O caráter da capacidade – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Sempre somos capazes de dar algo mais; mesmo nas pedras germinam as flores”. (Bergson) Você já sabe que nossos papos são coloquiais. Papo de fundo de quintal. Bem nós. E por isso não me lembro se já lhe falei dessa frase do Bergson. Mas não faz mal. Ela é legal para quando estamos sisudos, casmurros, tentando mergulhar nas águas turvas das dúvidas. Se estiver se sentindo assim, querendo lacrimejar porque seu namorado lhe deu as contas, caia fora dessa piroga furada. Corra pro seu espelho interior. Levante a cabeça e mire-se. O que você vai ver vai depender de você. Vai depender do valor que você se dá. Jogue o aborrecimento pra escanteio e pergunte pra você mesma: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Olhe-se nos seus olhos e repita a pergunta. Aí você vai sorrir. Porque, na verdade, foi você que se enganou com o cara. Se ele abandou você, ou você não o mereceu, ou ele não mereceu você.
Você é quem vai decidir com quem está a razão. E o mais racional é você aceitar que foi ele que não mereceu você. Sorria e parta para a nova vida. Os momentos que passaram já são o passado.
“Todo relacionamento é um reflexo do que você tem com você mesmo”. Procure ouvir você mesma. Continue olhando-se no espelho interior. Ele é o mais autêntico e fiel. Mostra sempre sua imagem real no que você se vê. Não são suas pupilas que vão lhe dizer o que você realmente é, mas sua alma. Que é o que você vê no seu espelho interior. Procure viver com alegria. Ela é o mais eficiente escudo para lhe defender dos males, além de prolongar e enriquecer sua vida. Pare com essa de ficar perdendo seu tempo com quem não merece seu tempo. Você já sabe que tudo que acontece em nossas vidas faz parte da vida. E é por isso que devemos viver cada momento como se fosse o único. O minuto que vem aí é futuro, o que passou é passado. Viva o presente como se fosse um presente da vida.
Está preparada para o fim de semana? Legal. Mas não se esqueça de que a vida é pra ser vivida e não desperdiçada com futilidades e vulgaridades. São os momentos alegres e felizes que fazem você crescer racionalmente. E o mais importante na sua beleza está na sua beleza interior. E esta depende dos seus pensamentos. Não os perca desperdiçando-os com acontecimentos, assuntos ou quaisquer coisas que lhe tragam aborrecimentos. Por que chorar se pode rir? Ria, sorria, cante, dance e viva a peça que a vida lhe preparou. Você a ensaiou desde sua infância. E por isso tem toda a competência necessária para a apresentação. Busque os aplausos na sua exibição interior. É aí que está sua grandeza. Pense nisso. *[email protected]—————————— Traição, corrupção e dissipação – Jaime Brasil Filho*A crise econômica e social que assola o Brasil é de origem fundamentalmente política. E não há perspectivas de mudanças positivas no horizonte.
O Governo FHC viveu seus anos sem políticas efetivas de compensação diante do desemprego estrutural e da transferência de renda em larga escala dos mais pobres para os muito ricos, sintomas clássicos do neoliberalismo. FHC presenteou grandes corporações privadas com o patrimônio do povo brasileiro, quebrou o Brasil três vezes e, para quem não se recorda, deixou a Presidência com um índice baixíssimo de popularidade.
O Governo Lula foi também de linha neoliberal, que oscilava entre compensações sociais conjunturais: bolsa família, PROUNI, Pontos de Cultura etc., com usurpação dos direitos previdenciários e trabalhistas da população. Tirou da classe média e deu aos mais pobres algumas migalhas, e tirou de ambos e deu aos muito ricos.
Dilma, no seu primeiro mandato, teve um governo neoliberal, pincelado por políticas anticíclicas de aspiração keynesiana, na tentativa de refrear os efeitos da crise mundial do capitalismo financeiro, iniciada em 2008.
Todos eles mantiveram intactos, e até incrementaram, a exploração e a dominação do capital financeiro de baixa qualidade, volátil, imprevisível, não produtivo, especulador e parasita, sobre o nosso país.
Antes da “nova ordem” globalizadora, quando nossa economia ainda era relativamente fechada, éramos explorados principalmente pela burguesia nacional e pelas oligarquias rurais, subservientes aos interesses econômicos estrangeiros, claro, mantendo-se, assim, a “tradição” que nos acompanha desde o Brasil colônia.
