Opinião

Opiniao 20 12 2014 424

Os idosos de amanhã – Gentil Alves* A população de idosos no Brasil cresceu de maneira acelerada e constante nas últimas décadas, tendência que deve prevalecer nos próximos anos. Ao passo que, de 1960 a 2010, o País passou de 70 milhões para 190,7 milhões de pessoas, o crescimento da terceira idade no mesmo período foi ainda mais vertiginoso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que, enquanto em 1960 a faixa de habitantes com 60 anos ou mais representava 4,7% da sociedade brasileira, em 2010 esse número subiu para 10,8%, totalizando 20,5 milhões de pessoas. Em razão da maior expectativa de vida, o IBGE também projeta que até 2060 o número de pessoas acima de 65 anos no Brasil deve quadruplicar e chegar a 58,4 milhões. No entanto, as perspectivas não apontam que a população alcançará a longevidade em condições saudáveis e, diante desse cenário, os principais desafios do setor público e privado de saúde neste momento são estimular a qualidade de vida e o controle de enfermidades. Uma tendência mundial do setor nesse sentido tem sido a promoção de medidas multidisciplinares como acompanhamento de tratamentos e exames clínicos preventivos, incentivo à pratica de atividades físicas regulares e orientações nutricionais e bucais, por exemplo. Essas ações se mostram eficazes no combate ao desenvolvimento de doenças crônicas, entre as principais a hipertensão, diabetes e enfermidades articulares e cardíacas, que costumam acometer pessoas nessa faixa etária. Um exemplo bem sucedido dessa estratégia é o programa Idade Ativa, criado em 2012 pela SulAmérica para promover o envelhecimento saudável de beneficiários da terceira idade. Os segurados da companhia com riscos detectados recebem assistência de profissionais especializados por telefone e em domicílio. Quase 9 mil pessoas foram convidados a participar do trabalho e os resultados foram muito positivos: diminuição de 20,07% nos riscos em ambiente domiciliar e de 32,22% na ocorrência de quedas no último ano. O número de idosos com acompanhamento médico apenas parcial ou inadequado caiu 55,97% e a adesão aos exames de rotina teve queda do risco de 31,49%. Outro índice que apresentou melhora foi o sedentarismo, com declínio de 29,4%, reflexo das orientações fornecidas pelo programa à população assistida. Essas evidências indicam que investir em prevenção e bem-estar é o melhor caminho a ser seguido por todos participantes dessa cadeia. Para a melhor idade, já que promove a extensão de sua independência total e, para as operadoras, porque tem impacto na gestão da carteira de saúde e, consequentemente, diminuição da taxa de sinistralidade. Essas práticas também contribuem para a manutenção daqueles que querem e precisam permanecer no mercado de trabalho sem ter a produtividade prejudicada e favorece as empresas que podem manter colaboradores mais maduros e experientes. Superintendente de Gestão de Saúde da SulAmérica* ——————————————————– O lado positivo e o negativo da tecnologia: em qual você está? – Por Dolores Affonso Estou ministrando um curso de formação em tecnologias sociais para jovens e, nas conversas que temos durante as aulas, fica muito clara a dualidade das tecnologias. Quando falo em dualidade, me refiro ao fato de a tecnologia ter dois lados: um positivo e outro negativo; um científico e outro social; um material e outro imaterial; um presencial e outro a distância e assim por diante. A internet, as mídias sociais, os dispositivos móveis, os games e outras tantas tecnologias são bons exemplos disso. A internet, ao mesmo tempo em que nos permite o acesso a um mundo cheio de novidades, informações, conhecimentos, entretenimento, ou seja, nos proporciona estudo, trabalho, diversão, relacionamentos etc. de qualquer lugar, com qualquer pessoa, a qualquer hora, também propicia diversos crimes. Bandidos e pessoas mal-intencionadas se aproveitam das facilidades, do acesso, da inocência ou descuido das pessoas para roubar, extorquir, praticar bullying, aliciar menores etc. A mesma coisa acontece com as redes sociais, que nos colocam em contato com tantas pessoas, mas, ao mesmo tempo, nos tornam escravos, pois é preciso “curtir” o que seus amigos postam, compartilhar, estar