Opinião

Opiniao 20 11 2014 303

O que os trabalhadores em educação esperam do próximo governo? – Antonio de Souza Matos* Pondo de lado a questão político-partidária, os professores e técnicos da rede estadual de ensino esperam que o próximo governo não demore em atender às principais reivindicações da categoria, a fim de promover a merecida valorização profissional desses servidores, que vêm sendo preteridos há muito tempo. Os professores pleiteiam o pagamento retroativo de progressões horizontais. Desde a última atualização, ocorrida há mais de três anos, o governo não paga a diferença devida, já que aquela foi feita com atraso. Ao que tudo indica, vai se encerrar mais um ano sem que esse débito seja sanado. Quando o servidor deve algum imposto ao governo, sofre as sanções da lei, mas, quando é este que deve, o discurso muda: fala-se em necessidade de nomear uma comissão de progressão ou em falta de dinheiro, ainda que se saiba que os recursos do Fundeb crescem anualmente e são, por lei, invioláveis. Os professores também pleiteiam as progressões horizontais em atraso. O Estado já deve várias à categoria. A tendência natural de quem está com a caneta na mão é “ir empurrando com a barriga”, sem importar-se com os direitos e as necessidades dos trabalhadores. Isso vem ocorrendo governo após governo. Para receber 14 anos de progressões por tempo de serviço, por exemplo, os professores de Roraima tiveram de deflagrar a maior greve de sua história em 2007. Os professores buscam celeridade na aprovação do novo plano de carreira, uma vez que estão vivendo sem amparo legal – o plano anterior (Lei nº. 609) foi revogado há mais ou menos um ano. Consequentemente, pleiteiam o imediato enquadramento na nova lei, a fim de receberem os valores inerentes à classe e nível em que deveriam estar hoje. Quanto mais tempo demorar, mais prejuízos financeiros os trabalhadores acumularão. Os professores precisam de um programa de redução do nível de estresse, responsável pelo desencadeamento de uma série de distúrbios físicos e mentais, tais como depressão, fendas e nódulos nas pregas vocais, esgotamento, acidente vascular cerebral, entre outros. Isso, indubitavelmente, compromete a qualidade do trabalho. Todo dia chega professor à Junta Médica do estado com algum tipo de enfermidade. Conforme ensina Augusto Cury, um dos maiores neurocientistas da atualidade, os docentes têm de ser aliviados da pressão para desenvolver com mais eficiência o seu trabalho. Não é possível lidar com salas de aula superlotadas, constituídas por alunos com sérios problemas de ajustamento social, sem que o professor desfrute plena saúde mental e física. Os professores querem condições dignas de trabalho. É humanamente impossível desenvolver uma boa aula apenas com a garganta e com o quadro branco; com salas superlotadas, com falta de climatização; com bibliotecas totalmente desaparelhadas; com escolas cuja estrutura física está totalmente comprometida. Por exemplo, a Escola Caranã, onde este articulista está lotado, não suporta uma chuva mais forte. As salas de aula e os corredores ficam tomados pelas águas. Fossas transbordam, sem mencionar outros graves problemas. Já os técnicos, que prestam suporte ao professor, almejam justiça salarial, pois estão com os salários defasados há muitos anos. Alguns ganham um salário mínimo ou perto disso. Não recebem progressão funcional e foram, na sua maioria, excluídos do plano de carreira do magistério. Isso acaba se refletindo no processo de ensino-aprendizagem, visto que todos os profissionais da educação são peças-chave nos diversos setores da escola e, portanto, é imprescindível mantê-los devidamente motivados. Enfim, são inúmeras e legítimas as reivindicações dos trabalhadores em educação de Roraima. Portanto, se o próximo governo quiser, de fato, melhorar os índices estaduais da educação básica, que são vergonhosos, terá de investir prioritariamente no professor e naqueles que lhe dão suporte administrativo e pedagógico. *Professor. E-mail:[email protected] ———————————————————- Dia dos Direitos Humanos… – Vera Sábio* Temos inúmeras datas em nosso calendário, sendo elas, em sua maioria, datas de funções comerciais, em que sua finalidade está em lembrar que é hora de presentear alguém: o namorado ou o pai, a mãe ou as crianças e todas as profissões etc. Existe também o dia dos “Direitos Humanos”, fazendo-me perguntar: Qual é o dia dos deveres humanos?  