Opinião

Opiniao 22 11 2014 313

Política pública com ciência: Proibir ou permitir o uso das sacolas plásticas não deve ser achismo – Por Emiliano Graziano* A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, considerando constitucional a lei que proíbe a distribuição gratuita e venda de sacolas plásticas aos consumidores em todos os estabelecimentos comerciais do Município de São Paulo, trouxe novamente o debate sobre seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Neste fogo cruzado está o consumidor que, enquanto a decisão final não é tomada, fica sem saber o que fazer. Mas, qual a melhor opção? Usar ou proibir? Seja qual for a decisão, a ciência deve ter papel fundamental nisso. Conhecemos alguns dos impactos ambientais do produto, como o tempo de decomposição do material e sua capacidade de ser 100% reciclado. Segundo dados do Pró-teste, por exemplo, as sacolas plásticas duram 200 anos quando soterradas no lixo. Impacto que, se multiplicado pelas 1,5 milhões de sacolas distribuídas por hora no Brasil segundo a campanha Saco é um Saco do Ministério do Meio Ambiente (MMA), nos dá uma ideia do potencial. Não menos importante está a questão econômica sobre o impacto da nova proibição que recairá sobre o setor de embalagens plásticas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), a proibição de sacolas plásticas em São Paulo deixaria aproximadamente três mil pessoas sem emprego. Além disso, as sacolas representam 5% do faturamento da indústria do plástico na cidade, representando cerca de R$ 72 milhões por ano. Mas, quem deve pagar a conta pela proibição? Ao proibir a distribuição gratuita e venda de sacolas plásticas a consumidores em todos os estabelecimentos comerciais do Município de São Paulo o paulistano não poderá mais descartar seu lixo doméstico nas sacolinhas. Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o custo mensal das famílias brasileiras aumentaria quase 150%, ficando próximo aos gastos com itens como arroz e feijão caso o cidadão precise comprar sacos plásticos para descartar seu lixo doméstico e transportar suas compras. Estamos falando de informações que ratificam o posicionamento daqueles contra ou a favor a proibição. Dentro de sua realidade, todos estão certos, mas o consumidor, que toma sua decisão acreditando naquilo que te dará mais benefícios, precisa ser informado sobre o que, de fato, é o melhor para toda a sociedade. Não aquilo que dê ganhos a um lado em detrimento a outro. Quando o assunto é o uso das sacolas plásticas trata-se de uma questão holística que impacta vários atores da sociedade. É crucial que se coloque a ciência no centro das discussões. No ciclo de vida dos produtos, cada ator da sociedade tem a sua parcela de responsabilidade. As autoridades por sua vez, ao legislar, devem se embasar com dados pautados pelo balanceamento entre os aspectos sociais, econômicos e ambientais. As empresas devem buscar processos e produtos cada vez mais sustentáveis, gerando valor para sua marca e beneficiando a sociedade. Esta, por sua vez, tem papel fundamental em outra etapa importante: o uso e o descarte. Uso que deve passar por uma decisão de compra que considera critérios da sustentabilidade, e o descarte que precisa se tornar adequado, preferencialmente para o início de um novo ciclo através da reciclagem ou o reuso do material. Os dados sociais, econômicos e ambientais precisam ser colocados na balanço para se apresentar a alternativa de embalagem que mais concilia os três fatores. Quem fará isso? Ferramentas já propiciam o resultado exato sobre a socioecoeficiência do ciclo de vida de um produto, tornando a decisão mais racional e menos emocional sobre o uso das sacolas. Seja qual for o produto consumido, o cidadão deve utilizá-lo de forma consciente, evitando a escassez ou o esgotamento de recursos naturais e matérias-primas. O uso adequado da ciência pode gerar uma sociedade justa, que visa o desenvolvimento sustentável em sua plenitude, baseado em estudos e uma relação ganha-ganha.    *Emiliano Graziano é gerente de Socioecoeficiência da Fundação Espaço ECO®. ———————————————————– PRECISAMOS DE OLHOS QUE VEJAM – Vera Sábio  “O pior “cego” é aquele que não quer ver.” Roraima cada vez mais se torna conhecida nacionalmente pela enorme corrupção presente. Porém, sempre a corda arrebenta do lado do mais fraco. Enquanto desviam ou superfaturam através da saúde, educação, segurança e urbanismo. Há quase quatro anos, para mostrar que acabariam com os comissionados e contratados municipais; ficando somente os concursados. Retiraram de ação cinco servidores que mantinham a associação dos deficientes visuais de Roraima em pé. Foram desempregados de uma hora para outra, um motorista, uma secretária e três pessoas com deficiência visual total, as quais faziam o pleno funcionamento da ADVIR. Retiraram