos politicamente educados, eles não serão eleitos. E fim de papo.
Senhores, essa de os presidiários viverem em estado deplorável, dormindo no chão e sem, pelo menos, o mínimo do respeito que o Estado deve ter por eles, por eles estarem sob tutela do Estado, chega a ser vexatório. Mais vexatório ainda é sabermos que as autoridades só estão descobrindo isso agora, depois dos vexames que vimos sofrendo com as injustificáveis fugas. Mas tudo bem. Vamos fazer nossa parte, enquanto cidadãos aprendizes de cidadania. Vamos nos educar, já que não nos educam. Vamos procurar conhecer nossos direitos que não virão, enquanto não cumprirmos nossos deveres.
Comecemos pelo começo. Falta pouco para elegermos novos candidatos municipais. Vamos fazer nossa parte com responsabilidade e respeito. Antes de digitar seu voto pense nos seus filhos e nos filhos deles. Que futuro eles terão se não soubermos eleger, hoje, os construtores do futuro deles? E é dos municipais que saem os estaduais e os federais. E não vejo uma base de preparo para o preparo. E me desculpem pelo aparente arrufo. Mas é apenas preocupação. É quando vemos e ouvimos declarações de autoridades e ficamos analisando se é hipocrisia ou despreparo. E qualquer conclusão é decepcionante. Vamos nos educar para que nossos netos sejam cidadãos com votos livres. Pense nisso.*[email protected]