Não podemos querer bons frutos, se não plantarmos correto. Pois pé de pimenta não pode dar laranja doce. Está na hora de separarmos o “joio” do “trigo” e fazermos uma fogueira com todas as pragas existentes, conseguindo, assim, adentrar no próximo ano, com esperanças e coragens para lutarmos por dias melhores. Chegou a hora do ponto final, não tem mais como considerar todas as pessoas como “seres humanos”, e esta classificação torna-se essencial para construirmos um mundo de paz e prosperidade. Se o “indivíduo” não se reconhece no semelhante, seja ele quem for, independente da sua condição social, física e intelectual, um “ser humano” que cumpre seus deveres e com isto merece seus direitos, ele não deve ser reconhecido “humano”, pois age pior do que um “animal” irracional. Nesta definição, devem estar pautada as leis, normas e decretos que regem a Secretaria de Direitos Humanos, para que o cidadão de bem queira ser “bom”, acreditando que a “Justiça” sempre está ao seu dispor e a seu favor. Não sou estudiosa do assunto, todavia, creio na bondade das pessoas e no condicionamento, se preciso for, para que entendam que podem mudar seu caminho, sabendo das penalidades sofridas, caso aja fora da lei. Quando as penalidades são cabíveis de brechas para a impunidade, surgirão cada vez mais seres sem limites, conhecedores dos seus direitos, mas nunca preocupados com os seus deveres. Assim observamos um Estado rico e totalmente falido pelo qual vivemos.    Nada transforma-se de uma hora para outra sem sofrer as consequências desta transformação. Por tanto, não tem como acreditar que no nascimento do novo ano, como um passe de mágica, tudo será melhor. O fato é que nossa saúde está na UTI, nossas escolas sem condições de educar, nossos alunos sem transporte para ir às escolas, nossa cidade sem acessibilidade, mobilidade urbana, água potável, iluminação adequada, limpeza pública e nossa segurança totalmente insegura, causando medo a toda população etc. Aí lhes pergunto: onde estão nossos direitos de seres humanos? Papai Noel não existe, é triste, porém real. O que existe ou deve existir são gestores sérios e compromissados em honrar os votos recebidos e modificar toda esta ridícula situação de falência do nosso Estado tão rico. Por isto devemos plantar a honestidade e arrancar as pragas da corrupção, modificando esta politicagem imunda. Para que renasçam o progresso e a justiça. Força, trabalho, coragem, fé, determinação e Espírito de Seres Humanos (irmãos e solidários) são o que desejo a todos. *Psicóloga, Palestrante, Servidora Pública, esposa, mãe e cega.  CRP: 20/04509 [email protected] Cel.: 991687731 ———————————————————————– Futebol, política, prioridades – Robert Dagon* Estamos acostumados a ouvir falar que alguns assuntos não são discutíveis. Entre eles o futebol. Porém, ao vermos os últimos jogos da Seleção brasileira sentimos a necessidade de fugir a essa regra tão disseminada: o time joga muito bem em partidas amadoras. Mesmo com o histórico vexame público e notório da última Copa do Mundo, nossos “dirigentes” parecem não ter aprendido com o ocorrido. Nada de novo ocorre em nossas programações, na organização dos campeonatos, em investimento no esporte amador e na formação das novas gerações. Sou adepto da ideia de que deveria ser prioridade absoluta o apoio ao esporte amador. Logo, não vejo o futebol ou qualquer outra modalidade como profissão. Embora não seja de domínio público, especialistas afirmam que o esporte é uma prática necessária, imprescindível, para uma vida saudável. Significa um investimento básico, profilático, preventivo. Alguns