Opinião

Opiniao 21 04 2015 891

Mecejana. Ontem, hoje e sempre – Lindomar N. Bach* Quando relembro o bairro onde nasci e cresci, viajo… Meus sentidos, até então latentes, ficam vivos e aguçados. Ainda posso sentir, nos fevereiros da minha infância, o cheiro de castanha de caju assada, das chuvas de abril, da terra molhada nos tijolos de adobe de seu Alexandre Horta. Ainda posso ouvir o gemido lúgubre do velho carro de boi de seu João da Mata indo buscar lenha pra fazer carvão. Lembro ainda, encantado, a beleza das filhas de seu Sabá Paulino. Ainda ouço o cajueiro velho tocar na vitrola de seu Melquíades França, o Passarão. Ou os bregas rasgados e forrós de duplo sentido vindos das bandas da Dona Conceição do Macaco. Também as mães chamando seus filhos nos fins de tarde, minha mãe ninando meu irmão caçula, o Bibo, com hinos cristãos, sempre achei aquele som a coisa mais linda de se ouvir. Ainda sinto na pele o cauxi do Lago dos Americanos e a água fria dos igarapés que entrecortam o Mecejana. Assim como as surras pelas aventuras mal sucedidas. Sinto o gosto dos cajus da área do 6° Bec, da manguita, do dão, do araçá, do mari-mari, da ingá e do abio que abundava na granja abandonada do outro lado da vala no fim da rua Tinoco Valente. Nestas manhãs de enxurrada, lembro as tanajuras que voavam no início do inverno e as cores vibrantes dos carros alegóricos dos Embaixadores da Mecejana, do meu amigo Babá. Também lembro o tabocal perto do Gressb, onde, sem medo, a molecada ia admirar e sentir pena de uma onça pintada, presa num gradil minúsculo. Coisa difícil de ver atualmente. Guardo na lembrança as conversas hilárias com Cabo Gomes os conselhos de seu Vernior, as história de seu Cláudio de Dona Joaquina. Os conselhos do Nego Aniba, Seu Albino, Velho Manelão, Seu Raimundo Malaquias, Dona Esterlita e muitos outros… O Mecejana, assim como Boa Vista, evoluiu de uma maneira célere e assustadora, com todas as síndromes de uma cidade grande. Mas ainda se vê nos rostos das pessoas um ar provinciano, uma inocência reprimida. Além das cercas elétricas e dos muros altos com portões continuamente fechados, ainda me surpreendo com lampejos do passado, nos domingos de reunião em família, fazendo compras no mercado Romeu Caldas de Magalhães, ou quando vejo o semblante de velhos companheiros na feição de seus filhos e netos. Minhas lembranças ainda tentam resgatar uma parte desse lado bucólico e nostálgico do bairro Mecejana. Sua história pode não ser diferente de qualquer outro bairro de qualquer cidade do Brasil e do mundo. Com seus personagens ilustres e caricatos, desejo que através dessas memórias possamos repensar o trato com nossos vizinhos, nos leve a refletir e amar mais nossas raízes, nosso lugar de origem, com esse sentimento de irmandade e respeito que jamais deve sucumbir ao tempo. *Designer Gráfico, artista plástico e escritor [email protected] —————————————– Cuidar do meio ambiente é obrigação – Marlene de Andrade* Algumas pessoas não estão nem aí para o meio ambiente, porém a Bíblia nos revela que a terra foi criada por Deus e que Ele a entregou ao homem para governá-la de modo responsável. O ser humano recebeu do Criador um lugar privilegiado entre todas as criaturas, porém Ele ordenou aos homens que exercessem mordomia sobre toda criação e isso fica muito claro quando lemos na Palavra de Deus a seguinte passagem: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1:28). Nosso planeta não é eterno, pois ele teve um início e um dia terá fim, contudo, isto não nos dá o direito de deixarmos de administrar os bens terrenos com responsabilidade. Assim sendo, enquanto a terra existir e nós também estivermos vivos, temos que respeitar o meio ambiente até que o plano perfeito de Deus se cumpra, quando então Deus criará novos céus e nova terra. Deus pensou em tudo, pois Ele é extremamente cuidadoso com o planeta terra.  Ele determinou, entre outras coisas, que a terra teria que descansar a cada sete anos e isso é corretíssimo, pois é preciso repor os nutrientes do solo, tanto para descansá-lo quanto para garantir o fornecimento contínuo de alimentos no futuro. (Êxodo 23:10-11) Portanto, como mordomos temos o dever de cuidar das coisas que Deus criou de forma responsável. Infelizmente, não é isso que o homem, de uma maneira geral, tem feito, pois não vem administrando a criação de Deus de forma inteligente e racional. Somos obrigados usar os recursos que o Senhor nos deu com muito cuidado, preservando-os e os protegendo com  responsabilidade, porém nada disso vem ocorrendo. Não podemos nos esquecer que somos mordomos, ou seja, zeladores deste imenso patrimônio terrestre e por isso devemos ter um carinho todo especial com o meio ambiente. Deus, o qual é dotado de uma inteligência sem igual, pensou e criou tudo com extrema funcionalidade, todavia o ser humano, de maneira geral, vem acabando com animais, florestas e entre outros, consigo mesmo.  “… a defesa do meio ambiente para nós, cristãos, não é uma questão política, ou utilitária; é uma ordenança divina.” (Marina Silva). Se cada um cuidasse do seu quintal, ou seja, fizesse a sua parte, o mundo ficaria limpo, ou menos poluído. “sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” Romanos 8:22 *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAM-AMB https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ———————————– Garanto que não foi um mineiro – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Depois dos quarentas todo homem é responsável pela cara que tem”. (Abraham Loncoln) Se é assim não vamos questionar. Adoro duas frases dos brasões de dois Esatos brasileiros: São Paulo e Minas Gerais. No de Sampa temos: “Non ducor duco”. Que significa: Não sou conduzido, conduzo. No de Minas Gerais temos: “Libertas quae sera tamen”. Que significa: Liberdade ainda que tardia. Domingo passado eu estava refletindo, lá debaixo do jambeiro, e me lembrei do 21 de abril. Tiradentes e a liberdade andam, ainda, de mãos dadas. Então resolvi usar a frase mineira, “Liberas quae sera tamen”. Só que não sei quem, misturou as palavras, na impressão do jornal, e ficou o maior angu. Você viu? As palavras juntas criaram uma palavra inelegivel. Legal pra dedéu. Ficou até criativo. Mas garanto que a criatividade não foi minha. Mas Valeu. Mudando de assunto. Embora eu ainda não tenha, exatamente, a noção de que assunto abordar. Não me lembro onde li esse exemplo do Abraham Lincoln. O autor fala do dia em que dois assistentes do Lincoln lhe apresentaram um cidadão que, segundo eles, deveria trabalhar com eles. Mas, na entrevista, Lincoln reprovou o candidato. Dias depois os dois assitentes perguntaram ao Lincoln o motivo da reprovação. E Lincoln respondeu: – Não gostei da cara dele. Um dos assistentes comentou: – Mas, Presidente, o homem não é culpado pela cara que tem. Sem pestanejar, Lincoln respondeu: – Depois dos quarentas todo homem é responsável pela cara que tem. Ontem um dos meus netos me perguntou: – Vô… que é que você faz para se livrar da saudade de alguém? Sem querer ser grosseiro, porque estava falando com um garoto de doze anos de idade, respondi brincando: – É só não ter saudade. Ele me olhou e sorriu palidamente. Sorri e lhe falei do que penso sobre o que é sentir saudade. E falar isso com um adolescente tem-se que ter muito cuidado para usar liguajar e expressões familiares. E isso requer muita maturidade. O que nossos avós tiveram até mesmo quando não tinham o que era considerado cultura. E, claro, falei pro meu neto sobre o que é idade cronológica e maturidade. São coisas distintas. E que por isso devemos cuidar mais do nosso amadurecimento, independentemente da nossa idade. Alguém já nos disse que as pessoas sempre envelhecem, mas raramente amadurecem. E não podemos evitar a saudade. Ela sempre nos vem, e isso é bom. Mesmo porque só sente saudade quem foi feliz. Procure viver sua vida com felicidade para que a saudade lhe venha como lembrança, de mãos dadas com a felicidade. Quem sente saudade é porque foi feliz. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ———————————— ESPAÇO DO LEITOR AMAJARI Servidores municipais de Amajari enviaram e-mail relatando que estão sem receber. “Estamos com nosso salário atrasado há mais de 20 dias e, até agora, não tem a sinalização do pagamento. Engraçado é que na nossa área da saúde, que deveria ser a mais valorizada, ocorre este desprestígio e ainda temos que empreender um tremendo esforço para atender a população com o mínimo de condições. É um verdadeiro desrespeito aos servidores municipais”, relatou um dos trabalhadores. CANTÁ A moradora da localidade Serra Grande, no Cantá, Maria Rodrigues, enviou o seguinte comentário: “Já não temos a quem apelar sobre a dificuldade em relação à falta de água na região. Mesmo com a rigorosa estiagem, sempre era oferecido uma alternativa para a captação de água, o que piorou nestes dois últimos meses e ficamos sem água tratada. Outro problema é a caixa d’água que não suporta a demanda, uma vez que faz mais de dez anos que o sistema não é ampliado”. AFTOSA O pecuarista Edival Reis, do Município de São Luiz do Anauá, comentou: “Acredito que dificilmente Roraima deve atingir a meta de vacinação em razão da baixa procura pela aquisição de doses de vacinas. Mas, vamos ser otimistas e confiar que o brasileiro sempre deixa para última hora, já que é importante que o criador vacine e notifique seu rebanho. Pela entrevista do diretor da Aderr, no programa Agenda da Semana, os números não são tão satisfatórios”. FERIADO Edimar Ferreira enviou o seguinte comentário: “Ao que parece que, a exemplo do ano de 2014, este feriado terá a mesma tranquilidade em relação a movimentação das estradas. Dois fatores positivos contribuem para estes dados. O primeiro é que nesta época do mês, como a economia principal gira em torno do contracheque, nenhum órgão federal, municipal e estadual realizou o pagamento de servidores. E o outro é que, como o feriado é no início da semana, a maioria optou por descansar, fato este que contribui para a redução de acidente de trânsito nas principais rodovias”.