Opiniao 22 11 2016 3281

Barras , cordas e destinos – Walber Aguiar*Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo…   Salmos 23Tia Noemi teve seu tempo chegado, seu destino traçado, sua história contada por ela e pelos parentes e amigos. Isso porque, a riqueza de detalhes de sua vida fez com que outros vários caminhos fossem descobertos e cruzados. Com o desejo de conhecer a Deus, pai das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudança, esbarrou em geografias, lugares, lagoas, municípios, histórias, caminhos, envolvimento com estrangeiros, principalmente com aqueles a quem ensinaria português; como o casal Nilo e Meire Hawkins. Ora, essa figura carismática sempre buscou a grandeza e o conhecimento do Deus; tanto que, ainda em Barra do Corda, a partir do Centro dos Protestantes, foi educada pelas missionárias da igreja Cristã Evangélica, no Instituto Bíblico Maranata, onde estudou e teve uma compreensão maior do sagrado. Isso porque, Deus não cabe num tubo de ensaio nem nas estruturas arcaicas que tentam aprisioná-lo, a fim de exercer sobre ele algum tipo de domesticação. Deus ultrapassa todas as barreiras e contenções que tentam diminuir sua grandeza e poder, sua soberania e intervenção na história humana.Por isso a história de tia Noemi remonta ao massacre de Alto Alegre, acontecimento que se deu por causa da domesticação de crianças indígenas, humilhação e maus tratos dos adultos pelos religiosos da igreja católica. Não que ela tivesse qualquer participação nesse massacre; longe disso. Até porque o trágico evento se deu no município de Alto Alegre, distante muitos quilômetros de Barra do Corda. Mesmo assim, conta com detalhes como ocorreu o massacre, tendo sido o padre oficiante da missa o primeiro a morrer, alvejado por uma flecha no pescoço. No dia 13 de março de 1901 morreram mais de duzentas pessoas, na pesquisa feita por alguns historiadores maranhenses que retrataram e retratam o evento. Tia Noemi nunca foi feliz para sempre, como nas histórias de contos de fadas. Ora enfrentando percalços em nome da fé, ora passando por dramas pessoais e familiares, entendeu que não é bom que o homem esteja só. Por esse motivo construiu sua vida ao lado do missionário Silas Coutinho, com quem trilhou o caminho da fé de Abraão e não ficou no cume do monte, no meio da viagem, mas, junto com Ester, sua irmã, Natanael, o tio “lora”, Henrique e outros, entrou na terra prometida; terra onde mana leite e mel, vinho de buriti e a doce água do Rio Branco.Ali, a mulher de fibra Abraâmica teve filhos e as mais belas histórias que alguém poderia ter em seu percurso existencial. Samuel, um pedido a Deus, e Moisés, o menino tirado das águas, dariam a ela muitos netos e alegrias. Depois de muita vida e fidelidade a Deus, ela, a tia de todos da 1ª Igreja Presbiteriana, passou  a estar com  o Senhor. Com aquele que embalou seus sonhos e viu acontecer debaixo de muita graça sua cotidiana realidade.Vá em paz, minha doce, terna, simples e fascinante tia Noemi. Você foi e continuará sendo uma das pessoas mais lindas e encantadoras que já conheci… *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras————————————Provas de concurso – Marlene de Andrade*

Submeter candidatos à prova de concurso em estados quentes como os do Nordeste e Norte do Brasil sem lhes oferecer um local confortável é desumano e extremamente perverso.  Por que alguns candidatos podem se submeter às provas de concurso em salas confortáveis e com um grau de climatização bem saudável e outros não? A Constituição Federal afirma que todos possuem direitos iguais, nesse caso as coordenações dos concursos deveriam tomar, nesse sentido, providências  e ficarem  atentos a essas questões. Outra situação inadmissível é a falta de iluminação adequada nas salas das provas. Quanto as cadeiras, elas também não podem ser desconfortáveis. Há casos de o candidato ser destro e, no entanto, ter que se se sentar em cadeiras destinadas a canhotos para fazer sua prova,ouser canhoto tendo que sentar em cadeiras para destros e aí, o que o candidato deve fazer se tal fato ocorrer no momento do seu teste? Em outras situações o candidato é muito alto e a cadeira pequena demais para sua estatura. E em outros mais casos a cadeira é muito alta, o que obrigará os candidatos de estatura baixa manter-se com os pés pendurados sem a possibilidade de pisar ao chão e assim descansá-los. Ocorrendo esses fatos, o candidato não conseguirá se submeter a nenhuma prova escrita de maneira satisfatória, pois o desconforto traz prejuízos ao raciocínio.