estudos levam à conclusão de que alguns elementos físico-químicos são liberados pelo organismo dos atletas, impelindo-os para longe de substâncias tóxicas, de drogas, de determinadas propensões a diversos tipos de vícios, além de que o esporte significa reconhecimento social, de forte apelação aglutinadora. Investimento em praças públicas, em espaços de prática esportiva, com o concomitante apoio às competições esportivas de todas as modalidades em jogos escolares municipais, regionais e nacionais, constitui-se em forças catalizadoras da energia juvenil, com formação e valorização dos trabalhadores dessa área educacional. Ao esporte “profissional” deveria caber o tratamento de qualquer atividade privada, ou seja, se constituem empresas, clubes privados, até familiares em alguns casos, o poder público elaboraria uma legislação específica, democraticamente elaborada. Em minha modesta opinião, não se pode admitir que um grande volume de recursos públicos seja canalizado para as empresas esportivas, em particular as do futebol, em camisas de clubes, em apoios promocionais e publicitários, enquanto suas dívidas com atletas profissionais, com o Tesouro Nacional, com a Assistência Social, são de conhecimento nacional. Isto sem falar do enriquecimento ilícito de muitos dirigentes, realidade que atinge a própria CBF. Obviamente precisamos mudar nossa mentalidade sobre o papel do dinheiro público, sobre qual saúde pública queremos, que juventude queremos, sobre o papel de medidas simples, financeiramente modestas, que previnam problemas. “O futuro é uma espécie de banco, ao qual vamos remetendo, um por um, os cheques de nossas esperanças. Ora, não é possível que todos os cheques sejam sem fundos”.  (Quintana, Mário, poeta). *Bancário  —————————————————————– ESPAÇO DO LEITOR MONOPÓLIO1 Sobre a licença concedida pela ANTT para operação de mais duas empresas na linha interestadual, o internauta Josué Ribeiro Júnior comentou: “Enfim, venceu a livre concorrência! Mesmo que tenha sido a pulso, mas venceu. E quem mais ganhou foi o consumidor, que tanto clamou para que a concorrência voltasse”. MONOPÓLIO 2 “Estava na hora. Melhor assim para a população”, disse o usuário Rogério Fernandes na página da Folha no Facebook. RECLAMAÇÃO 1 Um leitor, que pediu para não ser identificado, denunciou que estão fazendo o recapeamento da Avenida Mário Homem de Melo, nas proximidades do Instituto Médico Legal à Feira do Buritis, antes do serviço de drenagem ser finalizado. “Cadê a drenagem, dona prefeita, que vocês falaram que teria em toda a cidade? Onde está? Vocês fizeram apenas a ligação de esgoto para cobrarem taxas das pessoas. Quando vão arrumar aquela porcaria que ficou a Avenida Ataíde Teive?”, questionou. RECLAMAÇÃO 2 Outra reclamação do leitor é em relação às casas prometidas pela prefeita Teresa Surita durante campanha política. “Quero saber sobre as cinco mil casas que você prometeu. Elas serão construídas onde? Dará tempo de fazer as cinco mil casas em dois anos? Ou será promessa para você ser a prefeita pela quinta vez?”. EMPRÉSTIMO “Venho denunciar o descaso que está acontecendo na Diretoria Financeira da Polícia Militar de Roraima. Há mais de quatro meses não estão liberando empréstimos e nem um tipo de financiamento, sempre alegando que há um impasse em uma empresa de consultoria do Estado, chamada Fênix, para liberar o empréstimo. A liberação está acontecendo apenas pelo Banco do Brasil, que cobra uma série de restrições para que o crédito seja liberado e que quase sempre não liberam, prejudicando muitos policiais que desejam fazer movimentações financeiras”, escreveu um leitor, que pediu para não ser identificado. AFASTAMENTO Sobre o afastamento do secretário municipal de Saúde de Boa Vista, Marcelo Lopes, o internauta Santos P. cobrou: “Lei da Ficha Limpa já para todos os cargos públicos. Só assim evitaremos que figurinhas conhecidas voltem a cometer os mesmos crimes e a continuar na impunidade porque sabem esconder muito bem as provas”.