Continuamos sendo tratados como colônia de exploração, mas hoje em dia o capital internacional nos explora diretamente. Ele não quer mais intermediários. E usa a grande indústria cultural, disseminada diuturnamente nos aparelhos eletrônicos descartáveis do consumismo histérico, para nos entorpecer e esquecermos de que quanto mais consumimos mercadorias inúteis à nossa essência e à existência, mais somos consumidos pelo sistema, e mais a vida se esvazia de sentido e conteúdo. O atual sistema nos engana ao impor a ideia de que a vida é feita de coisas, quando, na verdade, é feita de causas.
Dilma mentiu ao povo, não há dúvida. Em uma eleição polarizada, buscou posicionar-se à “esquerda” na tentativa de capitalizar os votos daqueles que queriam algum aprofundamento das políticas compensatórias do neoliberalismo, ou tinham a ilusão de que o PT finalmente seria de “esquerda”. Foi uma farsa. Logo após eleita, jogou no lixo as medidas keynesianas, junto com seu capital eleitoral, e adotou o neoliberalismo mais ortodoxo, ao estilo FHC. Com uma oposição raivosa e antidemocrática, amalgamada durante a campanha eleitoral, Dilma se viu do dia para a noite sem aqueles que a apoiaram, pois os havia traído, e muitos desses se tornaram seus novos inimigos.
Mas a crise política não se resume às escolhas econômicas, ela está o tempo inteiro permeada pela exposição da ausência de ética na administração pública.
A Operação Lava Jato, mais do que a busca dos culpados pela corrupção sistêmica em que nos encontramos desde sempre, traz a impossibilidade momentânea de manter a “governabilidade” nos moldes “tradicionais”, eis que os corruptores (empreiteiras, agências de publicidade etc.) estão com medo de corromper, apesar do desejo incontido de muitos agentes públicos de serem corrompidos. Assim, como manter “fiel” tal e qual Deputado ou Senador, se ninguém está irrigando com dinheiro os seus projetos pessoais? Em geral, na política brasileira é assim: sem dinheiro, sem voto.
O PT, coitado, reage às acusações de corrupção como somente uma criancinha faria: “- Foi ele quem começou, não fui eu”, ou: “- Você só reclama de mim! Ele fez também”. É ridículo.
O PT e aliados pagam o preço pelas expectativas frustradas do povo, pelas promessas não cumpridas, pelas práticas que foram condenadas pelo próprio PT durante anos e que foram pragmaticamente adotadas na primeira chance.
O PT paga o preço por ter traído a classe trabalhadora, por não ter acabado com os monopólios midiáticos. Sofre por ter desmobilizado as entidades de classe e o povo organizado, por ter despolitizado as ações governamentais, por ter se separado da maioria do povo brasileiro. Foram décadas de luta pela emancipação do povo que foram jogadas no lixo.
A atual crise política e as enfermidades de que o PT e aliados padecem foram construídas por eles próprios.
O pensamento fascista e de direita não é um fenômeno da natureza, é fruto da traição histórica que o Partido dos Trabalhadores e aliados cometeram. Eles não passarão. A exploração do capital sobre o trabalho não está ameaçada. Infelizmente.
Eu pertenço a um campo político diminuto, que acredita que liberdade é essencial, mas que liberdade sem igualdade é a tirania do mais forte. Queremos liberdade com igualdade.
Para a atual crise brasileira a única saída é reorganizarmo-nos para longe da tergiversação dessa falsa esquerda que o PT e aliados representam. Temos que virar a página. Não devemos fazer o jogo dos conservadores de direita e nem o jogo da falsa esquerda que o PT e aliados representam.
Nem Dilma, nem Temer, nem Aécio romperão com o modelo neoliberal que eles defendem. Como representantes do grande capital, essa gente não tem interesse na nossa real soberania e na emancipação do sofrido povo brasileiro.
É preciso virar a página desse falido processo histórico, que mostra os frutos venenosos da traição ao povo, que fez renascer o autoritarismo e os fascismos sem vergonhas, como reação dos inquilinos da Casa-Grande.
Precisamos construir uma nova esquerda, pois a que acreditávamos e ajudamos a construir, essa nos foi roubada por traidores, corrompeu-se e se dissipou. *Defensor Público——————————— Cobiça – Roberto Barbieri*Como induziu o Dr. Lecter, personagem de Anthony Hopkins, à jovem estagiária Clarice Starling vivida por Jodie Foster no clássico The Silence of the Lambs: a cobiça é a grande impulsionadora das tomadas de decisões humanas.
Seria realmente simplório afirmar que é a única, porém reconhecidamente é uma das maiores motivadoras da humanidade quando se refere à busca de satisfação pessoal.