atento o dia todo, ou melhor, o tempo todo, para não “perder” nada, nem ser excluído. Você precisa participar dos grupos do Facebook, do LinkedIn, curtir as páginas, estar no Whatsapp, no Viber, no Skype, no Wechat, no Instagram etc. Os dispositivos móveis são uma panaceia neste contexto, pois permitem que tudo isso seja feito de qualquer lugar, a qualquer momento, na palma da sua mão. Por outro lado, você fica sempre “no ar”, disponível, pois ninguém quer mais “largar”… desligar o aparelhinho. As pessoas permanecem grudadas nele, mesmo quando está carregando! É preciso que pais, educadores, psicólogos, pedagogos, empresas, governos e sociedade civil observem com mais atenção este fenômeno e vejam como isso vem afetando positiva e negativamente as pessoas. Em casa, é preciso regras para que haja tempo para tudo: fazer as lições escolares, curtir a família, participar das decisões e afazeres domésticos etc. E isso vale para pais, mães e filhos! Na escola, é preciso que haja uma maior utilização dessas tecnologias para que professor e aluno se compreendam e se relacionem melhor, além, é claro, de criarem novas formas e roteiros de estudos facilitados pelas tecnologias, inclusive as móveis. Isso pode melhorar a interação dos alunos, seu interesse pela escola e pelos estudos, seus resultados, sua saúde e até mesmo sua psique. No trabalho, é necessário compreender que há tempo para tudo e que tudo pode ter um novo lado. Em vez de ser considerado um vilão da produtividade, a internet, os dispositivos móveis, os games etc. podem ser aliados das organizações, dos projetos, dos profissionais e promover maior interação e comunicação entre pessoas, departamentos, clientes, parceiros etc.. Um dispositivo móvel, como um smartphone ou um tablet podem ser lupas digitais, assistentes virtuais, leitores de tela, GPS, conversores de mídias (áudio, vídeo, imagem etc.), meio de comunicação, de transmissão de dados, informações, documentos e conhecimentos. Pode ser uma agenda incrível, uma lanterna, uma plataforma de gestão de projetos, de interação e comunicação interna, de aprendizagem a distância e muito mais! O potencial para as pessoas, as escolas, as empresas e a sociedade é ilimitado. Recentemente, li uma reportagem sobre uma nova tecnologia de holografia que permitiria às pessoas se comunicarem de qualquer lugar do mundo como se estivessem frente a frente. Outra tecnologia muito interessante é a de materialização do som, ou seja, cada objeto, imagem, paisagem, pessoa etc. pode ser transformado em resposta por áudio que se converte numa “massa” de energia, mas que pode ser tocada. Voltando à dualidade, imagine seu uso na medicina, na visualização de tumores, cirurgias etc? Salvaria muitas vidas! Mas imagine também, este uso no meio corporativo, escolar, social? Também salvaria muitas vidas! Por exemplo, poderia oferecer às empresas a possibilidade de analisar novos produtos, tocando sua forma num protótipo de massa de energia gerada por som. Poderia, ainda, oferecer a um aluno cego a possibilidade de sentir as formas dos objetos, das paisagens… Imagine uma criança cega descobrindo a forma de um vulcão, tocando na sua forma virtual? Mas para saber usar as tecnologias a seu favor e a favor de uma sociedade melhor, é preciso estar pronto para isso. Você está? A grande maioria não está preparada. De qual lado da tecnologia você está? Sempre é possível contar com a ajuda de um profissional, como um consultor ou coach em novas tecnologias para novos fins e mudar o lado em que você está hoje. Dolores Affonso é coach, palestrante, consultora, designer instrucional, professora e idealizadora do Congresso de Acessibilidade (www.congressodeacessibilidade.com ). ———————————————– O segredo do saber – Afonso Rodrigues de Oliveira “O saber não é nativo, faz-se da experiência, que só amanhece para nós com a madureza dos anos”. (Rui Barbosa) Se você é dos que acham, porque pensam, que são os donos da sabedoria, calma, cara. Temos muitas eternidades para aprender. E só aprendemos com a vivência. E esta está ligada diretamente à convivência. A convivência é muito importante no nosso preparo. E nem sempre nos preparamos. Aprendi uma lição muito importante, ontem à noite. Cara… Foi uma surpresa e