Opinião

Opiniao 22 05 2015 1021

Dia de Guarda – Helany Nunes* A história dos direitos da pessoa humana é contada como uma conquista. Uma vitória que se obteve ao longo do tempo e do espaço, com atores que se revezaram numa profunda busca e construção do arcabouço da dignidade. Na Antiguidade, o conceito de dignidade da pessoa humana era insípido, porém a luta pelo bem comum formou embrionariamente o fenômeno da sociedade com líderes e povos. Posteriormente, o líder virou Estado, detentor de domínio e soberania – poder que vinha do povo. Mas esse poder muitas vezes machucava as pessoas, feria-as no local mais sensível: em sua dignidade como humanos. Após muitos esforços, o Estado passou a adotar a política de “esquivamento”. Essa omissão estatal, embora a princípio tenha parecido benéfica, na medida em que o Estado se restringia, se limitava e se esquivava de agir para não machucar, demonstrou-se depois que não era tão saudável assim. Por que aí os “primos ricos” do povo aproveitavam-se da ausência e do silêncio do Estado para explorar os menos favorecidos, cuja única riqueza era a mão de obra. E isso também machucou demais as pessoas em sua sagrada esfera de dignidade como humanos. Somente agora no fim dos tempos, surgiu a partir da Revolução Francesa a chamada Era dos Direitos, conforme Norberto Bobbio. Curiosamente, a ideia de uma declaração de direitos comuns a todos os humanos fora fundada, dentre as principais bases, no argumento da origem criacionista comum da humanidade, defendida por Thomas Paine, o que abriu as portas para o entendimento de que todas as liberdades intrínsecas e constituidoras da dignidade humana devessem ser reconhecidas, declaradas. Mas as pessoas continuaram a ser machucadas em sua dignidade, em suas liberdades. E isso doíam mais ainda, pois dessa vez esperava-se que não ocorresse. A sociedade humana já surgiu religiosa. A crença e outros valores suprafísicos e os sentimentos clérigos permeiam desde o princípio a vida das pessoas. A escolha e sagração de símbolos, ícones, formalidades, lugares e dias tem caminhado junto a vida humana para a celebração de suas convicções mais profundas da existência. E isso motiva mais lutas. Lutas pelo reconhecimento de direitos e liberdades, que também desta forma, representem a sofrida dignidade da pessoa humana.  O Brasil várias vezes resolveu reconhecer direitos e liberdades. Começou com algumas conquistas do Movimento de Secularização no século XIX. Bem depois vieram reconhecimentos de direitos por influência da comunidade internacional e posteriormente das lutas no plano Constitucional. Dentre os muitos compromissos do Brasil, ele se tornou signatário na luta contra todas as formas de intolerância baseadas em religião ou crença. E consagrou a liberdade religiosa direito fundamental da pessoa humana faz cerca de vinte anos. Mas essa geração continua a ser machucada quando suas liberdades e sua dignidade de pessoa humana são frontalmente atingidas e até atropeladas com o trator estatal. Ninguém poderia ser objeto de medidas restritivas que limitem sua liberdade de religião ou crença, já dizia a Convenção Americana. Ninguém deveria sofrer ofensa a suas liberdades de consciência, religião ou crença, e todos têm sagradamente resguardados seus direitos e liberdades de observar e celebrar dia de guarda de acordo com os preceitos de sua religião e crença, não podendo ninguém sofrer por parte de qualquer Estado, instituição, pessoas ou grupos, coerção que debilitem sua liberdade a um dia de guarda, já dizia a Declaração sobre Eliminação de todas as formas de Intolerância baseadas em Religião ou Crença. Mas não é assim. Pessoas continuam sendo tolhidas, feridas, machucadas em sua dignidade. Talvez a História tenha que continuar. A história dos direitos da pessoa humana é contada como conquistas, vitórias obtidas com e por pessoas que se revezam na luta do reconhecimento eficaz das dimensões da dignidade humana. Obrigado a minha instituição religiosa, que arvora altissimamente a bandeira da liberdade religiosa e do dia de guarda.  *Estudante de Direito e adventista reformista ———————————– Unidade dos cristãos – Vera Sábio* No instante em que professamos a mesma fé em Jesus Cristo, cremos que Ele é o Filho de Deus que se tornou Deus homem e que morreu e ressuscitou por nós. Embora tenhamos inúmeras denominações religiosas, muitos nomes diferentes de várias igrejasm, acreditaremos que o fundamento é o mesmo. É Jesus o alicerce que edifica nossa fé. “Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha.” (Mateus 7 – 24,25) Queremos o resgate desta união tão necessária para atingirmos o mesmo objetivo, que é aumentar a harmonia, a benevolência, a participação e convivência em paz entre os Cristãos, onde mesmo em locais diferentes sentiremos que Deus é o pai de todos e que estamos nesta passagem chamada vida, para servir, nos aperfeiçoar e sermos cada vez melhores. A Igreja Católica Apostólica Romana criou em todo o mundo a Semana de Unidade dos Cristãos. Sabemos que é um movimento frágil porque toda igreja é Santa na sua elevação ao Altíssimo, porem é também pecadora com a presença dos seres humanos, falhos e multáveis que somos nós. Todavia, quem não tiver algum pecado, que atire a primeira pedra. Todos os cristãos estão convidados nesta semana em dedicar um pouco do seu tempo para orar a Deus pela unidade dos Cristãos. E quem puder, participe das orações feitas na Igreja Betesda, na Igreja Luterana e na Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo. Ou mesmo em seu próprio lar, tire um tempinho para agradecer a Deus por haver uma esperança além de tanta injustiça pela qual vivemos, e peçam a deus que independente da Igreja que cada um frequentar, mas que todos tenham um momento de reflexão e uma crença que o faça ser melhor. Enquanto as prisões estão super lotadas, as igrejas estão vazias… Estamos no momento em que não temos mais como deixar para realizar o bem no futuro, visto que este futuro pode não acontecer. A única certeza que todos temos é a morte, por isto precisamos acreditar em algo que ainda nos revele que vale a pena sermos bons, termos esperanças e lutarmos por dias mais justos. As divergências entre as igrejas não devem ser motivos para que os cristãos não tenham condições de participarem juntos de momentos de orações e conviverem no mesmo espaço, tendo respeito a fé de cada um, sabendo que a Verdade é só Deus que a possui. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega  CRP: 20/04509 ——————————– Briguinhas comadrescas – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Ao julgar os outros, devemos ser indulgentes para com a pessoa e condenar somente a ação”. (Richelieu) Todos os dias nos desgastamos com críticas pela televisão, que vêm normalmente acompanhadas por desculpas de intelectuais de bondes (Sabe o que é um intelectual de bonde? Depois eu conto). Quarta-feira ouvimos o prefeito do Rio de Janeiro falar sobre o assassinato ocorrido na Lagoa Rodrigo de Freitas. A mídia normalmente nos irrita com os comentários. E o político estava irritado. Só que não foi feliz na justificativa. Acabou dizendo que se a polícia prendesse o criminoso, logo a Justiça o libertaria. Uma tolice do tamanho de um bonde. Mas, logo veio o representante da justiça com justificativas iguais à do político. Uma autêntica briguinha comadresca. O que já é comum nas justificativas na administração pública. Tempo desses, eu estava em Sampa quando houve um assalto no viaduto, ali na Praça da Bandeira. A imprensa fez o maior rebu, porque o assalto foi em pleno dia. E o foco era que a polícia deveria estar ali, para evitar o assalto. Argumento de intelectual de bonde. Mas, em seguida, o comandante da PM foi entrevistado e deu a resposta, essa, sim, com foco inteligente na questão. Ele disse: “O bandido atua sempre onde a polícia não está. E a polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo”. Agora imagine isso num município com aproximadamente doze milhões de habitantes. Mas logo o entrevistador comentou sobre os deslizes ocorridos na própria PM. Ao que o comandante respondeu: “Sempre que há um concurso para a PM, inscrevem-se milhares de candidatos. Alguns vêm mandados pelas facções criminosas. Alguns são aprovados e não temos condições de descobrir quem são. E aí ficamos à mercê”. Analise isso antes de criticar com veemência. Corrupção e desmando sempre se alimentaram pela ignorância. E só quando formos uma humanidade civilizada, talvez consigamos eliminar o lodo em que escorregamos em todo o mundo. Observando nas ruas, já testemunhei aberrações sociais que indicam a ineficiência geral na administração pública. Certa manhã, eu atravessava a Praça João Mendes, em Sampa, em frente ao Fórum João Mendes, quando passaram por mim dois policiais. Tudo indicava que eles saíam do serviço noturno. Um dos policiais fez um comentário que não deu pra eu ouvir. Mas o outro respondeu: – Como é que você quer que a gente seja honesto com o salário miserável que eles pagam pra nós? É bom que reflitamos sobre isso, também, embora os salários baixos não justifiquem a desonestidade. É uma questão de educação e nada mais. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ———————————– ESPAÇO DO LEITOR MANIFESTO Moradores da localidade Vila do Equador comentaram: “Dentro de alguns dias estaremos fazendo uma manifestação na BR-174 pelo descaso com a nossa comunidade. Somos a única vila na BR que não tem policiamento, o mato toma conta do destacamento, o tráfico corre solto, roubos e  arrombamentos são frequentes. A praça que existe na vila virou comércio de tudo o que não presta. Os bandidos dizem que o Equador é terra livre. São inúmeros os problemas que enfrentamos, principalmente em relação à internet, que não funciona, prejudicando os estudantes”. CONCURSO Leitores que foram aprovados no concurso da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) de 2013 fizeram o seguinte relato: “Nós, que fomos aprovados neste certame para o cargo de auxiliares de serviços de saúde, temos observado que existem servidores terceirizados ocupando nossa vaga, que é de direito. Enquanto as demais categorias se articulam, deixamos também nosso alerta para que sejamos convocados, já que por direito prestamos o concurso e estamos aptos a exercer o cargo”, relatou um dos aprovados. FEIRA A internauta Aline Gonçalves comentou que esta semana esteve na Feira do Produtor, localizada no bairro São Vicente, e constatou que o mau cheiro está insuportável. “Os bueiros, tanto na parte interna como na externa, estão transbordando, especificamente um que fica localizado bem próximo à banca de peixe, que está com um vazamento que escorre por toda a parte interna da feira, provocando com um forte odor. Com certeza, estes problemas têm afugentado os clientes que preferem realizar suas compras em um local mais higiênico”, frisou. INFRAÇÕES Leitores relataram que após as ruas paralelas às avenidas Ataíde Teive e Manoel Felipe se tornarem mão única, os condutores estão ignorando as placas e transitando livremente na contra mão: “A qualquer momento pode ocorrer, pela falta de fiscalização dos órgãos de trânsito, um grave acidente neste local. As ruas Mestre Albano e Armando Nogueira se tornaram um perigo, portanto, a recomendação é redobrar o cuidado ao transitar pelas mesmas”, relatou um motorista de táxi-lotação.