À sombra do legendário e majestoso chapéu de palha – Francisco de Assis Campos Saraiva*Hoje, quando despertei, me senti mergulhado no tempo e, memorizando algumas décadas, lá me deparei com valorosos companheiros compondo o efetivo dos Órgãos de Comando do 1º Grupamento de Engenharia, na exuberante cidade de João Pessoa – Paraíba, ministrando aulas de sabedoria aos mais novos que iam chegando. Recordações e muita saudade dos ditosos companheiros Afonso Joaquim Pereira Seixas, Nilo Antônio Elias, Edmir Machado, Abdo Elkarin Cheque Pimentel, Antônio Alonso, Ariovaldo Ribeiro da Rosa, José Hipólito de Azevedo, José Ramos de Melo, João Batista Garcia, João Batista Alves, José Raimundo da Conceição, João Alves Lima, Nivaldo Carolino da Silva, Arnaldo Alves Gomes, Anísio de Andrade Silva, José Pires Chacon, Antônio Hermógenes de Paiva, José de Andrade Silva, José Raimundo de Andrade, Valderi Veras Magalhães, Carlos Alberto de Freitas, João Alves Ribas, José Ruytal Gonçalves, Valter Barbosa Lima, Airton Ciraulo, Valdemir Ariovaldo do Egito, Geraldo Pires Galvão e outros que a memória não acusa.
Era final da década de 50 do século passado. Ali estavam os cabos alegres e felizes com a mente reluzindo sonhos, esperando promoção a 3º Sargento, Otacílio Coelho Pires, Deoclécio Amaral de Jesus, Juracy Coutinho de Almeida, Newton Bezerra Chaves, Geraldo Araújo Lira, Abdo Cavalcante Itapá, Francisco de Assis Campos Saraiva, Manoel Gomes do Amaranto e outros. Daquele grupo nascia a ideia do Chapéu de Palha, um Clube criado para o congraçamento mensal dos companheiros transferidos para a reserva, após o sagrado cumprimento do dever pelo amor à Pátria e família e a grande saudade que ficava em cada um para sempre.
No Chapéu de Palha, que teve início na Praia de Tambaú, os companheiros se reúnem, mensalmente, para se confraternizarem e comemorar datas importantes de aniversário natalício, casamento e outras ocorridas durante o mês. No perpassar dos anos, o Chapéu de Palha vem abrigando distintos companheiros, que à sua sombra se deleitam, deixando bem viva a história de suas vidas, como lição dignificante, que ficará para sempre aos seus pósteros. Sinto-me sumamente feliz, saudoso e emotivo, quando busco na lembrança o fascínio dessa história singular de nossas vidas. No horizonte do tempo, os antigos companheiros deixam a caserna, cedendo lugar aos mais jovens que vão chegando, para dar continuidade a grande obra edificada.
E assim o Chapéu de Palha se agiganta no tempo e no espaço, ficando cada vez mais exuberante em sua majestosa grandeza. Vejo abrigado em sua sombra fecunda, mestres na arte de cultivar o amor a Deus, a Pátria e a Família, cidadãos do bem, inesquecíveis companheiros, com os quais convivi próximo, que ficarão nos anais da história da caserna para sempre. Adão Mauricio da Silva, Adolpho Ferreira Soares Neto, Antônio Borges Sobrinho, Antônio Fernandes do Nascimento, Antônio Sabino de Oliveira, Argemiro Sabino de Oliveira, Aureliano Guedes Neto, Benedito Fernandes Brilhante, José Everaldo de França Carmo, Carlos Di Pace Neto, Christóvam Santiago Torres, Antônio Gomes do Amarante, Cícero Mousinho de Souza, Daniel Leitão de Andrade, José Fidelis de Araújo, Dimas Danúbio Dantas, Edilson de Lima Bandeira, Edivaldo do Nascimento Belo, Edward Delorenzo de Souza, Erasmo Marques Ribeiro, Jorge Aparecido Gomes de Souza, Erinaldo Barros Soares, Ernando de Andrade Farias, Etevaldo Lima Barros, Geraldo Guerra da Silva, Antônio Joatan Bonfim, Manoel Nerivaldo Lopes, Djair Aquino de Lima, Evaldo D’Albuquerque, Francisco Lins de Araújo, Gildo Fonseca de Oliveira, Gilvando Fonseca de Oliveira, Genildo Fonseca de Oliveira, Gessé Gomes Meira, Humberto Trocoli, Ivânio Trigueiro Bezerra, Izomil de Lima Correia, Jari Dias da Costa, Josué Casado da Silva, Jefferson Lira, José Antônio Martins de Oliveira, José Moreira da Silva Filho, José Pereira Brandão, José Raimundo de Andrade, José Targino Bezerra, Jovino Coutinho da Costa, Luiz Inácio da Silva, Manoel Paulemir de Carvalho, Manoel Tavares de Melo, Marízio Coutinho de Araújo.
Forte saudade sinto de você meu Chapéu de Palha, em cujo abrigo já não me vejo a um bom tempo. Dos companheiros que fizeram morada permanente em meu coração e que são partes vivas de minha história.
Um prêmio ímpar do Criador, concedido como presente em minha salutar existência. E enquanto vou discorrendo neste memorial, a lembrança vai fluindo naturalmente, dando-me o perfil de mais companheiros partícipes desta linda trajetória. Martônio Coutinho Beiriz, Nilson Batista Lantman, Normando Cabral de Amorim, Paulo Simões Montenegro, Raimundo Gonçalves Leite, Virgílio Martins de Araújo, Walter Maia do Rego, Wilson Lins da Silva, Walter Albuquerque e outros que, possivelmente, ainda irei lembrar.