tanto. Já falei pra você da bagunça em que está minha casa. Em meados de 2012, dona Salete e eu estávamos em São Paulo. Fazia seis meses que estávamos lá e certo dia ela telefonou para um dos filhos em Boa Vista. Quando lhe disse que estava com vontade de vir para casa, ele, inadvertidamente, dedurou os irmãos e falou da bagunça que estava aqui dentro de casa com a reforma. Não é que os caras estavam reformando nossa casa sem nos avisar? Mas isso é comum aqui na família. Incomum é o tempo que se está levando para concluir a reforma. Todo fim de ano é aquela correria, na tentativa de conclusão. Mas, pelo que vejo, ainda vai ficar para dezembro de dois mil e quinze. E quando o Natal se aproxima é aquele desespero. E foi o que aconteceu ontem. Passei o dia todo correndo pra lá e pra cá. Televisão e computador desligados, tudo fora de ar; começamos a ouvir música pelo rádio. E foi aí que a jiripoca piou. À tarde eu já não aguentava mais, quando se iniciou a transmissão de “A Voz-do-Brasil”. Só que não dava pra eu ouvir nada, na correria meio ao barulho da maquita horrorosa. Aí foi que aconteceu. Eu ia passando quase correndo, pelo meio da sala quando ouvi a maior genialidade que já ouvira sobre política. Confesso que fiquei encantado. Quem falava, não sei. Mas era uma autoridade política que estava sendo entrevistada. Só ouvi quando ele falou: – Eu descobri que a qualidade na politica partidária melhora a vida do cidadão! Confesso que fiquei estarrecido com a genialidade da descoberta. Só um político dono do saber pode saber que a qualidade na política melhora a vida do cidadão. É muita sabedoria. Fiquei feliz em saber que, mesmo ainda na vigésima-primeira eternidade da nossa existência, já estamos descobrindo que a qualidade na política melhora a qualidade de vida do cidadão. Estou embasbacado. Finalmente estamos elegendo políticos inteligentes. Vamos parar de criticá-los. O saber não é nativo. Temos que adquiri-lo através dos tempos. Embora isso nos custe o sacrifício de idas, vindas e idas, nos desencantos da ignorância. Façamos nossa parte no saber. Pense nisso. [email protected]     99121-1460        ——————————————————- ESPAÇO DO LEITOR XILÓFAGOS “A Polícia Federal mais uma vez fez a limpeza necessária neste estado tão recheado de criminosos. A nação brasileira agradece”, comentou o internauta Henrique Sérgio Nobre sobre a Operação Xilófagos, deflagrada pela PF. CÂMARA O internauta Natal Altair disse que caso haja a intenção da nova mesa diretora da Câmara Municipal em realizar sessões itinerantes nos bairros, que as reivindicações dos moradores sejam anotadas. “Os vereadores devem se comprometer junto ao Executivo Municipal para que haja um atendimento às reclamações. Realizar uma sessão itinerante com número pífio de vereadores e ainda sem resultados concretos é desperdício de tempo e de recursos públicos”, comentou. PCCR O internauta identificado como Jotace disse estar aliviado, pois finalmente o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Educação Básica foi para análise da Assembleia Legislativa. “Finalmente. Todos consideram esta categoria a mais importante, pois sem ela nada existe. A falta de interesse e responsabilidade de políticos gerou uma educação de péssima qualidade”, opinou. INTERDIÇÃO 1 “O cidadão que paga os impostos para alavancar o país não tem direitos? Roraima está neste atraso por falta de interesse de nossas autoridades, pois a maior parte do estado já foi ‘entregue’ aos índios”, comentou o internauta Messias Elias Pinto sobre a interdição da BR-174 por indígenas.   INTERDIÇÃO 2 “O problema é que tem ‘alguém’ por trás destes movimentos, mas quem recebe a culpa são os índios. Pura palhaçada”, opinou o internauta Edinilson de Oliveira Rodrigues. INTERDIÇÃO 3 “Nasci em Roraima e tenho os mesmos direitos que eles. Se pela constituição somos todos iguais, porque eles tentam controlar Roraima afetando a vida dos demais? […] Barraram o Linhão de Tucuruí, impedindo o progresso de nosso Estado. Eles bloquearam a BR a mando da Funai, pois quanto mais algazarra fizerem, mais contingente a Funai vai precisar. Os índios que estão protestando são das aldeias que serão afetadas com a PEC?”, questionou um leitor, que pediu para não ser identificado.