A cobiça presume o ter, o possuir, ou pelo na realidade o desejo ou a vontade de. Entretanto, depois de conseguido o objetivo, encerra-se a busca e parte-se para outro.
Se certa ou errada, caberia numa discussão dentro do plano moral e ético, porém na prática observa-se com mais efetividade os efeitos que são causados pela cobiça nos comportamentos pessoais e seus reflexos dentro do social.
Podemos observar a cobiça pelos bens materiais, pelo dinheiro, pelo aumento da capacidade de comprar, pela capacidade de adquirir e acumular bens, a cobiça pelo poder, a cobiça pelo reconhecimento público como líder, pelo reconhecimento de ser benemérito, por ser reconhecido como altruísta, a cobiça pela pessoa do sexo oposto e neste caso quanto mais intangível maior a cobiça, embora digam que 5% da população manifestam cobiça por pessoas do mesmo sexo e que extra oficialmente, de forma velada e de dentro do armário este percentual ultrapassaria a 10%, a cobiça por parecer mais importante para a sociedade do que de fato é, enfim, também a cobiça pela satisfação dos aspectos obscuros e mesquinhos que povoam os labirintos do pensamento humano.
Tudo isto com a vantagem de não ser facilmente decifrável, disfarçando-se quantas vezes de posições menos egoístas além de poder ser negada com hipocrisia com juramentos de pés juntos.
Longe de afirmar com isto que a busca dos ganhos, do crescimento e desenvolvimento só encontra impulso pela cobiça, porém que ela, infelizmente, talvez esteja em boa parte disto, parece não ter dúvidas, é só analisar os comportamentos na sociedade.
Um pequeno exemplo são como se manifestam os desacreditados políticos em nosso país. Ou alguém acredita ainda em Papai Noel e acha que a motivação vem de fato de dentro dos slogans repetidos “ad-nauseam” nas campanhas políticas de busca da “Saúde, Segurança e Educação”?
Será que a grande maioria de candidatos, eleitos ou não, teve como motivação para se candidatar algo mais do que satisfazer suas próprias ambições?
Dentro desta ótica, a tendência é que as promessas de campanha sejam enterradas e as melhorias das condições que afligem a população voltem a ser mencionadas novamente apenas nas vésperas das próximas eleições, mais uma vez, infelizmente.
Tudo isto é tão miserável quanto à cobiça do andrógino psicopata do antigo filme que queria fazer uma roupa com pele de mulheres para tentar transformar-se em algo melhor do que se considerava.
E com este mundo motivado por cobiça e hipocrisia, negadas pela maioria, segue o enterro.*[email protected]———————————ESPAÇO DO LEITORFUNAIO leitor Natal Altair endereçou o seguinte comentário: “Em relação ao Parlamento Amazônico em que foram debatidos vários assuntos relacionados aos Estados que integram a Amazônia Legal, deixo como sugestão aos parlamentares amazônicos que reúnam forças para repudiar a falta do presidente da Funai ao debate, oportunidade em que diversos questionamentos ficaram sem respostas, por conta da não participação do órgão federal”.TELEFONIA 1Moradores de Amajari endereçaram a seguinte reclamação: “Gostaríamos de pedir providências de algum órgão fiscalizador quanto à questão da venda antecipada de chips e modem para acesso à internet da empresa de telefonia Claro, os quais foram comercializados aos moradores, e, no entanto, nunca funcionaram. A empresa que chegou a instalar uma antena para a captação do sinal, fez até uma campanha de venda e, no entanto, simplesmente sumiu e não dá nenhuma satisfação de quando o sinal vai entrar em operação”.TELEFONIA 2Ainda sobre a telefonia, os moradores de Amajari reclamaram dos telefones fixos: “Os serviços da empresa OI sempre apresentam falhas, vive fora do sistema, ou então ocorre o congestionamento de linhas. A esperança era que, com a entrada de outra operadora e consequente expansão do sinal móvel, o problema fosse solucionado, o que não ocorreu e nem tem data prevista para acontecer”, relatou um morador de Amajari.SANTA TERESAA leitora Nilceia Lobo comentou: “Os moradores do bairro Santa Tereza estão apreensivos quanto à onda de assaltos que tem acontecido no bairro com frequência. A audácia dos bandidos, que na maioria são menores de idade, acontece durante o dia. Está faltando uma ronda mais ostensiva como era realizada anteriormente, em que os policiais realizavam a ronda pelas principais ruas do bairro, quando a onda de criminalidade teve uma redução significativa”.