É lamentável constatar que existem salas desprovidas de ar condicionado ou de ventiladores, os quais quando existem estão quebrados ou em péssimo estado de conservação, não proporcionando uma boa ventilação dentro da sala, nesse caso o que o candidato fará para se livrar desse desconforto? Se uns candidatos dão a sorte de se submeterem a concursos em locais apropriados e outros não, gera-se, assim, uma desigualdade e tal fato é ilegal, desumano é cruel. Como então aceitar, locais apropriados para concursos a uns e desapropriados para outros?À luz dessas considerações, penso que os responsáveis de qualquer concurso devem oferecer lugares adequados para essas provas. Se o estado não possui condições de oferecer salas confortáveis a esse fim, que a coordenação responsável dessas referidas provas corra atrás para encontrar salas adequadas a fim de que nenhum candidato seja prejudicado durante seu concurso.*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT, pós-graduada em Perícias Médicas/ Fundação Unimed e técnica em Segurança no Trabalho/Senaihttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————-Não se familiarize – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Os soluços longos dos violinos de outono ferem-me o coração com monótono langor”. (Voltaire)O maior tabuleiro de xadrez, no universo é sua vida. E seu maior e invencível adversário é o tempo, e está aí na sua frente, e você nunca vai vencê-lo. Logo, não o tenha como um inimigo, mas apenas como um adversário com quem você deve jogar pacificamente até o final do jogo. E é exatamente por tal certeza, que você nunca deve entregar os pontos. Porque você sabe que mesmo perdendo a partida, ganha no jogo, com a experiência que ele lhe traz. E lembre-se, seu adversário no jogo não tolera indecisões. Se você for forte, ele será seu parceiro até a última jogada.     Sua derrota nunca será uma derrota, mesmo que você não ganhe o jogo, do tempo. Ela, a derrota, nunca será uma derrota se você souber fazer dela o trampolim para o sucesso. É com as derrotas que aprendemos a vencer, preparando-nos para a próxima disputa. Converta sempre sua derrota num trampolim para a vitória. E a única coisa sobre a qual você tem total e absoluto controle, sãos seus pensamentos. Portanto mantenha-os, sempre concentrado no seu tabuleiro de xadrez da vida. O que indica que você nunca deve se intimidar seja qual for o poder do seu adversário, vida afora. Porque é assim que vencemos, mesmo perdendo o jogo.    A familiaridade com o impossível é a maior fraqueza do ser humano. Todos nós estamos e vivemos presos e familiarizados com o “impossível”. É muito difícil libertar-se dessa prisão que não é mais do que o já famoso círculo do elefante de circo. Onde qual um elefante, limitamo-nos aos limites do círculo em que vivemos. E é preciso muita força de vontade para que nos libertemos do medo do impossível, mesmo que ele não se nos apresente como o monstro que realmente é. E nossa força de vontade está na força que temos no domínio que temos sobre nossos pensamentos.    Para ser rico temos que trabalhar duro e muito, durante toda a nossa vida. Nada cai do céu. Mesmo quando pensamos que foi a sorte que nos trouxe o que temos, estamos dando uma de tolo. A sorte é o resultado do esforço com a vontade. E ambos vêm da força do pensamento. E como poderoso que é, ele pode nos levar para o bem ou para o mal. Logo precisamos ter cuidado com o que pensamos sobe o que queremos. Não esquecendo que, mesmo sem saber, estamos numa mesa de xadrez, com um adversário imbatível. Porque é assim que você continua caminhando rumo ao horizonte, mesmo sabendo que não vai alcançá-lo. E por isso só os fortes caminham em direção ao sucesso, pelas veredas mais tortuosas, sobre o tabuleiro de xadrez, da vida. Pense nisso.*[email protected]