Peço escusas pelos diletos companheiros que deixarei de mencionar. Talvez a memória não possa mais me acudir como seria de meu agrado. De João Pessoa me ausentei em Janeiro de 1970, para cursar a Escola de Saúde do Exército. Já se vão mais de quatro décadas percorridas pelo tempo, que é célere e não espera por ninguém. Tenho 78 anos de idade, um apóstolo vigilante fiel de nossa Pátria, que embora tendo boa memória, o peso dos anos já não me é favorável. Sou saudosista por natureza e convivo com as boas recordações, que me foram dadas como prêmio pelo Senhor Jesus, Redentor e Salvador do Universo. O Curso Especial de Formação de Graduados (CEFG), que testemunhei o início de sua criação no Batalhão de Serviços de Engenharia, em Campina Grande – Paraíba foi um cadinho valioso na formação de excelentes profissionais. Na época em que foi criado, eu desenvolvia atividade na 1ª Seção dos Órgãos de Comando do 1º Grupamento de Engenharia. No final de cada turma, os concludentes se apresentavam em João Pessoa, para tomar conhecimento da Unidade onde iriam servir.
Anualmente, os componentes desse Grupo se reúnem festivamente, variando de Estado ou Região, para um congraçamento salutar dos integrantes que ainda vivem sob as bênçãos do Onipotente. O Chapéu de Palha abriga os integrantes desse curso memorável, mostrando que somos todos de uma única família, que tem a Mãe Pátria como Maestrina na condução fiel de seu destino. Sei que boa parte dos companheiros partícipes do Chapéu de Palha já está no Paraiso Celeste. E aqui fica a nossa mensagem in memorian aos inesquecíveis companheiros que já se foram, por tudo de bom que realizaram aqui na terra, deixando-a bem mais contemplada que em épocas anteriores.
Deixo aqui, uma menção honrosa e especial ao dinâmico Presidente do Chapéu de Palha, amigo e companheiro de lutas OTACÍLIO COELHO PIRES, que tem uma lição de vida digna de louvores e que vem mantendo a Entidade de maneira vibrante, coesa, unida e admirada por todos em sua volta. Parabéns, amigo e que Deus o abençoe em toda sua dinâmica trajetória, concedendo-lhe muitos anos de vida ao lado da família, amigos e entes queridos em seu derredor. Diz uma lenda chinesa que amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: Nenhuma tempestade consegue arrancar.
*Oficial R1 do Exército, empresário, titular e dir. téc. do Lab. Lobo D’Almada, membro da ALB e da ALLCHE, sócio fundador do Chapéu de PalhaE-mail: [email protected]————————————A ideia não foi minha – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A defesa dos direitos humanos está mais clara e defendida pelos governos das nações mais influentes em geral”. (Waldo Vieira)Falar de ideia é minha ideia, hoje. Só quero me desculpar pelo cochilo de ontem. E quando cochilo assim, sempre bato com a cabeça no canto da mesa. E foi o que fiz ontem. Tenho um acordo com a FOLHA. O jornal não permite, a pedido meu, que a revisão mexa no meu artigo. Parece esquisito, mas é verdade. E é um acordo amigável e sem arrufos. É que prefiro responder, diante dos leitores, pelos meus próprios erros. Adoro isso. E ontem aconteceu o maior erro comigo mesmo. Fiquei arara quando li, no meu artigo, a palavra IDÉIA. Chutei a perna da mesa e doeu pra dedéu no meu dedão. E continuei bicudo. Como é que mexem no meu trabalho? Aí me preparei para dar uma bronca no revisor. E taí uma coisa para a qual me preparo muito e acabo não conseguindo nada. Acabo me lembrando dos marujos no Rio de Janeiro, na década dos cinquentas: “Bronca é ferramenta de otário”. Respirei e vim fazer esta matéria. E foi aí que aquele cara que fica sempre sentado no meu ombro esquerdo me deu um tapa na orelha. Sorri e abri meu arquivo no computador. Abri a matéria de ontem e lá estava no arquivo, duas vezes a palavra IDÉIA, com acento agudo. E a ideia não foi minha, eu juro. Já pensou com que cara eu entraria aí na redação, se tivesse criticado a revisão? Meu abração, cara, e me desculpe por ter pensado em ser desonesto com você.
Agora fiquei desconsertado, parecendo mais uma borboleta sem asas. Ia falar sobre direitos humanos e acabei falando de uma relação desumana entre mim e mim mesmo. Vou terminar o dia cometendo um erro que sempre sugiro a você que não cometa: o de ficar remoendo erros ou desacertos. Mas vamos tirar de letra. Concentremo-nos em nossos direitos humanos. O que nem sempre sabemos defender e cultivar.
Estamos, atualmente, navegando num mar revolto de revoluções internas. Passamos os dias lutando num campo de batalha que não nos diz respeito. Aquelas fotos exóticas do dinheiro saindo pelos esgotos nas noticias sobre a Lava Jato, nos dá a ideia exata do esgoto em que estamos metidos. Mas o mais importante é que saiamos desse lamaçal. E é importante saber que temos o poder de sair do pantanal.
Vamos fazer nossa parte no polimento da nossa política. Sei que não é tarefa fácil. Mesmo porque se fosse, não estaríamos nadando nela. Mas, nada é impossível para os que acreditam no possível. E só há uma saída quando já estamos no fundo do poço: é subir pelas paredes. Que é o que devemos fazer, já nas próximas eleições. Pense nisso.
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