também a doação de 20 litros de gasolina semanalmente e o aluguel de mil reais destinado ao prédio onde funcionava uma sala de aprendizagem de braile (escrita e leitura com o tato para cegos); uma sala de informática assistiva, onde leitores de tela e programas acessíveis permitiam com que as pessoas cegas, através da audição, conseguissem ter autonomia para manusear o computador, podendo com maior facilidade estudar e se socializar através dele, grande fonte de inclusão. Também um local para que aprendessem artesanato, língua estrangeira, teatro, danças juninas e uma sala de atendimento psicológico; Através de voluntariados. Enfim, estou aqui deixando bem detalhada, a importância imensa que tinha a ADVIR,” local de socialização, aprendizagem e inclusão das pessoas com deficiência visual de todo o Estado de Roraima”. Acredito que muitos de vocês leitores devem ter assistido nossa quadrilha junina, denominada “Inclusão Caipira”, nos arraiais do município e do Estado; como também algumas partidas de futebol entre cegos e enxergantes. Acontecendo nesta época maior inclusão de pessoas com deficiência visual nas universidades, pois atualmente somente um cego está fazendo curso superior;. Sabemos que há no Estado, muitos prédios abandonados, como tantos cargos comissionados ainda existentes; no entanto, a ADVIR nunca mais teve o direito de funcionar, estando, inúmeras pessoas com deficiência visual total, sem nenhum apoio. De acordo com o IBGE, relatam que existe mais de 18 mil “cegos” neste Estado, porém, estas pessoas, ou somente existem para que venha alguma verba federal que jamais cego algum chegou a ver; ou estas pessoas estão totalmente na invisibilidade, abandonadas nos fundos dos seus lares; sem a real compreensão das vossas condições. Não percebendo que os olhos têm a única utilidade, “a de enxergar”; tendo “elas” todos os outros sentidos perfeitos e o direito de adaptações necessárias para se tornarem úteis como eu que vos escrevo. Além das pessoas com deficiência visual não terem uma associação ativa, embora a ADVIR esteja há 10 anos totalmente documentada e sendo de utilidade pública municipal e estadual, inclusas nos  Conselhos de Saúde Municipal, de Direito das Pessoas com deficiência, das Cidades e de acordo com o Conselho Municipal de Assistência Social. Nada disto está sendo suficiente para que os gestores municipais e estaduais nos enxerguem e valorizem nossa atuação. Esta situação é totalmente inadequada e inadmissível, considerando que: a. a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, instituída pelo Decreto nº 3.298, de 1999, que estabelece o acesso, o ingresso e a permanência da pessoa com deficiência em todos os serviços oferecidos à comunidade, tais como saúde, educação, reabilitação profissional, trabalho, transporte, assistência social, edificação pública, previdência social, cultura, desporto, turismo e lazer; A ADVIR, de acordo com este decreto, há muitos anos constituída, vem indagar: Sobre estes serviços, e reforçar que ela tem o papel de realizá-los; sendo para isto necessário, que os “gestores nos enxerguem”, nos respeitem, e colaborem na promoção das mais de 18 mil pessoas com deficiência visual, constatada pelo IBGE. b. a Lei nº 10.098, de 2000, regulamentada pelo Decreto nº 5.296, de 2004, que estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida dos espaços públicos, do mobiliário urbano, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação. A utilização da “bengala guia”, nos deixa com a mobilidade totalmente limitada e insegura pelas condições inadequadas em todos os espaços urbanos desta cidade e deste Estado; tirando nosso direito constitucional destinado a todo o cidadão; de ir e vir com liberdade e segurança. Da mesma forma que são inexistentes os sites governamentais acessíveis, e os locais adequados que possibilitem os deficientes visuais aprenderem informática acessível como existia na ADVIR. Por tanto temos o direito de um local seguro, adequado e acessível, para que eleve nossa autoestima e permita nossa reabilitação social, cultural, pessoal e profissional. Todos os Estados possuem associações para as pessoas com deficiência visual, por que em nosso Estado falta total apoio político para que a ADVIR funcione? Espero que a nova governadora tenha esta sensibilidade, na compreensão que qualquer pessoa que se considera sem deficiência hoje, infelizmente corre o risco de ser uma pessoa com deficiência amanhã. Nesta conscientização podemos pensar em um Estado inclusivo com respeito à limitação de cada um…    “A maior maneira de agradecer a Deus pela visão. É ajudando aqueles que não a possui”. (Hellen Keller). Vera Sábio – Associação dos Deficientes Visuais de Roraima (ADVIR) Cel: 991687731  – 991664844 ———————————————————- Quero sossego – Afonso Rodrigues de Oliveira “Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”? (Bob Marley) Desde que iniciei este trabalho, houve três quedas de energia. E o pior é que em cada queda eu caí. Não tinha salvado o trabalho. E olha que me sentei aqui pra falar de minha demonstração de estresse nos meus últimos trabalhos. Estou parecendo mais um briguento de quitanda. Aí me decidi. Vou me mudar para a Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo. É uma ilha atípica. Ela mede setenta e quatro quilômetros de comprimento e apenas quatro quilômetros de largura. São setenta e quatro quilômetros de praia em linha reta. Excelente para uma caminhada matutina, molhando os pés na água salgada. É um Município paulista com apenas pouco mais de dez mil habitantes, e quase o mesmo número de turistas. Vamos pra lá? Acho que é a melhor maneira de se livrar do estressante. Vou nessa. Já lhe falei, por aqui, do que ouvi do meu irmão mais novo, Adoval Rodrigues de Oliveira. Ele era quinze anos, mais novo do que eu, e faleceu há quatro anos, em São Paulo. Ele era securitário, e sempre foi assinante de um dos maiores jornais, paulistanos. Certo dia ele me pegou no aeroporto, em Sampa, e quando íamos chegando a casa, ele me perguntou se eu queria ler o jornal. Se quisesse, ele iria comprar. Quando lhe perguntei se ele não estava mais assinando o jornal, ele me respondeu: – Não, cara… É que quando eu quero ficar atualizado com a vida, fico, pelo menos, sessenta dias sem ler jornal nem ver televisão. Ri, mas ele estava falando sério. Muitas vezes, se quisermos nos atualizar com a vida devemos ficar fora dos noticiários. Tenho constatado isso nos últimos dias. Tento ficar fora do banzé, mas não dá. Não há como ficar de fora, mesmo quando somos conscientes e cientes. Nada irrita mais do que ouvir ou ler desculpas esfarrapadas de quem não deveria se desculpar. Entendo que só nos desculpamos quando assumimos a culpa. E eles se “desculpam” tentando pôr a culpa nos que não têm culpa. Nunca prestou atenção a isso? Se se arriscar a prestar, vai querer mudar pra Ilha, comigo. Não há como você não ficar ranzinza como eu estou ficando. E olha que estou enrolando o assunto pra não incentivar você a se tornar um ranzinza chato como eu. Mas estou fazendo um esforço titânico pra não falar de coisas que li e ouvi, ontem pela manhã, no jornal e pela televisão. Por exemplo: em vez de se desdobrar para garantir o mínimo de qualidade no serviço, não seria melhor se desdobrar para garantir, pelo menos, o mínimo de qualidade? Estou brincando, claro, mas pense nisso. [email protected]     99121-1460 —————————————————— ESPAÇO DO LEITOR SUPERFATURAMENTO 1 “Avalio que o Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR) está fazendo a parte dele e que, conforme as provas constatadas de superfaturamento dos remédios, não há dúvida de que corruptos agiram na Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista”, afirmou o internauta Natal Altair. SUPERFATURAMENTO 2 O internauta identificado como HashTag acredita que se os culpados pelo superfaturamento na Secretaria de Saúde municipal não forem para a cadeia e não devolverem todo o dinheiro  mais juros e multas, de nada adianta a auditoria do TCE. SUPERFATURAMENTO 3 “O Brasil precisa urgentemente mudar essa triste realidade. O pobre pega cadeia por pequenos roubos, enquanto os poderosos roubam todo o dinheiro e nada acontece. A população que paga o preço. Eu tenho uma dúvida: será que essas criaturas conseguem dormir em paz?”, questionou a internauta Tereza Regina Alves Batista. CONSCIÊNCIA 1 “Preconceito é 100% de ignorância. Somos todos humanos. Só existe preconceito porque as pessoas que o praticam não são punidas. Teriam que responder criminalmente”, comentou a internauta Sandra Galvino na página da Folha no Facebook sobre o Dia da Consciência Negra. CONSCIÊNCIA 2 A internauta Raquel Maia discorda da opinião da coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas (Neabi) do IFRR, Cristina Oliveira. “O negro em Roraima é invisível? Que exagero! Menos, professora, bem menos”, afirmou. FUNAI “A política indigenista do PT, de demarcação de terras indígenas, é uma forma de submeter índios ao abandono e margem de tratamento digno. Tratando-se da Funai, órgão de existência questionável em virtude de sua ineficácia ao fim que se destina e outras razões, deve-se verificar em prol de Roraima o que surge agora com possibilidade de cometimento de injustiça aos moradores da Vila Equador”, disse o internauta Natal Altair. FRONTEIRA Um leitor, que pediu para não ser identificado, reclamou da falta de policiamento no horário do almoço em Bonfim, na fronteira do Brasil com a Guiana. “Há uma barreira da Polícia Federal. Mas de 12h às 13 h, o fluxo de pessoas é grande e os policiais estão no horário de almoço, fazendo com que os motoristas fiquem esperando no sol quente”, reclamou.